Dicas básicas ajudam a manter o arranjo por mais tempo (Foto: Shutterstock)
Para os canteiros baixos em quintais e floreiras na janela, ou seja, locais com sol direto por várias horas ao dia, as mudas de floração são as dicas do paisagista, Sinecio Jacobus Klein. Entre as opções, ele cita a balsamina, a sálvia e a begônia.
A lista de alternativas também inclui os arbustos com flor. Camélia e azaleia já passaram da época da floração, mas o jasmim, o manacá e a buganvília ainda vão dar o ar de suas cores neste ano.
Sol
“Plantas que florescem precisam de sol”, alerta Klein. Os raios precisam incidir sobre as plantas por algumas horas, seja de manhã ou à tarde, embora não necessariamente durante todo o dia. Mas cuidado: a quantidade de luminosidade também não pode ser excessiva. “As folhas são como a pele humana: com excesso de sol, ressecam, queimam”, explica o paisagista.
E se na sua casa ou no seu apartamento não há sol, não se preocupe, nem tudo está perdido. O dono da loja de mudas cita algumas plantas que sobrevivem e dão flores mesmo se plantadas em locais com sombra. A bromélia é uma delas, e tem opções com e sem flor.
Bromélia é uma planta originária das Américas e que sobrevive mesmo sem sol direto, tendo gêneros com flores (acima) e sem
O antúrio (vermelho) e o lírio da paz – também chamado lírio branco entram na lista de plantas com flores que conseguem sobreviver em ambientes com pouca luminosidade.
As orquídeas de vaso também são propícias a locais sombreados. No entanto, lembra Klein, esses vegetais precisam de uma série de cuidados especiais. Um deles, destacado pelo proprietário da BlumenGarten, é que o solo onde se planta as orquídeas precisa ser bem drenado, ou seja, não pode acumular muita água. Por isso, dá-se preferência ao plantio em substratos – como a casca de pínus ou a fibra de coco, já que hoje não se pode mais usar xaxim.
Orquídeas (primeira foto) devem ser plantadas em substrato bem drenado, como casca de pínus (detalhe acima) ou fibra de coco
Água
O cuidado com a quantidade de água, aliás, é um cuidado que se deve ter não só com orquídeas, mas com todas outras plantas. Em excesso, a água pode mofar as raízes, e se for menos do que o necessário pode fazer o vegetal “morrer de sede”.
Normalmente, segundo Klein, as plantas devem ser regadas duas vezes por semana. Mas é preciso estar atento ao tamanho do vaso, porque em recipientes maiores a água fica mais tempo acumulada.
Na primavera e no verão, quando há mais sol, às vezes é necessário regar todos os dias, e o mesmo vale para ambientes com ar condicionado ou ventilador. Com o excesso de calor e a baixa umidade, a planta resseca e pode também precisar de mais água mas, atenção: regar com mais frequência não significa usar mais água em cada vez.
Outro fato para o qual o paisagista chama a atenção é quanto à aparência de ressecamento: é comum a parte de cima da terra ficar mais seca, por causa do ar-condicionado por exemplo, mas o fundo do vaso pode ainda estar encharcado.
Klein ainda pontua que essas recomendações são gerais, e que é interessante, na hora de adquirir a muda, perguntar ao florista quais os cuidados específicos dela. “Cada espécie vai ter um limite diferente do que é ‘pouca’ e ‘muita’ água ou luz”, pontua Klein.
Vento
Em terraços e jardins onde há muito vento, o conselho é usar vasos maiores e mais consistentes de concreto, por exemplo -, para evitar o tombamento. Por ser um lugar em que a planta fica exposta também ao sol, durante todo o dia, os recipientes de maior porte permitem o acúmulo de água, facilitando a reidratação do vegetal.
Além disso, como o vento também acaba rasgando e desgastando as folhas da planta, o indicado é escolher as espécies mais resistentes, como palmeiras, gerânios ou mesmo cactos.
Gerânio tem dois modelos: arbustivo (acima) e pendente
Na praia
Para os jardins e floreiras da casa de praia, Klein também sugere os gerânios, e inclui na lista as clúsias, os ciprestes e as palmeiras. Mas o paisagista alerta que, no litoral gaúcho, quanto mais perto do mar for a residência, menos espécies sobreviverão ao vento forte, à maresia e às altas temperaturas.
Já em Santa Catarina, que tem características climáticas um pouco mais amenas aos vegetais, a quantidade de opções é maior a dica é consultar o florista de acordo com a sua praia.
Clúsia é resistente e, por isso, se torna uma boa opção para a praia
Arbustos e árvores
Embora na maioria das vezes não deem flores, os arbustos tão uma boa opção de planta, principalmente para ambientes internos. O ideal é escolher os que têm folhas mais escuras, pois essas têm mais capacidade de absorção de luz o que é importante se o apartamento ou a casa não tem muita luminosidade.
Klein recomenda pleomeles, palmeiras, chamaedoras, dracenas e a areca bambusa. Uma sugestão para combinar o arbusto com plantas de flores seria plantá-lo em um vaso e, em seu redor, colocar as mudas de floração – dando preferência às que necessitam de menos luz.
De cima para baixo: pleomele, chamaedora, dracena e a areca bambusa
Para quem quer o colorido das plantas e tem mais espaço, ainda há a opção das árvores. Neste caso, pode-se escolher as de menor porte para calçadas – pitangueira, ingá, extremosa – e as um pouco maiores para o jardim – flamboyant, cassia (chuva-de-ouro), jabuticabeira, ipê.
Ipê, em geral roxo, amarelo, rosa ou branco, é sugestão para jardim
Flores de vaso
Quem gosta de ornar a casa com plantas como violetas, crisântemos e outras flores compradas em vaso e comuns como forma de presente, deve ter em mente que não é fácil mantê-las vivas e florescendo. Klein explica que, por serem produzidas em estufas, em condições de adubação e temperatura controladas, as plantas precisariam de cuidados muito específicos depois de sair da floricultura. Por mais que o vegetal sobreviva, dificilmente dará flores novamente, informa o paisagista. A vida média das flores, nesse caso, é de três semanas a dois meses.
Para quem quer garantir a floração mas não tem tanto tempo para se dedicar ao cuidado da planta, uma alternativa são os cactos. Necessitam de pouca manutenção uma rega por semana, em geral, é mais que suficiente e, por isso, conseguem se manter saudáveis para voltar a florescer.
Dicas para começar
– Quando escolher o local de plantio, verifique se ele tem boa drenagem. A dica é cavar um buraco de cerca de 25 centímetros de profundidade, cerca de dois dias após uma chuva, e ver se ainda há água acumulado no fundo do solo; se a resposta for sim, o lugar não é adequado, pois a raiz apodrecerá. Apesar disso, há como fazer uma espécie de dreno artificial, com brita e areia, operação que pode ser instruída pelo jardineiro da loja;
– Opte pelas mudas já enraizadas e embaladas (em vasos de argila, plástico ou mesmo em sacos específicos);
– Caso prefira árvores, atente ao porte que a planta adulta vai ter: a regra geral diz que a sombra da copa é a forma da raiz. Falta de atenção, nesse caso, pode significar uma calçada quebrada ou mesmo um dano à estrutura da casa;
– Ao transferir a muda do vaso para o jardim, o buraco na terra deve ser da mesma profundidade que o recipiente usado pela floricultura. Se o caule ficar mais enterrado do que estava na loja, a planta pode acabar morrendo;
Tagete também é opção para jardim ou floreira, mas têm cheiro forte
– Quanto terminar o processo de transferência, faça uma rega. Ao cavar a terra, esta fica muito aerada, e a água a faz recondensar e “abraçar” as raízes da forma apropriada;
– Cuidado com pragas, como as formigas-cortadeiras (saúvas). Em lojas de jardinagem é possível comprar produtos para combater diferentes tipos de insetos;
– Pergunte qual o tipo de solo é mais adequado à espécie que você escolheu.
http://revista.zapimoveis.com.br/decore-sua-casa-com-as-flores-da-primavera-3048869-sc/