ROMA, HISTÓRIA E ARTE POR TODA PARTE!
Por Claudia Liechavicius
Roma. Uma das cidades mais antigas do mundo. Fundada em 753 a.C. Capital da Itália desde 1870. Centro do catolicismo mundial. Sua história é tão forte a ponto de abraçar toda a civilização europeia. Os rastros da sua longa trajetória continuam se exibindo num inigualável patrimônio arqueológico, arquitetônico e artístico que mostra suas diversas personalidades: republicana, imperial, medieval, renascentista, barroca, papal.
Essa metrópole cosmopolita espalhada às margens do rio Tibre, por vezes parece ter parado de contar o tempo. Não é à toa que costuma ser chamada de "Cidade Eterna". Emocionante!
Ponte Vittorio Emanuele II, sobre o rio Tibre. À direita, o Vaticano.
UMA LENDA PRA COMEÇAR UMA LONGA HISTÓRIA
Segundo a mitologia, Roma foi fundada por volta de 753 a.C. pelos irmãos gêmeos Rômulo e Remo. Quando nasceram, eles foram jogados no rio Tibre e resgatados por uma loba que os amamentou. Mais tarde um casal de pastores encontrou as crianças e as criou. Quando chegaram à idade adulta retornaram à sua cidade natal Alba Longa e ganharam terras para fundar uma nova cidade. Então, nasceu Roma entre sete colinas: Palatino, Aventino, Capitólio, Quirinal, Viminal, Esquilino e Célio - em terras, que já haviam sido ocupadas pelos etruscos no século IX a.C.
Por do sol visto do alto da escadaria da Piazza di Spagna, no Monte Quirinal.
No começo, a economia daquele vilarejo próspero tinha como base a agricultura. Eles tinham uma religião politeísta (os principais deuses eram Júpiter, Juno, Apolo, Marte, Diana, Vênus, Ceres e Baco). A sociedade era formada por donos de terras e plebeus, o Estado era uma república, o exército era forte e nas artes dominavam as pinturas de afrescos e esculturas com influência grega.
Aos poucos, os romanos começaram a se expandir. O poder passou às mãos de generais como Júlio César. Quando ele foi assassinado, em 44 a.C. a república passou a não funcionar mais e os herdeiros de César tornaram-se os primeiros imperadores romanos. Augusto recebeu, a princípio, o título de príncipe e se tornou o primeiro imperador romano em 27 a.C. (A Roma republicana pode ser vista às margens do rio Tibre, perto da Ponte Palatino, onde há os restos da Ponte Rotto e os Templos do Fórum Boarium e no Fórum Romano).
Os romanos dominaram toda a península itálica e dali partiram para conquistar a Grécia, o Egito, a Macedônia, a Gália, a Germânia, a Síria, a Palestina e a Trácia. Os povos conquistados foram escravizados e passaram a pagar impostos ao Império Romano. Da era de Augusto ao reinado de Trajano, o poder de Roma cresceu. Houve muitas mudanças, eles enriqueceram e passaram a ter um foco mais comercial do que agrário. Então, de um pequeno vilarejo, Roma se tornou um dos maiores impérios da antiguidade. E, como herança ainda nos deixaram o direito romano e os idiomas originados do latim: português, francês, italiano e espanhol.
Mas, claro que esse crescimento desenfreado começou a gerar problemas. O desemprego se espalhou. O imperador com medo de conflitos e arruaças criou a política do Pão e Circo, que oferecia alimentos e diversão aos romanos. Vem dessa época a herança do magnífico Coliseu, com suas lutas de gladiadores. (Pompeia foi soterrada pela erupção do Vesúvio nessa época, em 79 e guarda detalhes fantásticos de como eles viviam nesse momento.)
Ao redor do século III, começa a decadência do Império Romano quando Constantino se converte ao Cristianismo e decide construir uma nova capital em Constantinopla, em 312. Com a crise econômica e política, os recursos destinados ao exército romano foram reduzidos e as fronteiras ficaram cada vez mais vulneráveis. Foi então que o Imperador Teodósio, em 395, resolveu dividir o território em Império Romano do Ocidente tendo Roma como capital e Império Romano do Oriente (Império Bizantino) com capital em Constantinopla. Em 476 se deu o fim do Império Romano do Ocidente após uma série de invasões. Esse fato marca o fim da Antiguidade e o início da Idade Média. (Para ver a Itália Bizantina é preciso conhecer Ravenna - que foi uma cidade muito poderosa enquanto Roma se reduzia a ruínas).
É muita história. Os principais imperadores romanos foram Augusto (27 a.C. a 14 d.C), Tibério (14 a 37), Calígula (37 a 41), Nero (54 a 68 se suicidou ao ser destituído do trono), Trajano (98 - 117) e Marco Aurelio (161 a 180.).
A Itália Medieval viu uma grande luta de poder entre papas e imperadores, aguçada ainda mais por invasões estrangeiras. Veneza se tornou poderosa nessa época travando alianças comerciais com o Oriente.
E, finalmente, a Itália do século XV foi o palco de um florescimento artístico e cultural imbatível. O Renascimento trouxe à luz poetas como Dante, artistas como Leonardo da Vinci, Michelangelo e Rafael, e a arquitetura ganhou novos contornos inspirados em modelos clássicos em vez de góticos. Florença foi a grande responsável por esse renascer tendo famílias abastadas como patrocinadoras das artes. Foi nessa época que Michelangelo fez o teto da Capela Sistina em 1512.
Aos poucos, os romanos começaram a se expandir. O poder passou às mãos de generais como Júlio César. Quando ele foi assassinado, em 44 a.C. a república passou a não funcionar mais e os herdeiros de César tornaram-se os primeiros imperadores romanos. Augusto recebeu, a princípio, o título de príncipe e se tornou o primeiro imperador romano em 27 a.C. (A Roma republicana pode ser vista às margens do rio Tibre, perto da Ponte Palatino, onde há os restos da Ponte Rotto e os Templos do Fórum Boarium e no Fórum Romano).
Fórum Romano.
Os romanos dominaram toda a península itálica e dali partiram para conquistar a Grécia, o Egito, a Macedônia, a Gália, a Germânia, a Síria, a Palestina e a Trácia. Os povos conquistados foram escravizados e passaram a pagar impostos ao Império Romano. Da era de Augusto ao reinado de Trajano, o poder de Roma cresceu. Houve muitas mudanças, eles enriqueceram e passaram a ter um foco mais comercial do que agrário. Então, de um pequeno vilarejo, Roma se tornou um dos maiores impérios da antiguidade. E, como herança ainda nos deixaram o direito romano e os idiomas originados do latim: português, francês, italiano e espanhol.
Mas, claro que esse crescimento desenfreado começou a gerar problemas. O desemprego se espalhou. O imperador com medo de conflitos e arruaças criou a política do Pão e Circo, que oferecia alimentos e diversão aos romanos. Vem dessa época a herança do magnífico Coliseu, com suas lutas de gladiadores. (Pompeia foi soterrada pela erupção do Vesúvio nessa época, em 79 e guarda detalhes fantásticos de como eles viviam nesse momento.)
Coliseu.
É muita história. Os principais imperadores romanos foram Augusto (27 a.C. a 14 d.C), Tibério (14 a 37), Calígula (37 a 41), Nero (54 a 68 se suicidou ao ser destituído do trono), Trajano (98 - 117) e Marco Aurelio (161 a 180.).
A Itália Medieval viu uma grande luta de poder entre papas e imperadores, aguçada ainda mais por invasões estrangeiras. Veneza se tornou poderosa nessa época travando alianças comerciais com o Oriente.
E, finalmente, a Itália do século XV foi o palco de um florescimento artístico e cultural imbatível. O Renascimento trouxe à luz poetas como Dante, artistas como Leonardo da Vinci, Michelangelo e Rafael, e a arquitetura ganhou novos contornos inspirados em modelos clássicos em vez de góticos. Florença foi a grande responsável por esse renascer tendo famílias abastadas como patrocinadoras das artes. Foi nessa época que Michelangelo fez o teto da Capela Sistina em 1512.
Teto da Capela Sistina pintado por Michelangelo.
Com grandes ameaças ao catolicismo pelo protestantismo, em 1527, é proposta uma Contra-Reforma em Roma. Nessa época o barroco domina o cenário sob influência do espírito missionário que tomava conta. (Uma das belas heranças da Roma Barroca é a Piazza Navona).
Fontana dei Quattro Fiumi, de Bernini, na piazza barroca mais bonita de Roma, Piazza Navona.
Em 1748 começa uma Época de Paz. E Roma volta a reinar depois de ter um importante Tratado de Paz assinado. (Para ver a Roma do século XVIII vá à escadaria da Piazza di Spagna e à Fontana di Trevi).
Fontana de Trevi.
A Itália consegue finalmente se livrar do domínio estrangeiro com um movimento liderado por Vittorio Emanuele II e, consegue sua unificação. Roma volta a ser a capital da Itália e o Vaticano retoma sua força, até que chega a vez do fascismo de Mussolini que mais uma vez rendeu grande sofrimento ao povo, apesar de ter levado a economia italiana a ser uma das mais fortes da Europa.
Monumento a Vittorio Emanuele.
Como se toda essa história não bastasse, no interior da cidade de Roma há outra cidade: o Vaticano, sede da Igreja Católica Apostólica Romana e residência dos papas. Roma é a única cidade do mundo que hospeda um outro Estado no seu interior. Por isso, muitas vezes é mencionada como a capital de dois estados. Tive uma sorte danada ao chegar à Praça de São Pedro exatamente na hora em que o Papa Francisco circulava entre os fiéis. Uma multidão se aglomerava entre as colunatas criadas por Bernini para receber as bençãos do simpático pontífice e ele parou exatamente na minha frente.
Praça de São Pedro.
Papa Francisco.
COMO CIRCULAR PELA CIDADE. Se quiser andar pela cidade como os romanos é preciso montar numa Vespa. Mas, o trânsito é caótico e muitas ruas são fechadas para a circulação de carros e motos. Então, vou no método mais tradicional e fácil: a pé. Roma é uma cidade para ser desfrutada lentamente. Suas ruelas levam à labirintos históricos imperdíveis.
RESTAURANTES. Comer em Roma é muito fácil. Em qualquer lugar que se vá é provável que a comida seja fantástica. Mas, vamos a algumas indicações: Armando al Pantheon (Salita dé Crescenzi 31), Trattoria Cesare al Casaletto (Via del Casaletto 45), Ristorante Paris (Piazza San Calisto), Spaghetteria L'Archetto(Via dell'Archetto, 26), Il Vero Alfredo (Piazza Augusto Imperatore, 30).
DICA DE CASA DE CHÁ. Em Roma há uma Associação de Lojas Históricas. Numa delas fica a casa de chá Babington's. A casa funciona desde 1893 ao lado da escadaria da Piazza di Spagna. Lugar delicioso para tomar um chá gelado no verão, chá quente no inverno, ou até mesmo para a café da manhã.
INDICAÇÃO DE HOTEL. Gostei muito do The First. É um hotel 5 estrelas, do grupo "Luxury Art Hotel". Pequeno. Simpático. Novo. Clean. Bem decorado. Quartos muito aconchegantes e com banheiros novinhos (difícil na Europa). Pertinho da Piazza del Popolo - duas quadras. Fácil de ir andando ao Coliseu, Fórum Romano, Vaticano, Piazza Navona, Piazza di Spagna, Fontana di Trevi. Perfeito. E, ainda tem um bar na cobertura (sexto andar) com visual lindo da cidade ao entardecer. www.thefirsthotel.com - Via del Vantaggio 14. Tem wi-fi gratuito.
Quarto do hotel The First.
Banheiro do The First.
MELHOR ÉPOCA PARA VISITAR ROMA. Nos meses de temperaturas mais amenas é o ideal, como abril, maio, junho, setembro e outubro. Em junho, os dias são longos e ainda é fresco, ponto positivo para se aproveitar mais uma cidade que merece ser explorada a pé. No alto verão - julho e agosto - a temperatura é muito alta e por ser período de férias na Europa, muita gente viaja e fecha seus estabelecimentos. No inverno, os dias são mais curtos e a temperatura baixa atrapalha um pouco as caminhadas.
IMPORTANTE. As filas para comprar ingressos para o Coliseu e para a Capela Sistina costumam ser longas. Para garantir o acesso e não perder tempo compre antecipadamente os ingressos pela internet.
Roma é um museu a céu aberto. Sempre emocionante.
http://www.viajarpelomundo.com/2013/06/roma-historia-e-arte-por-toda-parte.html