Sempre na minha mente e no coração...

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Corcovado ou Cristo Redentor, lindo !!!

domingo, 3 de maio de 2015

TURISMO ... LUCCA, UMA PEQUENA GRANDE CIDADE

LUCCA, UMA PEQUENA GRANDE CIDADE

Por Claudia Liechavicius

A Itália é realmente cheia de surpresas agradáveis. Assim é Lucca, na região noroeste da Toscana. À primeira vista, parece uma cidade pequenina. Mas, basta atravessar suas muralhas ainda tão bem preservadas e começar a caminhar que logo se entende porque tantas bicicletas circulam por ali. Suas ruelas medievais, de traçado aparentemente regular, guardam labirintos complicados. É preciso arranjar um mapa logo ao chegar, além de manter a atenção e ter disposição para andar (ou pedalar). Assim fica fácil desvendar os mimos arquitetônicos que Lucca guarda com tamanho cuidado. Afinal, cinco quilômetros de muros de pedra foram construídos no século XVI para proteger a cidade que felizmente não se envolveu em nenhuma batalha. E, por isso, mantém intacto o traçado da antiga colônia romana fundada em 180 a.C.
Ande, ande e ande pelas ruas de Lucca. A cidade é muito simpática. Se preferir alugue uma bicicleta pois, carros quase não entram no centro histórico. Apenas, alguns taxis circulam.

Caminhe sem pressa pelas ruas de Lucca que subitamente gratas surpresas aparecem. A começar pela Igreja San Michele in Foro. Foi construída onde havia um antigo Foro Romano e exibe uma fachada muito interessante feita em três fileiras de colunatas trabalhadas, com decoração predominantemente pagã.
Pelas frestas das ruelas de Lucca de repente surgem preciosidades arquitetônicas, como a igreja San Michele in Foro.

À primeira vista surge uma dúvida. Será uma igreja? Ela não ostenta imagens nos padrões convencionais. Apenas a figura alada de São Miguel indica tratar-se de uma igreja.

Pertinho dali fica a Casa di Puccini. Ali nasceu o grande compositor Giacomo Puccini e algumas das óperas mais populares do mundo, entre elas La Boheme e Turandot. A casa foi transformada em um pequeno museu que mostra retratos do grande mestre, esboços de figurinos e seu último piano.

Puccini é um dos filhos ilustres da cidade de Lucca. 

Seguindo pela Via Filungo, principal rua comercial de Lucca, chega-se ao Anfiteatro Romano. Por muito tempo cortiços ocupavam o centro da praça, até que em 1830 o local foi esvaziado pelos governantes e então, sua forma original se revelou deixando transparecer um rico legado romano. Os portões baixos, em forma de arco sinalizavam o local por onde as feras e os gladiadores entravam na arena. É um ponto imperdível da cidade.

Várias lojinhas ocupam o lugar por onde, antigamente, as feras entravam no anfiteatro para se defrontar com gladiadores.

Anfiteatro Romano de Lucca visto do alto. É interessante observar a presença de uma arena cercada de casas.

A catedral de Lucca - San Martino foi construída aos poucos. Primeiro foi feito o campanário, em 1060 e muitos anos mais tarde foi finalizada. Por isso, tem um aspecto assimétrico, em estilos diferentes.

O Tempietto da catedral de San Martino traz imagens belíssimas esculpidas em mármore.


Outra igrejinha linda é a Basilica di San Frediano que fica na Piazza del Collegio a alguns passos do Palazzo Pfanner.


A Basilica di San Frediano é pequenina e muito graciosa.

Já, o Palazzo Pfanner ostenta um dos jardins clássicos mais bonitos da Toscana, com uma enorme quantidade de estátuas barrocas de deuses da mitologia romana. No salão principal do prédio, uma exposição mostra trajes usados pelos nobres nos séculos XVIII e XIX, muitos deles em seda - tecido nobre que colocou Lucca em destaque.

Estátuas barrocas no jardim do Palazzo Pfanner. 

Um detalhe curioso da cidade é a Torre Guinigi que pode ser avistada de longe ornada por pequenos carvalhos que insistem em crescer num local tão inusitado e pouco provável - no topo da torre. O líder da nobre e poderosa família que governou Lucca no início do século XV - Paolo Guinigi - construiu uma grande villa renascentista e um dos principais legados desse período para a cidade foi a Torre Guinigi. O ingresso para subir na torre e garantir vistas lindas de Lucca custa 3.50 euros. Mas, prepare-se para subir muitos degraus...

No topo da torre: carvalhos!

Lucca vista de Torre Guinigi.
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Lucca é um charme. E além disso, tem boa fama pelas suas escolas de gastronomia. Se não sobrar muito tempo para procurar um bom restaurante ou fazer aulas com grandes chefs, pelo menos sente sem pressa para tomar um belo gelato!


http://www.viajarpelomundo.com/2010/08/lucca-uma-pequena-grande-cidade.html

TURISMO ... TOLEDO, TERRA DO CAVALEIRO DA TRISTE FIGURA

TOLEDO, TERRA DO CAVALEIRO DA TRISTE FIGURA

 
Por: Claudia Liechavicius

O nobre e louco Dom Quixote percorria muitas terras, em busca de aventuras, montado em seu velho Rocinante. Sempre em companhia de Sancho Pança, seu fiel escudeiro, lutava contra inimigos inexistentes, transformava casebres em castelos e

moinhos  de vento em gigantes. O Cavaleiro da Triste Figura era um leitor ompulsivo que um dia resolveu virar um guerreiro andante. Trazia no peito um amor platônico por Dulcina de Toboso, uma horrenda camponesa que aos seus olhos virou princesa. Com muito humor, o fidalgo vivia momentos hilários nos arredores de Toledo, coração da Espanha, comandado por Cervantes. Assim, visitar essa cidade medieval, caminhar pelas charmosas ruelas de pedra nos domínios das muralhas da antiga capital da Espanha é como voltar no tempo e mergulhar nas páginas das aventuras de Dom Quixote de la Mancha, livro clássico de Miguel de Cervantes.
Dom Quixote e Sancho Pança são os personagens mais importantes da obra do espanhol Miguel de Cervantes. Não foi ao acaso que Toledo recebeu a declaração de Patrimônio da Humanidade em 1986. Fica tão pertinho de Madrid, setenta quilômetros, que num só dia dá para visitá-la. É cercada pelo rio Tejo e por muita história. Enlaça traços de três religiões monoteístas: cristianismo, judaísmo e islamismo em igrejas, sinagogas e mesquitas que convivem harmoniosamente.
A mesquita faz lembrar a passagem dos árabes pela vida da Espanha. A principal atração da cidade é a Catedral, que ostenta no altar a escultura "El Transparente" de Narciso Tomé, além de dezenas de anjos em gesso que se elevam até a claraboia do teto onde se encontram com uma belíssima Santa Ceia guardada por quatro 
arcanjos. 

Mesmo para quem não gosta muito de visitar igrejas, essa é imperdível. Muitas obras de arte maravilhosas de mestres espanhóis encontram-se no seu interior.
Pelas fendas entre as ruelas estreitas de pedra é sempre fácil achar a Catedral.
Caminhar pelas ruas de Toledo é uma delícia. A arquitetura revela uma mistura muito 
rica. 
Toledo é grande fabricante de peças em aço, como: armaduras, facas e punhais. Há muitas lojinhas vendendo lembranças para os turistas.
Os marzipans de Toledo são famosos no mundo todo. Não deixe de experimentar. Os melhores são vendidos no convento.

INDICAÇÃO DE RESTAURANTE:

O Restaurante Adolfo é ótima pedida para dar uma pausa para o almoço. O menu é maravilhoso. O chefe é bastante conhecido na região. Endereço: Hombre de Palo 7 45001 Toledo. Telefone: 925 227 321 http://www.adolforestaurante.com/

Não deixe de reservar uma dia para conhecer Toledo quando for a Madrid. A cidade é um museu a céu aberto para quem caminha pelas suas ruelas de pedras. Se o tempo não for um problema aproveite, também, para visitar as outras cidades que constam na lista de Patrimônio Mundial da Humanidade e ficam num raio de 200 quilômetros: Salamanca, Segóvia, Cuenca e Ávila. Siga a rota de Don Quixote pela Castella La Manhca e mergulhe na história, na cultura e na arte espanhola.


http://www.viajarpelomundo.com/2009/07/toledo-terra-do-cavaleiro-da-figura.html

TURISMO... PELAS ESTRADAS DA TOSCANA

PELAS ESTRADAS DA TOSCANA

Por Claudia Liechavicius

Na Toscana é impossível percorrer 30 quilômetros no tempo habitual. Essa é a distância entre Montalcino e Torrita di Siena. A intenção era sair de uma cidade e chegar à outra em meia hora, para deixar as malas no hotel, reabastecer as energias e continuar desbravando a região. Mas, no caminho são tantos cantos e encantos que não dá para ter pressa. Pienza - a cidade do Papa Pio II; Montepulciano - a fortaleza medieval que serviu como cenário para o filme "Lua Nova", da saga Crepúsculo; Montefollonico - um pequeno vilarejo que recebe com frequencia a visita ilustre do ex-jogador Branco em busca de seus restaurantes; e, finalmente Torrita de Siena com seus campos repletos de vinhas e fazendolas especializadas na produção de queijo pecorino. Não dá para resistir. Então, o destino final só foi alcançado no final do dia... Mas, nada como "deixar a vida nos levar", como diz Zeca pagodinho em sua vã filosofia.

A ACOLHEDORA PIENZA

Terra natal do Papa Pio II. Aeneas Slvius Piccolomini nasceu em Pienza, no ano de 1405, na verdade em Corsignano (nome anterior de Pienza). O poder do pontífice era tão grande que além de mudar o nome da cidade, também mandou o arquiteto florentino Bernardo Rosselino reconstruir a catedral, o palácio papal e a antiga prefeitura do centro histórico. Ele ainda tinha a intenção de criar uma cidade-modelo renascentista, mas o projeto não chegou a sair do papel. Atualmente, Pienza faz parte de um território chamado de "Parque artístico, natural e cultural do Vale D'Orcia" que tem o objetivo de preservar o extraordinário patrimônio de suas cinco comunidades: Castiglion d'Orcia, Montalcino, San Quirico d'Orcia, Radicofani e Pienza.
A Piazza Pio II é circundada pela Duomo, pelo Palazzo Piccolomini e pelo Palazzo Pubblico. O Palazzo Piccolomini (antigo Palácio Papal) continuou sendo usado pelos descendentes do Papa até 1968. A Duomo, por ter sido construída num espaço com péssimas fundações sofre um afundamento importante em uma de suas laterais.
Pelas ruas de Pienza, muitos artistas sentam com seus cavaletes e pincéis, para reproduzir recantos da cidade renascentista.

A NOSTÁLGICA CIDADE DE MONTEPULCIANO

No alto de uma colina, Montepulciano se esconde entre muralhas. Na hora em que lá estive começou a chover e o clima me fez vivenciar com mais exatidão o cenário que foi invadido pela equipe de "Lua Nova" para rodar o último filme da saga Crepúsculo. Longas ladeiras, pontilhadas por antigas casas e carros tão pequenos que até parecem de brinquedo, conduzem o visitante ao ponto mais alto e nobre da cidade, onde fica a Piazza Grande circundada pelo Palazzo Comunale, Palazzo Tarugi e Duomo.

As ruas são tão estreitas que carros em tamanho normal não conseguem circular.
Muitas ladeiras precisam ser galgadas para se chegar até a Piazza Grande.
Enfim, a Piazza Grande com o Palazzo Comunale à esquerda e o Palazzo Tarugi ao fundo. A praça é belíssima!

A Duomo de Montepulciano foi projetada por Ippolito Scalza, em 1630, e tem uma fachada tão rústica que parece não ter sido finalizada.

Montepulciano também é conhecida pela produção do Vino Nobile, um vinho de tom alaranjado e com aroma de flores. Depois de tanto subir e descer ladeiras, nada melhor do que sentar em um café ou restaurante e pedir um cálice de vinho acompanhado por um pedaço do queijo da região o delicioso pecorino.
O queijo pecorino é produzido com leite de ovelha. 
O Vino Nobile é produzido, especialmente, nos vinhedos dos arredores de Montepulciano.

A PEQUENA NOTÁVEL MONTEFOLLONICO

Uma viagem à Toscana tem que incluir um tempo maior dedicado às refeições. Almoço e jantar nos moldes italianos, sem pressa, com os produtos frescos disponíveis na estação e uma bela taça de vinho. Estando hospedados no vilarejo de Torrita de Siena, nosso anfitrião fez reserva em dois restaurantes de Montefollonico - uma pequena aldeia medieval - que ficaram registrados na memória. Um deles foi o La Botte Piena, na Piazza D. Cinughi 12, telefone 0577 668742. O garçom contou que Branco, ex-jogador de futebol é frequentador assíduo do local. O outro é o Ristorante 13 Gobbi, no portão principal de entrada da cidade, Via Lando di Duccio 5, telefone 0577 669755. Tudo o que se come é maravilhoso. A começar pelo queijo pecorino gratinado com presunto cru, depois uma massa fresca feita à mão chamada de "pici" com funghi porcini ou tartufo e para arrematar uma Bisteca Fiorentina. Como saideira, uma tacinha de Vinho Santo com um pedaço de Cantucci, biscoito duro feito de amêndoas ou quem sabe alguma outra sobremesa para alegrar a alma. Tudo sempre muito simples e saboroso. Perfeito!

DURMA BEM NA TOSCANA!

Muitas vezes é difícil encontrar um bom hotel nessas pequenas cidades do interior da Itália. No momento, os melhores são os chamados de hotéis de agriturismo. Eles ficam nas regiões rurais, próximos das vinícolas, das plantações de girassóis ou das propriedades que produzem queijos. O Hotelito Lupaia é simplesmente um encanto. Todos os quartos têm decoração diferente, são grandes, aconchegantes e cheios de mimos para agradar os hóspedes. Dá para ver os quartos pelo site http://www.lupaia.it/ e escolher em qual deles se quer fazer a reserva. Ficamos hospedados no quarto "Bosco", todo em tons de verde. Lindo! Difícil é encontrar o hotel, pois ele não aparece no GPS. Fica numa pequena estrada entre Torrite de Siena e Montefollonico, pertinho de Montepulciano. Vale a pena procurar. Telefone (+30) 0577 668028.

Esse hotel realmente vale a pena. O atendimento é gentilmente feito pelo proprietário. Um romano que já morou algum tempo no México. Além de falar italiano, espanhol e inglês ele faz o possível para que a permanência dos hóspedes seja muito agradável. E consegue! O astral é perfeito. Super romântico. 


http://www.viajarpelomundo.com/2010/07/pelas-estradas-da-toscana.html

TURISMO ... NO CORAÇÃO DA TOSCANA

NO CORAÇÃO DA TOSCANA


Por Claudia Liechavicius

Junho. Mês dos apaixonados. O verão vem chegando de mansinho na Itália e com ele, o sol brilha forte nos campos dourados da Toscana. Vinhedos, ciprestes, girassóis em profusão e muita arte dão o tom da estação. Nada melhor do que esse cenário rural bucólico entre vilarejos, casinhas de pedra, muralhas medievais e castelos elegantes, para embalar a paixão no Dia dos Namorados. É ali que a Itália mostra sua essência. Com uma gente alegre, festeira, que fala alto, que gesticula, que senta sem pressa para saborear uma lauta refeição. Não há como não ser picado pelas flechas do amor em pleno coração da Toscana.

São tantos encantos e recantos que os olhos brilham de contentamento. Florença, Arezzo, Cortona, Montalcino, Pisa, Lucca, San Gemignano tudo tão pertinho e tão cheio de segredos. De repente o coração se vê aos pulos, a respiração fica ofegante, as mãos tremem. É a sensação celestial dos apaixonados, pois há um tesouro a cada esquina moldado num passado sublime que foi escrito com a ajuda das mãos de Leonardo da Vinci, Galileu Galilei, Michelangelo, Maquiavel, Bocaccio, Botticelli e tantos outros gênios.

Vamos nessa? 
Os próximos posts serão dedicados à preciosa Toscana!

Florença, San Gimignano, Colle di Val d'Elsa, Monteriggioni, Siena, Montalcino, San Quirico d'Orcia, Pienza, Montepulciano, Montefollonico, Torrita di Siena, Sorano, Sovana, Pitigliano, Monticatini Terme, Lucca, Pisa, Viareggio e Cinque Terre.


http://www.viajarpelomundo.com/2010/06/no-coracao-da-toscana.html

TURISMO ....FLORENÇA: BERÇO DO RENASCIMENTO

FLORENÇA: BERÇO DO RENASCIMENTO



Por Claudia Liechavicius

Ruas estreitas tomadas por lambretas, palácios de pedra em tons de ocre, uma multidão de turistas e um tesouro a cada passo. Assim é Florença, a capital da Toscana. De uma beleza estonteante. A cidade não tem como passar em branco nem mesmo diante dos olhos mais desatentos. De acordo com a Unesco, a Itália concentra 60% do patrimônio artístico do mundo e metade dessas obras estão lá. É! Florença é a grande referência do despertar artístico e cultural dos séculos XV e XVI rumo ao Renascimento. Esse centro atraiu nobres escritores e pensadores como Dante Alighieri, Galileu e Maquiavel, mas foi nas artes de Leonardo da Vinci, Michelangelo, Botticelli, Donatello que se tornou glorificada.


Muitas estátuas marcam os principais eventos históricos da cidade, na Piazza della Signoria. Ela é um dos pontos mais visitados de Florença, exatamente por ostentar tantas obras ao ar livre. Claro, que quase todas são reproduções e as originais encontram-se protegidas em museus.

Para desvendar as preciosidades da capital da Toscana basta sair andando com um mapa na mão e olhos atentos. Florença se estende às margens do Rio Arno. De um lado, o tranquilo bairro residencial de Oltramo que ostenta o Palazzo Pitti (antiga residência da família Medici - que foi quem patrocinou essa revolução cultural), o Jardim de Bóboli (jardim renascentista projetado para embelezar os passeios dos Médicis e hoje aberto à visitação) e a Igreja Santo Spirito. Do outro lado fica o coração histórico da cidade com sua maravilhosa Duomo, a Piazza della Signoria, o Palazzo Vecchio, a Galeria Uffizi, as igrejas Santa Croce e Santa Maria Novella. Para atravessar o Rio Arno, o melhor caminho é ir pela Ponte Vecchio e aproveitar para dar uma olhadinha nas joalherias que se fixaram no local.


O Rio Arno divide Florença ao meio. Para atravessar de um lado para outro há muitas pontes. Mas, a Ponte Vecchio é um dos maiores cartões postais de Florença com suas joalherias que mantém viva a mais antiga tradição da ourivesaria artesanal.

POR ONDE COMEÇAR

O complexo da Duomo é um dos pontos altos da cidade. Ali, o passado pulsa com força e vivacidade. Muita gente faz fila para poder conhecer as belezas da Piazza del Duomo, onde estão a Catedral de Maria dei Fiore, com a cúpula desenhada por Brunelleschi, o Campanário de Giotto, com seus 85 metros de altura e o Batistério, onde Dante foi batizado. A Duomo acabou de ser construída em 1436. Para chegar ao seu topo é preciso subir quase 500 degraus. Sua fachada neogótica é de tirar o fôlego e seu interior é cheio de afrescos que só podem ser vistos quando as máquinas de moedinhas são alimentadas com pequenas doses de euros.




A fachada da Duomo de Florença é simplesmente espetacular com seus mármores toscanos em uma combinação de cores inusitadas: rosa, verde e branco.








A torre central é a do Campanário da igreja que foi projetado por Giotto, em 1334 e concluído apenas 22 anos mais tarde.

Em frente à Duomo de Santa Maria del Fiore, o Batistério atrai o olhar de uma massa de turistas que ficam hipnotizados tentando identificar as cenas bíblicas feitas em alto relevo na Porta Leste, por Lorenzo Ghiberti, em 1401. No seu interior, um mosaico do século XIII mostra cenas do Juízo Final.




O Batistério é belíssimo tanto por dentro como por fora. O seu interior é ilustrado por mosaicos coloridos e suas três portas de bronze têm cenas em relevo feitas por Andrea Pisano e Lorenzo Ghiberti.


Não deixe de dar uma olhada no Museu dell'Opera del Duomo (que fica numa rua atrás da Duomo) para conferir uma coletânia de peças religiosas dos séculos XV e a ala dedicada a história da catedral. Ainda nessa região, ao se aventurar pelas ruelas laterais é possível visitar o Museo Casa di Dante.

A Casa di Dante é uma construção medieval muito bem preservada, no local onde o grande poeta nasceu.

Saindo dessa região e andando alguns quarteirões pela Via dei Calzaiuoli chega-se a Piazza della Signoria, centro do governo de Florença. Era ali que a plebe se reunia para festejos e protestos. Foi nessa praça que ocorreram fatos políticos e históricos marcantes. O nobre Francesco de Pazzi foi atirado do Palazzo Vecchio, pendurado pelo pescoço e nu, por ter planejado um atentado contra Lorenzo de Medici, o Magnífico. Foi lá, também, que o monge Savonarola, um fanático que pregava a moralização dos costumes da época, jogava livros e pinturas num local que chamava de "A Fogueira das Vaidades" e acabou sendo ali queimado. E, ainda hoje, é em frente ao palácio que o herói bíblico Davi, de Michelangelo, não cansa de manter a pose para tantas máquinas fotográficas, como se tivesse acabado de matar o gigante Golias (a peça original com 5 metros de altura pode ser vista na Galleria dell'Accademia).

Com olhar alerta, mãos e pés desproporcionais e cabelos encaracolados, Davi - de Michelangelo é incansável pousando diariamente para uma multidão de turistas. A estátua simboliza o triunfo sobre a tirania.

Além desses fatos curiosos, a Piazza della Signoria reúne muitas obras de arte e arquitetura. O prédio mais importante é o Pallazo Vecchio, onde ainda funciona a prefeitura da cidade. Em estilo medieval, o palácio foi construído no século XIV para que seu sino pudesse alertar a população sobre algum perigo iminente. Na entrada obras de arte imponentes, como o Davi, de Michelangelo e uma placa com a inscrição "Cristo é Rei" proclama que o poder dos governantes não é absoluto.

A torre medieval do Pallazo Vecchio pode ser vista de longe. É uma das edificações mais altas da cidade. Abaixo dela, os frisos heráldicos representavam importantes famílias de governantes da época.

No canto esquerdo do palácio a Fontana di Nettuno mostra o deus romano do mar cercado por ninfas celebrando as vitórias navais da Toscana.

Fontana de Nettuno, na Piazza della Signoria.
Bem na frente do palácio, a Loggia dei Lanzi era o lugar onde os guarda-costas de Cosimo I - os lanzi ficavam alojados. Daí vem o nome do local que ainda ostenta uma enorme quantidade de estátuas romanas colocadas pelos imperadores. Uma das mais imponentes e sempre na mira dos turistas é Perseu de Cellini que mostra Perseu decapitando Medusa para alertar os inimigos sobre seu possível destino. Outra obra de destaque é O Rapto das Sabinas, de Giambologna, na qual três figuras humanas foram esculpidas num único bloco de mármore.

Na Loggia dei Lanzi a estátua servia como um aviso: quem não se comportar pode ter o mesmo destino de Medusa.


O roteiro das artes é obrigatório. Estando na Piazza della Signoria não dá para deixar de lado, simplesmente o maior museu de arte da Itália- Galleria degli Uffizi - e, perder a chance de ficar cara-a-cara com peças de Michelangelo, Botticelli, Leonardo da Vinci, Ticiano, Giotto e tantos outros artistas imortais. Depois, se sobrar tempo vale dar uma passada na Galleria dell'Academia para conferir a obra-prima original de Michelangelo, Davi.

Alguns vendedores senegaleses dividem a paisagem com a nobre Galleria Uffizi. Eles aproveitam o tempo de espera em que os turistas ficam na fila do museu para oferecer cópias falsificadas de bolsas e relógios de marcas conhecidas.

Depois de tanta arte e história reunida num espaço tão pequeno é hora de dar uma caminhada sem rumo pelas ruas de pedestres para conseguir absorver tamanha beleza. Tomar um sorvete, entrar num café da Piazza della Republica ou simplesmente sentar sem pressa em algum cantinho especial.

Muita gente escolhe a Piazza di San Lorenzo para descansar da caminhada pelas ruelas de Florença.

Afinal, há tanta coisa para se ver em Florença que menos de três dias pode ser pouco para conseguir entender o espírito da cidade.

Se perca sem medo pelos seus labirintos. Vale a pena. A cúpula da Duomo serve como referência, pois é a construção mais alta do centro histórico de Florença e serve como guia.


COMENDO COMO OS FLORENTINOS

Como se não bastasse o encantamento visual que Florença desperta, ela também apresenta os prazeres da boa mesa. Depois de se deleitar com tantas obras de arte é hora de relaxar em um bom restaurante, saboreando um vinho Toscano. O cardápio pode incluir fatias de Culatello di Parma (coração do presunto cru), um prato fumegante da tradicional ribollita (ensopado de legumes com pão), uma legítima bisteca fiorentina, uma pasta preparada com fartas porções de funghi porcini ou quem sabe um belo risoto perfumado por lascas de trufas. Para essa farra gastronômica indico alguns restaurantes. OMERO é maravilhoso e bem escondinho. É uma salameria que fica no alto da colina, distante uns 10 minutos do centro de Florença, mas vale um esforço para chegar lá. A comida é saborosíssima, feita com produtos frescos da região. Fica na Via Pian dei Giullari, 11r, telefone 055 220053.

Mesmo sendo um pouco longe do centro, vale a pena experimentar o Omero. Não esqueça de provar o Culatello di Parma.

O TAVERNA DEL BRONZINO é mais sofisticado, indicado para um belo jantar. Dá para ir caminhando a partir do centro histórico de Florença. Fica na Via delle Ruote, 27r, telefone 055 495220.

Mais simples, bem central e perfeita para uma pausa de almoço no meio da andança pela cidade é a TRATTORIA ZAZÁ. Fica na Piazza del Mercato Centrale 26r, telefone 055 215411.

A CANTINETTA VERRAZZANO é um pequeno bar-restaurante que fica na área histórica e tem excelentes vinhos. Fica Via dei Tavolin 18, telefone 055 268590.

Outra cantinetta interessante é a ANTINORI num palácio do século XV que é também a casa da família Antinori. Uma bela pasta com ragu de javali é a boa pedida. O endereço é Piazza Antinori, 3. Telefone: 055 292234. Na saída aproveite para dar uma olhada nas lojas que ficam ali pertinho: Tiffany, Prada e Ferragamo.

Comida Toscana tradicional é na CANTINETTA FRESCOBALDI: ossobuco de vitela, ravioli de abóbora e tagliatelle com alcachofra. Via del Magazzini, 2. Telefone: 055 284724.


Para provar a tradicionalíssima Bisteca Fiorentina indico o RISTORANTE BUCA MARIO. Vive repleto de clientes ilustres. Peça uma bisteca para duas pessoas e divida. As peças maiores vem com menos gordura e menos osso. Piazza Ottaviani 16r. Telefone: 055 214179.

Para quem adora circular pelos mercados locais em busca de produtos típicos da terra, o Mercato Centrale é imperdível. Além do visual das frutas, trufas, funghis, azeitonas, alcachofras, queijos e vinhos há no seu interior um restaurante onde tudo é preparado com produtos frescos.

Indicações da amiga Roberta Sudbrack em Florença são: Cibreo, Ora d'aria, Il Latini e Da Ruggero. Todos excelentes.

E, de sobremesa, claro que não pode faltar um belo gelato. Os sorvetes italianos são uma tentação. Impossível resistir.

Sorvetes espetaculares!

INDO ÀS COMPRAS

Na Itália os grandes estilistas têm lojas espalhadas por todo canto. Andando pelo centro de Florença grandes nomes chamam às compras: Gucci, Armani, Versace, Prada, Dolce & Gabbana, Valentino... Mas, também há lojas de departamento com preços mais modestos como a Coin e a La Rinascente. No entanto, com um pouco mais de tempo é possível comprar peças das grifes poderosas pela metade do preço no outlet The Mall que fica a 30 minutos de Florença. Basta tomar o ônibus que parte em dois horários específicos da Estação Central para o shopping e voltar três horas depois no mesmo ônibus pagando 6 euros pelo bilhete de ida e volta. Para quem quer cair nas compras é ótima opção!


INDICAÇÃO DE HOTEL

St. Regis Florence. O hotel fica num palácio lindíssimo do século XV. Passou por uma reforma recente e está maravilhoso. Reserve um quarto com vista para a Ponte Vecchio. www.stregisflorence.com

Lungarno. Hotel muito charmoso a alguns passos da Ponte Vecchio. Quartos muito aconchegante, enormes, super bem decorados. Cama com dossel e banheiro excelente. Café da manhã caprichado. Atendimento excelente. Fica na Borgo San Jacopo, 14. Telefone: 055 27261.

www.lungarnocollection.com/it/hotel-collection/firenze/hotel-lungarno/hotel-lusso-a-firenze


Outras boas opções são Westin Excelsior, Savoy e Four Seasons.


Arrivederci!


http://www.viajarpelomundo.com/2010/07/florenca-berco-do-renascimento.html