Sempre na minha mente e no coração...

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Corcovado ou Cristo Redentor, lindo !!!

quarta-feira, 6 de maio de 2015

A Ilha Sagrada

A Ilha Sagrada


Geoffrey de Monmouth, historiador do século XII, se refere a Avalon como "Insulis Avallonis", que se traduz por Ilha das Maçãs, num claro simbolismo paradisíaco. A ilha é ainda associada às místicas ilhas Afortunatas, situada em águas ocidentais.
Avalon, a lendária ilha, onde Excalibur, a espada do Rei Arthur, foi forjada e para onde o próprio rei tinha voltado vitorioso depois da sua última batalha, para ser curado de um ferimento mortal. A ilha sagrada é regida por Morgana, sacerdotisa e feiticeira que, juntamente, com nove donzelas sacerdotisas, se torna a responsável pela cura de Arthur.
Sendo um lugar misterioso e sobrenatural, associada a Glastonbury, Avalon é a ilha onde Arthur permanece vivo, através de artes mágicas, esperando a hora do regresso.
Abadia de Glastonbury
Abadia de Glastonbury - Inglaterra

Quando, em 1191, os monges de Glastonbury encontraram a suposta sepultura de Arthur, no cimo de um pequeno monte, que dantes se encontrava circundado de água, disseram ser este o local da mítica ilha de Avalon. A inscrição no túmulo dizia: 
"Aqui jaz, enterrado na Ilha de Avalon, o conhecido Rei Arthur".
Em uma posição de poder e conhecimento, diz a lenda que Morgana confere às mulheres uma importante retomada de sua posição forte no culto às Deusas. O mosteiro de Glastonbury tem a tradição de ter sido fundado por José de Arimatéia, onde contam, teria trazido o Santo Graal para as Ilhas Britânicas e por isso é um lugar ligado à busca do Graal.

Fonte bibliográfica:
Vita Merlini - Geoffrey de Monmouth, 1100–1155




Ynis Afallach

Enfim, o único valor concebível para a inscrição desse túmulo, é dar nome da sua localização para identificar Glastonbury como a Ilha de Avalon.
A crônica de Margan explica, portanto, as inscrições: "pois o lugar (Glastonbury) era no passado cercado por pântanos, e foi chamado de Ilha de Avalon, que é a ilha das maçãs. Pois Aval significa maçã em britânico". Gerald elabora o mesmo tema, dizendo que maçãs costumavam abundar o local. Ele se apoia na Vita Merlini de Geoffrey para acrescentar que "Morgan, um nobre que era governante da região e intimamente relacionado a Arthur (nas fontes posteriores), leva-o para a ilha agora chamada Glastonbury, para curar os seus ferimentos" (Thorpe, 1978).
Avalon de Geoffrey não é em Glastonbury e sim, uma rota para Avalon. Seria uma ilha no mar e não uma antiga fundação eclesiástica.
A inscrição no túmulo parece querer harmonizar uma idéia estabelecida de que o ultimo local de descanso de Arthur teria sido Avalon com o fato de que o seu corpo foi descoberto em Glastonbury. Isso não pode significar que a inscrição na cruz do seu suposto túmulo, seja posterior a Geoffrey, podendo ser, portanto, na melhor das hipóteses, apenas uma geração mais antiga do que o seu descobrimento.
Esses registros da Abadia de Glastonbury foram amplamente reproduzidos por William de Malmesbury. Entretanto, logo foram revisados a luz de Geoffrey de Monmouth e aumentaram o interesse pelo material Arthuriano, tomando difícil desemaranhar as várias hipóteses. Gerald confirma que, pela época da sua visita, Arthur estava "muito admirado com a história do excelente mosteiro de Glastonbury, do qual ele mesmo foi no seu tempo um instinto patrono e um generoso doador e defensor" (Thorpe 1978), uma característica a que Caradoc de Llancarfan aludiu.
A descoberta do corpo de Arthur tem sido ultimamente vista como rota para a Ilha de Avalon. Se ele não se recuperou e morreu ali, poderia muito bem se esperar que ele fosse enterrado no local. Para os etimologistas do século XII, estava claro que Glastonbury era um nome inglês e que, se a fundação é anterior à conquista saxônica, deve ter tido um antigo nome britânico. Os saxões chamaram Glastonbury de Ilha de Vidro e os galeses optaram por chamar Avalon de "Ynis Afallach".

Fonte bibliográfica:
O Reinado de Arthur - da História à Lenda
Christipher Gidlow



Ilha de Avalon

Avalon, minha razão e minha emoção,
Minha alegria e minha tristeza.
As brumas sempre voltam ao amanhecer.
Antes eram mais amenas com certeza
E os mundos quase podiam se tocar.
Mas algo foi lançado ao vento.
As brumas encobriram tudo novamente,
Ocultando aquilo que maculou o sentimento.
O templo é a essência do que restou,
Lá nada é passageiro.
Pela honra do código dos filhos de Avalon,
O que se sente é verdadeiro.
A força que atravessou o tempo e o espaço,
É vivido no momento presente.
O futuro é o presente que se vive agora.
Avalon, a ilha sagrada, ressurge plenamente
Para quem quiser crescer, amar e arriscar
Sem medo de nada perder.
Pois apenas se perde
Aquilo que não se pode viver!

Rowena Arnehoy Seneween ®

Extraído do livro Brumas do Tempo
Todos os direitos reservados.




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O Chamado de Avalon

O Chamado de Avalon



A Ilha Sagrada de Avalon é linda e serena, mas somente para aqueles que preservam a sinceridade no coração. Além das brumas, a madrugada esmorece para dar lugar ao nascer do Sol e finalmente, a inspiração dos Deuses emerge através do tempo.
Invoco, com um suave canto, a fonte sagrada e sinto o seu frescor próximo a minha face.
Avalon sempre existiu... Uma terra de amor e beleza, onde viver era simples como respirar. As pessoas corriam livres pelos campos e de nada se arrependiam, pois não havia motivos para ser aquilo que não se era.
Poucos ainda se lembram dos campos floridos e das flores que vibravam em outras tonalidades. Tudo era diferente. Muitos buscam novamente Avalon, mas este tempo não existe mais. A inocência era virtude e a verdade, qualidade.
As brumas se elevam e nos trazem recordações de um tempo distante... Nossos ritos eram sagrados, porque assim nos foi ensinado. Lá, não havia tradições nem contradições, só havia o amor. Simples como acordar e olhar o céu, sereno como contemplar o brilho das estrelas e como reverenciar o Sol e a Lua.
A Lua, sim, ela era mais límpida, como os nossos corações. Muitos estão aqui hoje, mas poucos se lembram, apenas sentem saudades do lugar.
Avalon se foi apenas por ser bela, ninguém entende. Virtudes hoje são defeitos. Mas onde está o caminho que nos leva de volta? Não sei, mas ainda está lá!

O véu da maldade encobriu tudo e as ervas daninhas cercaram todo o caminho a sua volta. Por que o desespero? Você escolheu viver em um mundo que não era seu.
Mas Avalon ainda existe... Linda e serena.
Sinceridade é a verdade que não se esconde e nem se encobre. Você sabe porque já sentiu, mas mentiu e renegou suas origens, como muitos que escolheram o mundo das ilusões.
Avalon se foi, triste por mais um filho que perdeu. Como se enganam os que não acreditam. Não é apenas uma lenda, é um fato!
Alguns já sabem e estão voltando. Dura realidade, o coração não entende, se ilude, ama, mas não vai realmente atrás daquilo que se quer. Tudo em nome do ter antes de ser. Mas a vida empurra e a alma finalmente se liberta.
Voltei somente para avisar, mas não havia ninguém. Muito foi falado, poucos ouviram, alguns ainda entenderam, mas os verdadeiros filhos se foram. Não resta mais nada a fazer!
Chamo a barca que nos levará de volta, além das brumas do tempo e do espaço, pois não consigo mais distinguir seus corações.
Seus ritos são apenas de morte, não existe mais renovação, somente o ego que se fortaleceu.
Avalon está lá, eu sei, mas não para aqueles que buscam o conto de fadas. Ao acordar, todos irão sentir que algo se foi. Sim, eu digo a vocês, se foi a inocência de ser simples e natural.
Restou apenas a nuvem pesada dos pensamentos maculados e das atitudes mal pensadas.
Os bardos chegaram e não me resta mais nada a dizer, levo apenas aqueles que entendem que a beleza é infinita. Fiquem no seu ambiente que não é real.
- "Venha, aqui não é o seu lugar, transpasse as brumas e esqueça este mundo que não lhe pertence. Amanhã você não mais se lembrará."
Avalon se foi para nunca mais voltar e apenas retornará se o canto novamente souber invocar. Assim falou Morgana, através da sagrada inspiração... Awen!

Rowena Arnehoy Seneween ®

Extraído do livro Brumas do Tempo
Todos os direitos reservados.



Sagrada Sincronia

Em uma longa estrada
A vida percorre caminhos
Muda o rumo da jornada
Um sussurro leve e tristonho
Vozes que se perdem pela brisa
Muitas almas, duas vidas e um sonho...
Um mundo que começa a girar
Sem nenhuma razão para ficar
Doce melodia que não ousa calar
Ouça agora a voz do coração,
Além da misteriosa ilha de Avalon,
Perfeita harmonia repleta de emoção
Fluindo através da magia,
Presente na fina névoa de prata
Que brilha nessa mais bela sincronia!
Rowena Arnehoy Seneween ®

Extraído do livro Brumas do Tempo
Todos os direitos reservados.



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Onde está Avalon?

Onde está Avalon?



A colina do Tor, em Glastonbury, era a que poderia ser considerado o acesso à mística Ilha de Avalon. Dizem que o mar chegava até esse local e era um lugar rodeado pelas águas e conhecido como Avalon, cujo nome de reminiscência artúrica significa Ilha das Maçãs e em algumas antigas culturas, essas frutas representavam a imortalidade. Nela, descansavam os mortos antes de voltar a renascer. Segundo a lenda, o rei Arthur, depois da batalha em Camelot, foi levado a Avalon de onde voltaria algum dia. Inclusive a bruma que costuma cobrir a região que os habitantes locais chamam de "A Dama Branca", evoca a névoa da mística de Avalon.
Além do mais, esse lugar está localizado no condado de Somerset, nome que poderia aludir ao Reino de Verão, com o qual sonhavam Merlin e Arthur, como uma terra na qual as coisas poderiam ser diferentes para todos os homens e mulheres. Segundo as tradições galesas, Avalon, também chamada Ilha dos Afortunados, era um mundo feminino onde reina Morgana.
Este local enigmático, o Tor ou colina, topônimo de origem céltica, com 176 metros de altura e uma colina de pedras no seu topo, possui grandes forças telúricas, iguais de Stonehenge e Avebury, formando um triângulo, símbolo do fogo, elemento de transmutação e renovação espiritual.
Exatamente neste local houve a construção de duas igrejas, a primeira foi destruída por incêndios e da segunda existe apenas a torre.
Glastonbury anteriormente era Ynnis-Witrin ou a Ilha de Avalon, e estes são os nomes mais conhecidos. Ynnis Witrin é conhecida como: a Ilha de Cristal, pois os celtas chamavam esta área de "Ynnisvitrin", a Ilha do Vaso, a Ilha Brilhante, com base na cor do rio e na velha palavra britânica. O nome Avalon é originário da época do rei Avallach ou Avalloc e das histórias do Graal.

Fonte bibliográfica:
Avalon e o Graal e outros Mistérios Arturianos
Helena Gerenstadt

Simplesmente, Avalon

Avalon, uma lenda que está muito além das brumas do tempo... Mas como alcançá-la? Para aqueles que estão centrados na fé, basta apenas olhar dentro de si e buscá-la nos seus mais nobres sentimentos. O Templo de Avalon é o corpo que guarda a alma ancestral, o caminho que nos leva direto a misteriosa Ilha das Maçãs, ou seja, o caminho da verdade infinita que está dentro de cada ser.
Para adentrarmos na ilha sagrada de Avalon, medite em um local tranquilo, respire profundamente e esvazie sua mente de todo preconceito e qualquer pré-julgamento, medo ou dúvida. Invoque a emoção e a razão dos nossos Deuses Antigos. E, diga apenas:
"Que as brumas dêem passagem ao filho de Avalon que, novamente, retorna da sua longa jornada rumo à luz e a beleza do caminho... Abençoados pelo céu, a terra e o mar!"
Aos poucos a sensação de bem-estar e amplitude aumentará e num determinado momento, você irá fluir, naturalmente, ao Outro Mundo.
Aproveite este contato e siga até o ponto mais alto da ilha para ouvir o canto dos pássaros e o farfalhar das folhas das árvores, onde os seres feéricos de Avalon lhe apresentarão os segredos gravados na pedra.
Ao descer a colina em espiral, consulte o poço das águas sagradas e o fogo perpétuo da pira central do templo, pois eles são as bases do princípio maior da criação e dos mistérios druídicos.
Saiba que tudo é possível e que cada minuto são horas de puro prazer e recordação... Busque as respostas, soluções e simplesmente acredite que elas já fazem parte da sua vida. Acesse esse portal toda vez que precisar de uma orientação.
A Deusa-mãe é amorosa, mas também implacável e, os Deuses, atuam lado a lado daqueles que sabem que o melhor está sempre no caminho do eterno aprendiz. Resgate sua sabedoria divina e a força guerreira das tribos celtas.
Viva intensamente este momento e percorra toda a ilha. A cada nova viagem você retornará revigorado e sua percepção ficará cada vez mais aguçada.
Avalon é simplesmente esta doce emoção... Mas, apenas para aqueles que ainda acreditam na magia que está escondida dentro do seu coração. Que assim seja!

Rowena Arnehoy Seneween ®



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O REI ARTHUR E O REINO DE AVALON

O REI ARTHUR E O REINO DE AVALON


Avalon

Rei Arthur, um celta romanizado, crescido em meio à dupla influência do cristianismo e da velha religião céltica, teria sido, segundo a literatura galesa, um poderoso chefe militar que conseguiu unir as tribos célticas e manter os anglo-saxões à distância, por cerca de 30 anos.
A mitologia céltica inspirou o folclore britânico, fazendo desfilar diante de nossos olhos heróis míticos tais como Uther, Parsifal, Kay, Galahad, e sua busca pelo Santo Graal. Heróis já conhecidos nas histórias célticas originais e associados a uma essência guerreira que teria em Arthur o seu representante máximo.
Anunciado por Merlin, o druida, esperado pelo seu povo, Arthur, ao arrancar da pedra a espada mágica Excalibur, é então reconhecido como “aquele que promoverá a unificação das tribos”.
Arthur, o mais popular e o mais romântico dos heróis célticos, tem uma estreita associação mítica com São Miguel, o Senhor da Luz, que dominou o dragão o poder das trevas. As descobertas arqueológicas, tanto de uma capela no topo da montanha Tor, em Glastonbury, quanto a de uma igreja em Carnac, Bretanha francesa, ambas dedicadas a São Miguel, parecem confirmar esta associação.
“Em uma fria madrugada do ano 540 d.C., durante uma terrível batalha às margens de um rio em Camlann, Arthur foi mortalmente ferido por seu sobrinho Medraut. Colocado em um barco conduzido por três mulheres vestidas de negro ma das quais a fada Morgana foi a seguir transportado para um reino escondido, onde seus ferimentos seriam curados. Seguiu para o reino onde não existe morte. Para o vale místico de Avalon”. Assim diz a lenda.
Segundo uma crença muito antiga, Avalon pode ser alcançado através de uma ilha além das águas, ou então penetrando-se numa caverna encantada na encosta de uma montanha. Uma espécie de porta mágica, passagem para uma civilização desaparecida. Estas portas eram bem visíveis para os sacerdotes, conhecedores dos mistérios destes locais sagrados. Para os simples mortais, no entanto, eram apenas uma colina ou uma ilha em meio às águas.

http://www.espiritual.com.br/blog/?p=227#more-227

A lenda do Rei Arthur

A lenda do Rei Arthur
www.curaeascensao.com.br
A Bretanha antes de Arthur - A Bretanha Céltica

Há duas versões da lenda para a transformação de Arthur em Rei, são elas:

A Versão da Excalibur:

Conta essa versão que Uther Pendragon estava sendo perseguido por inimigos que lhe armaram uma emboscada e antes de morrer fincou a sua espada mágica numa pedra e disse que o próximo rei seria quem a retirasse desta pedra. Para satisfazer suas vontades de se transformarem em rei, todos os grandes guerreiros tentaram, e passaram a organizar torneios anuais onde o vencedor receberia a chance de tentar retirar a espada mágica da rocha. Arthur, nessa época, era criado por Ectório e era o seu filho mais novo (de criação) e ele, como acontecia na era medieval, era o Pajem de seu irmão mais velho Cai. Numa dessas batalhas Arthur perdeu a espada de Cai e quando viu a espada encravada na rocha retirou-a e levou-a  a seu pai. Neste momento alguns se ajoelharam e um outro senhor, Ban da Bretanha, jurou Guerra ao bastardo. Começada a guerra, Arthur imobilizou Ban e pediu para Ban jurar fidelidade a ele. Ban disse que não juraria fidelidade a um rei que não tivesse ainda se tornado um cavalheiro de verdade. E Arthur, sem pestanejar disse: "Estás certo meu senhor, faça-me então cavalheiro e jure fidelidade ao seu rei." Diante disso, Ban não acreditando na coragem do jovem, tomou a Excalibur em suas mãos e fê-lo cavalheiro jurando-lhe fidelidade diante de todos os seus soldados. Assim, Arthur foi feito rei de toda a grande Bretanha.

 A Versão das Brumas:

Igraine foi forçada por Viviane a se deitar com Uther para que ele lhe fizesse um filho. Depois disso, Arthur foi dado a Ectório para ser criado como um bastardo, visto que ele fora feito enquanto Igraine ainda era mulher de Gorlois da Cornualha, e isso não seria aceito por seus súditos. Quando Uther morreu, Arthur foi levado para Avalon para ser coroado de acordo com as celebrações do Gamo-Rei, e depois do ritual ele teve que se deitar com a Deusa incorporando o gamo, para com isso finalizar a sua coroação. Após a coroação, Arthur recebeu a espada mágica excalibur que tinha uma bainha confeccionada pelas mãos das sacerdotisas de Avalon, e seus símbolos significavam as mágicas que ela continha. Para a confecção dessa bainha, a sacerdotisa dava também seu sangue para a magia, e dentre outras mágicas, a bainha continha a proteção contra ferimentos e desmaios. Com essa espada e a bandeira do pendragon mantida como a bandeira do reino, Arthur conseguia que os povos antigos fossem seus aliados para o resto da sua vida. E não feria as tradições da Igreja Católica, uma outra forte aliada. Nesta cerimônia, Arthur jurou fidelidade aos preceitos da Antiga Religião.


Os Personagens da Lenda: 
Rei Arthur

Arthur, o rei, é a personagem principal desta lenda. Ele foi coroado aos 15 anos, após a cerimônia do Gamo Rei, onde ganhou a Excalibur (sua espada mágica). Existem duas versões para esta história, que serão contadas mais adiante.Ele teve uma irmã (Morgana) e um irmão de criação (Cai), sua mãe (Igraine) era filha da Senhora de Avalon e irmã de Viviane (Sacerdotisa atual de Avalon na saga). O Mago Merlim é pai da mãe de Arthur, seu avô de direito.Arthur não teve filhos de seu conhecimento, mas ele foi pai em conjunto com Morgana no ritual do Gamo Rei. Morgana nunca contou ao seu irmão sobre o acontecido, visto que nesse ritual os corpos eram doados aos deuses para a unificação do ritual que será explicado na história do "Gamo Rei".Arthur criou a Távola Redonda, onde todos os seus cavaleiros se sentavam à uma mesa redonda de acordo que não houvesse ponta nem cabeceiras, reafirmando que todos eram iguais perante ao rei e perante ao Cristo.Arthur traiu o povo das fadas (seus familiares por parte de mãe) ao negar a bandeira do Pendragon e instituir em Camelot a bandeira com a cruz do Cristo e a Virgem Maria. Essa bandeira foi confeccionada por Guinevere, sua esposa e rainha de Camelot. Arthur, após a mudança do reino de Tintagel para Camelot, começou a dar ouvidos a sua esposa e fazer tudo o que ela queria, com isso negou aos seus ancestrais, traiu o povo de Avalon e instituiu uma religião una em toda a Bretanha, o Cristianismo.

A Rainha Guinevere

Guinevere (ou Gwen) ainda era uma moça quando se casou. Ela foi aceita pelo rei que nem mesmo a conhecia; mais por causa do seu dote do que por qualquer outra coisa. Gwen trazia consigo 100 cavalos de guerra pesados e 100 soldados para montá-los. Arthur ao vê-la encantou-se, mas o coração de Gwen já era de Lancelot do Lago, o chefe da cavalaria de Arthur. Gwen teve dias felizes em Camelot e em Tintagel, mas o seu amor proibido fazia com que uma angústia enorme acompanhasse a Rainha da Bretanha. Gwen não era tão boazinha quanto parece: ela tornou-se uma mulher fria, calculista e vingativa; deu forças para que Morgana se casasse com um velho rei e fez com que Lancelot tomasse ódio de Morgana. Guinevere tinha muitos ciúmes de Morgana; a rainha era também muito católica e fez com que Arthur trocasse a bandeira do Pendragon pela cruz do Cristianismo e com isso criou o início da decadência do reinado do seu marido. Guinevere também mantinha encontros furtivos com seu verdadeiro amor, Lancelot. A figura da rainha é retratada como a mulher que se impõe num regime onde ela não tem vez. Guinevere e Morgana formam a espinha dorsal da trama e desencadeiam todas as histórias que acontecem dentro do reino. Guinevere é exilada mais tarde por Arthur devido a sua vida "indigna" com Lancelot.

O Mago Merlim

Merlim era um título dado ao sacerdote mais graduado na religião antiga. O Merlim era como se fosse o representante masculino da Deusa. Ele, juntamente com a Sacerdotisa de Avalon, formavam o elo entre a magia e os humanos. O Merlim, no início da lenda, é o Taliesin (aquele velho de barba branca, como ficou imortalizado na mente das pessoas) que teve duas filhas importantes no enredo da lenda: Igraine (a mãe de Arthur) e Niniane (a Sacerdotisa de Avalon que substituiu Viviane). Taliesin foi também o articulador e conselheiro do reino de Ambrósio e Uther Pendragon. Já no reino de Arthur ele participou do início mas pela sua idade foi substituído por Kevin, o Bardo. Kevin era um homem com problemas físicos, foi surrado por um cavaleiro na sua infância e com isso tem problemas para se locomover, ficando corcunda e manco, e mesmo os problemas nas mãos  não o   impediram de fazer valer o seu maior dom: a Harpa. A bela voz também o acompanhava, Kevin era o melhor harpista de todo o reino de Camelot e empunhava a sua amada (a sua harpa) de uma forma peculiar, pois não tinha forças para erguê-la e por isso abaixava-se junto ao instrumento como que reverenciando-o por todos os belos sons que ele emitia. Kevin era calmo e muito lúcido, e por vezes se mostrou até pouco radical quanto à sua religião para não ferir os propósitos maiores que era manter a religião pagã viva e não torná-la a mais importante da Bretanha. Nesse período, os antigos já tinham a certeza de que a sua religião não era mais a dominante na região, mas que apenas continuaria viva e deveria se respeitada assim como a católica. O papel do Merlim na trama a partir daí não era o de fazer magia e feitiços, mas sim de mostrar ao seu povo que ele continuava junto ao rei e com isso assegurar a paz entre o reino e os povos antigos, tornando-os aliados incontestáveis. O Merlim era um título e não um homem, é bom que isso fique muito bem claro.

Lancelot

Lancelot era filho de Viviane, o melhor guerreiro da Távola Redonda e o Mestre de Armas de Arthur. Lancelot mantinha vínculos com Avalon e sempre que podia visitava sua mãe, porém ele não seguia nenhuma das duas religiões da época (Católica e Wicca), Lancelot não era um homem ligado aos cultos religiosos, embora pertencesse à linhagem real e tivesse a visão. Ele era apaixonado por Guinevere, antes mesmo desta se tornar rainha. A sua vida sempre foi regada por vitórias em batalhas e campeonatos, Lancelot era o mais valioso guerreiro do rei e o mais hábil domador de cavalos selvagens. Casou-se tarde, com a filha do rei Pelinore e, com isso, se afastou um pouco do reino de Camelot e da rainha Guinevere, com quem mantinha encontros furtivos e a quem realmente pertencia o seu coração. O seu romance com Guinevere foi descoberto pelos cavaleiros da Távola Redonda, e depois disso ele foi expulso do reino de Arthur e nunca mais voltou. Lancelot morreu velho no reino de seu sogro, o Rei Pelinore.

Morgana das Fadas

Morgana era a irmã mais velha de Arthur. Filha de Igraine e Gorlois da Cornualha. Ela foi criada em Avalon como uma sacerdotisa, segundo as ambições de Viviane, sua tia, Morgana seria a próxima Senhora de Avalon, pois tinha a linhagem real e era muito aplicada à Deusa e aos seus ensinamentos. Mas, depois da Cerimônia do Gamo-Rei, onde Morgana foi dada ao seu irmão Arthur em nome da deusa, ela se aborreceu com Viviane e com o que foi obrigada a fazer e abandonou Avalon. Foi morar com Morgause (sua tia) e depois foi para a corte de seu irmão. Morgana também era apaixonada por Lancelot, mas este nunca a quis por ela ser sua prima e por ver em Morgana sua mãe Viviane. Morgana armou o casamento de Lancelot, e, com isso, afastou-o de Guinevere se vingando de tudo que sofrera até então. Morgana teve um filho (Gwydion ou Mordred) com o rei Arthur, que depois de muito tempo voltou para Camelot e se tornou o conselheiro de Arthur até virar o grande herdeiro do trono depois da morte do filho de Lancelot. Morgana foi expulsa de Camelot depois de roubar a bainha mágica de Excalibur e jogá-la no lago sagrado. Morgana não concordava com a transformação de Camelot num reino cristão e lutou com todas as suas forças para derrubar Arthur do poder. Ela fracassou em todas as tentativas dessa sua luta pessoal e perdeu com isso a amizade dos poucos que gostavam dela. Acolon, um consorte dela, morreu tentando derrubar o rei para Morgana, isso a deixou muito abalada e fez com que ela se exilasse em Avalon para a eternidade. Morgana morreu velha em Avalon que se perdeu para sempre nas brumas.

Viviane - A Senhora de Avalon

Viviane é uma das grandes personagens da trama. Ela é irmã mais velha de Igraine e Morgause. Viviane teve dois filhos, Lancelot e Balam. Lancelot se tornou o mestre de guerra de Arthur e Balam era um dos cavaleiros do Rei. É a tia de Morgana e Arthur. Viviane é a fiel representante da Deusa, a Sacerdotisa de Avalon. Ela ganhou muitas inimizades devido à sua devoção incondicional às suas crenças. A primeira a se revoltar quanto ao seu modo de agir foi Igraine, que teve de casar com Gorlois de acordo com a vontade da Deusa, e depois teve que se dar a Uther antes mesmo de se tornar viúva, para conceber Arthur. Viviane morreu pelas mãos do meio irmão(Balim) de seu filho. Ela esteve na comemoração de Pentecostes para requerer que Arthur continuasse fiel às suas promessas de respeito à religião dos povos antigos. Balim, Cavaleiro do Rei, aproveitou-se disso para matá-la em frente a toda corte e sofreu as punições devidas a uma desonra como essa. Balim foi morto por Lancelot em vingança a sua mãe, com o consentimento do Rei Arthur. Viviane foi enterrada em frente a um convento no memorial da Corte, a contra-gosto de Morgana que queria levar o corpo a Avalon para que ela recebesse as últimas saudações

Uther Pendragon

Uther Pendragon foi o rei que substituiu Ambrósio. Uther era o capitão da guarda de Ambrósio, não sendo herdeiro por direito, visto que não era filho do rei. Com a morte de Ambrósio, Uther era o seu preferido, e por isso foi o escolhido.O novo rei foi leal ao seu povo e muito voltado para os combates, já que era um ótimo guerreiro.Ele se apaixonou por Igraine que até então era a esposa de Gorlois, Duque da Cornualha. Igraine também se apaixonou por ele e Merlim os ajudou a ter uma noite de amor enquanto Igraine ainda era casada. Uther usou as roupas de Gorlois e com um encanto todos acharam que este realmente era o Duque e entrou no quarto de Igraine para passar a noite com ela. Desta noite surgiu Arthur o Grande Rei.Depois disso Gorlois foi morto pelos homens do Rei e Uther pde se casar com Igraine.PENDRAGON - era um título dado ao mestre das armas. O Pendragon era o melhor guerreiro, o mais respeitado e o chefe de guerra.


 Igraine

Igraine era filha da Grande Sacerdotisa, irmã de Viviane (a Senhora do Lago) e de Morgause.Ela foi treinada para ser sacerdotisa em Avalon assim como sua irmã mais velha, mas Viviane a entregou para Gorlois e este a fez sua esposa.Ela teve uma filha de Gorlois (Morgana), e depois teve um filho de Uther (Arthur). Igraine, enquanto esposa de Gorlois ficou muito longe de sua fé e renunciou a visão (mais por raiva de ter sido casada contra a sua vontade do que por causa do afastamento de Avalon), e foi muito infeliz com este casamento. Depois, com Uther, o homem que amava, foi feliz e deu um herdeiro a ele. Teve ótimos dias em Tintagel mas, sempre teve muita tristeza por não ter conseguido dar um filho que fosse legitimado o príncipe herdeiro, visto que Arthur nasceu antes de Uther e Igraine constituírem matrimônio, e não poderia ser proclamado herdeiro com o consentimento do povo e de seus aliados.Com a morte de Uther, Igraine foi viver num convento (ela já tinha, nessa época se entregado ao cristianismo), só saindo de lá na ocasião do casamento de seu filho Arthur. Igraine morreu no convento, tendo ao lado somente Guinevere (a rainha) e clamando por Morgana.

O Amor Proibido entre Lancelot e Guenevere

Guinevere (Gwenwyfar ou Gwen) e Lancelot são duas personagens muito importantes em toda essa lenda de Camelot. De um lado, a grande rainha e mulher de Arthur, o mais justo dos reis, e, do outro lado, o grande herói, o melhor cavaleiro, o chefe da cavalaria real: Sir Lancelot. Esse amor nasceu de uma visita de Lancelot ao reino do pai de Guinevere para cogitar se a herdeira daquele reino era digna de se sentar ao lado do grande rei da Bretanha, Arthur. Os dois se olharam e trocaram sorrisos, e a partir daí nasceu o amor tão comentado e polêmico que decreta a ruína de Camelot. Depois de muitos anos, Lancelot se casa e some de vez do reino de Arthur, mas, com o retorno do grande cavaleiro à Camelot, Gwen e Lancelot voltam a se encontrar e, guiados por Mordred , os Cavaleiros da Távola Redonda armam uma emboscada a fim de desmascarar toda essa traição ao seu grande Rei. Lancelot é descoberto, e numa luta contra os cavaleiros acaba fugindo, mas antes mata Gareth, o filho de Morgause e o seu maior fã. Arthur descobre, manda Gwen para um convento e decreta a expulsão de Lancelot de seu reino. Existe uma outra versão que diz que Arthur condenou Gwen à fogueira e Lancelot veio em seu auxílio e a livrou da morte lutando com muitos soldados do Rei e decretando guerra a Arthur, mas isso é por mim visto como muito romântico e fantasioso, cabe ao leitor acatar a versão da lenda que lhe é mais apropriada, lembrem-se que o meu objetivo é narrar os fatos e não impor qual é o certo e o errado. Por fim, Gwen acaba voltando para Camelot depois de um pedido de perdão de Lancelot e a sua promessa de nunca mais voltar ao reino de Arthur enquanto os dois viverem.

O Filho de Morgana

Mordred (ou Gwidion) era o filho de Morgana e Arthur, nascido da Cerimônia do Gamo Rei. Mordred foi criado em segredo longe dos olhos de Arthur por Morgause e aprendeu as artes da guerra em território saxão (os saxões eram inimigos do povo de Arthur, os bretões). Mordred voltou e se apresentou ao rei como filho de Morgana e foi feito cavaleiro da Távola Redonda por Lancelot, depois de desafiá-lo publicamente em uma festa de Pentecostes. Mordred também foi treinado para ser um Merlim da Bretanha em Avalon, e era como sacerdote que ele negara toda a religião cristã e se tornara o conselheiro de Arthur (que sabia que Mordred era seu filho). Mordred se tornou herdeiro do reino depois da morte de Galahad (filho de Lancelot) na busca do Santo Graal. Contudo Mordred nunca assumiu esse trono. Ele morreu antes disso numa batalha, depois de comandar a derrocada do reino de Arthur revelando a todos o romance de Gwen e Lancelot. Mordred tinha raiva de seus pais por o terem abandonado e queria muito se vingar do rei por questões pessoais e pela traição à Avalon. Existe uma versão que diz que Arthur e Mordred morreram lutando um contra o outro, e fala-se também que Lancelot matou Mordred e depois morreu guerreando contra Arthur. Todas essas versões enriquecem essa história maravilhosa!

A Távola Redonda

A Távola Redonda nada mais era do que uma mesa redonda que Arthur ganhou do pai de Guinevere em seu casamento (Aliás, Arthur se casou com Guinevere por causa de um dote de 100 cavalos de guerra pesados e 100 soldados cavaleiros). Após isso, com a criação de Camelot, Arthur mandou construir um salão enorme para colocar essa mesa, de modo que todos os cavaleiros pudessem se reunir, não havendo lugares mais importantes entre eles, visto que, na mesa não haviam quebras e por isso simbolicamente todos os presentes eram iguais. Os "Cavaleiros da Távola Redonda" eram todos os homens que eram feitos cavaleiros por Arthur ou os que eram formados fora do reino e que tenham sido absorvidos por Arthur como sendo de confiança (Lancelot, Gawaine e outros). A história fala de 12 cavaleiros, mas isso não deve ser uma regra.

A Criação de Camelot

Camelot era o reino do Rei Arthur e dos Cavaleiros da Távola Redonda. Ele foi criado depois que Arthur conseguiu expulsar os saxões de sua terra, ganhando com isso a aliança dos inimigos. Antes, Arthur morava no Castelo de Tintagel, onde era a base de seu reino. Em Camelot, Arthur construiu a sala da Távola Redonda e foi aí que começou a ser criada a ordem dos Cavaleiros da Távola Redonda (que eram todos os homens feitos cavaleiros por Arthur). O local era em cima de uma montanha, rodeado por um lago e muito fortificado visto que a altura facilitava a visão da guarda. Foi ali que Arthur conseguiu a felicidade e a calmaria.
Camelot seria o reino onde Arthur estabelecera sua corte, mas onde ficava Camelot e de onde teria surgido este nome?
Supõe-se que o nome Camelot, referindo-se à suposta capital de Arthur, tenha sido dado pela primeira vez, no século XII, pelo romancista francês Chrétien de Troyes. Não há nenhuma garantia histórica sobre a existência de tal capital e essa idéia só entra na história depois que o general Arthur se transformou mitologicamente na figura do rei. Acredita-se que Camelot seja uma corruptela francesa para Camalodunum, nome romano de Colchester. Em 1542, um antiquário chamado John Leland visitou a colina de Cadbury (ao lado), em Somerset, que os habitantes chamavam de Palácio de Arthur, e ficou realmente convencido de que lá ficava a Camelot de Arthur, o que levou a chamá-la de Camelot e interpretar erroneamente o nome da vila vizinha de Queen's Camel, dizendo que originalmente poderia ter-se chamado Queen's Camellat. Essa associação infeliz ocultou as prentenções de Cadbury ser a verdadeira fortaleza de Arthur.
Cadbury, próxima a Glastonbury, é um monte de 75 metros de altura cujo topo se estende por 8 hectares. O monte é cercado por quatro elevações, uma acima da outra, remanescentes de antigas obras de defesa. Em 1960, provou-se que o local foi habitado entre 500 e 400 a.C.; que os romanos a encontraram ocupada, massacraram alguns de seus habitantes e removeram o restante para o nível do solo; e que mais tarde desmantelaram o forte e aplainaram o topo da colina. Outro estágio das escavações arqueológicas revelou que a colina havia sido refortificada em 470 d.C., fato provado pela presença, nos muros e pilares, de fragmentos de cerâmica do estilo Tintagel do século V.
Os locais foram sugeridos para a capital de Arthur, como Caerlon-on-Usk, no País de Gales, mostrado nos textos de Godofredo de Monmouth. O patrono de Willian Caxton, que editou a versão de Malory da lenda de Arthur, afirmava que existia uma cidade de Camelot, no País de Gales, que parecem ser os remanescentes romanos de Caerleon. Já Malory identificava Camelot como sendo a atual Winchester. No entanto, parece que as maiores evidências são para a Colina de Cadbury como a fortaleza de Arthur, já que esta servia perfeitamente como quartel-general para alguém que estivesse lutando no sudoeste da Inglaterra, em uma batalha travada no perímetro da planície de Salisbury.

Avalon - O Túmulo de Arthur 

Avalon, chamada de Avilion por Malory, surgiu pela primeira vez na história de Arthur através de Godofredo de Monmouth. Godofredo juntou uma miscelânea de tradições com relação à sobrevivência de Arthur e ao lugar de refúgio: tanto para britânicos, bretões ou galeses, o lugar é sempre um paraíso cercado de água, localizado na região costeira, que se chamava Avalon. E disse: "O renomado rei Arthur, gravemente ferido, foi levado para a ilha de Avalon, para a cura de suas feridas, onde entregou a coroa da Bretanha a seu parente Constantino, filho de Cador, duque da Cornualha, no ano de 542 do Nosso Senhor". Mais tarde, no livro Life of Merlin, Godofredo descreve o lugar como uma ilha fantástica, habitado por nove damas, uma das quais a sua irmã, a fada Morgana.
Grande é a associação de Glastonbury com Avalon. A grande abadia de Glastonbury foi fundada no século V. A seu lado havia uma pequena igreja, muito antiga, de paredes de taipa, que se dizia ser o primeiro santuário construído na Bretanha, e, assim, associado a José de Arimatéia, que teria trazido o Santo Graal para a Bretanha. Em 1184, um incêndio destruiu a pequena igreja, bem como a maioria dos prédios da abadia. Um programa de reconstrução foi então iniciado por Henrique II, mas, como demandava somas intensas, era necessário alguma coisa para atrair peregrinos com suas bolsas. Giraldus Cambrensis, um galês de ascendência parcialmente normanda, produziu então, entre 1193 e 1199, um obra intitulada De Principis Instructione, na qual registra que Arthur teria sido um benfeitor da abadia e que teria sido na verdade enterrado nela, já que seu corpo fora encontrado em 1190. Jazia entre duas pirâmides de pedra que marcavam os locais de outros túmulos, a 5 metros de profundidade, envolvido em um tronco de árvore oco. Do lado de baixo do tronco que servia de caixão, havia uma pedra e abaixo dela uma cruz de chumbo na qual estavam gravadas as seguintes palavras em latim: "Aqui jaz enterrado o renomado rei Arthur com Guinevere, sua segunda esposa, na ilha de Avalon". Dois terços do caixão eram ocupados por um homem de tamanho incomum e o restante por ossos de uma mulher, juntamente com uma trança de cabelos loiros que virou pó ao ser tocada por um monge. A tal descoberta teve o sucesso que interessava e Glastonbury tornou-se uma atração turística.

Godofredo de Monmouth dissera que Arthur fora levado embora, mortalmente ferido, para a ilha de Avalon. A partir do momento que os ossos de Arthur teria sido encontrados em Glastonbury, junto com a cruz funerária que dizia que ele teria sido enterrado em Avalon, Glastonbury tornou-se sempre Avalon. Guilherme de Malmesbury, em sua Gesta Regum Anglorum (Gesta do Rei dos Anglos), de 1125, apenas menciona o fato de os britânicos chamarem Glastonbury de Inis Witrin, a Ilha de Vidro. Caradoc de Lancafarn, em sua Life of Gildas, de 1136, repetiu que os britânicos a chamavam de Ynis Gutrin, Ilha de Vidro. Giraldus Cambrensis e Ralph, abade de Coggeshall, em sua Chronicon Anglicanum (Crônica Anglicana), foram os dois primeiros escritores a dizer que Glastonbury era Avalon.

 Os Anais da Páscoa

A história do Rei Arthur e seus cavaleiros é realmente apaixonante, tanto que no século XII ainda havia derramamento de sangue de bretões e ingleses, sendo que os primeiros lutavam em nome de Arthur. Mas quem foi Arthur? Ele realmente existiu? Se existiu, por que toda sua história está envolta em lendas e sem conteúdo histórico?
O mais empolgante é descobrir que Arthur realmente existiu. Como a Páscoa é uma festa móvel, era necessário fazer cálculos para saber quando cairiam as próximas festas, nos anos seguintes. Essas tabelas de cálculos, existentes em várias abadias, eram chamadas de Tabelas da Páscoa. Eram organizadas em colunas, sendo que a coluna da mão direita era deixada em branco. Nela eram anotados os eventos de importância relevante. Os itens desta coluna eram chamados de Anais de Páscoa.
É comumente aceito que a data do manuscrito que continha os anais é consideravelmente mais velha que os eventos anotados nela; mas os especialistas concordam que, quando novas tabelas de cálculo eram feitas, os principais eventos das tabelas anteriores eram transcritos para as mais novas. No Museu Britânico há um maço de documentos conhecidos como Historical Miscellany (Coletânea histórica) que contém um conjunto de tabelas de Páscoa. Em suas colunas de anais ocorrem dois registros: O primeiro tem sua data discutida, já que o copista teria datado os registros a partir do ano em que se iniciaram os anais, que pode ser 499 ou 518 d.C. Está escrito: "Batalha de Badon, na qual Arthur carregou nos ombros a cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, por três dias e três noites, e os bretões foram vitoriosos". No segundo registro de 539, lê-se: "Batalha de Camlann, na qual Arthur e Modred morreram. E houve pragas na Bretanha e Irlanda". O argumento que mais demonstra se tratar de uma evidência histórica é que também Gildas mencionou a Batalha do Monte Badon, cuja ocorrência registrou a mesma data do seu nascimento, descrevendo-a como "a última matança do inimigo, depois do que, durante toda a sua vida, teria sido refreado o avanço saxônico no sudeste e no sudoeste". Além disso, em uma conhecida história marcada por ausência de nomes próprios, Gildas, apesar de não falar no nome de Arthur, cita o nome da batalha, atribuindo-lhe importância singular.
Os anais dizem que Arthur lutou por três dias e três noites, o que é verossímil, pois Gildas chamou essa batalha de cerco obsessio Badonici. O fato de Arthur ter carregado a cruz nos ombros explica-se pela possível troca de palavras shield (escudo) por shoulder (ombros). A localização da colina chamada Badon é controvertida, mas supõe-se que deva estar localizada além de Kent e Essex, na rota do avanço saxônico.
É a partir desta batalha que a penetração anglo-saxônica proveniente do sudeste se interrompe, quando já tinha atingido as fronteiras da planície de Salisbury, em Berkshire e Hampshire, reiniciando somente meio século mais tarde. Não é sabido se Arthur e seus guerreiros atingiram o topo ou se foram os sitiantes; de qualquer modo o resultado foi o massacre dos saxões. Essa referência e aquela em que tanto Arthur como Modred morrem na Batalha de Camlann foram os profundos alicerces com os quais se ergueu a elevada e bem estruturada fama de Arthur.

A Historia Brittonum

Em segundo lugar, em importância como documento histórico, é a coleção do monge galês Nênio, da metade do século VIII, onde, segundo ele, agrupou tudo aquilo que havia encontrado nos anais romanos, os escritos dos santos padres e a tradição dos sábios. Esta coleção faz parte da Historical Miscellanny e é conhecida como Historia Brittonum (História dos Bretões). Começa com a recapitulação de outros trabalhos, inclusive o cálculo das seis era do mundo, iniciando com o Dilúvio; a seguir vem o que é chamado de seção independente, informações das quais Nênio foi a única fonte. Relata a carreira de Vortigern e o estímulo dado aos saxões. Nênio conta a história da descoberta, feita por Vortigern, de um menino clarividente, chamado Ambrosius, cuja mãe confessa ter sido ele gerado por um íncubo. Esse menino diz que o castelo que Vortigern se esforça tanto para construir não ficará em pé e avisa-lhe para drenar o poço que ele encontrará debaixo de suas fundações. Assim que for esvaziado, nele se descobrirão dois dragões: um vermelho e outro branco, que lutarão entre si. O branco vence o vermelho e o menino diz que a luta prediz a vitória saxônica sobre os bretões.
Depois dessa fábula vem uma passagem que, apesar de ter sido escrito muito tempo depois, será tão preciosa quanto os registros dos Anais da Páscoa. Inicia indicando uma data: "Depois da morte de Hengist, seu filho Octha, proveniente do norte da Bretanha, fixa-se em Kent, de onde inicia a dinastia dos reis de Kent". A ascensão de Octha, sob o nome de Aesc, ocorreu em 488, de acordo com a Crônica Anglo-Saxônica. Nênio continua: "Então, naqueles dias, Arthur lutou contra eles junto com os reis bretões, tendo sido o líder das batalhas". Isto mostra que, após a retirada dos romanos, muitos reis, soberanos de pequenos reinos britânicos, uniram-se contra os saxões, sendo Arthur comandante geral das tropas combinadas. Não foi somente Nênio que afirmou que Arthur não foi um rei propriamente dito; em outro capítulo do livro The Marvels of Britain (As maravilhas da Bretanha), ele o chama de um simples soldado, ou miles; Nênio fala ainda de Cabal, o cachorro, e do túmulo de Anwr, filho de Arthur, o soldado.
A próxima passagem é rápida e misteriosa; é uma lista das doze batalhas onde Arthur lutou, das quais apenas duas são passíveis de identificação. Nênio diz que a primeira batalha ocorreu no rio Glen, que pode ser tanto em Northumberland como em Lincolnshire. A segunda, a terceira, a quarta e a quinta batalhas aconteceram no rio Dubglas, in regio Linnus, o que pode significar Lindsey, em Lincolnshire. A sexta foi em Bassas, nome que não foi traduzido. A sétima foi a Batalha de Caledonian Wood, que se acredita ser uma floresta em Strathclyde. A oitava foi na Tor Guinnion, lugar que não foi identificado geograficamente, mas é assinalado pela narração de que ali Arthur teria carregado nos ombros a imagem da Virgem Maria, por cuja virtude e pela de Jesus Cristo, os pagãos teriam sidos expulsos. A nona ocorreu na cidade de Legion, nome romano de Chester. A décima foi na praia de Tribuit; a décima primeira, na montanha de Agned; e a décima segunda no monte Badon, e foi aí que Nênio disse que tinham caído novecentos e sessenta em um violento ataque desfechado por Arthur. Apesar de não ser possível delinear com exatidão onde ocorreram, parece que as batalhas ocorreram em uma área ampla, que ia de Strathclyde, no noroeste oriental, talvez até Northumberland ou, mais para o sul, até Lincolnshire; de Chester no oeste até algum lugar no sudoeste, onde o combate do monte Badon culminaria com uma vitória definitiva, estabelecendo, por fim, cinqüenta anos de paz.



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REI ARTHUR...

Rei Arthur

Rei Arthur
Arthur o rei é a personagem principal desta lenda, ele foi coroado aos 15 anos, após a cerimônia do Gamo rei, onde ganhou a Excalibur (sua espada mágica), existem duas versões para esta história. Que serão contadas mais adiante.Ele teve uma irmã (Morgana) e um irmão de criação (Caí), sua mãe (Igraine) era filha da Senhora de Avalon e irmã de Viviane (Sacerdotisa atual de Avalon na saga). O Mago Merlim é pai da mãe de Arthur, seu avô de direito.
Arthur não teve filhos de seu conhecimento, mas ele foi pai em conjunto com Morgana no ritual do Gamo Rei. Morgana nunca contou ao seu irmão sobre o acontecido, visto que nesse ritual os corpos eram doados aos deuses para a unificação do ritual que será explicado na história do "Gamo Rei".Arthur criou a Távola Redonda onde todos os seus cavaleiros se sentavam à uma mesa redonda de acordo que não houvesse ponta nem cabeceiras nesta mesa, reafirmando que todos eram iguais perante ao rei e perante ao Cristo.Arthur traiu o povo das fadas (seus familiares por parte de mãe) ao negar a bandeira do Pendragon e instituir em Camelot a bandeira com a cruz do Cristo e a Virgem Maria. Essa bandeira foi confeccionada por Guinevere sua esposa e Rainha de Camelot. Arthur, após a mudança do reino de Tintagel para Camelot, começou a dar ouvidos a sua esposa e fazer tudo o que ela queria, com isso negou aos seus ancestrais, traiu o povo de Avalon e instituiu uma religião unica em toda a bretanha, O Cristianismo.


 À Procura do Rei Arthur

O seu reinado marcou uma era de ouro da Bretanha, uma época de cavalheirismo na guerra e no amor. Durante séculos, escritores e artistas romantizaram a sua história, mas os cientistas e os investigadores de hoje sugerem uma realidade muito diferente dada à lenda. Num castelo sombrio construído sobre um promontório rochoso que avança mar adentro, Igrayne aguarda o regresso do marido, Gorlois, Duque da Cornualha.
Não é ele porém, quem entra nessa noite no seu quarto, e sim Uther Pendragon, o rei da Bretanha - a quem o mágico Merlin deu a aparência de Gorlois, afim de satisfazer a paixão ilícita do rei por Igrayne e enredar o maior plano da vida de Merlin. É concebido um filho. Assim começa a história do lendário rei Arthur, história que inspirou numerosos escritores e artistas e durante séculos cativou a imaginação dos povos.
Merlin apodera-se do filho de Igrayne e entrega-o ao bom Sir Ector para que o eduque como seu filho... Só quando o rei morre e Arthur completa 16 anos, Merlin lhe revela a sua verdadeira paternidade, e mesmo assim somente depois do jovem conseguir arrancar uma espada fincada numa rocha.
Todos os que tinham tentado haviam falhado a prova que "só o verdadeiramente nascido rei de toda a Bretanha" passaria. Merlin lhe fala também a respeito do encantamento lançado sobre ele pela fadas de Avalon, a terra do mistério.
Arthur será melhor de todos os cavaleiros e o maior de todos os reis e viverá "uma vida mais longa do que qualquer homem jamais conhecerá". Enquanto o povo se ajoelha para jurar fidelidade ao seu novo soberano, o arcebispo coloca-lhe a coroa.

Uma Era de Cavalheirismo


Sob o benévolo domínio de Arthur, a Bretanha goza 12 anos de paz, época em que se assiste ao grande florescimento da cavalaria. Arthur chama ao seu castelo de Camelot. Os cavaleiros corajosos e fiéis de seu reino - Lancelot, Gawain, Percival e muitos outros - e senta-os ao redor de uma enorme mesa ou távola, redonda, tendo cada um dos seus nomes gravados a ouro na respectiva cadeira. Os que ali se sentam são ensinados por Merlin a evitar o crime, a crueldade e a maldade, a fugir da traição, da mentira e da desonestidade, a dar o perdão aos que o pedem e, acima de tudo, a respeitar e a proteger as mulheres. De Camelot, os cavaleiros partem a combater dragões, gigantes e anões astuciosos; os seus encontros com as "forças do mal" ocorrem habitualmente em castelos assombrados, florestas obscuras e jardins encantados. Orgulhos de seus feitos, regressam então ao castelo para contar na corte as suas histórias.
Arthur traz também para Camelot a linda Guinevere, para ser a sua rainha. Mas Lancelot é incapaz de resistir à sua paixão por Guinevere, e Mordred, sobrinho de Arthur e filho de Morgana Le Fay, denuncia os amantes e força Arthur a condenar a mulher a ser queimada em público. Lancelot salva a rainha e foge com ela para a França.
Antes de lançar o seu exército em perseguição aos dois, Arthur entrega seu reino a Mordred, que se aproveita da ausência do rei para executar um golpe de Estado. Ao regressar à Inglaterra, Arthur enfrenta Mordred numa batalha e atravessa-lhe o corpo com sua lança. Mas, antes de morrer, Mordred fere mortalmente o rei.
Os fiéis aliados de Arthur colocaram o rei moribundo num barco, que desliza, através de uma bruma branca até Avalon. "Consolai-vos", grita Arthur para os seus desolados cavaleiros na praia. "Ficai seguros de que voltarei quando a terra da Bretanha precisar de mim".

A Bretanha no Tempo de Arthur

Em princípios do século V, o imperador de Roma, Honório, já farto das revoltas da província da Bretanha, mandou retirar as legiões e quadros administrativos dessa província; essas legiões deviam ser comitenses, tropas móveis (uma vez que se sabe que as tropas junto à muralha de Adriano continuaram a cumprir o seu dever mesmo sem um império a quem servir).

A chamada Muralha de Adriano localiza-se no norte da Grã-Bretanha, aproximadamente entre a Inglaterra e a Escócia. Não coincide, contudo, com a fronteira sul escocesa atual.
Erguida com a função de prevenir as investidas militares das tribos que viviam na Escócia (os pictos e os Escotos - chamados de caledônios pelos romanos), assinalava o limite ocidental dos domínios do Império Romano, sob o reinado daquele imperador.
Muralha de Adriano
Muralha de Adriano - Grã-Bretanha

Supõe-se que Arthur reinou do final do século V ao princípio do século VI, dando-se aos anos de 537 ou 542 para a data da batalha final com Mordred. Mas qual era, na realidade, a situação política naquele reino insular? E quem o governava?
Um século antes, os romanos tinham, pouco a pouco, abandonado a colônia bretã que dominavam desde a conquista por Júlio César, em 54 a. C. - incapazes de resistir às invasões dos bárbaros Jutos, Anglos e Saxões do continente europeu e à pressão de uma tribo do norte conhecida como Pictus. Nos tempos conturbados que se seguiram, surgiram vários chefes guerreiros que enfrentavam os invasores e lutavam entre si. Não existe notícia de um reino unificado nem de um governante com poder mais do que local. O cristianismo só conseguiu firmar-se na Inglaterra depois da chegada de Santo Agostinho e dos seus 40 monges em 597. Para a Bretanha e grande parte da Europa, foi este o início da Idade das Trevas.
Acreditando-se no monge galês Nennius, um guerreiro de nome Arthur - "juntamente com os reis dos bretões" - chefiou a resistência aos invasores. Nennius, que escreveu a sua História dos Bretões por volta de 826, menciona 12 batalhas nas quais Arthur derrotou os bárbaros. Na última, ele, pessoalmente, matou 960 inimigos.
Uns 150 anos depois de Nennius, surge uma cronologia da história britânica, os Anais da Cumbria compilada por um autor galês anônimo. Relativamente ao ano de 537, ele menciona a "Batalha de Camelan, na qual tombaram Arthur e Medraut". Não é difícil ler Mordred em vez de Medraut. Mas foi preciso que passassem mais 150 anos para que Arthur voltasse a ser citado por um historiador - apenas uma referência empolgante, mas que aguça o interesse: em 1125, o monge William of Malmesbury mencionam o guerreiro Arthur, "sobre o qual os bretões falam entusiasmado com palavras vazias, mas que, na verdade, merecem ser objetos não de contos e sonhos fantasiosos, mas na verdadeira história; pois ele foi durante muito tempo o sustentáculo de sua pátria e incitou à luta o ânimo enfraquecido dos seus conterrâneos". Arthur torna-se um soberano pela mão de um contemporâneo de William.
Por volta de 1139, um diácono galês, o futuro bispo Godofredo de Monmouth, completou a sua monumental História dos Reis da Bretanha, um panorama completo dos chefes bretões desde os tempos dos romanos. Aos trabalhos dos historiadores anteriores, como Nennius, Godofredo acrescentou detalhes coloridos colhidos da tradição local, dos mitos celtas e escandinavos e até da história bíblica. Dois dos 12 livros de Godofredo são dedicados a Arthur, e neles aparecem pela primeira vez o mágico Merlin e as histórias do rapto de Guinevere e da traição de Mordred. Ornamentando os sóbrios registros históricos com acontecimentos imaginativos introduzindo personagens sobre os quais nada se sabia, Godofredo instituiu um padrão que foi seguido durante séculos - transformando assim um guerreiro do século V num rei herói.

Desenterrando a Corte de Arthur

Cadbury Castle

Com a história de Arthur tão divulgada e tão persistente, era inevitável que os cientistas acabassem por procurar despistá-la dos adornos literários e chegar à verdade por detrás da lenda. Em 1965, foi constituída a Comissão de Investigação Camelot, e após cinco anos de escavações em Somerset, os arqueólogos da comissão identificaram as ruínas do Castelo de Cadbury, perto de Glastonbuy, como sendo Camelot.
O lugar, no topo de uma colina, fortificado nos tempos pré-romanos, fora escolhido indubitavelmente pela sua posição, que permitia dominar a planície que se estende até o canal de Bristol. O entulho incrustado numa muralha acima do forte original indica que o Castelo de Cadbury continuo a ser utilizado durante os séculos de ocupação romana. Mas a descoberta mais excitante para os investigadores da Comissão Camelot foram objetos de cerâmica que sugeriam que o local fora usado por um chefe bretão por volta do ano 500 - depois da retirada dos romanos e antes da conquista saxônica.
O seu quartel-general seria uma sala de 18 x 9m, construída em madeira e, provavelmente, com telhado de colmo. Se o chefe não foi o heróico Arthur da lenda e da literatura, era pelo menos um bretão que lutou pela preservação da civilização romana contra a investida dos invasores bárbaros. As descobertas da Comissão de Investigação Camelot não foram aceitas pela investigadora americana Norma Lorre Goodrich, que sugeriu que o rei Arthur não governara na Inglaterra, mas mais para o norte, na Escócia. Suas investigação exaustivas apontam para Stiriling, a noroeste de Edinburgh, e não para o Castelo de Cadbury, como local de Camelot.
Quanto ao tão falado cavalheirismo de Arthur, este reinou numa época de lutas selvagens em defesa da integridade territorial e da independência política. O Código de Honra da Cavalaria ainda pertencia ao futuro, à épocas mais pacíficas em que historiadores como Godofredo de Monmouth e Sir Thomas Malory puderam avaliar os tempo calmos em que viveram e impor os seus padrões e os seus valores a um passado que inventaram. Apesar disso, quem vive é o Arthur que eles criaram, não o guerreiro obscuro de uma era tumultuada. O seu reinado glorioso e inesquecível, nas palavras de um comentarista, foi "um breve período luminoso colocado como uma estrela na Idade das Trevas".

À Procura do Santo Graal

No centro da lenda do rei Arthur, situa-se a história da procura do Santo Graal, o cálice em que Jesus bebeu na Última Ceia e que se supunha possuir poderes milagrosos de cura e regeneração. O cálice, juntamente com a lança com que o soldado romano trespassou o lado do corpo de Jesus crucificado, foi entregue a José de Arimateia, cujos descendentes o levaram para a Inglaterra. Segundo a lenda, um dos guardiões das santas relíquias esqueceu-se de tal forma da sua sagrada missão que olhou com luxúria para uma peregrina - o que fez com que a lança lhe caísse em cima, provocando uma ferida que não sarou. O Santo Graal desapareceu nesta época.

Merlin enviou uma mensagem a Camelot, dizendo ao rei Arthur que iniciasse a busca do cálice perdido. O cavaleiro destinadoChalice Well a encontrá-lo, sugeria o mago, apareceria em breve. Arthur e seus cavaleiros encontravam-se reunidos à volta da Távola Redonda, na vigília de Pentecostes, quando um trovão e um relâmpago precederam uma visão do Santo Graal, que surgiu coberto com um rico pano branco, flutuando através da sala. Pouco depois, um velho propôs um candidato para o último lugar vago na Távola Redonda. Esse jovem cavaleiro era Sir Galahad, filho de Sir Lancelot.
Durante a sua procura do Santo Graal, os cavaleiros da Távola Redonda tiveram inúmeras aventuras e foram freqüentemente desafiados a fazer sacrifícios que excediam as suas capacidades. Lancelot, contudo, viria a ser excluído da busca por não poder afastar a sua paixão proibida pela rainha Guinevere. A Sir Galahad, como Merlin previra, coube a recompensa de descobrir o Santo Graal e ministrar com ele o santíssimo sacramento.
Ajoelhando diante dele, o jovem cavaleiro compreendeu que a missão de sua vida fora cumprida. Enquanto a sua alma era levada ao "outro mundo", o seu corpo morto jazia perante o altar. Exatamente dois anos depois, os cavaleiros regressavam a Camelot para contar ao rei a história da sua aventuresca procura.
Em outra versão da história é Sir Percival que termina a busca. Encontra o vaso sagrado no Castelo de Monsalvat, nos Pirineus Espanhóis, à guarda de Amfortas com a lança da crucificação, e o rei jaz moribundo, recusando-se a receber a sagrada comunhão devido aos seus pecados imperdoáveis. Só quando Percival cura a ferida com um toque da lança, o Santo Graal é revelado sobre o altar.
Bibliografia:
Os Grandes Mistérios do Passado - À Procura do Rei Arthur
Pág. 276 - 280 - Reader´s Digest Livros 1996 
Ceallaghan Wolfgang Anderyatt ψ


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