Pelas contas oficiais, a Ilha de Santa Catarina tem 42 praias. Há quem diga que, contando direitinho, o número chega a 100. Na vida real, porém, Floripa acaba tendo duas ou três praias que são as que você elege e volta sempre. Na temporada, fazer um beach tour é impossível, por causa do trânsito. A melhor época para xeretar de praia em praia é no outono, quando o tempo fica firme e paulistas, argentinos, gaúchos e paranaenses já voltaram para suas casas.
Esta lista contém 10 praias (e algumas alternativas) que atendem aos gostos de todos os públicos. Não está organizada em ordem de preferência, mas sim geográfica.
Ah, sim: a minha Floripa costuma ter duas praias: Mole e Jurerê
Ver o mapa no mesmo site
NORTE DA ILHA (marcadores amarelos)
DANIELA
Sossegada e familiar, fica num bairro de casas de veraneio, um pouco adiante de Jurerê mas sem a muvuca da vizinha famosa. A faixa de areia é estreita; o canto direito tem pedras, e o esquerdo, um manguezal. O mar é calminho, bom para ir com crianças pequenas. Avista-se o continente. Distância do centro: 25 km. Hospedagem: o bairro se caracteriza mais por casas para alugar do que por hotéis; a melhor pousada é a Pousada dos Artistas. Nas redondezas: a vizinha Praia do Forte, onde está o forte de São José da Ponta Grossa, tem características semelhantes; mas o acesso só se dá pelo canto esquerdo de Jurerê.
JURERÊ
É a praia do condomínio mais caro e desejado da ilha, Jurerê Internacional. Seu diferencial está nos charmosos beach lounges que existem ao final das vielas de estacionamento, como o Café de la Musique Plage, o Taikô e o Café Riso Plage. No canto esquerdo há um verdadeiro clube de praia, com piscina e tudo, o Parador P12. A faixa de areia é estreita e o mar, calmo. Quase todos os lounges oferecem serviço de praia, com aluguel de cadeiras e espreguiçadeiras. Entre um lounge e outro há quiosques que também alugam cadeiras e fornecem bebidas a preços mais plebeus.
Distância do centro: 23 km.
Nas redondezas: rodando para a esquerda você chega à Praia do Forte, onde há o Forte de São José da Ponta Grossa. Para a direita há uma costeira que vai a até Canasvieiras (principal reduto argentino na ilha) e continua por Cachoeira do Bom Jesus e Ponta das Canas, todas praias de mar calminho tapadas da visão da estrada por predinhos, condomínios e hotéis (os preferidos dos hermanos).
LAGOINHA
O nome oficial é "Lagoinha de Ponta das Canas", para diferenciar da Lagoinha do Leste. É uma ótima praia para levar crianças: a faixa de areia é larga, o mar é calmo e a densidade demográfica é menor do que em outras praias voltadas para o norte. A orla é ocupada por construções baixas; o que predomina na paisagem são os morros e o verde.
Distância do centro: 35 km. Pegue a estrada para Canavieiras e, antes de chegar ao centrinho, siga as placas para Ponta das Canas.
Hospedagem: há um hotel pé-na-areia, antigo porém simpático, muito procurado por argentinos, o Antares Club Lagoinha. No morro do canto direito há uma pousada de charme, a Pousada da Vigia.
Nas redondezas: as praias do caminho (Canavieiras, Cachoeira de Bom Jesus, Ponta das Canas) também têm mar calmo, mas são ou apinhadas demais (Canavieiras) ou de acesso difícil para quem não está hospedado à beira-mar (Cachoeira de Bom Jesus, Ponta das Canas).
PRAIA BRAVA
Uma baita duma pirambeira conduz a uma das melhores praias para surf da ilha. Ali fica o primeiro bar de praia a ficar famoso em Floripa: o Kioske do Pirata, antigamente célebre pela concentração de gente bonita. A praia é urbanizada, com muitos prédios de quatro andares.
Distância do centro: 37 km. Pegue a estrada para Canavieiras e, antes de chegar ao centrinho, siga as placas para Ponta das Canas; a estrada termina na Brava. Hospedagem: o Brava Apart tem apartamentos de 1 e 2 dormitórios.
Nas redondezas: a Brava não tem ligação direta com a próxima praia, Ingleses; para prosseguir o tour da ilha é preciso voltar até Cachoeira do Bom Jesus e pegar a estrada que vai por dentro (e depois segue para o Santinho).
LESTE DA ILHA (marcadores vermelhos)
PRAIA MOLE
Na minha opinião, é "a" praia da Floripa. Mesmo estando perto do centro, você tem a impressão de ter ido para longe da civilização: não há nenhuma construção à vista, só os morros recobertos de verde. O mar não é próprio para crianças e a areia é fofa demais para caminhadas. Nos últimos anos, os bares do meio da praia vêm se transformando em beach lounges patrocinados por grandes empresas mas sem o nariz empinado de Jurerê. O canto esquerdo é o preferido da turma GLS. No verão e mesmo em fins de semana quentes e ensolarados fora de temporada ir e sobretudo voltar da Praia Mole envolve um suplício no trânsito (no verão você pode levar uma hora e meia até o centrinho da Lagoa da Conceição).
Distância do centro: 17 km, via Lagoa da Conceição.
Hospedagem: em frente à praia, do outro lado da estrada, fica o hotel com a localização mais espetacular de Floripa, o Praia Mole Eco Village, que se se estende até a Lagoa; é uma pena, porém, que os apartamentos e cabanas sejam tão antigos e pobrezinhos, à la colônia de férias. Para quem está podendo, há uma suíte no bistrô Isadora Duncan, no caminho para a Barra da Lagoa (oposto ao centro). Uma alternativa bastante simples são os Bangalôs da Mole. Mas a grande novidade para quem quer estar perto da Mole é o novíssimo Don Zepe, que tem apartamentos branquinhos e minimalistas e fica bem no centrinho da Lagoa da Conceição (o que abrevia em 10 quilômetros o seu engarrafamento diário na volta da praia...)
Nas redondezas: pela estrada, a praias seguintes são Barra da Lagoa (urbanizada; tem uma estação do Projeto Tamar) e Moçambique (extensa e selvagem; procurada por surfistas). A pé, saindo pelo canto esquerdo da Mole, chega-se à Galheta.
GALHETA
Praia selvagem, localizada dentro de um parque estadual. O nudismo é permitido (e pouco praticado). Dependendo do swell, o pessoal do surf se muda da Mole ou de Moçambique para lá. No verão é bastante frequentada por gays. O acesso é por uma trilhazinha de 10 minutos a partir do canto esquerdo da Mole (que por sua vez está a pelo menos 20 minutos de caminhada do centro da praia). A vista um pouco antes de chegar é lindíssima.
Distância do centro: 17 km até a Praia Mole, mais 30 ou 40 minutos de caminhada desde o centro da praia. Hospedagem: as opções são as mesmas da Mole.
Nas redondezas: leia na Praia Mole, acima.
SUL DA ILHA (marcadores verdes)
CAMPECHE
É a continuação da Joaquina, mas com acesso mais fácil pelas estradas que servem o sul da ilha. A faixa de areia é larga e há ondas. Mas onde na Joaquina existem dunas, no Campeche há ruas e casas. Plasticamente não é das mais bonitas da ilha: a praia não tem recorte e o único relevo está em frente, na Ilha do Campeche. Mas o Campeche acabou entrando na rota dos que não querem enfrentar o trânsito para o norte e o leste da ilha; por conta disso, a área conhecida como Point do Riozinho. O ponto de referência é a academia Wellness (siga pela Av. Pequeno Príncipe e dobre à esquerda na Av. do Campeche).
Distância do centro: 15 km, saindo pela Beira-Mar Sul (mas dá para vir também pela estrada que sai da Lagoa da Conceição, passando a ponte).
Nas redondezas: a Joaquina ainda é provavelmente a praia mais famosa da ilha mas, com exceção de surfistas e excursionistas, ninguém mais vai. Sempre lembrando: apesar de contíguas, não há estrada direta entre as duas praias; o acesso à Joaquina é pela Lagoa da Conceição.
ILHA DO CAMPECHE
É visitada sobretudo por conta de suas trilhas ecológicas e inscrições rupestres mas confesso que não cheguei a pisar na trilha. Ninguém consegue me tirar de uma praia de areia tão branca e água tão transparente. A prainha onde aportam os barcos dos visitantes é mais que perfeita. Faça esse passeio no primeiro dia de sol escandaloso da sua estada na ilha.
Distância do centro: 22 km até a praia da Armação; ali você procura a Associação de Pescadores (tel.: 48/3338-9470) e se encaixa num barco. No verão também há passeios em botes operados a partir da praia do Campeche.
Hospedagem & Nas redondezas: leia nas praias do Campeche (acima) e Matadeiro (abaixo).
MATADEIRO
Escondida por um morro da visão de quem passa pela estrada, o Matadeiro é outra das praias preferidas pelos surfistas manezinhos (Guga Kuerten sempre fala de lá). Funciona como um anexo selvagem à urbanizada Armação, sua vizinha. Daqui sai uma das trilhas para a Lagoinha do Leste.
Distância do centro: 22 km, saindo pela Beira-Mar Sul.
Nas redondezas: a praia da Armação fica num vilarejo pitoresco de pescadores; o canto esquerdo é desocupado. A Lagoa do Peri fica do outro lado da estrada.
LAGOINHA DO LESTE
Costuma encabeçar todas as listas de praias mais bonitas da ilha. É totalmente selvagem e tem uma lagoinha que ora se comunica, ora não se comunica com o mar. Acredito nos relatos (e nas fotos, claro!), mas ainda não arranjei tempo pra ir. Chegar é um trampo: ou você vai por uma trilha íngreme que sai um pouco antes de Pântano do Sul (e leva 45 minutos), ou vai por uma trilha plana que sai de Matadeiro e contorna o costão (e leva 3 horas). Na temporada barqueiros oferecem transporte, tanto do Matadeiro quanto de Pântano do Sul. Veja fotos da praia aqui.
Distância do centro: Pântano do Sul está a 32 km, saindo pela Baía Sul.Hospedagem: 2 km adiante de Pântano do Sul, na praia dos Açores, há uma boa pousada, a Rosa dos Ventos.
Nos arredores: a praia de Pântano do Sul tem barquinhos de pescadores e o folclórico Bar do Arante, onde os visitantes deixam bilhetes em varais no teto.
http://www.viajenaviagem.com/2011/03/10-praias-em-floripa