Sempre na minha mente e no coração...

Sempre na minha mente e no coração...
Corcovado ou Cristo Redentor, lindo !!!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Siga a sua natureza.



Siga a sua natureza.

Veja o falso como falso,
o verdadeiro como verdadeiro.
Olhe para o seu coração.
Siga a sua natureza
(Buda)
O texto que traduzimos abaixo é parte de uma das palestras de Osho sobre "O Dhammapada".  Ela foi proferida no dia 23 de junho de 1979. O Dhammapada é considerado a essência dos ensinamentos de Buda.

  "Esta é uma das mais belas declarações: 'Olhe para o seu coração. Siga a sua natureza'.
         Buda não está dizendo, siga as escrituras. Ele não está dizendo, siga-me. Ele não está dizendo, siga certas regras de conduta. Ele não está ensinando a você qualquer moralidade. Ele não está tentando criar um certo caráter em você, porque todo caráter é uma bela cela de uma prisão. Ele não está dando a você um certo caminho para viver. Ao invés disso, ele está lhe dando coragem para seguir a sua própria natureza. Ele quer que você seja corajoso o bastante para ouvir o seu próprio coração e seguir, de acordo com ele.
         'Siga a sua natureza' quer dizer: flua com você mesmo. Você é a escritura... e escondido lá no fundo de você ainda está uma pequena voz. Se você se tornar silencioso, você será guiado por ela.
          O Mestre tem apenas que tornar você consciente de seu Mestre interior. Aí a sua função estará completa. Aí ele poderá deixar você consigo mesmo, ele poderá mandar você de volta para você mesmo. A proposta de um Mestre não é escravizar um discípulo, a proposta de um Mestre é libertá-lo, é lhe dar total liberdade. E essa é a única possibilidade de se atingir a liberdade total: 'Siga a sua natureza'.
          Por 'natureza', Buda quer dizer Dhamma. Assim como é da natureza da água fluir para baixo e é da natureza do fogo se expandir para o alto, assim existe uma certa natureza escondida dentro de você. Se todos os condicionamentos que foram impostos a você pela sociedade forem removidos, de repente você irá descobrir a sua natureza.
          A sua natureza é tornar-se Deus. Ais Dhammo sanantano - essa é a lei eterna e inesgotável: sua natureza é tornar-se Deus.
          O homem é um Deus em potencial, um bodhisattva. O significado do homem é tornar-se Deus. Menos do que isso não irá satisfazer você, menos do que isso não terá utilidade. Você pode ter todo o dinheiro do mundo, todo o poder, todo o prestígio possível, e ainda assim você permanecerá vazio.A não ser que a sua natureza divina floresça, abra os seus botões, a não ser que você se torne um lótus, mil pétalas de lótus, a não ser que a sua divindade seja revelada a você, você nunca estará satisfeito.Ao homem religioso comum é dito para que permaneça satisfeito e contente, em qualquer que seja a situação. Os chamados santos religiosos seguem ensinando às pessoas: 'fique satisfeito'. A satisfação é um de seus ensinamentos fundamentais. Esse não é o caminho dos verdadeiros Mestres.
          O Mestre verdadeiro cria o descontentamento em você, um tal descontentamento que nada neste mundo poderá satisfazê-lo. Ele cria um tal anseio em você, que a não ser que você alcance o máximo, você irá permanecer sem fogo, sem chama. Ele cria dor em seu coração, ele cria angústia...porque a vida está escorregando a todo momento, e cada momento que se foi, se foi para sempre, e você ainda não alcançou Deus e mais um dia já se passou.
          Ele cria um tal anseio profundo em você, uma tal dor em seu coração! Ele cria lágrimas em seus olhos, porque somente através desse divino descontentamento, você irá se mover, você dará o salto quântico, o salto maior em direção ao desconhecido. Somente através desse divino descontentamento é que você reunirá todas as suas energias e se arriscará, indo até a aventura maior que é descobrir quem você é.
          Siga a sua própria natureza. A sua natureza é a consciência. Mas os padres disseram a você: siga certas regras de conduta, os Dez Mandamentos, siga certos princípios, não a sua natureza. Os padres têm muito medo da sua natureza, porque se você seguir a sua natureza você irá sair de seu controle, você não será mais um escravo. Você não irá mais às igrejas, aos templos e aos mosteiros, e você não irá mais ouvir seus estúpidos padres, políticos, os chamados líderes. Eu digo que eles são os 'chamados líderes' porque o que na verdade está acontecendo é que pessoas cegas estão guiando pessoas cegas.
          Se você ouvir à sua própria natureza, você não irá ouvi-los mais. Se você conhecer a sua própria voz interior, você se tornará livre. Então, a sua voz interior tem que ser esmagada, destruída, completamente destruída, ou pelo menos distorcida de tal maneira que mesmo se você ouvi-la, você não poderá entendê-la. E eles têm sido bem sucedidos. A não ser que você lute arduamente contra eles, não haverá possibilidade de sucesso. A exploração deles é tão velha, a opressão deles é tão antiga, as estratégias deles são tão espertas... e eles têm um poder infinito em suas mãos. E quem é você individualmente contra eles?
          Mas se você for para dentro, se você ouvir o seu coração, você irá alcançar um tal poder que nenhum poder na Terra poderá escravizá-lo de novo.
          Siga a sua natureza. Mas como seguir a sua natureza, se você não sabe o que ela é? E não lhe é permitido saber o que ela é! Você recebeu instruções precisas sobre o que fazer: o que comer, quando levantar-se de manhã, quando ir para a cama...Você recebeu instruções precisas. Aquelas instruções, se seguidas, fazem de você um escravo. Se não seguidas, fazem de você um criminoso. Se seguidas, você se torna um santo, mas um escravo. As pessoas irão adorá-lo, respeitá-lo, mas todo esse respeito é um entendimento mútuo: 'Se você seguir as nossas instruções, nós respeitaremos você. Se você não seguir, você irá para a prisão.'
          Ou você se tornará espiritualmente um escravo ou fisicamente um prisioneiro: essas são as duas alternativas que a sociedade dá a você. E isso nunca permite a você se tornar consciente de que existe dentro de você uma fonte de infinita orientação e direcionamento. E é de lá que Deus fala.
          Deus ainda fala, ele não parou de falar. Ele não é parcial. Não é que ele tenha falado a Maomé e a Moisés e que ele não fala a você. Ele está falando a você tanto quanto ele falou para Maomé. A única diferença é que Maomé estava pronto para ouvi-lo e você não está pronto para ouvi-lo. Maomé estava disponível e você não está disponível.
          Tornar-se disponível à sua própria natureza interior é o que eu chamo de meditação.
          Lembre-se dessas duas palavras. O caráter é uma invenção dos políticos e dos padres, é uma conspiração contra você. A consciência é a sua natureza. Sim, o homem de consciência tem um certo caráter, mas esse caráter segue a sua natureza. Não lhe foi imposto por alguém, esse caráter é a sua própria decisão. E ele não está preso a esse caráter, ele está totalmente livre para mudá-lo a qualquer momento. As circunstâncias mudam, a sua consciência lhe dá diferentes direções e ele muda o seu caráter.
          O homem de caráter, o 'chamado homem de caráter', está preso. Mesmo se as circunstâncias mudarem ele segue repetindo o mesmo caráter, mesmo que não seja mais relevante, mesmo que não seja mais adequado. O contexto no qual ele tinha um significado desapareceu, mas ele segue repetindo as mesmas tolices. Ele é como um papagaio. Ele é uma máquina: ele não responde, ele simplesmente reage.
          Um homem de consciência responde e suas respostas são espontâneas. Ele é como um espelho. Ele reflete tudo aquilo que se confronta com ele. E a partir dessa espontaneidade, a partir dessa consciência, um novo tipo de ação surge. Essa ação nunca cria qualquer escravidão, qualquer carma. Essa ação liberta você. Você alcança a liberdade se você ouvir a sua natureza.
          Mas esse simples conselho parece ser muito difícil para as pessoas. Ele deveria ser a coisa mais simples do mundo. Cada criança nasce seguindo sua natureza, mas na medida em que você cresce, pouco a pouco você vai perdendo o contato com ela. Você é forçado a perder o contato com ela. O contato pode ser recuperado, ele pode ser redescoberto. Anos mais tarde, quando você tiver se tornado uma pessoa culta, preso dentro de um certo caráter, completamente cego para com seu coração e sua natureza, você começa a formular muitas perguntas.
          Outro dia, o Prem Vijen perguntou: 'Osho, o que você quer dizer quando você diz Vá para dentro?'
          Uma declaração tão simples, 'Vá para dentro', e você me pergunta 'o que eu quero dizer com ela?' Você não consegue entender estas simples palavras, 'vá para dentro'? Eu sei que você conhece as palavras, mas ir para dentro tornou-se muito difícil porque você só aprendeu como ir para fora. Você só pode ir para fora, você só sabe como ir, se for para fora.A sua consciência está voltada para os outros, ela esqueceu o caminho para ela mesma. Você segue batendo na porta dos outros e sempre que é dito a você, 'vá para casa' você diz: ' Osho, o que você quer dizer com ir para casa?' Você só conhece as casas dos outros, você não conhece o seu próprio lar. E você está carregando esse lar dentro de você. Você foi forçado a ser extrovertido. Você tem que aprender de novo o caminho de ir para dentro.
          Soren Kierkegaard disse: 'Religião significa ir para dentro', ir para a sua própria interioridade. Mas as simples palavras 'ir para dentro' tornaram-se tão difíceis de entender. A mente conhece apenas como ir para fora, e nela não há qualquer marcha a ré....
          Eu estou ensinando a você aqui que a marcha a ré está aí, embutida, você apenas se esqueceu dela. Você sabe como ir para fora. Ninguém pergunta 'O que você quer dizer quando diz 'vá para fora'?'. Mas todo mundo quer perguntar 'O que você quer dizer quando diz 'vá para dentro'?'. Simples palavras!
          Pensar é ir para fora e não pensar é ir para dentro. Pense e você já começou a se mover para fora de si mesmo. O pensamento é a maneira de levar você para longe. O pensamento é um projeto. Não-pensamento... e de repente você está dentro. Sem pensamento você não pode ir para fora, sem desejo você não pode ir para fora. Você precisa do combustível do desejo e do veículo do pensamento para ir para fora.
          Sentando-se silenciosamente, nada fazendo... nem mesmo pensando, nem mesmo desejando... e onde você estará?
          Ir para dentro não é verdadeiramente ir para dentro. É simplesmente parar de ir para fora... e de repente você encontra a si mesmo dentro.
          Prem Vijen, você não precisa ir para dentro porque se você for, você irá sempre para fora. Ir significa ir para fora. Pare de ir! Pare de ir a qualquer lugar! Você consegue sentar-se silenciosamente sem ir a qualquer lugar? Sim, fisicamente você pode sentar-se, isso não é muito difícil. Você pode aprender uma postura de yoga e você pode fazer de seu corpo quase uma estátua, mas o problema é: o que você está fazendo do lado de dentro? Desejos, pensamentos, memórias, imaginação, todos os tipos de projetos? Pare com eles também.
          Como parar com eles? Simplesmente torne-se indiferente a eles, despreocupado. Mesmo que eles estejam ali, não dê atenção a eles. Mesmo que eles estejam ali, não lhes dê qualquer importância. Mesmo que eles estejam ali, deixe-os estar. Sente-se silenciosamente do lado de dentro, observando. Lembre-se dessa palavra: observando, testemunhando, simplesmente estando alerta.
          E na medida em que esse observar cresce, se torna mais profundo, a mesma energia que estava se tornando desejos, pensamentos, memórias e imaginação, essa mesma energia é absorvida em nova profundidade. A mesma energia é usada por esse aprofundamento interno. E você saberá o que quero dizer quando digo 'Vá para dentro'.
          Não comece a procurar nos dicionários ou na Enciclopédia Britânica. Não é uma questão de palavras. Palavras são simples para compreender. Quando eu digo 'Vá para dentro', é isso exatamente o que eu quero dizer: vá para dentro! Não comece a perguntar sobre as palavras. Escute a mensagem oculta, senão você irá perder o trem. O que eu quero dizer com 'perder o trem'?.........
          Se você se tornar muito interessado em palavras, 'O que quer dizer com ir para dentro? O que isso quer dizer...?' Verbalmente, lingüisticamente, Vijen, você vai perder o trem. Não desperdice tempo com palavras!
          E essa é particularmente uma nova espécie de doença que tem atingido os intelectuais do mundo. Pelo menos por cinqüenta anos, o mundo filosófico tem se tornado muitíssimo interessado em palavras e análises lingüísticas. Eles não perguntam mais o que é Deus. Eles não perguntam mais se Deus existe ou não. Os filósofos contemporâneos perguntam, 'O que quer dizer quando você usa a palavra Deus?' A questão não é se Deus existe ou não. A questão não é o que é Deus. A questão não é como se alcança Deus. Agora a questão tomou uma nova direção: 'O que você quer dizer quando você usa a palavra Deus?' O que você quer dizer quando você usa a palavra rosa? Essa questão é mais fácil. Você pode pegar o filósofo, forçá-lo a ir até o jardim e mostrar a ele a rosa. 'Isso é o que eu quero dizer quando eu uso a palavra rosa'. Mas isso não pode ser feito com a palavra Deus, isso não pode ser feito com a palavra meditação, isso não pode ser feito com as palavras 'vá para dentro'. Estes são fenômenos sutis. Não se torne um interessado em lingüística. Eu não estou aqui para ensinar análise lingüística a você.
          Toda a minha abordagem é existencial. Se você realmente quer saber o que significa ir para dentro, então vá para dentro! E o caminho é: observe os seus pensamentos e não se identifique com eles. Simplesmente permaneça um observador, completamente indiferente, nem contra nem a favor. Não julgue, porque qualquer julgamento traz identificação. Não diga, 'Estes pensamentos são errados' e não diga, 'Estes pensamentos são bons'. Não faça comentários sobre os pensamentos. Deixe que eles passem como se eles fossem apenas a passagem do tráfego e você está de pé ali ao lado da rodovia despreocupado, olhando o tráfego. Não interessa o que está passando, um ônibus, um caminhão ou uma bicicleta. Se você puder observar o processo de pensamentos de sua mente com tal despreocupação, com tal desapego, não estará longe o dia em que todo o tráfego desaparece... porque o tráfego somente pode existir se você seguir dando energia para ele. Se você parar de dar energia para ele... E isso é o observar: parar de dar energia para isso, parar a energia que se move dentro do tráfego. É a sua energia que faz aqueles pensamentos se moverem. Quando a sua energia não os está alimentando, eles começam a cair, eles não conseguem se manter em pé por si mesmos.
          E quando a rodovia da mente estiver completamente vazia, você está dentro. Isso é o que eu quero dizer, Vijen, quando eu digo 'Vá para dentro'. E isso é o que Buda quer dizer quando ele diz: 'Siga a sua natureza'."


                                        OSHO - The Book of the Books - Volume I - Discourse n. 3
                                                Palestras sobre O Dhammapada, de Gautama, o Buda
                                                  tradução: Sw.Bodhi Champak


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Bom Dia!!! Com alegria e muito conhecimento, isso faz um bem imenso...

Amor e meditação

Sri Osho Rajneesh


Amor e meditação



"........O ódio existe com o passado e com o futuro, enquanto o amor não precisa nem de passado nem de futuro. O amor existe no presente. O ódio tem uma referência no passado. Alguém abusou de você ontem e você está carregando isso como uma ferida, como uma ressaca. Ou pode ser que você esteja com medo de que alguém vá abusar de você amanhã, um medo, uma sombra de medo. E você já começa a se aprontar, começa a se preparar para ir de encontro à situação.
          O ódio existe com o passado e com o futuro. Você não pode odiar no presente. Tente e você se sentirá completamente impotente. Tente isso hoje: sente-se em silêncio e odeie alguém no presente, sem qualquer referência ao passado ou ao futuro... você não consegue fazer isso. Isso não pode ser feito. Pela própria natureza das coisas, isso é impossível. O ódio só pode existir se você se lembrar do passado - esse homem fez alguma coisa com você ontem - aí o ódio é possível. Ou esse homem vai fazer alguma coisa com você amanhã - aí também o ódio é possível. Mas se você não tiver qualquer referência com o passado ou com o futuro - esse homem nada fez a você e nem vai fazer, esse homem está simplesmente sentado ali. Como você pode odiar? Mas você pode amar.
          O amor não necessita de qualquer referência. Essa é a beleza do amor e a liberdade do amor. O ódio é uma escravidão. O ódio é uma prisão imposta por você a si mesmo. E o ódio cria ódio, o ódio provoca ódio. Se você odeia alguém, você está criando ódio no coração daquela pessoa contra você mesmo. E todo o mundo existe em torno do ódio, da destruição, da violência, da inveja, da competição. As pessoas estão cada qual atracadas no pescoço umas das outras, ou de verdade, na ação, ou pelo menos na mente. Em seus pensamentos todo mundo está matando, assassinando. É por isso que nós criamos um inferno em cima desta linda terra, que poderia ter se tornado um paraíso.
          Ame e a terra se torna um paraíso novamente. E a imensa beleza do amor é que ele é, sem qualquer referência. O amor brota em você, sem qualquer razão. É a sua felicidade transbordando, é o seu coração compartilhado. É o compartilhar da canção do seu ser. E compartilhar é um ato tão cheio de alegria, que a pessoa compartilha. Compartilhar por ser bom compartilhar, por nenhum outro motivo.
          Mas o amor que você conheceu no passado não é o amor do qual Buda está falando ou que eu estou falando. O seu amor nada mais é do que o outro lado do ódio. Então o seu amor tem referência. Alguém foi tão belo com você ontem, ele estava tão bom que você está sentindo um grande amor por ele. Isso não é amor. Isso é o outro lado do ódio. A prova disso é a referência. Ou alguém será bom para você amanhã, o jeito como ele sorri para você, o jeito como ele fala com você, o jeito como ele convidou você para ir à casa dele amanhã, ele será muito amável com você. E um grande amor desabrocha.
          Esse não é o amor do qual Buda fala. Isso é ódio disfarçado em amor. É por isso que o seu amor pode se transformar em ódio a qualquer momento. Arranhe uma pessoa só um pouquinho e o amor desaparecerá e o ódio crescerá. Ele não é amor nem de raspão. Mesmo os chamados grandes amantes  estão continuamente lutando, continuamente no pescoço dos outros, ranzinzas, destrutivos. E as pessoas pensam que isso é amor...
          O seu amor não é realmente amor, ele é o seu oposto. Ele é ódio disfarçado em amor, camuflado como amor, exibindo-se como amor. O verdadeiro amor é sem referências. Ele não pensa sobre o ontem nem sobre o amanhã. O verdadeiro amor é um espontâneo jorrar de alegria em você... e o compartilhar isso... e derramar isso... pela simples alegria de compartilhar, sem qualquer outra razão, sem qualquer outro motivo.
          Os pássaros cantando de manhã, esse cuco cantando lá longe... sem qualquer razão. O coração está simplesmente cheio de alegria e uma canção explode. Quando eu estou falando sobre o amor, eu estou falando sobre esse amor. Lembre-se disso. E se você puder entrar na dimensão desse amor, você estará no paraíso, imediatamente. E você começará a criar um paraíso na terra.
          O amor cria amor, assim como o ódio cria ódio.
          ........O ódio nunca dissolve o ódio, a escuridão não pode dissolver a escuridão. Somente o amor dissolve o ódio, somente a luz pode dissolver a escuridão. Essa é a lei. O amor é luz, a luz de seu ser; e o ódio é a escuridão de seu ser. Se você estiver escuro por dentro, você vai sair lançando ódio por todos os lados. Se você tiver luz dentro, então você irá irradiar luz ao seu redor.
        
   Ais dhammo sanantano...          Buda sempre repete isso. Essa é a eterna lei. Qual é a eterna lei? A que somente o amor dissolve o ódio, somente a luz dissolve a escuridão. Por que? Porque a escuridão em si mesma é apenas um estado negativo, ela não tem qualquer existência positiva. Ela não existe na verdade. Como você pode dissolvê-la? Você não consegue fazer coisa alguma diretamente com a escuridão. Se você quiser fazer alguma coisa com a escuridão, você terá que fazer com a luz. Traga a luz para dentro e a escuridão irá embora. Leve a luz para fora e escuridão entrará. Mas você não poderá trazer escuridão para dentro ou para fora diretamente, você não pode fazer coisa alguma com a escuridão.
          Lembre-se de que você também não pode fazer coisa alguma com o ódio e essa é a diferença entre os professores da moral e os místicos religiosos. Os professores da moral seguem propondo a lei falsa. Eles propõem 'luta contra a escuridão, luta contra o ódio, luta contra a raiva, luta contra o sexo, luta contra isso, luta contra aquilo'. Toda a abordagem deles é 'luta contra o negativo', enquanto o verdadeiro e real mestre ensina a você a lei positiva: 
Ais dhammo sanantano, a lei eterna, 'não lute contra a escuridão'. E o ódio é escuridão, o sexo é escuridão, o ciúme é escuridão, a cobiça é escuridão e a raiva é escuridão.
         Traga a luz para dentro...
          Como a luz pode ser trazida para dentro? Torne-se silencioso, sem pensamentos, consciente, alerta, atento, desperto.... É assim que a luz é trazida para dentro. E no momento em que você estiver alerta e consciente, o ódio não será encontrado.Tente odiar alguém com consciência..... Esses são experimentos  a serem feitos, não apenas palavras a serem entendidas, experimentos a serem feitos. É por isso que eu digo: não tente entender apenas intelectualmente, torne-se um experimentador existencial. Tente odiar alguém conscientemente e verá que isso é impossível. Ou a consciência desaparece e então você poderá odiar, ou, se você estiver consciente, o ódio desaparecerá. Eles não podem existir juntos. Não existe coexistência possível, a luz e a escuridão não podem existir juntas, porque a escuridão nada mais é que ausência de luz.
             Os verdadeiros mestres ensinam a alcançar Deus, eles nunca lhe dizem para renunciar ao mundo. Renúncia é negativo. Eles nunca lhe dizem para escapar do mundo, eles lhe ensinam ir para Deus. Eles ensinam a você alcançar a verdade, não lutar contra as mentiras. E as mentiras são milhões. Se você for lutar contra elas, isso levará milhões de vidas e nada será alcançado. E a verdade é uma, e ela pode ser alcançada instantaneamente, neste exato momento é possível....
          A vida é tão curta, tão momentânea...  E você a está desperdiçando em discussões? Use toda a energia para meditação. É a mesma energia. Você pode brigar com ela ou você pode se tornar uma luz através dela...
          Buda diz: Lembre-se, se você depende de seus sentidos, você permanecerá muito frágil, porque os sentidos não podem lhe dar força. Eles não lhe podem dar força porque eles não podem lhe dar uma base constante. Eles estão constantemente num fluxo, tudo está mudando. Onde você pode ter um abrigo? Onde você pode construir uma base?
          Num momento esta mulher parece linda, num outro momento é uma outra mulher. Se você decidir pelos sentidos, você estará num constante caos, você não pode decidir porque os sentidos seguem mudando suas opiniões. Num momento uma coisa parece tão incrível, e num momento seguinte, ela é simplesmente feia, insuportável. E nós dependemos desses sentidos.
          Buda diz: Não dependa dos sentidos, dependa da consciência. Consciência é alguma coisa escondida atrás dos sentidos. Não são os olhos que vêem. Se você for a um especialista em olhos ele irá dizer que são os olhos que vêem, mas isso não é verdade. O olho é apenas um mecanismo, através dele alguém vê. O olho é apenas uma janela e a janela não pode ver. Quando você se coloca diante de uma janela, você pode olhar para fora. Alguém que passa pela rua pode pensar: 'a janela está me vendo'. O olho é apenas uma janela, uma abertura. Quem está por trás dos olhos?
          O ouvido não ouve, quem está por trás do ouvido? Quem ouve? Quem sente? Siga pesquisando isso e você encontrará alguma base, de outra forma, sua vida será apenas uma folha seca ao vento....
          A meditação fará você desperto, forte e humilde. A meditação fará você desperto porque ela dará a você a primeira experiência de si mesmo. Você não é o corpo e você não é a mente. Você é pura consciência presenciando, testemunhando. E quando essa consciência que testemunha é tocada, um grande despertar acontece, como se uma cobra estivesse quieta enroscada e de repente desse um bote, como se alguém estivesse dormindo e tivesse sido chacoalhado e despertasse. De repente, há um grande despertar interno. Pela primeira vez você sente que 
você é. Pela primeira vez você sente a verdade de seu ser.
          E certamente isso faz você forte, você não é mais frágil, não como uma árvore fraca que qualquer vento curva. Agora você se tornou uma montanha. Agora você tem uma base, agora você está enraizado, nenhum vento pode curvar a montanha. Você se torna desperto, você se torna forte e ainda, você se torna humilde. Essa força não traz qualquer ego para você. Você se torna humilde porque você se torna consciente de que a mesma alma que testemunha existe em todo mundo, mesmo em animais, pássaros, plantas, rochas. Essas são apenas maneiras diferentes de dormir. Algumas pessoas dormem para o lado direito, algumas pessoas dormem para o lado esquerdo e algumas pessoas dormem de costas... Essas são maneiras diferentes de dormir. Uma rocha tem sua maneira própria de dormir, uma árvore, uma maneira diferente de dormir, um pássaro, uma maneira ainda diferente. Mas são apenas diferenças nas maneiras e nos métodos de dormir. Fora isso, mais profundamente, no centro de todo ser, está o mesmo testemunhar, o mesmo Deus. Isso faz você humilde, por que mesmo diante de uma rocha você sabe que você não é ninguém especial, por que toda a existência é feita da mesma substância chamada consciência. E se você estiver desperto, forte e humilde, você se torna mestre de si mesmo....."
           
                                        OSHO - The Book of the Books - Volume I
                                                Palestras sobre O Dhammapada, de Gautama, o Buda
                                                  tradução: Sw.Bodhi Champak

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EU TE COMPREENDO - Osho



EU TE COMPREENDO - Osho 


Eu sei das tuas tensões, dos teus vazios e da tua inquietude. Eu sei da luta que tens travado à procura de Paz. Sei
também das tuas dificuldades para alcançá-la. Sei das tuas quedas, dos teus propósitos não cumpridos, das tuas
vacilações e dos teus desânimos. Eu te compreendo... 


Imagino o quanto tens tentado para resolver as tuas preocupações profissionais, familiares, afetivas, financeiras e sociais.
Imagino que o mundo, de vez em quando, parece-te um grande peso que te sentes obrigado a carregar. E tantas vezes,
sem medir esforços. Eu conheço as tuas dúvidas, as dúvidas da natureza humana. 


Percebo como te sentes pequeno quando teus sonhos acalentados vão por terra, quando tuas expectativas não são
correspondidas. E essas inseguranças com o amanhã? E aquela inquietação atroz em não saberes se amanhã as pessoas
que hoje te rodeiam ainda estarão contigo? De não saberes se reconhecerão o teu trabalho, se reconhecerão o teu
esforço. E, por tudo isto, sofres, e te sentes como um barco sozinho num mar imenso e agitado. E não ignoro que, muitas
vezes, sentes uma profunda carência de amor. Quantas vezes pensaste em resolver definitivamente os teus conflitos
no trabalho ou em casa. E nem sempre encontraste a receptivamente esperada ou não tiveste força para encaminhar a
tua proposta. Eu sei o quanto te dói os teus limites humanos e o quanto às vezes te parece difícil uma harmonia íntima. E
não poucas vezes, a descrença toma conta do teu coração. 


Eu te compreendo... Compreendo até tuas mágoas, a tristeza pelo que te fizeram, a tristeza pela incompreensão que te
dispensaram, pelas ingratidões, pelas ofensas, pela palavras rudes que recebeste. Compreendo até as tuas saudades e
lembranças. Saudade daqueles que se afastaram de ti, saudade dos teus tempos felizes, saudade daquilo que não volta
nunca mais... E os teus medos? Medo de perderes o que possuis, medo de não seres bom para aqueles que te cercam,
medo de não agradares devidamente às pessoas, medo de não dares conta, medo de que descubram o teu íntimo, medo
de que alguém descubra as tuas verdades e as tuas mentiras, medo de não conseguires realizar o que planejaste,
medo de expressares os teus sentimentos, medo de que te interpretem mal. Eu compreendo esses e todos os outros
medos que tens dentro de ti. Sou capaz de entender também os teus remorsos, as faltas que cometeste, o sentimento
de culpa pelos pequenos ou grandes erros que praticaste na tua vida. 


E sei que, por causa de tudo isso, às vezes te encontras num profundo sentimento de solidão. É quando as coisas perdem
a cor, perdem o gosto e te vês envolto numa fina camada de indiferença pela vida. Refiro-me àquela tua sensação de
isolamento, como se o mundo inteiro fosse indiferente às tuas necessidades e ao teu cansaço. E nesse estado, és
envolvido pelo tédio e cada ação ou obrigação exige de ti um grande esforço. Sei até das tuas sensações de estares
acorrentado, preso; preso às normas, aos padrões estabelecidos, às rotineiras obrigações: "Eu gostaria de... mas eu tenho
que trabalhar, tenho que ajudar, tenho que cuidar de, tenho que resolver, tenho que!...". Eu te compreendo...
Compreendo os teus sacrifícios. E a quantas coisas tens renunciado, de quantos anseios tens aberto mão!... E sempre
acham que é pouco... 


Pouca coisa tens feito por ti e tua vida, quase toda ela, tem sido afinal dedicada a satisfazer outras pessoas. Sei do teu
esforço em ajudar às outras pessoas e sei que isso é a semente de tuas decepções. Sei que, nas tuas horas mais amargas,
até a revolta aflora em teu coração. Revolta com a injustiça do mundo, revolta com a fome, as guerras, a competição entre
os homens, com a loucura dos que detêm o poder, com a falsidade de muitos, com a repressão social e com a
desonestidade. Por tudo isso, carregas um grau excessivo de tensões, de angústia e de ansiedade. Sonhas com uma
vida melhor, mais calma, mais significativa. Sei também que tens belos planos para o amanhã. Sei que queres apenas
um pouco de segurança, seja financeira ou emocional, e sei que lutas por ela.


Mas, mesmo assim, tuas tensões continuam presentes. E tu percebes estas tensões nas tuas insônias ou no sono
excessivo, na ausência de fome ou na fome excessiva, na ausência de desejo para o sexo ou no desejo sexual
excessivo. O fato é que carregas e acumulas tensões sobre tensões: tensões no trabalho, nas exigências e
autoritarismos de alguns, nas condições inadequadas de salário e na inexistência de motivação, nos ambientes tóxicos
das empresas, na inveja dos colegas, no que dizem por trás. Tensões na família, nas dependências devoradoras dos
que habitam a mesma casa; nos conflitos e brigas constantes, onde todos querem ter razão; no desrespeito à tua
individualidade, no controle e cobrança das tuas ações. Eu te compreendo, e te compreendo mesmo. E apesar decompreender-te totalmente, quero dizer-te algo muito importante. Escuta agora com o coração o que te vou dizer: 

Eu te compreendo, mas não te apoio! Tu és o único responsável por todos estes sentimentos. A vida te foi dada de
graça e existem em ti remédios para todos os teus males. Se, no entanto, preferes a autocomiseração ao invés de
mobilizares as tuas energias interiores, então nada posso te oferecer. Se preferes sonhar com um mundo perfeito, ao
invés de te defrontares com os limites de um mundo falho e humano, nada posso te oferecer. 

Se preferes lamentar o teu passado e encontrar nele desculpas para a tua falta de vontade de crescer; se optastes por
tentar controlar o futuro, o que jamais controlarás com todas as suas incertezas; se resolveste responsabilizar as
pessoas que te rodeiam pela tua incompetência em tratar com os aspectos negativos delas, em nada posso te ajudar.
Se trocaste o auto apoio pelo apoio e reconhecimento do teu ambiente, então nada posso te oferecer. Se queres ter
razão em tudo que pensas; se queres obter piedade pelo que sentes; se queres a aprovação integral em tudo que fazes;
se escolhestes abrir mão de tua própria vida, em nome do falso amor, para comprares o reconhecimento dos outros,
através de renúncias e sacrifícios, nada posso te oferecer. Se entendeste mal a regra máxima "Amar ao próximo como
a ti mesmo", esquecendo-te de amar a ti mesmo, em nada posso te ajudar. 

Se não tens um mínimo de coragem para estar com teus próprios sentimentos, sejam agradáveis ou dolorosos; se não
tens um mínimo de humildade para te perdoares pelas tuas imperfeições; se desejas impressionar os outros e angariar a
simpatia para teus sofrimentos; se não sabes pedir ajuda e aprender com os que sabem mais do que tu; se preferes
sonhar, ao invés de viver, ignorando que a vida é feita de altos e baixos, nada posso te oferecer. Se achas que pelo teu
desespero as coisas acontecerão magicamente; se usas a imperfeição do mundo para justificar as tuas próprias
imperfeições; se queres ser onipotente, quando de fato és simplesmente humano; se preferes proteção à tua própria
liberdade; se interiorizaste em ti desejos torturadores; se deixaste imprimirem-se em tua mente venenosas ordens de:
"Apressa-te!", "Não erres nunca!", "Agrade sempre!"; se escolheste atender às expectativas de todas as pessoas; se és
incapaz de dar um não quando necessário, em nada posso te ajudar. Se pensas ser possível controlar o que os outros
pensam de ti; se pensas ser possível controlar o que os outros sentem a teu respeito; se pensas ser possível controlar o
que os outros fazem; se queres acreditar que existe segurança fora de ti, repito: 

Eu te compreendo mas, em nome do verdadeiro Amor, jamais poderia apoiar-te! Se recusas buscar no âmago do teu ser
respostas para os teus descaminhos, se dás pouca importância a teus sussurros interiores; se esqueceste a unidade
intrínseca dos opostos em nossa vida terrena; se preferes o fácil e abandonaste a paciência para o Caminho; se
fechaste teus ouvidos ao chamado de retorno; se perdeste a confiança a ponto de não poderes entregar tua vida à vontade
onipotente de Deus; se não quiseste ver a Luz que vem do Leste; se não consegues encontrar no íntimo das coisas
aquele ponto seguro de equilíbrio no meio de todas as tormentas e vicissitudes; se não aceitas a tua vocação de Viajante
com todos os imprevistos e acidentes da Jornada; se não queres usar o tempo, o erro, a queda e a morte como teus
aliados de crescimento, realmente nada posso fazer por ti. 

Se aspiras obter proteção quando o que precisas é Liberdade; se não descobriste que a verdadeira Liberdade e a
autêntica Segurança são interiores; se não sabes transformar a frase "Eu tenho que..." na frase "Eu quero!"; se queres
que o fantasma do passado continue a fechar teus olhos para a infinidade do teu aqui e agora; se queres deixar que o
fantasma do futuro te coloque em posição de luta com o que ainda não aconteceu e, provavelmente, não chegará a
acontecer; se optaste por tratar a ti mesmo como a um inimigo; se te falta capacidade para ver a ti mesmo como
alguém que merece da tua própria parte os maiores cuidados e a maior ternura; se não te tratas como sendo a semente
do próprio Deus; se desejas usar teus belos planos de mudar, de crescer, de realizar, como instrumentos de auto-tortura;
se achas que é amor o apego que cultivas pelos teus parentes e amigos; se queres ignorar, em nome da seriedade e
da responsabilidade, a criança brincalhona que habita em ti; se alimentas a vergonha de te enternecer diante de uma flor
ou de um por de sol; se através da lamentação recusas a vida como dádiva e como graça, não posso te apoiar. 

Mas, se apesar de todo o sono, queres despertar; se apesar de todo o cansaço, queres caminhar; se apesar de todo o
medo, queres tentar; se apesar de toda acomodação e descrença, queres mudar, aceita então esta proposta para a tua
Felicidade: A raiz de todas as tuas dificuldades são teus pensamentos negativos. São eles que te levam para as dores
das lembranças do passado e para a inquietação do futuro. São esses pensamentos que te afastam da experiência de
contato com teu próprio corpo, com o teu presente, com o teu aqui e agora e, portanto, distanciando-te de teu próprio
coração. Tens presentes agora as tuas emoções? Tens presente agora o fluxo da tua respiração? Tens presente agora a
batida do teu coração? Tens agora a consciência do teu próprio corpo? Este é o passo primordial. Teu corpo é concreto,
real, presente, e é nele que o sofrimento deságua e é a partir dele que se inicia a caminhada para a Alegria. 

Somente através dele se encaminha o retorno à Paz. Jamais resolverás os teus problemas somente pensando neles.
Começa do mais próximo, começa pelo corpo. Através dele chegarás ao teu centro, ao teu vazio, àquele lugar ondea
semente germina. Através da consciência corporal, galgarás caminhos jamais vistos, entrarás em contato com osteus sentimentos, perceberás o mundo tal como é e agirás de acordo com a naturalidade da vida. Assume o teu corpo
e os teus sentimentos, por mais dolorosos que sejam; assume e observa-os, simplesmente observa-os. Não tentes
mudar nada, sê apenas a tua dor. Presta atenção, não negues a tua dor. Para que fingir estar alegre se estás triste?
Para que fingir coragem se estás com medo? Para que fingir amor se estás com ódio? Para que fingir paz se estás
angustiado? Não lutes contra teus sentimentos, fica do teu próprio lado, deixa a dor acontecer, como deixas acontecer os
bons momentos. Pára, deixa que as coisas sejam exatamente como são. 

Entra nos teus sentimentos sem os julgar, não fujas deles, não os evites, não queira resolvê-los escapando deles -
depois terás de te encontrar com eles novamente, é apenas um adiamento, uma prorrogação. Torna-te presente, por
mais que te doa. E, se assim fizeres, algo de muito belo acontecerá! Assim como a noite veio, ela também se irá e
então testemunharás o nascer do dia, pois à noite o sol escurece até a meia-noite e, a partir daí, começa um novo dia. 

Se assim fizeres, sentirás brotar de dentro de ti uma força que desconhecias e te sentirás renovado na esperança e a
vida entrando em ti. Se assim fizeres, entenderás com o coração que a semente morre mesmo, totalmente, antes de
germinar e que a morte antecede a vida. E, se assim fizeres, poderei dizer-te então que: Eu te Compreendo e que,
assim, tens todo o meu apoio! E verás com muita alegria que, justamente agora, já não precisas mais do meu apoio,
pois o foste buscar dentro de ti e o encontraste dentro da tua própria dor! A CAUSA É INTERIOR.

O homem traz a semente de sua vida dentro de si mesmo. O que quer que lhe aconteça, acontece por sua própria causa.
As causas externas são secundárias; as causas internas são as principais. Existe a possibilidade de uma
transformação...E que só você pode conseguir, basta querer...



OSHO



Texto 2    -    MEDITAÇÃO E AMOR





  "Toda a vida é feita de polaridades: positivo e negativo, nascimento e morte, homem e mulher, dia e noite, verão e inverno. Toda a vida consiste em opostos polares. Mas esses opostos não são apenas polares, são também complementares. Eles se ajudam um ao outro, dão apoio um ao outro.
      Eles são como tijolos que formam uma arcada. Os tijolos de uma arcada têm que ser colocados uns contra os outros. Parecem estar um contra o outro, mas é por meio da oposição deles que a arcada é construída, que ela permanece firme. A resistência da arcada depende da polaridade dos tijolos colocados em oposição uns aos outros.
      Esta é a polaridade máxima: meditação significa a arte de estar sozinho e amor significa a arte de estar junto. A pessoa completa é aquela que conhece ambas as artes e é capaz de se mover de uma para a outra com a maior facilidade possível. E exatamente como a inspiração e a expiração - não há dificuldade. Elas são opostas - quando vocês inspiram o ar, é um processo; quando expiram o processo é exatamente o oposto. No entanto, inspiração e expiração formam uma respiração completa.
      Na meditação, vocês inspiram; no amor, expiram. Com o amor e a meditação juntos, sua respiração estará completa, inteira, total.
      Durante séculos, as religiões tentaram atingir um pólo com a exclusão do outro. Existem religiões de meditação como, por exemplo, o jainismo e o budismo - são religiões meditativas, estão enraizadas na meditação. E existem religiões bhakti, religiões de devoção: o sufismo, o hassidismo - que estão enraizadas no amor. A religião baseada no amor precisa de Deus como o 'outro' a quem amar, a quem rezar. Sem um Deus, a religião de amor não consegue existir, é inconcebível - vocês precisam de um objeto de amor. Porém, uma religião de meditação consegue existir sem o conceito de Deus; essa hipótese pode ser descartada. Por isso o Budismo e o Jainismo não acreditam em Deus algum. Não há necessidade de um outro. A pessoa tem apenas que saber como ficar só, como permanecer silenciosa, como ficar quieta, como estar absolutamente calma e quieta dentro de si mesma. O outro tem que ser completamente abandonado, esquecido. Por isso, essas são religiões atéias.
      Quando pela primeira vez os teólogos ocidentais entraram em contato com as literaturas budistas e jainistas, eles ficaram bastante confusos: como chamar de religião a essas filosofias atéias? Poderiam ser chamadas de filosofias, mas como chamá-las de religião? Isso era inconcebível para os teólogos, pois as tradições judaico e cristã consideram que, para alguém ser religioso, Deus é a hipótese mais fundamental. A pessoa religiosa é aquela temente a Deus, mas os budistas e jainistas dizem que não existe Deus; Assim a questão de temer a Deus não existe.
      No Ocidente, durante milhares de anos, pensava-se que a pessoa que não acreditava em Deus era um ateu, não era uma pessoa religiosa. Mas Buda era ateu e religioso. Essa idéia soava muito estranha para os ocidentais porque eles nem sequer imaginavam que existiam religiões que tinha como base a meditação.
      E o mesmo é verdadeiro para os seguidores de Buda e Mahavira. Eles riem da tolice das outras religiões que acreditam em Deus, porque essa idéia como um todo é absurda. É apenas fantasia, imaginação, nada mais; é uma projeção. Mas para mim, ambas são, ao mesmo tempo, verdadeiras.
      Minha compreensão não está baseada em um único polo; minha compreensão é fluida. Eu saboreei a verdade de ambos os lados: eu amei totalmente e meditei totalmente. Esta é a minha experiência: a de que uma pessoa está completa só quando conhece os dois polos. Senão, ela é apenas uma metade; algo fica faltando nela.
      Buda é uma metade - Jesus também. Jesus conhecia o que é o amor, Buda conhecia o que é a meditação; mas, se eles se encontrassem, seriam impossível se comunicarem entre si. Um não compreenderia a linguagem do outro. Jesus falaria sobre o reino de Deus e Buda começaria a rir: 'Que absurdo é esse que você está dizendo? O reino de Deus?' Buda diria apenas: 'Cessação do eu, desaparecimento do eu'. E Jesus: 'Desaparecimento do eu? Cessação do eu? Isso é cometer suicídio, o suicídio máximo. Que espécie de religião é essa? Fale do Eu Supremo!'
      Um não entenderia as palavras do outro. Se alguma vez eles tivessem se encontrado, precisariam de um homem como eu como intérprete; caso contrário não haveria comunicação entre eles. Eu teria de interpretar de tal maneira que acabaria sendo infiel a ambos! Jesus falaria em 'reino de Deus', que eu traduziria por 'nirvana' - então Buda poderia entender. Buda diria 'nirvana' e, para Jesus, eu diria 'reino de Deus' - então ele poderia compreender.
      Agora a humanidade precisa de uma visão total. Nós já vivemos com visões parciais por muito tempo. Essa foi uma necessidade do passado, mas agora o homem amadureceu. Os meus sannyasins têm de provar que podem meditar e rezar ao mesmo tempo; que podem meditar e amar ao mesmo tempo; que podem estar tão silenciosos quanto possível e que podem celebrar e dançar tanto quanto possível. Seu silêncio tem de se tornar a sua celebração, e sua celebração tem que se tornar o seu silêncio. Eu lhes dei a tarefa mais difícil que já foi dada a um discípulo, porque esse é o encontro dos opostos.
      E nesse encontro, todos os outros opostos vão se fundir e tornar-se um: Oriente e Ocidente, homem e mulher, matéria e consciência, este mundo e o outro mundo, vida e morte. Todos os opostos vão se encontrar e fundir-se por meio desse encontro, pois essa é a polaridade máxima; ela contém todas as polaridades.
      Esse encontro criará um novo ser humano - Zorba, o Buda. Esse é o nome que eu dou ao novo homem. E cada um dos meus sannyasins precisa fazer todos os esforços possíveis para se transformar nessa liquidez, nesse fluxo, de modo que os dois polos façam parte deles. 
      Assim, vocês terão sentido o gosto da totalidade. E conhecer a totalidade é o único meio para se conhecer o que é o sagrado. Não há outro meio"
                                               OSHO, Autobiografia de um Místico Espiritualmente Incorreto
Copyright © 2006 OSHO INTERNATIONAL FOUNDATION, Suiça.
Todos os direitos reservados.



http://www.oshobrasil.com.br/texto_2.htm

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Love, sweet dreams! I miss you ...

VOCÊ É AMADO SEMPRE .....
Direi o mesmo para você, te amo sempre e para sempre!!! Beijos no teu coração...
Uma saudade imensa sinto de ti...


Volte por favor, logo!!! 


YOU ARE ALWAYS LOVED .....

LOVING YOU ALWAYS .....
I will say the same for you, love you always and forever!
Imnsa feel a longing for you ...Sweet dreams ... good night! My angel!
Please return soon!!!





Volte Logo, tenha um feliz regresso!!!

MARAVILHOSO!!! Boa Noite...

"A Religião não suporta a Espiritualidade, porque a Espiritualidade pode levá-lo a uma conclusão diferente de uma determinada religião...
(autor: Neale Donald Walsch, livro "Conversando com Deus")



A religião não é apenas uma, são centenas.
A espiritualidade é apenas uma.
A religião é para os que dormem.
A espiritualidade é para os que estão despertos.

A religião é para aqueles que necessitam que alguém lhes diga o que fazer, querem ser guiados.
A espiritualidade é para os que prestam atenção à sua Voz Interior.
A religião tem um conjunto de regras dogmáticas.
A espiritualidade te convida a raciocinar sobre tudo, a questionar tudo.

A religião ameaça e amedronta.
A espiritualidade lhe dá Paz Interior.
A religião fala de pecado e de culpa.
A espiritualidade lhe diz: “aprende com o erro”.

A religião reprime tudo, te faz falso.
A espiritualidade transcende tudo, te faz verdadeiro!
A religião não é Deus.
A espiritualidade é Tudo e portanto é Deus.

A religião inventa.
A espiritualidade descobre.
A religião não indaga nem questiona.
A espiritualidade questiona tudo.

A religião é humana, é uma organização com regras.
A espiritualidade é Divina, sem regras.
A religião é causa de divisões.
A espiritualidade é causa de União.

A religião lhe busca para que acredite.
A espiritualidade você tem que buscá-la.
A religião segue os preceitos de um livro sagrado.
A espiritualidade busca o sagrado em todos os livros.

A religião se alimenta do medo.
A espiritualidade se alimenta na Confiança e na Fé.
A religião faz viver no pensamento.
A espiritualidade faz Viver na Consciência.

A religião se ocupa com fazer.
A espiritualidade se ocupa com Ser.
A religião alimenta o ego.
A espiritualide nos faz Transcender.

A religião nos faz renunciar ao mundo.
A espiritualidade nos faz viver em Deus, não renunciar a Ele.
A religião é adoração.
A espiritualidade é Meditação.

A religião sonha com a glória e com o paraíso.
A espiritualidade nos faz viver a glória e o paraíso aqui e agora.
A religião vive no passado e no futuro.
A espiritualidade vive no presente.

A religião enclausura nossa memória.
A espiritualidade liberta nossa Consciência.
A religião crê na vida eterna.
A espiritualidade nos faz consciente da vida eterna.

A religião promete para depois da morte.
A espiritualidade é encontrar Deus em Nosso Interior durante a vida.


AS DUAS FLORES




AS DUAS FLORES
São duas flores unidas, são duas rosas nascidas talvez no mesmo arrebol. Vivendo do mesmo galho, da mesma gota de orvalho, do mesmo raio de sol. Unidas bem como os prantos que a parelha descem tantos das profundezas do olhar. Como o suspiro e o desgosto. Como as covinhas do rosto. Como as estrelas do mar. Unidas... ai quem pudera numa eterna primavera viver qual vive esta flor. Juntar às rosas da vida a rama verde e florida a verde rama do amor. (Castro Alves)




http://www.felipex.com.br/pingos_sabedoria01.htm