JARDIM DE MESTRE EM FAZENDA PAULISTA
ARQUITETURA
Na Serra da Bocaina, cadeia de montanhas que divide os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, em uma área de 1.200 hectares, fica a Fazenda Vargem Grande. A propriedade possui um casarão de 1837, restaurado pelo proprietário depois de um cuidadoso estudo bibliográfico. A casa ganhou novas dependências que respeitaram o projeto da construção histórica: móveis modernos e tradicionais convivem lado a lado na residência. ?A mistura de estilos sempre foi a marca do meu pai?, diz Malu Gomes, filha do proprietário. ?Ele comprava móveis modernos, além de mobiliário antigo, com o qual gostava de combinar.?
O jardim tropical, criado por Roberto Burle Marx no início dos anos 1970, realça duas características comuns aos trabalhos do paisagista: sua capacidade de adaptação às peculiaridades de um lugar e a grande extensão do projeto. A mata atlântica original tinha sido destruída para dar lugar às plantações de café, e os rios, desviados para irrigá-las. Burle Marx devolveu a exuberância, criando massas verticais feitas de pedras e plantas, dando novas formas aos canais de irrigação para produzir quedas de água artificiais e pequenas lagoas com diferentes espécies vegetais aquáticas.
As plantas são nativas ou exóticas, como a magnífica paineira indiana Bombax malabaricum, com grandes inflorescências vermelhas. Em seus projetos, o paisagista sempre deu preferência ao crescimento natural das plantas ? sem partir para o uso de artifícios mais clássicos, como podas. Isso leva a um visual orgânico do jardim.
A fazenda era um lugar onde os Gomes moraram cercados de amigos e intelectuais que vinham estudar o trabalho de Burle Marx.?Mas, como cada um de nós tinha seus próprios negócios para cuidar, ficou difícil manter a propriedade aberta?, conta Malu. Ela e suas irmãs decidiram transformar em ocupação o seu prazer de receber pessoas: Vargem Grande é, hoje, uma pousada hospitaleira. Os alimentos são provenientes do próprio local. A cozinheira Neusa, que há anos trabalha para a família, prepara cafés da manhã, almoços e sobremesas no fogão a lenha. Um lugar para desfrutar o legado de um mestre e sabores perdidos no tempo. (ADRIANA FRATTINI)
Na Serra da Bocaina, cadeia de montanhas que divide os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, em uma área de 1.200 hectares, fica a Fazenda Vargem Grande. A propriedade possui um casarão de 1837, restaurado pelo proprietário depois de um cuidadoso estudo bibliográfico. A casa ganhou novas dependências que respeitaram o projeto da construção histórica: móveis modernos e tradicionais convivem lado a lado na residência. ?A mistura de estilos sempre foi a marca do meu pai?, diz Malu Gomes, filha do proprietário. ?Ele comprava móveis modernos, além de mobiliário antigo, com o qual gostava de combinar.?
O jardim tropical, criado por Roberto Burle Marx no início dos anos 1970, realça duas características comuns aos trabalhos do paisagista: sua capacidade de adaptação às peculiaridades de um lugar e a grande extensão do projeto. A mata atlântica original tinha sido destruída para dar lugar às plantações de café, e os rios, desviados para irrigá-las. Burle Marx devolveu a exuberância, criando massas verticais feitas de pedras e plantas, dando novas formas aos canais de irrigação para produzir quedas de água artificiais e pequenas lagoas com diferentes espécies vegetais aquáticas.
As plantas são nativas ou exóticas, como a magnífica paineira indiana Bombax malabaricum, com grandes inflorescências vermelhas. Em seus projetos, o paisagista sempre deu preferência ao crescimento natural das plantas ? sem partir para o uso de artifícios mais clássicos, como podas. Isso leva a um visual orgânico do jardim.
A fazenda era um lugar onde os Gomes moraram cercados de amigos e intelectuais que vinham estudar o trabalho de Burle Marx.?Mas, como cada um de nós tinha seus próprios negócios para cuidar, ficou difícil manter a propriedade aberta?, conta Malu. Ela e suas irmãs decidiram transformar em ocupação o seu prazer de receber pessoas: Vargem Grande é, hoje, uma pousada hospitaleira. Os alimentos são provenientes do próprio local. A cozinheira Neusa, que há anos trabalha para a família, prepara cafés da manhã, almoços e sobremesas no fogão a lenha. Um lugar para desfrutar o legado de um mestre e sabores perdidos no tempo. (ADRIANA FRATTINI)
