Sempre na minha mente e no coração...

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Corcovado ou Cristo Redentor, lindo !!!

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Os Cavaleiros

Os Cavaleiros





O Código de Honra da Cavalaria

Reprodução e adaptação, em português, do antigo manuscrito galês, contendo os sete princípios da conduta e do proceder dos Cavaleiros da Távola Redonda:

1 - Buscar a perfeição humana;

2 - Retidão nas ações;

3 - Respeito aos semelhantes;

4 - Amor pelos familiares;

5 - Piedade com os enfermos;

6 - Doçura com as crianças e as mulheres;

7 - Ser justo e valente na guerra e leal na paz.
E assim, durante o juramento solene, o Sagrado Cavaleiro declarava-se um fiel cumpridor do Código de Honra da Cavalaria. Que assim seja!

Fonte bibliográfica:
Código dos Cavaleiros - Thomas Malory 




Os Cavaleiros e suas Lendas

Nas diferentes histórias, sobre os Cavaleiros da Távola Redonda, seu número varia, indo de 12 a 150 ou até mais. Dentre os inúmeros cavaleiros do rei Arthur, ou relacionados a ele, os que tiveram um destaque mais significativo nos mitos arthurianos, conforme a lenda são:

Bedivere, Lucan e Lancelot

Sir Lucan e Sir Bedivere foram uns dos poucos cavaleiros de Arthur que sobreviveram à Batalha de Camelann... Quando caiu a noite no campo de batalha, Lucan diz que é melhor levar o rei para alguma cidade. "Eu gostaria que fosse assim, disse o rei, mas não posso ficar de pé, e minha cabeça não pode se mover". Então, eles começam a carregar o rei, mas na tentativa, Sir Lucan cai morto.
Arthur, sozinho com Bedivere, encarrega-o de levar a sua espada, Excalibur, para além da margem do rio e, assim ao voltar, contasse o que tinha visto. Bedivere toma a espada e dirige-se para a água, mas no caminho observa aquela nobre espada e vê que o botão do punho e o cabo eram de pedras preciosas, e sente que não pode sacrificá-la. Por duas vezes tenta atirá-la, mas não consegue, e Arthur percebe a desobediência de Bedivere quando ele conta que viu apenas ondas inquietas e águas tristes. Ordenado de novo a jogar a espada no rio, Bedivere atende às ordens, lançando a espada o mais longe possível, onde por cima da água uma mão alcançou a espada e a pegou.
Assim, sacudiu a espada por três vezes, brandiu-a e então mão e espada desapareceram. Depois de ter cumprido a tarefa, Bedivere leva o rei nas costas até a beira da água, lá uma barca aporta com muitas senhoras, dentre elas Morgana, onde o rei é colocado e em seguida parte para Avalon.


Sir Lancelot do Lago - O Herói Armagurado

O personagem Lancelot, como membro da confraria de Arthur, já era bem conhecido no século XII, Loomis constatou que havia vestígios de sua origem no guerreiro galês Lluch Llauynnauc e na divindade irlandesa Lugh Lamhfada. No entanto é atribuída ao escritor suíço Ulrich Von Zatzikhoven, na última década do século XII, a origem do nome Lancelot do Lago, retirado da tradução de um romance anglo-saxão. Lancelot era filho do rei Ban de Benoic, distrito da Britânia. Com a morte do pai, Lancelot foi levado pela Dama do Lago para seu palácio. Quando Lancelot completa quinze anos, sua mãe adotiva manda-o para a corte de Arthur. Ele luta em favor de Guinevere, mas não há nenhum adultério entre eles.
Lancelot tem namoros casuais e por fim, casa-se com uma esposa amável e fiel. O primeiro a escrever sobre Lancelot ser amante de Guinevere foi Chrétien de Troyes, que dizia que a história estava sendo ditada pela condessa de Champanhe. No início da história, Meleagant, um cavaleiro infiel, prende muito dos súditos de Arthur em Goirre, terra rodeada de água. Por fim, Meleagant captura Guinevere.
Lancelot luta por sua rainha e no final, em um combate solitário, consegue a libertação dela e de todos os outros reféns. A história se parece muito com a que é contada por Caradoc de Lancafarn em "Life of Saint Gildas", trabalho escrito antes de 1130, que relata que Guinevere teria sido capturada por Melvas e levada para a Ilha de Vidro. Arthur com um grande exército recrutado em Devon e na Cornualha sitia Melvas e salva, então, Guinevere.
Na versão de Chrétien, ele trocou Arthur por Lancelot. Arthur é apresentado como um homem de boa índole, benevolente, mas ineficaz, o que reduz drasticamente o seu poder. Isto se deve ao fato que a corte de Champanhe, onde Chrétien escreveu sua história, não estava interessada em atos heróicos contra bárbaros na Inglaterra, mas sim na vida que estava na moda, na qual o rei Arthur necessariamente fazia o papel de marido traído.
A traição de Lancelot e Guinevere é permissível, sem arrependimento entre os dois, é somente em "Lancelot", do Ciclo Popular ou Ciclo Bretão, que Guinevere exclama: "Teria sido melhor para mim se eu nunca tivesse nascido". Foi aí, com Malory, que Lancelot foi chamado de o primeiro herói do romance moderno. Lancelot é um homem de grandes virtudes pessoais e profissionais, sem forças para resistir a uma paixão que por um longo tempo acredita ser mais ou menos incorreta e que, por fim, aceita ser complemente errada.
Ele tem inimigos, alguns têm ciúmes, outros ficam indignados com a sua ligação com a rainha e é isso que acabará levando à guerra civil. Mas muitos o amam, não somente Guinevere o ama, mas Arthur o ama também; não somente a donzela Elaine de Astolat, mas o irmão dela, Lavaine.
Os cavaleiros devotados a ele sentem uma admiração e uma forte afeição pessoal. Apesar de não poder ver o Graal por causa do adultério, Lancelot apresenta grande caráter moral tanto no episódio com Sir Urre quanto no da Donzela de Astolat.
Lancelot vai competir em um torneio disfarçado, assim, para desviar as suspeitas, aceita uma prenda de Elaine. Vitorioso, mas ferido, é levado por Lavaine para um eremitério para ser curado. Gawain, sabendo da verdadeira identidade do cavaleiro, o revela para Elaine, que cuidava dia e noite dele.
Bors vai ao encontro de Lancelot, ansioso e constrangido por tê-lo ferido, e pergunta: "Mas é Elaine que está interessada em você?". "É ela. Não posso afastá-la de mim" - diz Lancelot. "E por que deveria afastá-la? É uma bela donzela, de boa aparência e bem instruída, e vejo, pelos cuidados dela para com você, que ela o ama muito".
A resposta de Lancelot é agourenta: "Isso me deixa arrependido". Quando está curado e pronto para partir, Elaine o pede por marido e ele diz que prometera nunca se casar. Ela então pede para ser sua amante, ao que ele fica horrorizado e diz que nunca poderia fazer tal maldade com quem o tinha tratado tão bem. Ela diz então que nada resta senão morrer de amor.
Para evitar isso, Lancelot promete a ela um dote de mil libras por ano e qualquer cavaleiro, que ela escolha para se casar. Ele recusa todas as propostas, pois o que quer é ser somente sua esposa. "Bela donzela, por essas duas coisas tens de me perdoar" - respondeu Lancelot. Assim ela gritou e desmaiou.
Durante nove dias, Elaine não comeu, bebeu ou dormiu. No décimo dia ela morreu. A carta que pedira para escrever para Lancelot estava em suas mãos e ela foi colocada em uma barca recoberta de tecido negro que desce até Winchester.
Na carta estava escrito: "Nobre cavaleiro, Sir Lancelot, agora é com morte que eu disputo o teu amor. Os homens me chamavam de Bela Donzela de Astolat, mas eu te amava, e por esta razão a todas as damas faço meu lamento. Rezem por minha alma e por fim me enterrem. Este é meu último pedido. E tomo Deus por testemunha de que como donzela casta morri. Sir Lancelot, reza por minha alma, pois tu és sem igual."
Mas o romance entre Lancelot e Guinevere não poderia ficar para sempre ignorado. Modred e seu irmão Agravaine passam a vigiá-lo e por fim encontram Lancelot desarmado na cama da rainha. Lancelot mata o primeiro do bando que o ataca e foge. A rainha é condenada à fogueira. É fora dos muros de Carlisle que Lancelot salva a rainha, já despida, só de camisola, prestes a ser levada para o poste. Corpo a corpo ele vai abrindo caminho e, sem saber, mata Sir Gaheris e Sir Gareth, irmãos do vingativo Sir Gawain.
Ele leva a rainha para seu castelo de Joyous Garde, para onde partem Arthur e Gawain em seu encalço. A disputa é resolvida por um combate entre Gawain e Lancelot, com vitória de Lancelot. Neste meio tempo, Modred havia raptado a rainha e planejava casar-se com ela e tornarse rei. Arthur parte então para lutar contra Modred, morrendo os dois no confronto. Guinevere, arrependida, entra para um convento e Lancelot para uma ordem, onde, depois da morte de Guinevere, definha até a morte.

Sir Gawain - O Cavaleiro Vingativo

Sir Gawain é muitas vezes descrito como sendo sobrinho de Arthur, filho de Morgause e irmão de Sir Gaheris e Sir Gareth. Possuia um comportamento muito irritadiço, como pode-se constatar em Layamon, que, quando Arthur descobre a traição de Modred e Guinevere, Gawain declara que vai enforcar Modred com suas próprias mãos e que Guinevere deve ser despedaçada por cavalos selvagens.
Outra passagem, descrita por Malory, onde se pode visualizar o caráter vingativo de Gawain é mostrado quando do cerco ao castelo de Lancelot. Lancelot, que durante a fuga com a rainha mata Gaheris e Gareth, afirma que a acusação de traição contra ele é falsa e que o julgamento por combate havia mostrado que ele estava certo. Arthur poderia até perdoá-lo, mas Gawain não deixa que isso ocorra. O clímax da história é a luta entre Gawain e Lancelot.
A luta é interessante, pois mostra vestígios de uma história muito antiga. Gawain tem uma peculiaridade que lhe permite ganhar força física no período que vai das nove da manhã até ao meio-dia. Malory diz que isso era um presente de um homem santo, mas é claro que, Gawain era um adorador do Deus-Sol.
O conto mais famoso de Sir Gawain, no entanto, é intitulado "Sir Gawain and the Green Knight", escrito por volta do ano 1400. No dia do Ano-Novo, quando o rei, a rainha e a corte estão reunidos para um jantar, um cavaleiro de tamanho incomum entra no casarão com seu cavalo. Pede que algum cavaleiro ali presente lhe dê um golpe no pescoço com o machado que ele carrega e que, no próximo Ano-Novo, o oponente esteja na Capela Verde para receber, por sua vez, o seu golpe.
O cavaleiro e suas roupas, assim como seu cavalo, os trajes e os arreios, tudo era verde. O ouro e o aço estavam manchados de verde, os arreios reluziam e cintilavam com pedras verdes e filetes de ouro estavam entrelaçados na crina verde do cavalo. Arthur imediatamente se oferece para o desafio do cavaleiro, mas Gawain se interpõe e o toma para si. Com um golpe de machado, decepa a cabeça do cavaleiro que rola pelo chão, espalhando sangue na carne verde.
O cavaleiro verde recolhe a cabeça. Levanta as pálpebras, olha vivamente e então encarrega Sir Gawain de encontrá-lo naquele dia, após um ano, na Capela Verde. Segurando a cabeça pelos cabelos verdes, monta em seu cavalo e deixa o casarão. Um ano depois, para manter a palavra, Gawain chega ao castelo de Sir Bertilak, anfitrião cordial e generoso que, por ter cor normal, não é reconhecido como sendo o cavaleiro verde. Gawain chega ao castelo em completo estado de exaustão. Recebido com hospitalidade, envolvido em um manto de arminhos enfileirados, é convidado a sentar ao lado de uma lareira com brasas de carvão.
Quando Sir Bertilak retorna ao seu castelo, depois da caça, recebe o hóspede com muita cortesia e combina com ele que daria o produto de sua caça a Gawain todo dia e, em troca, Gawain lhe daria algo que tivesse recebido no castelo. Durante a sua estada no castelo, Gawain recebe de manhã, antes de sair da cama, a visita da bela mulher de Bertilak, se vendo obrigado a resistir às suas investidas. Por dois dias assim o faz, aceitando somente beijos que, à noite, transmite a Sir Bertilak em troca da caça.
Na terceira manhã, porém, a senhora o oferece um cordão verde que o protegerá de qualquer ferimento, o medo de sua provação faz com que o aceite, mas esconde o fato de seu anfitrião. Quando chega o dia do Ano Novo, para honrar seu compromisso, ele sai em busca da Capela Verde. Achando o local, o Cavaleiro Verde aparece para devolver o golpe de Gawain. Se ele não tivesse aceitado o cordão verde, o machado teria caído sobre ele inofensivamente, mas, como isso não aconteceu, o machado esfola sua pele e seu sangue jorra. Gawain parte e retorna à corte de Arthur, a quem confessa sua pequenez por ter aceitado o tal cordão.

Persival e Galahad - A Demanda pelo Santo 

Graal

As histórias de Galahad e de Persival estão intimamente ligadas ao Santo Graal. Galahad era filho de Lancelot com Elaine e, por sua pureza, era o único cavaleiro que poderia se sentar na "cadeira perigosa", um assento que sempre ficava vazio na Távola Redonda e que se dizia que apenas um escolhido poderia se sentar nela.
Galahad chega então despido de qualquer arma ou brasão, apenas com uma túnica branca, e, durante a história, ele vai se armando com armas mágicas, como uma espada que se encontrava encravada em uma pedra e que flutuava no meio do lago.
Durante a busca pelo Santo Graal, Lancelot apenas poderia vislumbrar o brilho do Graal, por ser o melhor cavaleiro do mundo, mas manchado pelo adultério. Já, Galahad, por ser puro de coração é permitido que ele não só veja o Graal como também o pegue, mas isso causa a sua morte.
Percival também foi um cavaleiro altamente envolvido com a busca pelo Graal. Na obra inacabada "Perceval" ou "Le conte del Graal" de Chrétien de Troyes tem-se a primeira aparição de Persival.
A mãe de Percival, que tinha perdido os irmãos e o marido em torneios de cavalaria, tinha jurado levar seu filho, ainda criança, para um refúgio em uma floresta nos contrafortes de Snowdon, onde ele nunca ouviria a palavra: "cavaleiro". Em uma manhã de maio, o menino está no meio da floresta e, embora não possa ver nada por causa das folhas, ouve o ruído da aproximação de cinco cavaleiros, quando ele viu suas cotas brilhantes, seus capacetes, escudos e lanças reluzentes - coisas que nunca tinha visto antes -, e a luminosidade verde e rubro-escarlate brilhando ao sol, e ouro, azul-celeste e prata, gritou maravilhado:
- "São anjos!" Todas as preocupações de sua mãe se frustram em um único momento. Quando ele ouve que tais pessoas eram cavaleiros e que estavam ligados à corte de Arthur, declara que irá com eles ao rei que faz cavaleiros.
Quando jovem cavaleiro, Percival é guiado a um rio onde vê um homem pescando. Este é o rei pescador. E, então, convidou-o para entrar em seu castelo, localizado acima da margem do rio. Quando chega, seu anfitrião está deitado, defronte a ele, em um leito do qual não pode mover-se sem ajuda. O rei fora ferido entre as pernas e, enquanto as feridas não sarassem, suas terras permaneceriam áridas e estéreis.
O rei pescador é um anfitrião cortês e generoso. Enquanto ele e seu hóspede estão jantando, um desfile ritual abre caminho pelo salão: uma donzela leva um prato, em seguida outra donzela carrega um prato entalhado acompanhada por um escudeiro que segura uma lança sangrando, e atrás deste passam criados carregando candelabros. Eles vão alimentar o pai do rei pescador, que é invisível e mantido vivo com uma hóstia consagrada levada pela donzela em um dos pratos.
O Graal ficava no castelo e era carregado por uma donzela e espalhava tamanha luminosidade pelo salão que ofuscava todas as luzes da sala. Durante o desfile, Percival deveria ter perguntado: "Quem é servido com este Graal?". O erro de Percival resultou não só na continuidade da doença do rei pescador, mas também na deterioração geral da sociedade. Depois da batalha de Camelann, Percival torna-se um monge juntamente com Lancelot.

Sir Tristão de Lionesse - O Cavaleiro Poeta

O nome do pai de Isolda, Gormond, é escandinavo, e ela mesma aparece às vezes como "Isolt". Acrescente ao fato dela ser loura (la Blonde). Donde a idéia de que a história remonte ao tempo dos vikings na Irlanda. No entanto, segundo a maioria dos autores, a lenda é celta e tem por base a vida de um rei picto que viveu na Escócia, onde reinou de 780 a 785 d.C. Chamava-se Drest Filius Talorgen.

A popularidade da história de Tristão e Isolda foi conseguida graças a Maria da França, uma mulher de quem pouco se sabe, que escrevia "lais", versos sobre histórias de cavalaria jáma conhecidas ou que ainda corriam entre os contadores de história.
Seus versos intitulam-se "Chèvre Feuille" (A Madressilva). Esse conto, conhecido desde o ano 1000, é de origem puramente celta, sem conexão com Arthur. A história passa-se na Cornualha, onde Marco é rei, mas o magnetismo causado pelo nome de Arthur fez com que essa história se prendesse também ao corpo da lenda. Tristão não era famoso por sua habilidade como lutador, mas tinha grande agilidade física. Era também um harpista.
A história de Tristão é marcada por tragédias, dizia-se que ele nunca foi visto sorrindo, a começar por seu nascimento, onde seu pai é morto em batalha, perdendo o reino de Lionesse, e sua mãe morre no parto. Graças a estas tragédias, ele recebe o nome de Tristão. Criado por um cavaleiro como se fosse seu filho, Tristão desconhece sua origem e de seu parentesco com Marco, seu tio.
Ainda criança, Tristão mata por acidente um outro menino durante uma rixa. Levado para Bretanha a fim de ter uma educação de cavaleiro e um dia recuperar seu trono, Tristão acaba preso em um navio muçulmano, onde seria vendido por escravos, se não tivesse conseguido fugir, indo parar nas costas da Cornualha. Durante muito tempo permanece na corte do rei Marco, sem revelar a este que era seu sobrinho, o que ocorre quando a Irlanda cobra um antigo tributo da Cornualha que, se não fosse pago, só poderia ser substituído pela luta entre dois campeões da família real.
Tristão se oferece e parte para lutar contra Morolt, matando-o quando este prende a espada no casco do barco. Ferido pela espada envenenada de Morolt, Tristão é colocado em um barco sem remos com sua harpa para ser curado pela rainha da Irlanda. Durante sua permanência disfarçada, com o nome de Tãotris, acaba se apaixonando pela princesa Isolda, que cuidava dele.
Mas Isolda acaba prometida a Marco e Tristão retorna à Irlanda para buscá-la. Na viagem de volta, no entanto, eles bebem um filtro de amor que a criada de Isolda, Brangwen havia preparado para a noite de núpcias da princesa, com isso uma paixão cega toma conta deles, de tal forma que, quando chegam à Cornualha, já são amantes.
Começa então o mórbido, mas interessante relato do casamento de Isolda com o já desconfiado Marco e a continuação de sua aventura com Tristão. Segue-se então a descoberta e a fuga de Tristão para a Britânia, onde se casa com uma princesa só porque seu nome também era Isolda (Isolda das Mãos Brancas), não podendo consumar o casamento.
Quando está prestes a morrer de uma infecção causada por uma seta envenenada, Tristão manda uma mensagem, implorando que Isolda da Irlanda viesse até ele, e ordena que, no retorno do barco, deveriam estender velas brancas se a trouxessem e negras se ela não viesse. Quando as velas brancas são vistas se aproximando, sua esposa Isolda diz que elas são negras. Angustiado, Tristão morre, e Isolda chega, finalmente, para morrer ao lado dele.

Fonte bibliográfica:
O Rei Arthur e a Távola Redonda - Mauro Lima



Brumas do Coração

Nobre cavaleiro, as brumas dissipam a ilusão
E pedem passagem pelos mundos da eterna magia
No sonho que se desfaz na noite fria da imensidão.
Perdido nas terras distantes da emoção
Que um dia sozinho cavalgou,
Pelas sendas do mistério e da paixão.
Esqueça a dor e adentre o templo sagrado
Aqueça sua alma cansada nas chamas eternas
Construído e edificado num momento encantado.
Espaço de tempo chamado Avalon, a ilha do verão
Muito além da percepção das nossas lembranças,
Que destrói as barreiras da mente e da razão.
A essência que flui pelas teias do desconhecido
Onde a vida é eterna e as histórias verdadeiras
Aquele que vence a si mesmo é o escolhido.
Completa o ciclo da transformação
Para renascer nas espirais da vida
Envolto pelas brumas do coração

Rowena Arnehoy Seneween ®
Extraído do livro Brumas do Tempo
Todos os direitos reservados.


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Excalibur

Excalibur


A lendária Excalibur, a espada do Rei Artur, dita que poderia cortar aço e dotada de poderes místicos. Em galês, é conhecida como "Caledfwlch". Segundo o poema Merlin, de Robert de Boron, a Excalibur é a espada da lenda da Espada na Pedra, na qual uma misteriosa espada apareceu transpassada em uma pedra e apenas o rei  de toda "Britannia" por direito, poderia retirá-la. Já no épico "Suite du Merlin", Excalibur foi entregue ao Rei Artur pela Dama do Lago, quando sua espada original foi destruída em uma batalha contra o Rei Pellinore.

A Espada do Rei

Quinze anos depois do nascimento de Arthur (que era filho da união ilegítima entre Pendragón e Igraine, então esposa do Duque de Tintagel), o rei Uther morreu sem ter dado ao reino um herdeiro, e os feudais começaram uma disputa entre si para a obtenção do trono.
Merlin, então, solicitou ao bispo que interviesse junto aos feudais para uma trégua e para a convocação de um torneio nas proximidades do Templo. Todos concordaram e, ao chegar ao local, depararam-se com uma pedra branca que continha uma placa de metal, da qual sobressaía uma fascinante Espada. Ao pé, uma inscrição dizia que aquele que pudesse retirar a Espada seria o próximo rei da Grã-Bretanha. Todos os nobres tentaram, mas sem êxito, e assim foram preparar-se para o torneio.
Arthur, que era um adolescente, havia concorrido com Kay e Sir Hector. Kay esqueceu sua espada na tenda. Arthur foi buscar a espada para Kay e não a encontrou. No regresso, viu a Espada encravada na pedra e sem ler a inscrição, retirou-a e a levou para Kay.
Sir Hector, conhecendo a procedência de Arthur, ordenou que a Espada fosse colocada de novo na pedra e pediu a Kay que a retirasse. Ele não conseguiu. Em seguida, fez o mesmo pedido a Arthur, que voltou a retirá-la sem nenhum esforço. Assim, Sir Hector comunicou que Arthur era o filho legítimo do rei Uther e em consequência seu sucessor e, junto à Kay, ajoelhou-se e jurou ser seu leal vassalo.
Os senhores feudais tinham dúvidas. Alguns aceitaram, outros não. Arthur, confuso, pediu conselhos a Merlin, e este respondeu-lhe que já era um rei, mas para sê-lo realmente, deveria ganhar a confiança de seu povo por meio de suas próprias ações.
Com a ajuda do mago, Arthur conseguiu reunir todos os condados em um só reino, e durante uma das campanhas, conheceu a mulher que iria assumir um relevante papel no desenlace do relato: Guinevere.
A lâmina de metal que surgiu da Espada indica o material, enquanto a Espada indica o espiritual, atuando sobre a matéria. A matéria é o próprio indivíduo  Arthur que recebe à iluminação como precioso dom. A submissão de Sir Hector e de Kay representam a nobreza e o amor que acompanham toda a evolução espiritual. As posições antagônicas dos senhores indicam o conflito interno de Arthur: ser ou não ser. O conflito entre o ser pagão e o ser cristão.  Por isso, Merlin o aconselhou colocar-se à prova; já que tinha sua arma, que de seu bom emprego dependeria seu sucesso, o exercício real do seu cargo.
As dúvidas de Arthur quanto a colocar-se à prova significa o conflito do homem consigo mesmo, tratando de sublimar os aspectos materiais, coisa que só fica estabelecida no momento da tomada de decisões. O homem só seria rei se conseguisse ultrapassar seu ego, seus instintos e paixões. Por isso, Arthur, como todo cavaleiro, iniciou uma peregrinação, para alcançar suas metas.
Um reino sem rei é a representação do mundo sumido nas névoas e o caos por causa da ausência de um soberano que livre os homens das lutas fratricidas, próprias de uma humanidade sumida no dualismo. Mas é também a expressão da própria guerra interior do homem, governando, quase sempre, por forças desatadas, paixões e desejos do ego inferior da qual precisam de um guia para chegar a seu verdadeiro destino - uma visão arquetípica do Ciclo Arthuriano.

O Rei Pellinore e a Espada Excalibur

Arthur estabeleceu residência no castelo de Caerleon, perto de Tintagel. Um dia, foi comunicado que o rei Pellinore instalara uma tenda em suas terras, disputando-lhe assim a Soberania. O rei Arthur enviou sir Griflet, um jovem Cavaleiro que foi vencido e, por isso, partiu com Merlin para enfrentar seu oponente. Depois de uma árdua luta, o Cavaleiro oponente rompeu a Espada de Arthur, fazendo-o cair.
Quando se preparava para o golpe fatal, Merlin, com sua varinha mágica, fez cair seu rival em um sono profundo e levou Arthur a buscar outra espada. Depois de atravessar um bosque, chegaram a um Lago, de onde emergia um braço, cuja mão segurava uma reluzente Espada. De imediato, uma fada que apareceu caminhando sobre as águas indicou a Arthur que subisse em uma embarcação e retirasse a Espada.
Arthur obedeceu e quando chegou junto a ela a tomou suavemente com suas mãos, enquanto o braço que a segurava ia desaparecendo abaixo. Merlin explicou que a fada era Nimue, a Dama do Lago, e que a Espada que lhe foi entregue era Excalibur, fabricada em Avalon. O nome do castelo de Arthur, "Caerlon", significa "Leão Celta", de "Gaer", "celta escocês", e "Leon", "leão".
Sir Griflet seria "O grifo que voa", de "Griffin", "grifo", e "to flay", "voar". O Grifo é um animal mitológico, fabuloso, cuja versão tradicional mostra-o com sua parte dianteira de Águia e sua parte traseira de Leão, e ambos são animais solares que lhe outorgam um simbolismo espiritual benéfico. Nas tradições, aparece como guardião dos caminhos da salvação. Psicologicamente, marca a relação da psique com a energia cósmica.
Arthur, cujo castelo o individualiza como o "Leão Celta", representaria o Herói da tradição céltica. Sir Griflet, o "Grifo alado", "Guardião do caminho de salvação", é o Guardião do caminho que conduz a Cameliard, o "Leão Celta". Representa seu Espírito, sua consciência que é vencida por seu aspecto negativo.
Mas mesmo assim segue lutando e quando sua Espada se rompe, quer dizer, quando suas convicções estão a ponto de desmoronar-se, surge Merlin com sua magia, surgem os elementos arquetípicos de seu inconsciente, que lhe fazem reagir e adormecem ou purificam seu aspecto negativo. Por isso, seu oponente chama-se Pellinore, nome que possivelmente se pode descompor em "Pellinore", de "Pelli", "pele", "No", "não" e "Re", "Rei", do latim antigo "Rex", que poderia significar "A pele do Não-Rei".
Os que se revestiam de peles de outros seres - magos, guerreiros, sacerdotes - faziam para apropriar-se dos poderes do ser cuja pele usavam ou também para representá-lo. Assim, Pellinore era aquele que se revestia da Pele do Não-Rei, ou seja, dos aspectos negativos deste. Esses pares de opostos nos levam à noção do bom e positivo e do mau e negativo, que de uma forma simples seria Pellinore o lado "mau" ou negativo de Arthur. Mas ao sobrepor-se ao seu lado "mau", Arthur é recompensado.
As potências celestiais o consideraram digno de ser seu representante e fazem a entrega de Excalibur, a Espada que surge das "águas superiores" ao mundo do manifestado, cujo nome parece significar "O poder dos lígures", habitantes primitivos do Ocidente cujo o Deus irlandês era Lugh - a Luz.
O recebimento dessa segunda Espada concederia a Arthur o Poder da Luz ou Poder dos Deuses, e assim outra Iniciação. Desse momento em diante, seria o Rei e Sumo Sacerdote, e estaria em plenas condições de assumir o "Regnum". A Espada, assimilada ao Raio, a Coroa e ao Trono, e Merlin, assimilado por uma águia, fazem de Arthur Senhor da justiça, da ordem construtiva e da vontade.

Fonte bibliográfica:
Avalon e o Graal e outros Mistérios Arturianos
Helena Gerenstadt


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Avalon e as Deusas

Avalon e as Deusas

Nos contos galeses do Mabinogion e no Ciclo Irlandês, podemos observar a força das Deusas nas suas múltiplas facetas, invocadas na imagem de rainhas, sacerdotisas, druidesas, Deusas... Mulheres que, normalmente, desempenhavam um papel importante nas terras célticas, como soberanas da terra e da guerra, responsáveis tanto na sua criação como na transformação ou destruição. Elas foram conhecidas como as mantenedoras do caminho sagrado.
As Deusas que possuem uma ligação muito forte com a energia de Avalon ou do Outro Mundo, na nossa visão, são as Deusas irlandesas: Dana, Brighid e Morrighan. E as Deusas galesas, conhecidas como as guardiãs dos mistérios: Arianrhod, Blodeuwedd, Branwen, Cerridwen e Rhiannon.

Dana - Deusa Mãe da Irlanda

"A tribo de Dana retrata o grande clã das artes, da magia e das profissões manuais."
Apesar da controvérsia da sua existência, Ela é considerada a Deusa da fertilidade, da terra, da proteção e da abundância. Dana, Dannan ou Danu é a Deusa-mãe do clã irlandês, os Tuatha Dé Danann, povos da Deusa ou tribos de Dana. Seu nome significa "Conhecimento", e alguns estudiosos acreditam que Dana e Ana sejam a mesma divindade.
Os membros da tribo, após a invasão dos Milesianos, que permaneceram na Irlanda formaram os "Daoine Sídhe" que, literalmente, significa "Povo feérico ou das fadas". Habitantes do Sídhe ou colinas sagradas, os povos do Outro Mundo ou Avalon, a Ilha da Eterna Juventude (Tir na nÓg), conhecidos também como "Os que sempre vivem", pois guardavam consigo o segredo da imortalidade.

Brighid - Deusa amada por todos

"Bride tem um pomar, doce jardim do outro lado da montanha
Maçãs crescem nas árvores e são colhidas duas vezes ao ano
As abelhas fazem mel e levam-no para todas as direções cardeais
Aspergindo doçura sobre todas as estradas do meu amor."
A Senhora da inspiração poética (o imbas irlandês - a iluminação divina), da cura e da fertilidade. Brighid é a Deusa da forja, da arte, da poesia e da cura, além de ter uma forte ligação com os bardos e os xamãs. Brighid também é a Deusa do fogo sagrado, a centelha da vida que, até os dias de hoje, conserva-se o costume do fogo perpétuo, mantido no seu templo, que fica na província de Leinste, leste da Irlanda.
Nos mitos arthurianos, a espada que simboliza Arthur é Excalibur, forjada por mulheres em Avalon, na Ilha das Maçãs. Brighid também tinha um pomar mágico de maçãs, na qual as abelhas viajavam para obter seu néctar abençoado. Filha de Dagda é associada à Imbolc e as águas doces de poços ou fontes, que ficavam próximos às colinas feéricas, além de ser considerada à guardiã dos poços sagrados.

Morrighan - A Grande Rainha

"Morrigan, a filha de Ernmas, prosseguiu para anunciar a batalha e a grande vitória."
Deusa da guerra e do amor físico, Morrighan, em gaélico irlandês é Mhór Ríoghain, a Grande Rainha, patrona dos campos de batalha. Senhora Suprema da Guerra, possuía uma forma mutável e o poder mágico de predizer o futuro. Os mitos nos dizem que ela faz parte da tribo dos Tuatha Dé Danann.
Morrighan se envolve com o herói celta CuChulainn, no ciclo de Ulster, em "O Rapto das Vacas de Regamain". Cuchulainn encontra Morrighan dirigindo uma novilha em seu território, não reconhece a Deusa e dirige-lhe vários insultos, enigmaticamente, depois ela diz: "Eu vigio a sua morte."
Há muitas referências e podemos citar, também, os mitos arthurianos, durante a batalha final de Camelot, onde Arthur é retirado dos campos de guerra por Morgan Le Fay, fazendo uma alusão à Deusa Morrighan, quando ele, finalmente, é levado para à Ilha de Avalon.

Arianrhod - A Roda de Prata

"Arianrhod de aspecto louvável é a madrugada da serenidade."

Arianrhod, a virgem que dá a luz aos filhos Lleu e Dylan, depois de passar num teste de magia feito pelo seu tio, Math. Filha de Dôn e Belenos, irmã de Gwydion, é a Deusa da terra e da fertilidade, na tradição galesa. Senhora do renascimento em Avalon, associada à constelação Corona Borealis. Seu nome, literalmente, significa "Roda Prateada" e sua morada nas estrelas é conhecida como a espiral da vida.
O seu reino no Outro Mundo é chamado de Caer Sidi ou Siddi, e o seu castelo estelar é conhecido como Caer Arianrhod, sendo considerada a guardiã da torre de prata, o fluir entre os mundos. Arianrhod é a representação da Mãe que permanece virgem. Aquela que dá à luz, mas que não pertence a nenhum homem. É a Senhora que abriu o portal para a nossa jornada druídica.

Blodeuwedd - Deusa do Amanhecer

"Nove poderes de nove flores,
Nove poderes em mim combinados,
Nove botões de plantas e árvores;
Longos e brancos são os meus dedos,
Como a nona onda do mar."
Blodeuwedd é reverenciada em Avalon como a Deusa dos novos começos e da capacidade de renovação. Sua história pode ser encontrada no Mabinogion em Math, filho de Mathonwy, que diz que ela foi feita a partir de nove tipos de flores silvestres, por Math e Gwydion, para ser a esposa de Lleu (filho de Arianrhod) e, que depois, foi transformada em coruja por causa da sua traição contra o marido.
Existe muito mais nessa história do que os olhos comuns podem ver... O nome Blodeuwedd, literalmente, significa "Rosto de Flor" e representa, muitas vezes, o um lírio branco, a esperança, que nasce no lodo negro da dificuldade. É a Deusa de um novo amanhecer nos mitos galeses, associada à visão noturna das corujas e aos mistérios da ilha de Avalon.

Branwen - A filha de Llyr

"Ela foi uma das três matriarcais da ilha, a mulher mais bela do mundo!"
A Deusa Branwen é a personificação e a representação da soberania de Avalon. Há um capítulo inteiro do Mabinogion que carrega seu nome: Branwen, a filha de Llyr e Bran, o Corvo Branco, o Abençoado, irmão de Branwen. Tornou-se Rainha na Irlanda e, posteriormente, foi extremamente maltratada por seu marido, por causa de uma afronta aos cavalos irlandeses, durante sua festa de casamento.
Branwen foi obrigada a trabalhar como copeira e da sua cozinha-prisão, treinou um estorninho para levar mensagens de volta ao País de Gales, descrevendo sua situação e pedindo ajuda ao irmão. Bran liderou uma expedição para resgatá-la, mas foi ferido mortalmente e Branwen morreu de tristeza ao saber do fato. Branwen é a Deusa galesa do amor e da justiça.

Cerridwen - A Senhora do Caldeirão

"Eu obtive a Inspiração e a Sabedoria das três gotas do caldeirão de Cerridwen."
Nos contos de Taliesin, Cerridwen é uma grande feiticiera, reverenciada em Avalon como a sábia anciã. É a Deusa galesa da transformação, cujo caldeirão adentramos ao renascer. O caldeirão é um dos principais símbolos de Cerridwen, associado, também, à fertilidade e à inspiração, a Awen sagrada.
O bardo Taliesin amigo de Myrdin, que deu origem ao lendário mago Merlin da corte do rei Arthur, foi descrito no mito como Gwyon Bach que nasceu de Cerridwen e se tornou o mais sábio druida, após tomar três gotas da poderosa poção que Cerridwen preparava para o seu filho, no Caldeirão da Inspiração.
O caldeirão também é uma analogia ao Graal, que pode curar todos os males, reviver os mortos e curar os enfermos. Cerridwen vive ao lado de um lago que, miticamente, leva à Avalon, sendo considerada a detentora dos mistérios da vida e da morte.

Rhiannon - A protetora dos cavalos

"E os pássaros de Rhiannon,
Cantavam para lá no Outro Mundo,
Trazendo-lhe muitas alegrias."
Rhiannon é representada pela égua branca, a rainha galesa do Outro Mundo, a terra do eterno verão ou Avalon, cujos pássaros poderiam confortar as almas sofredoras. É a Deusa dos encantamentos e da fertilidade, equivalente à Macha, na mitologia irlandesa e Epona, na mitologia gaulesa. Rhiannon teve seu filho roubado logo que ele nasceu e foi acusada, injustamente, por sua morte, descrito nos contos do Mabinogion em Pwyll, o Príncipe de Dyfed.
Sua poderosa presença é evocada em Avalon, por sua personalidade única e de origem misteriosa. É a Rainha soberana, que transmite todo seu poder através das suas palavras, inspirando-nos, sempre à sabedoria e à paciência. Que assim seja!

Referência bibliográfica:

BELLINGHAM, David - Introdução à Mitologia Céltica - Lisboa: Ed. Estampa, 1999.
GUEST, Lady Charlotte - The Mabinogion - Ed. Kinkley, 1887.
MACCULLOCH, J.A. - A Religião dos Antigos Celtas - Edinburgh: T. & T. CLARK, 1911.
MONAGHAN, Patricia - The Encyclopedia of Celtic Mythology and Folklore - Facts On File: New York, 2004.
SQUIRE, Charles - Mitos e Lendas Celtas - Ed. Nova Era, 2003.



Um breve comentário...

As Deusas de Avalon não são apenas mulheres lindas e misteriosas, são fortes referências a uma antiga religião druídica, muito além das ilusões criadas pelo homem.
A metáfora fortalece os mitos para que, através das lendas, possam se propagar pelos séculos afora, rompendo a barreira do tempo, jamais se esquecendo que a verdadeira força está no equilíbrio.
As Deusas, em suas diferentes faces, representam à energia criadora de todas as coisas viventes e possuem funções específicas, tais como: soberania, guerra (bravura) e proteção, além dos seus próprios atributos individuais. Havendo, também, muita similiaridade entre as tradições e os seus contos.
Enfim, essa é a mensagem de Avalon, as Deusas celtas e dos mistérios arthurianos. Quando a dedicação é sincera e a busca constante, os caminhos se abrem e a verdade sempre nos é revelada.
Bênçãos plenas do Céu, da Terra e do Mar!

Rowena Arnehoy Seneween ®


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Avalon a Terra dos Deuses

Avalon a Terra dos Deuses


Os galeses optaram por Ynis Afallach como tradução para Avalon.

Christopher Gidlow

Avalon, a terra dos Deuses, um reino perfeito de amor e beleza, a busca constante de todo ser humano que cultiva a esperança de fazer deste mundo uma lenda real, ou seja, um lugar melhor para se viver, tal como Summerland - a terra do eterno verão, Hy Breasil ou simplesmente o Outro Mundo.
Para os irlandeses o Outro Mundo é Tir na nÓg, a ilha da Eterna Juventude, descrito no conto irlandês de Oisín e Niamh. Para os galeses o Outro Mundo é Annwn, Ynys Afallach ou Avalon das lendas arthurianas. E para os gauleses o Outro Mundo é Avallon, a ilha das Maçãs, local das macieiras da vida responsáveis pela imortalidade, onde a doença e a morte não existem.
Para nós o Outro Mundo é Avalon, associada aos seres mortais e imortais ou feéricos, como os Tuatha Dé Danann, Arthur e seus companheiros, Morgana, Nimue e Merlin, o mago. Um local paradisíaco, onde a música, a dança, a arte, o belo e todas as atividades prazerosas se reúnem.
"A Terra da Promessa, espécie de paraíso celta, às vezes, chamado Emain Ablach, nome no qual se encontra o termo que designa as macieiras, o que remete para a ilha de Avalon da lenda arthuriaria." Jean Markale - A Grande Epopéia dos Celtas.
A maçã representa a imortalidade, o conhecimento e a magia. Existem vários relatos referentes a sua simbologia e às viagens célticas pelo mar, conhecidas como Immram, ao Outro Mundo, supostamente, uma dimensão contígua à realidade comum, da tradição galesa.
E na tradição irlandesa, Echtrae (aventura) que são jornadas místicas, nas quais o herói é atraído por uma fada, que lhe entrega um ramo de maçã e o convida para ir ao Outro Mundo, como em "A Viagem de Bran, filho de Mac Febal", uma analogia a Avalon e Morgana. "Além disso, é de crer que a mulher feérica que leva um ramo de macieira de Emain ao herói Bran, filho de Febal, antes de levá-lo a empreender uma estranha navegação, seja a própria Morrigane."  Jean Markale - A Grande Epopéia dos Celtas.
Outro Immram nos relata "A Viagem de Maelduin" que trata da busca do herói pelos assassinos de seu pai. "Na tradição céltica, dois fatores são constantes: o Outro Mundo que fica do outro lado da água; e a direção da jornada, geralmente, a Oeste." Caitlín Matthews - O Livro Celta dos Mortos.
Tor em Glastonbury
Tor em Glastonbury - Inglaterra

Avalon também recebe o nome de Ilha Afortunada, pois suas colheitas são fartas e abundantes. Diz a lenda que, era governada por Morgana e suas nove irmãs, sacerdotisas guardiãs do caldeirão do renascimento, símbolo da Deusa Mãe, capaz de curar todos os males. Além de evocar as brumas para adentrarem à ilha encantada.
Avalon está associada a Caer Siddi (Fortaleza das Fadas), o Outro Mundo ou Annwn, o sídhe (colinas) d’Aqueles Que Vivem Para Sempre... A Ilha feérica, onde apenas o povo das fadas e os nobres cavalheiros de alma pura podiam adentrar.
"Existia em Caer Siddi uma fonte que jorrava vinho doce e onde o envelhecimento e a doença eram desconhecidos. Entre os seus tesouros havia um caldeirão mágico, tema diretamente ligado à abundância existente na Ilha das Maçãs." Ellis, 1992 - Geoffroy de Monmouth, Vita Merlini e Jean Markale.
Na mitologia céltica existem vários contos sobre as três propriedades inesgotáveis do caldeirão: inspiração, regeneração e fertilidade. O Grande Dagda possuía um caldeirão proveniente da cidade de Múrias. Ao provar dele, ninguém passava fome, (Ellis, 1992). Matholwch recebera o caldeirão do renascimento do Deus Bran e com ele era possível ressuscitar um morto, mas que perderia a capacidade de falar. (Mabinogion, 1988).
"Na tradição galesa a história de Taliesin oferece um exemplo do caldeirão do renascimento, após a luta de transformação e metempsicose - transmigração da alma de um corpo para outro - da Deusa Cerridwen e Gwion." - J. A. Macculloch - A Religião dos Antigos Celtas.
O caldeirão, mais tarde, deu origem ao mito do Graal, inicialmente, nas obras de Chrétien de Troyes. Com a sua cristianização em fins do século XII, o conteúdo do cálice passou a ser o sangue de Cristo. Simbolizando o conhecimento e o alimento da alma. A propósito da temporalidade do Outro Mundo, representada pela "Insula Pomorum", a Ilha Paradisíaca, onde a passagem do tempo não é percebida pelos humanos que para lá vão, como pode ser visto nos relatos sobre Bran. - Como descreveu o historiador francês Jacques Le Goff.
Enfim, a ilha sagrada de Avalon não existe nas dimensões de tempo e espaço conhecidos por nós. Ao longo dos séculos, as pessoas tentam localizá-la, em locais como: a Irlanda, o País de Gales, a Cornualha, a Bretanha e a Ilha de Man. Sendo, então, conhecida como a terra das fadas, Caer Siddi, a extensão do Outro Mundo ou a Tir na nÓg dos irlandeses.
A cidade de Glastonbury, em Somerset, na Inglaterra, é particularmente associada a Avalon, através dos seus mitos e lendas locais, relacionando a colina do Tor como sendo a entrada do Annwn (Outro Mundo), a terra dos mortos na tradição galesa, o lar de Gwynn ap Nudd, o rei das fadas e guardião do submundo.
Tor em GlastonburyAo descer a colina em espiral do Tor, em meio aos carvalhos, chega-se a "Chalice Well Gardens", os Jardins do Cálice Sagrado, onde existe uma fonte de água avermelhada com propriedades curativas, reforçando o mito do Santo Graal e o poder mítico do renascimento dos Deuses, descrito no Livro de Taliesin, antiga coleção de poemas em galês.
O Templo de Avalon
Invisíveis aos olhos descrentes, as brumas revelam seus mistérios apenas aos que servem o princípio maior, junto aos Deuses. A lenda se torna realidade, mas o medo, como sempre, é o grande desafio daqueles que estão na travessia deste portal, prestes a desvendar os segredos do Outro Mundo.
Avalon é o templo do mundo interior, a terra da magia e o saber ancestral, que oferece iniciação e esclarecimento a todos que ingressam nessa jornada. E, somente, aqueles que compreendem que a vida é infinita em suas possibilidades poderão abrir as portas deste mundo etéreo.
Avalon se apresenta nos corações daqueles que são sinceros e seguem o que lhes foi traçado pelos Deuses. Nunca duvide daquilo que foi revelado. A luz do conhecimento é a divina inspiração que nos chama, a todo instante, ao sagrado caminho, mas somente nós é que poderemos tecer o fio deste destino.
O universo nos coloca, sincronicamente, em caminhos que irão modificar não apenas a nossa existência, mas toda a realidade que nos cerca.
A espiritualidade é a energia presente em todos nós, é a essência da vida que nos leva ao equilíbrio e a plenitude. Através da sensibilidade e da intuição começamos a discernir aquilo que é melhor e o que realmente faz a nossa alma vibrar. O verdadeiro caminho é ser feliz.
Avalon é a lenda que nos desperta para uma nova realidade!

A Lenda e o Mito

São as lendas e os mitos que tornam os nossos dias mais reais e cheios de magia.
Sabemos que muitas lendas sobre o famoso Rei Arthur foram inventadas, além do seu fim misterioso em Avalon, conhecido atualmente através do livro "As Brumas de Avalon", de Marion Zimmer Bradley, um romance lindo e envolvente, mas que poucas verdades nos traz sobre os mitos e as lendas dos povos celtas, e por ser uma ficção, não pode ser considerado como base para nossos estudos.
Os primeiros registros sobre Arthur, conforme o historiador Christopher Gidlow no livro "O Reinado de Arthur - da História à Lenda", diz que ele viveu entre os séculos V e VI e liderou os bretões contra o avanço saxão no cerco da Colina de Badon (supõe-se estar localizada além de Kent e Essex, na Inglaterra). O filme "Rei Arthur" retrata um pouco deste contexto.
Alguns textos históricos datados após o ano de 400 d.C. e que o descrevem Arthur, são:Chalice Well
- "De Excidio Britanniae" (A Destruição da Bretanha), de Gildas, no ano 500 d.C.
- "Historia Brittonum" (Histórias dos Bretões), de Nennius, no ano de 829 d.C.
- "Annales de Cambriae" (Anais de Gales), texto compilado a partir de várias fontes, por volta do ano de 977 d.C.
Chegando finalmente a "Historia Regum Britanniae" de Godofredo de Monmouth, que escreveu sua historia em 1135 d.C. e elaborou as façanhas do Rei Artur, misturando o histórico ao lendário.
Ainda há referências, mais antigas sobre Arthur, relatadas no Mabinogion no conto de: Culhwch e Olwen.
O folclore celta e a cultura popular são repletos de referências sobre civilizações perdidas, como o povo ancestral dos Reinos do Mar da Atlântida e suas ilhas submersas de Caer Ys e Lyonesse, supostamente, como sendo os ancestrais de Avalon. E, segundo as lendas arthurianas, a terra natal de Tristan e o local da batalha final entre Arthur e Mordred.
Glastonbury e o Caminho Espiral envolta do Tor nos remetem, novamente, a Avalon, Morgana, Arthur, Camelot, os Cavaleiros da Távola Redonda e a busca do Graal, relacionando-o à Pedra Filosofal dos alquimistas, à Fênix grega e ao Caldeirão Celta do Renascimento. Uma linha muito tênue, na qual dois mundos tão distintos se encontram.
Avalon é o despertar natural desta consciência. A fonte inesgotável da sabedoria... 
O reencontro dos Deuses dentro do nosso templo sagrado. Awen!

Rowena Arnehoy Seneween ®
Referências bibliográficas:

GIDLOW, Christopher - O Reinado de Arthur - da História à Lenda - Ed. Madras, 2004.
MACCULLOCH, J.A. - A Religião dos Antigos Celtas - Edinburgh: T. & T. CLARK, 1911.
MATTHEWS Caitlín - O Livro Celta dos Mortos - Ed. Madras, 2003.
MARKALE, Jean - A Grande Epopéia dos Celtas - Ed. Ésquilo, 1994.
VITA MERLINI - Geoffrey de Monmouth, 1100–1155.


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A Ilha Sagrada

A Ilha Sagrada


Geoffrey de Monmouth, historiador do século XII, se refere a Avalon como "Insulis Avallonis", que se traduz por Ilha das Maçãs, num claro simbolismo paradisíaco. A ilha é ainda associada às místicas ilhas Afortunatas, situada em águas ocidentais.
Avalon, a lendária ilha, onde Excalibur, a espada do Rei Arthur, foi forjada e para onde o próprio rei tinha voltado vitorioso depois da sua última batalha, para ser curado de um ferimento mortal. A ilha sagrada é regida por Morgana, sacerdotisa e feiticeira que, juntamente, com nove donzelas sacerdotisas, se torna a responsável pela cura de Arthur.
Sendo um lugar misterioso e sobrenatural, associada a Glastonbury, Avalon é a ilha onde Arthur permanece vivo, através de artes mágicas, esperando a hora do regresso.
Abadia de Glastonbury
Abadia de Glastonbury - Inglaterra

Quando, em 1191, os monges de Glastonbury encontraram a suposta sepultura de Arthur, no cimo de um pequeno monte, que dantes se encontrava circundado de água, disseram ser este o local da mítica ilha de Avalon. A inscrição no túmulo dizia: 
"Aqui jaz, enterrado na Ilha de Avalon, o conhecido Rei Arthur".
Em uma posição de poder e conhecimento, diz a lenda que Morgana confere às mulheres uma importante retomada de sua posição forte no culto às Deusas. O mosteiro de Glastonbury tem a tradição de ter sido fundado por José de Arimatéia, onde contam, teria trazido o Santo Graal para as Ilhas Britânicas e por isso é um lugar ligado à busca do Graal.

Fonte bibliográfica:
Vita Merlini - Geoffrey de Monmouth, 1100–1155




Ynis Afallach

Enfim, o único valor concebível para a inscrição desse túmulo, é dar nome da sua localização para identificar Glastonbury como a Ilha de Avalon.
A crônica de Margan explica, portanto, as inscrições: "pois o lugar (Glastonbury) era no passado cercado por pântanos, e foi chamado de Ilha de Avalon, que é a ilha das maçãs. Pois Aval significa maçã em britânico". Gerald elabora o mesmo tema, dizendo que maçãs costumavam abundar o local. Ele se apoia na Vita Merlini de Geoffrey para acrescentar que "Morgan, um nobre que era governante da região e intimamente relacionado a Arthur (nas fontes posteriores), leva-o para a ilha agora chamada Glastonbury, para curar os seus ferimentos" (Thorpe, 1978).
Avalon de Geoffrey não é em Glastonbury e sim, uma rota para Avalon. Seria uma ilha no mar e não uma antiga fundação eclesiástica.
A inscrição no túmulo parece querer harmonizar uma idéia estabelecida de que o ultimo local de descanso de Arthur teria sido Avalon com o fato de que o seu corpo foi descoberto em Glastonbury. Isso não pode significar que a inscrição na cruz do seu suposto túmulo, seja posterior a Geoffrey, podendo ser, portanto, na melhor das hipóteses, apenas uma geração mais antiga do que o seu descobrimento.
Esses registros da Abadia de Glastonbury foram amplamente reproduzidos por William de Malmesbury. Entretanto, logo foram revisados a luz de Geoffrey de Monmouth e aumentaram o interesse pelo material Arthuriano, tomando difícil desemaranhar as várias hipóteses. Gerald confirma que, pela época da sua visita, Arthur estava "muito admirado com a história do excelente mosteiro de Glastonbury, do qual ele mesmo foi no seu tempo um instinto patrono e um generoso doador e defensor" (Thorpe 1978), uma característica a que Caradoc de Llancarfan aludiu.
A descoberta do corpo de Arthur tem sido ultimamente vista como rota para a Ilha de Avalon. Se ele não se recuperou e morreu ali, poderia muito bem se esperar que ele fosse enterrado no local. Para os etimologistas do século XII, estava claro que Glastonbury era um nome inglês e que, se a fundação é anterior à conquista saxônica, deve ter tido um antigo nome britânico. Os saxões chamaram Glastonbury de Ilha de Vidro e os galeses optaram por chamar Avalon de "Ynis Afallach".

Fonte bibliográfica:
O Reinado de Arthur - da História à Lenda
Christipher Gidlow



Ilha de Avalon

Avalon, minha razão e minha emoção,
Minha alegria e minha tristeza.
As brumas sempre voltam ao amanhecer.
Antes eram mais amenas com certeza
E os mundos quase podiam se tocar.
Mas algo foi lançado ao vento.
As brumas encobriram tudo novamente,
Ocultando aquilo que maculou o sentimento.
O templo é a essência do que restou,
Lá nada é passageiro.
Pela honra do código dos filhos de Avalon,
O que se sente é verdadeiro.
A força que atravessou o tempo e o espaço,
É vivido no momento presente.
O futuro é o presente que se vive agora.
Avalon, a ilha sagrada, ressurge plenamente
Para quem quiser crescer, amar e arriscar
Sem medo de nada perder.
Pois apenas se perde
Aquilo que não se pode viver!

Rowena Arnehoy Seneween ®

Extraído do livro Brumas do Tempo
Todos os direitos reservados.




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O Chamado de Avalon

O Chamado de Avalon



A Ilha Sagrada de Avalon é linda e serena, mas somente para aqueles que preservam a sinceridade no coração. Além das brumas, a madrugada esmorece para dar lugar ao nascer do Sol e finalmente, a inspiração dos Deuses emerge através do tempo.
Invoco, com um suave canto, a fonte sagrada e sinto o seu frescor próximo a minha face.
Avalon sempre existiu... Uma terra de amor e beleza, onde viver era simples como respirar. As pessoas corriam livres pelos campos e de nada se arrependiam, pois não havia motivos para ser aquilo que não se era.
Poucos ainda se lembram dos campos floridos e das flores que vibravam em outras tonalidades. Tudo era diferente. Muitos buscam novamente Avalon, mas este tempo não existe mais. A inocência era virtude e a verdade, qualidade.
As brumas se elevam e nos trazem recordações de um tempo distante... Nossos ritos eram sagrados, porque assim nos foi ensinado. Lá, não havia tradições nem contradições, só havia o amor. Simples como acordar e olhar o céu, sereno como contemplar o brilho das estrelas e como reverenciar o Sol e a Lua.
A Lua, sim, ela era mais límpida, como os nossos corações. Muitos estão aqui hoje, mas poucos se lembram, apenas sentem saudades do lugar.
Avalon se foi apenas por ser bela, ninguém entende. Virtudes hoje são defeitos. Mas onde está o caminho que nos leva de volta? Não sei, mas ainda está lá!

O véu da maldade encobriu tudo e as ervas daninhas cercaram todo o caminho a sua volta. Por que o desespero? Você escolheu viver em um mundo que não era seu.
Mas Avalon ainda existe... Linda e serena.
Sinceridade é a verdade que não se esconde e nem se encobre. Você sabe porque já sentiu, mas mentiu e renegou suas origens, como muitos que escolheram o mundo das ilusões.
Avalon se foi, triste por mais um filho que perdeu. Como se enganam os que não acreditam. Não é apenas uma lenda, é um fato!
Alguns já sabem e estão voltando. Dura realidade, o coração não entende, se ilude, ama, mas não vai realmente atrás daquilo que se quer. Tudo em nome do ter antes de ser. Mas a vida empurra e a alma finalmente se liberta.
Voltei somente para avisar, mas não havia ninguém. Muito foi falado, poucos ouviram, alguns ainda entenderam, mas os verdadeiros filhos se foram. Não resta mais nada a fazer!
Chamo a barca que nos levará de volta, além das brumas do tempo e do espaço, pois não consigo mais distinguir seus corações.
Seus ritos são apenas de morte, não existe mais renovação, somente o ego que se fortaleceu.
Avalon está lá, eu sei, mas não para aqueles que buscam o conto de fadas. Ao acordar, todos irão sentir que algo se foi. Sim, eu digo a vocês, se foi a inocência de ser simples e natural.
Restou apenas a nuvem pesada dos pensamentos maculados e das atitudes mal pensadas.
Os bardos chegaram e não me resta mais nada a dizer, levo apenas aqueles que entendem que a beleza é infinita. Fiquem no seu ambiente que não é real.
- "Venha, aqui não é o seu lugar, transpasse as brumas e esqueça este mundo que não lhe pertence. Amanhã você não mais se lembrará."
Avalon se foi para nunca mais voltar e apenas retornará se o canto novamente souber invocar. Assim falou Morgana, através da sagrada inspiração... Awen!

Rowena Arnehoy Seneween ®

Extraído do livro Brumas do Tempo
Todos os direitos reservados.



Sagrada Sincronia

Em uma longa estrada
A vida percorre caminhos
Muda o rumo da jornada
Um sussurro leve e tristonho
Vozes que se perdem pela brisa
Muitas almas, duas vidas e um sonho...
Um mundo que começa a girar
Sem nenhuma razão para ficar
Doce melodia que não ousa calar
Ouça agora a voz do coração,
Além da misteriosa ilha de Avalon,
Perfeita harmonia repleta de emoção
Fluindo através da magia,
Presente na fina névoa de prata
Que brilha nessa mais bela sincronia!
Rowena Arnehoy Seneween ®

Extraído do livro Brumas do Tempo
Todos os direitos reservados.



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Onde está Avalon?

Onde está Avalon?



A colina do Tor, em Glastonbury, era a que poderia ser considerado o acesso à mística Ilha de Avalon. Dizem que o mar chegava até esse local e era um lugar rodeado pelas águas e conhecido como Avalon, cujo nome de reminiscência artúrica significa Ilha das Maçãs e em algumas antigas culturas, essas frutas representavam a imortalidade. Nela, descansavam os mortos antes de voltar a renascer. Segundo a lenda, o rei Arthur, depois da batalha em Camelot, foi levado a Avalon de onde voltaria algum dia. Inclusive a bruma que costuma cobrir a região que os habitantes locais chamam de "A Dama Branca", evoca a névoa da mística de Avalon.
Além do mais, esse lugar está localizado no condado de Somerset, nome que poderia aludir ao Reino de Verão, com o qual sonhavam Merlin e Arthur, como uma terra na qual as coisas poderiam ser diferentes para todos os homens e mulheres. Segundo as tradições galesas, Avalon, também chamada Ilha dos Afortunados, era um mundo feminino onde reina Morgana.
Este local enigmático, o Tor ou colina, topônimo de origem céltica, com 176 metros de altura e uma colina de pedras no seu topo, possui grandes forças telúricas, iguais de Stonehenge e Avebury, formando um triângulo, símbolo do fogo, elemento de transmutação e renovação espiritual.
Exatamente neste local houve a construção de duas igrejas, a primeira foi destruída por incêndios e da segunda existe apenas a torre.
Glastonbury anteriormente era Ynnis-Witrin ou a Ilha de Avalon, e estes são os nomes mais conhecidos. Ynnis Witrin é conhecida como: a Ilha de Cristal, pois os celtas chamavam esta área de "Ynnisvitrin", a Ilha do Vaso, a Ilha Brilhante, com base na cor do rio e na velha palavra britânica. O nome Avalon é originário da época do rei Avallach ou Avalloc e das histórias do Graal.

Fonte bibliográfica:
Avalon e o Graal e outros Mistérios Arturianos
Helena Gerenstadt

Simplesmente, Avalon

Avalon, uma lenda que está muito além das brumas do tempo... Mas como alcançá-la? Para aqueles que estão centrados na fé, basta apenas olhar dentro de si e buscá-la nos seus mais nobres sentimentos. O Templo de Avalon é o corpo que guarda a alma ancestral, o caminho que nos leva direto a misteriosa Ilha das Maçãs, ou seja, o caminho da verdade infinita que está dentro de cada ser.
Para adentrarmos na ilha sagrada de Avalon, medite em um local tranquilo, respire profundamente e esvazie sua mente de todo preconceito e qualquer pré-julgamento, medo ou dúvida. Invoque a emoção e a razão dos nossos Deuses Antigos. E, diga apenas:
"Que as brumas dêem passagem ao filho de Avalon que, novamente, retorna da sua longa jornada rumo à luz e a beleza do caminho... Abençoados pelo céu, a terra e o mar!"
Aos poucos a sensação de bem-estar e amplitude aumentará e num determinado momento, você irá fluir, naturalmente, ao Outro Mundo.
Aproveite este contato e siga até o ponto mais alto da ilha para ouvir o canto dos pássaros e o farfalhar das folhas das árvores, onde os seres feéricos de Avalon lhe apresentarão os segredos gravados na pedra.
Ao descer a colina em espiral, consulte o poço das águas sagradas e o fogo perpétuo da pira central do templo, pois eles são as bases do princípio maior da criação e dos mistérios druídicos.
Saiba que tudo é possível e que cada minuto são horas de puro prazer e recordação... Busque as respostas, soluções e simplesmente acredite que elas já fazem parte da sua vida. Acesse esse portal toda vez que precisar de uma orientação.
A Deusa-mãe é amorosa, mas também implacável e, os Deuses, atuam lado a lado daqueles que sabem que o melhor está sempre no caminho do eterno aprendiz. Resgate sua sabedoria divina e a força guerreira das tribos celtas.
Viva intensamente este momento e percorra toda a ilha. A cada nova viagem você retornará revigorado e sua percepção ficará cada vez mais aguçada.
Avalon é simplesmente esta doce emoção... Mas, apenas para aqueles que ainda acreditam na magia que está escondida dentro do seu coração. Que assim seja!

Rowena Arnehoy Seneween ®



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