Sempre na minha mente e no coração...

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Corcovado ou Cristo Redentor, lindo !!!

domingo, 15 de julho de 2012

"Pela visão de um HOMEM"


Dia Internacional do Homem: podemos comemorar?


No dia quinze de julho é comemorado, aqui no Brasil, o Dia Internacional do Homem! Esse dia foi sugerido pelo ex-presidente russo Mikhail Gorbachev para homenagear os grandes homens de seu país e foi instituído por Dr. Jerome Teelucksingh, de Trinidade Tobago, e começou a ser comemorado em 1999Esse dia é reconhecido pela ONU e tem como principais objetivos melhorar a relação entre os gêneros, promover a igualdade entre os gêneros, destacar papéis positivos de homens, combater o sexismo, celebrar as conquistas e contribuições dos homens para comunidade, para a família e para o casamento.
Curiosamente, é muito mais fácil comemorar o dia da mulher, o dia do índio ou o dia da criança do que o "dia do homem". À primeira vista, parece que inventaram mais uma data para aumentar o comércio. No entanto, a origem desse dia e a chancela da ONU validam um pouco mais essa comemoração. De qualquer forma, vamos aproveitá-la para fazer algumas reflexões sobre a situação do homem nos dias atuais.
Vamos examinar aqui algumas mudanças recentes que ocorreram naquilo que a sociedade espera de nós, algumas conquistas que ainda temos que realizar e o que já podemos comemorar.

Homens e mulheres
Sempre que o assunto gênero vem à tona, nós homens ou assumimos uma posição machista (“Nós somos melhores do que as mulheres”) ou ficamos na defensiva (“Jamais! Reconheço sim, a igualdade dos sexos e, até, que elas são superiores!).
Acho que essa guerra dos sexos é completamente infundada e contraproducente. Homens e mulheres, somos muito mais semelhantes do que diferentes (todos queremos ser felizes, gostamos de conforto, boa comida, segurança, amor e sexo, etc.) e fazemos parte do mesmo time, embora, como em qualquer time, sempre existam insatisfações e reclamações.
Algumas das mais propaladas diferenças entre homens e mulheres ocorrem no físico, em algumas contribuições para a reprodução (a mulher gesta, o homem protege contra o perigo), nas atitudes frente ao sexo casual (somos mais propensos a ele do que elas), nas habilidades verbais (as mulheres, em média, são ligeiramente superiores), nas habilidades espaciais (nós homens, em média, somos ligeiramente superiores). Muitas dessas diferenças, no entanto, são diminutas e só podem ser percebidas através de análises estatísticas sensíveis.

 O papel do homem não está claro atualmente
No início do século passado, os papéis do homem e da mulher eram mais definidos. O homem era o sexo forte e a mulher, o fraco; a mulher era a rainha do lar e o homem, o cabeça do casal; grande parte das profissões mais prestigiadas eram "masculinas"; a traição masculina era tolerada e da mulher, punida com a maior severidade; a mulher não votava, não podia andar de calças compridas, etc. etc. As mulheres, justamente, travaram uma luta para que essas desigualdades fossem abolidas. Em grande parte, elas foram bem sucedidas. 
Atualmente, o papel do homem não está muito claro. Quase tudo que ele faça ou deixe de fazer pode ser motivo para acusações do tipo "machista", "retrógrado", "sexista", etc. Isso sempre acontece quando um grupo oprimido consegue se liberar: o grupo opressor fica sob suspeita durante muito tempo.
Essa parece ser a situação do homem atual: as mulheres tiveram que lutar para se libertarem de muitas injustiças que eram cometidas contra elas. Os homens tiveram que ceder uma boa parte do espaço que ocupavam e que pertencia a elas. No entanto, qualquer espaço que hoje ele esteja ocupando pode ser colocado sob suspeita: se ele ganha mais que a mulher é devido ao resquício do machismo que ainda dá menos chances para as mulheres; se ele ganha menos, é porque não tem garra. Se tem personalidade forte, é machão; se tem personalidade fraca, é frouxo....
Está difícil. Se corre, o bicho pega; se fica, o bicho come!

Libertar-se de estereótipos na área sexual
Sempre alerta e sempre prontos para o sexo. Essa é uma obrigação que foi impingida para nós homens.  Devemos nos libertar dela e, tal como fazem as mulheres, sentirmo-nos livres para negar sexo e poder alegar indisposição, falta de vontade, “ainda não estou pronto” e “você só quer me usar”. (Também não estou seguro se gostaríamos de dizer essas coisas, mas, certamente, gostaríamos de não sentir nada errado quando não tivéssemos vontade).
Atendo no meu consultório muitos homens cujos problemas sexuais começaram porque eles achavam que o homem que não está sempre pronto para o sexo, quando uma mulher dá sinais de disponibilidade, é porque ele está com problemas. Quem acredita nisso, tem uma grande chance de ter problemas porque essa preocupação, quando aparece em horas impróprias, impede que o desejo se instale. Ai...falhou!

Guarda dos filhos na separação.
Aqui no Brasil, quase 90% dos filhos ficam sob a guarda da mulher quando há separação. Com isso, ela também acaba ficando com a casa, móveis, vizinhança e relacionamentos com os pais dos colegas dos filhos. O homem, assim que se separa, geralmente passa um bom período de desconforto porque toda a sua vida se desestrutura. Por exemplo, ele vai ter que morar em um lugar improvisado e começa imediatamente a perder boa parte do contato com os filhos, por mais que se esforce. De fato, todos perdem com a separação: a mulher vai ter mais dificuldades para trabalhar (tem que cuidar dos filhos) e para iniciar outro relacionamento amoroso (os filhos e o novo namorado vao ter que se adaptar mutuamente porque eles frequentemente estarão juntos, caso o relacionamento progrida) e os filhos vão perder boa parte do convívio com aquele que foi morar em outro lugar. Acho que  os pais deviam se separar entre si, mas não dos filhos!

Liberdade para reclamar da relação
Devíamos cobrar mais as mulheres naqueles pontos insatisfatórios do relacionamento, como, por exemplo, quando elas não reconhecem o nosso valor e o quanto nos sacrificamos pela família (Será que gostaríamos disso?).  Esta questão das concessões dos homens para as mulheres é humoristicamente ilustrada em um episódio da série televisiva Big Bang Theory: Leonard e a Penny terminam o namoro. Algum tempo depois, eles estão começando a sair de novo, mas ela só quer amizade. Ele, como vingança, leva esse novo tipo de relacionamento ao pé da letra: faz com que ela pague a metade do jantar, vão assistir a um filme cientifico e chato (para ela) que ele queria assistir, ao invés do filme romântico (interessante para ela e chato para ele) que eles sempre assistiam quando namoravam; ele não abre a porta do carro para ela entrar e quer dividir as despesas da gasolina e estacionamento, etc., etc. Hilárias as mudanças que ocorreram nos comportamentos de Leonard entre a época que namoravam e agora, que são apenas amigos.

Compartilhar o papel de provedor e de “rainha do lar”
A identidade do homem ainda é muito definida pela sua capacidade para batalhar (“industriousness”) e pelo sucesso na área profissional. A mulher, por sua vez, ainda tem boa parte da importância relacionada com a sua, aparência, sex appeal e papel de cuidadora (beleza, rainha do lar, etc.), embora, cada vez mais, a identidade profissional esteja ficando importante para ela.
Esses padrões arcaicos vêm mudando muito nas ultimas décadas (a mulher se tornou mais provedora e o homem, mais “rei do lar”), mas homens e mulheres ainda mantêm uma boa parte desses papéis. Os homens, trabalhamos como viciados. Mesmo quando já temos mais do que seria suciente para viver bem pelo resto da vida, ainda continuamos fissurados em dinheiro, sucesso e fama. Quando perdemos o emprego e ficamos um bom tempo desempregados a nossa identidade e nossa autoestima definham rapidamente!
Isso pode mudar. Não somos mais tão necessários como provedores. As mulheres estão dividindo esse encargo conosco e já provaram que são tão ou mais eficientes que nós em diversas áreas. Por outro lado, convenhamos, temos que assumir mais as tarefas caseiras e dividir com elas as tarefas relacionadas com a criação dos filhos. Um estudo verificou que uma das coisas que deixam as mulheres mais felizes é ter um marido que assume tarefas caseiras. Nada mais justo. Como elas agora também são provedoras, devemos assumir parte das tarefas da “ex-rainha do lar”, senão elas ficarão com uma dupla jornada. Tudo indica que também podemos ser ótimos nesta nova função. Por exemplo, os melhores cozinheiros de restaurantes são homens....

Liberdade para expressar sentimentos
Creio que este é um grande ganho que nós homens estamos começando a auferir. Até pouco tempo atrás, éramos obrigados a reprimir muitos dos nossos sentimentos e pensamentos porque havia normas do tipo “homem não chora”, “homem não tem medo”. Recentemente, nós homens estamos sendo incentivados, e até cobrados, para sermos mais expressivos. Creio que isso vai contribuir para a nossa saúde psicológica e até mesmo para nossa saúde física (existem evidencias de que as pessoas que partilham mais seus sentimentos e pensamentos ficam menos doentes e, quando o ficam, se recuperam na metade do tempo).
Homens e mulheres, somos mais que uma equipe: somos uma unidade reprodutiva, afetiva e psicológica: nossos destinos são totalmente interdependentes e estamos indelevelmente atados. Que bom que seja assim! Cuidemos, portanto, uns dos outros.
Não façamos a guerra e, sim, o amor!


http://ailtonamelio.blog.uol.com.br/arch2012-07-01_2012-07-31.html
Meus Parabéns para todos vocês, rapazes...

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