Trânsito de Vênus é visto em várias partes do mundo
Por O Globo (ciencia@oglobo.com.br) | Agência O Globo – 2 horas 46 minutos atrás
Teve início na noite desta terça-feira (05) um dos mais raros eventos astronômicos periódicos conhecidos, o trânsito de Vênus, quando o planeta passa entre o Sol e a Terra, num movimento que só ocorrerá novamente daqui a mais de cem anos. O fenômeno ocorre em duplas de oito anos separadas por mais de um século (ou seja, a última vez foi em 2004 e, a próxima, em 2117). Durante a passagem, o planeta surge como um pequeno ponto preto se movendo sobre o disco solar.
Passagem de Vênus diante do Sol atrai astrônomos de todo mundo
O trânsito começou às 19h09 (horário de Brasília) de ontem e estava previsto para durar cerca de seis horas e quarenta minutos. A extensão do evento pode variar um pouco - até sete minutos - dependendo da localização do observador. O travessia deste ano está visível em boa parte de Europa, África, Ásia, Oceania, Pacífico e América do Norte, onde astrônomos profissionais, amadores e curiosos se reuniram para testemunhá-lo. No Brasil, no entanto, só os moradores de Acre, Oeste do Amazonas e Roraima podem observar o evento, pouco antes do anoitecer. Apenas com a ajuda de um telescópio é possível observar a passagem do planeta.
Vários estudos científicos estão previstos para serem realizados durante a passagem de Vênus entre o Sol e a Terra. Astrônomos medem a densa atmosfera de Vênus e usarão os dados para desenvolver novas técnicas de medição das atmosferas de outros planetas fora do Sistema Solar. Os estudos sobre a atmosfera de Vênus podem ajudar também a entender por que o planeta, de tamanho similar à Terra e a uma distância parecida do Sol, acabou tão diferente do nosso. Sabe-se que sua atmosfera é bem mais densa, formada basicamente de CO2, e, por isso, a temperatura média em sua superfície é de 482 graus Celsius.
No passado, com bem menos recursos e conhecimentos do que os disponíveis hoje, o trânsito de Vênus foi fundamental para a astronomia, ajudando, por exemplo, a determinar o tamanho do Sistema Solar e a distância entre o Sol e os demais planetas. Para se ter uma ideia da raridade deste alinhamento, o trânsito foi o oitavo ocorrido desde a invenção do telescópio há quatro séculos, contra 258 eclipses totais do Sol no mesmo período.
Passagem de Vênus diante do Sol atrai astrônomos de todo o mundo
Por Por Kerry Sheridan | AFP – 6 horas atrás
Astrônomos do mundo inteiro se preparam para observar, entre esta terça e quarta-feira, um fenômeno excepcional que só voltará a ocorrer em 105 anos.
O trânsito de Vênus entre a Terra e o Sol, de quase sete horas de duração, será visto como um ponto preto na superfície solar, mas os especialistas advertem que só deve ser observado com mecanismos que bloqueiem a luz solar aprovados para evitar risco de cegueira.
O início do fenômeno será visível na América do Norte (em todos os Estados Unidos, no centro e no leste do Canadá), em toda a América Central e no Caribe e no norte da América do Sul (na parte central e norte do Peru, em Equador, Colônia e na Venezuela, em quase todo o território), na tarde de 5 de junho, desde que o tempo fique aberto. O final do fenômeno não será visto nestas regiões por causa do pôr-do-sol.
Toda a passagem de Vênus diante do Sol poderá ser vista no leste da Ásia e na região do Pacífico Ocidental. Em Europa, Oriente Médio e sul da Ásia serão visíveis as etapas finais da passagem, à medida que for amanhecendo na região, na quarta-feira.
A maior parte da América do Sul, assim como o oeste e o sudoeste da África, não chegarão a observar o fenômeno.
A agência espacial americana (Nasa) prometeu "a melhor vista possível do evento" através de imagens em alta resolução captadas de seu Observatório de Dinâmica Solar (SDO, na sigla em inglês), em órbita ao redor da Terra.
"Uma passagem assim é um espetáculo maravilhoso e raro. Se levarmos em conta a imensidão do céu, é bastante incomum que um planeta passe em frente ao disco do Sol e é preciso esperar 2117 para (ver) o próximo", disse o co-pesquisador do SDO, Richard Harrison.
A sonda Venus Express, da Agência Espacial Europeia (ESA), é a única nave na órbita de Vênus atualmente e usará a luz do Sol para estudar a atmosfera desse planeta.
A ESA e a agência espacial do Japão também têm satélites na órbita terrestre para observar a passagem de Vênus diante do Sol.
E o telescópio espacial Hubble, da Nasa, que não pode observar o Sol diretamente, usará a Lua como um espelho para captar a luz solar refletida e aprender mais sobre a atmosfera de Vênus.
Muitas universidades e centros de estudos, como a Universidade Autônoma do México e o Museu Aeroespacial em Washington, programaram observações e conferências de astronomia para o público.
Para aqueles que quiserem ver o fenômeno em seus 'smartphones', há um aplicativo disponível para acompanhamento da passagem em http://tov2012.esri.com, segundo a associação internacional Astrônomos sem Fronteiras.
Os cientistas asseguram que estudar o trânsito incentivará esforços futuros para identificar planetas distantes e aprender mais sobre suas atmosferas.
Só seis passagens de Vênus diante do Sol foram registrados dos 53 ocorridos entre 2000 a.C. e 2004 d.C, quando ocorreu o último.
A próxima passagem de Vênus entre o Sol e a Terra ocorrerá em 2117, dentro de 105 anos. Esses trânsitos acontecem duas vezes a cada oito anos e, depois, não são registrados por mais de um século.
O último trânsito de Vênus entre o sol e a Terra aconteceu em 2004 e nenhum fenômeno foi verificado em todo o século XX.
Por mais informações, consultar:
- http://venustransit.nso.edu
- http://venustransit.nasa.gov/transitofvenus
- http://eclipse.gsfc.nasa.gov/OH/transit12.html
Astrônomos e público aguardam raro trânsito de Vênus
Por Cesar Baima (cesar.baima@oglobo.com.br) | Agência O Globo – seg, 4 de jun de 2012
RIO - Astrônomos profissionais e amadores e o público em geral aguardam ansiosos por um dos mais raros eventos astronômicos periódicos conhecidos, o trânsito de Vênus, que ocorre quando o planeta passa entre a Terra e o Sol. O fenômeno será erá visível entre esta terça e quarta (dependendo da localização no globo) em boa parte da Europa, África, Ásia, Oceania, Pacífico e América do Norte. No Brasil, no entanto, só os moradores do Acre, Oeste do Amazonas e de Roraima poderá observar o início do evento, pouco antes do anoitecer.
O trânsito de Vênus ocorre em duplas separadas por oito anos ao longo de períodos de mais de um século. Como o último deles foi registrado em junho de 2004, quem perder esta oportunidade quase certamente não estará vivo para ver o seguinte, previsto para dezembro de 2117.
Hoje mais para uma curiosidade astronômica, no século XVIII o trânsito de Vênus foi uma importante ferramenta científica usada para responder uma pergunta que perseguiu a Humanidade durante milênios: qual o tamanho do céu? Então, um exército de astrônomos deixou seus observatórios nos centros mais desenvolvidos da Europa e dos EUA, enfrentando fome, doenças e até uma guerra com o objetivo de cronometrar a passagem do planeta em frente ao Sol em junho de 1761 e 1769 e, com a ajuda da trigonometria, calcular com razoável precisão a distância entre a Terra e o Sol, de cerca de 150 milhões de quilômetros. Agora, passados mais de 250 anos, milhares de pessoas poderão refazer a experiência com aplicativos para celulares e outros equipamentos.
O TRÂNSITO DE VÉNUS 2012
Fred Espenak
Para ser publicado no Manual do Observador 2012 , a Royal Astronomical Society of Canada
O trânsito ou passagem de um planeta em toda a face do Sol é uma ocorrência relativamente rara. Como visto da Terra, apenas o trânsito de Mercúrio e Vênus são possíveis. Em média, há 13 trânsitos de Mercúrio a cada século. Em contraste, os trânsitos de Vénus ocorrem em pares com mais de um século separando cada par.
O último trânsito de Vênus foi em 2004 para o segundo evento do par ocorrerá na quarta-feira, 6 de junho (terça - feira, 5 junho do Hemisfério Ocidental). Todo o evento será amplamente visível a partir do Pacifico, Ásia oriental e leste da Austrália, como mostrado na Figura 1 . A maior parte do Norte e América Central e norte da América do Sul vai testemunhar o início do trânsito (em 5 de junho), mas o sol irá se pôr antes do término do evento. Da mesma forma, os observadores na Europa, Ásia ocidental e central, leste da África e Austrália Ocidental vai ver o final do evento desde o trânsito já estarão em andamento no nascer do sol a partir desses locais.