Sempre na minha mente e no coração...

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Corcovado ou Cristo Redentor, lindo !!!

segunda-feira, 7 de abril de 2014

O que é Infarto?

O que é Infarto?


O que é Infarto?


Sinônimos: Infarto agudo do miocárdio, Parada cardíaca, Ataque cardíaco
Um ataque cardíaco ocorre quando o fluxo de sangue para uma parte do coração é bloqueado por um tempo prolongado, de modo que parte do músculo cardíaco seja danificado ou morra. Os médicos chamam isso de infarto do miocárdio.

Um ataque cardíaco ocorre quando o fluxo de sangue para uma parte do coração é bloqueado por um tempo prolongado, de modo que parte do músculo cardíaco seja danificado ou morra. Os médicos chamam isso de infarto do miocárdio.

Vejam o vídeo:

http://www.youtube.com/watch?v=INag1QZJ-Pk

Infarto: saiba como acontece um ataque cardíaco



Infarto: saiba como acontece um ataque cardíaco


Causas

A maioria dos ataques cardíacos é causada por um coágulo sanguíneo que bloqueia uma das artérias coronárias. As artérias coronárias levam sangue e oxigênio para o coração. Se o fluxo sanguíneo estiver bloqueado, o coração ficará sem oxigênio e as células cardíacas morrerão.

A maioria dos ataques cardíacos é causada por um coágulo sanguíneo que bloqueia uma das artérias coronárias
Um substância dura chamada placa pode se acumular nas paredes de suas artérias coronárias. Essa placa é constituída de colesterol e outras células. O ataque cardíaco pode ocorrer devido ao acúmulo de placa.
  • A placa pode desenvolver fendas ou lacerações. As plaquetas sanguíneas grudam nessas lacerações e formam um coágulo sanguíneo. Um ataque cardíaco poderá ocorrer se esse coágulo sanguíneo bloquear completamente o fluxo de sangue rico em oxigênio para o coração. Essa é a causa mais comum de ataques cardíacos.
  • A formação lenta da placa pode praticamente bloquear uma das artérias coronárias. Poderá ocorrer um ataque cardíaco se o sangue que fluir através do bloqueio não contiver oxigênio suficiente. É mais provável que isso ocorra quando seu corpo estiver sob estresse (por exemplo, devido a uma doença grave)
  • A causa d.e ataques cardíacos nem sempre é conhecida. Os ataques cardíacos podem ocorrer:
  • Quando você está descansando ou dormindo
  • Após um aumento súbito na atividade física
  • Quando você está praticando uma atividade externa em um clima frio
  • Após um estresse físico ou emocional súbito, incluindo doenças
Consulte: Doença das artérias coronárias para conhecer os fatores de risco.
O choque cardiogênico é um estado no qual o coração sofreu tantos danos que não consegue fornecer sangue suficiente para os órgãos do corpo. Essa doença é uma emergência médica.

Exames

Um médico ou uma enfermeira realizará um exame físico e auscultará seu tórax com um estetoscópio.
  • O médico poderá auscultar sons anormais em seus pulmões (chamados de estalidos), um sopro cardíaco ou outros sons anormais.
  • Você poderá ter uma pulsação rápida.
  • Sua pressão arterial poderá estar normal, alta ou baixa.
Um exame de sangue com troponina pode mostrar se você tem lesões no tecido cardíaco. Esse exame pode confirmar se você está tendo um ataque cardíaco.
A angiografia coronária geralmente é realizada imediatamente ou quando o paciente está mais estável. Também podem ser realizados exames como o eletrocardiograma (ECG).
  • O exame usa um contraste especial e radiografias para verificar o fluxo de sangue pelo coração.
  • Isso pode ajudar o médico a decidir qual será o próximo tratamento necessário.
Outros exames para observar o seu coração que podem ser realizados enquanto você estiver no hospital:
  • Ecocardiografia
  • Teste de esforço físico
  • Teste de esforço nuclear

Sintomas de Infarto

O ataque cardíaco é uma emergência médica. Se você apresentar sintomas de ataque cardíaco, ligue para 192 ou um número de emergência local imediatamente.
ADAM
Dor no peito é um dos principais sintomas do infarto

  • NÃO tente ir ao hospital dirigindo.
  • NÃO DEMORE. Há um risco maior de morte súbita nas primeiras horas após um ataque cardíaco.
A dor no peito é o sintoma mais comum de um ataque cardíaco. Você pode sentir dor em apenas uma parte do seu corpo ou ela pode se mover do tórax para os braços, ombros, pescoço, dentes, mandíbula, área do abdome ou costas.
A dor pode ser forte ou branda. Ela é descrita como:
  • Uma cinta apertada ao redor do peito
  • Má digestão
  • Algo pesado colocado sobre o peito
  • Aperto ou pressão pesada
A dor geralmente dura mais que 20 minutos. Repouso e um medicamento chamado nitroglicerina podem não aliviar completamente a dor de um ataque cardíaco. Os sintomas também podem passar e voltar.
Outros sintomas de um ataque cardíaco incluem:
  • Ansiedade
  • Tosse
  • Desmaio
  • Tontura, vertigem
  • Náusea ou vômito
  • Palpitações (sensação de que o coração está batendo rápido demais ou irregularmente)
  • Falta de ar
  • Sudorese, que pode ser muito excessiva
Algumas pessoas (idosos, diabéticos e mulheres) podem sentir pouca ou nenhuma dor no peito. Podem ainda ter sintomas pouco comuns (falta de ar, cansaço, fraqueza). Uma "doença cardíaca silenciosa" é uma doença cardíaca sem sintomas.

Buscando ajuda médica

Ligue imediatamente para o número de emergência local (como 192) se tiver sintomas de um ataque cardíaco.

Tratamento de Infarto


É mais provável que você seja tratado primeiro no pronto-socorro.

Você será ligado a um monitor cardíaco, de forma que a equipe médica possa verificar como o seu coração está batendo.

A equipe de assistência médica lhe dará oxigênio para que seu coração não precise fazer tanto esforço.


  • Uma linha intravenosa (IV) será colocada em uma de suas veias. Medicamentos e líquidos passam por essa IV.
  • Você poderá receber nitroglicerina e morfina para ajudar a reduzir a dor no peito.
Os batimentos cardíacos anormais (arritmias) são a principal causa de morte nas primeiras horas após um ataque cardíaco. Essas arritmias podem ser tratadas com medicamentos ou cardioversão.

Tratamentos de emergência

A angioplastia é um procedimento para abrir vasos sanguíneos estreitados ou bloqueados que fornecem sangue ao coração. Geralmente, um pequeno tubo metálico chamado stent é colocado ao mesmo tempo.


  • A angioplastia costuma ser a primeira opção de tratamento. Ela deve ser realizada dentro de 90 minutos após a chegada ao hospital e nunca depois de 12 horas após um ataque cardíaco.
  • Um stent é um pequeno tubo metálico que se abre (expande) dentro de uma artéria coronária. Ele é frequentemente colocado após uma angioplastia. O stent ajuda a impedir que a artéria se feche novamente.
Você pode receber medicamentos para dissolver o coágulo. O ideal seria que esses medicamentos fossem administrados até 3 horas após você ter começado a sentir a dor no peito. Isso é chamado de terapia trombolítica.
Alguns pacientes também podem ser submetidos à cirurgia de bypass cardíaco para abrir os vasos sanguíneos bloqueados ou estreitados que fornecem sangue ao coração. Esse procedimento também é chamado de cirurgia de coração aberto.

Após um ataque cardíaco

Os seguintes medicamentos são ministrados para a maioria das pessoas após sofrerem um ataque cardíaco. Eles podem ajudar a evitar outro ataque cardíaco. Consulte seu médico ou enfermeira sobre esses medicamentos:


  • Drogas antiplaquetárias (anticoagulantes), como aspirina, clopidogrel (Plavix) ou varfarina (Coumadin), para ajudar a impedir a coagulação do sangue
  • Medicamentos betabloqueadores e inibidores de ECA para ajudar a proteger seu coração
  • Estatinas ou outros medicamentos para melhorar seus níveis de colesterol
Talvez você precise tomar alguns desses medicamentos pelo resto da vida. Sempre fale com seu médico antes de interromper ou alterar o uso de todos os medicamentos. Qualquer alteração pode colocar a vida em risco.
Após um ataque cardíaco, você poderá ficar triste. Poderá sentir ansiedade e preocupação por ter que ser cuidadoso com tudo o que faz. Esses sentimentos são normais. Para a maioria das pessoas, eles desaparecem após duas ou três semanas. Você também poderá se sentir cansado após deixar o hospital e ir para casa.
A maioria das pessoas que sofre um ataque cardíaco ingressa em um programa de reabilitação cardíaca. Enquanto estiver sob os cuidados de um médico e de enfermeiras, você vai:
  • Aumentar lentamente seu nível de exercícios
  • Aprender a seguir um estilo de vida saudável

Tenha um estilo de vida saudável

Para prevenir outro ataque cardíaco:


  • Mantenha sob controle sua pressão arterial, açúcar no sangue e colesterol.
  • Não fume.
  • Siga uma dieta rica em frutas, vegetais e cereais integrais e com pouca gordura animal.
  • Pratique exercícios, pelo menos 30 minutos diários e, no mínimo, 5 dias por semana (primeiro consulte seu médico).
  • Faça exames e tratamento para depressão.
  • Limite-se a uma dose por dia, se for mulher, e não mais do que duas doses por dia, se for homem.
  • Mantenha um peso saudável. Procure manter um índice de massa corporal (IMC) entre 18,5 e 24,9.
Saiba mais

Expectativas


Após um ataque cardíaco, suas chances de sofrer outro é maior.
O seu estado após um ataque cardíaco depende da lesão no músculo cardíaco e nas válvulas cardíacas e do local da lesão.
Se o coração não bombear mais o sangue por seu corpo da mesma forma que costumava, você poderá ter insuficiência cardíaca. Ritmos cardíacos anormais podem ocorrer, podendo colocar a vida em risco.
Geralmente uma pessoa que teve um ataque cardíaco pode voltar lentamente às atividades normais, inclusive à atividade sexual.
Fontes e referências:


Anderson JL, Adams CD, Antman EM, Bridges CR, Califf RM, Casey DE Jr., et al. ACC/AHA 2007 guidelines for the management of patients with unstable angina/non-ST-elevation myocardial infarction: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines (Writing Committee to Revise the 2002 Guidelines for the Management of Patients With Unstable Angina/Non-ST-Elevation Myocardial Infarction) developed in collaboration with the American College of Emergency Physicians, the Society for Cardiovascular Angiography and Interventions, and the Society of Thoracic Surgeons endorsed by the American Association of Cardiovascular and Pulmonary Rehabilitation and the Society for Academic Emergency Medicine. J Am coll Cardiol. 2007;50:e1-e157.


Kushner FG, Hand M, Smith SC Jr, King SB 3rd, Anderson JL, Antman EM, et al. 2009 Focused Updates: ACC/AHA Guidelines for the Management of Patients WithST-Elevation Myocardial Infarction (updating the 2004 Guideline and 2007 Focused Update) and ACC/AHA/SCAI Guidelines on Percutaneous Coronary Intervention(updating the 2005 Guideline and 2007 Focused Update): a report of the American College of Cardiology Foundation/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines. Circulation. 2009 Dec 1;120(22):2271-306. Epub 2009 Nov 18.

Antman EM. ST-segment elevation myocardial infarction: pathology, pathophysiology, and clinical features. In: Bonow RO, Mann DL, Zipes DP, Libby P, eds. Braunwald's Heart Disease: A Textbook of Cardiovascular Medicine. 9th ed. Philadelphia, Pa: Saunders Elsever; 2011:chap 54.

Cannon CP, Braunwald E. Unstable angina and non-ST elevation myocardial infarction. In: Bonow RO, Mann DL, Zipes DP, Libby P, eds. Braunwald's Heart Disease: A Textbook of Cardiovascular Medicine. 9th ed. Philadelphia, Pa: Saunders Elsever; 2011:chap 56.



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domingo, 6 de abril de 2014

A SINGULARIDADE DE VENEZA

A SINGULARIDADE DE VENEZA

Por Claudia Liechavicius

Veneza é uma cidade que sempre surpreende com seu ar misterioso, romântico e sedutor. Não é por acaso que atrai multidões de turistas. Parece que o tempo passa mais devagar em suas ruas ligadas por uma infinidade de pontes sobre canais onde circulam gôndolas com casais apaixonados. Além, é claro de muitas outras embarcações. Carros definitivamente não têm vez. Não existe outra cidade no mundo que se compare à Veneza. Ela é única. Mesmo que alguns digam que já perdeu parte de sua majestade, não há quem não suspire várias vezes ao dia ao se emaranhar por seus becos. Da arquitetura à gastronomia há muitos encantos para se viver em Veneza.

Centro histórico de Veneza.

Veneza é realmente ímpar. Foi construída sobre uma série de ilhotas e bancos de areia nas águas do Adriático, nordeste da Itália. Por isso mesmo, está sujeita aos caprichos da maré. Sofre com enchentes. E nem se abala. Contraria todas as probabilidades e sobrevive triunfal às eventualidades da mãe natureza.

Veneza vista do alto do Campanário e ao fundo o contorno das Dolomitas.

UM POUQUINHO DE HISTÓRIA

Tudo começou com a fuga dos habitantes da região do Veneto com medo das invasões bárbaras, no século V. Eles se estabeleceram nas 65 ilhotas que existiam por ali. Logo, precisaram se expandir e assim desenvolveram um sistema de aterro sobre as áreas alagadas. Veneza se tornou uma província bizantina independente no século X. E, cresceu muito graças a sua localização privilegiada. Passou a fazer a ligação comercial entre Ocidente e Oriente. A cidade viveu momentos de glória e poder. No entanto, quando os portugueses descobriram uma rota alternativa pela África sua força foi abalada. No final do século XVIII Napoleão conquistou Veneza. Depois, virou território austríaco. Até finalmente ser incorporada à Itália, em 1866.

O centro histórico de Veneza hoje ocupa uma área de aproximadamente 7,6 quilômetros quadrados espalhados sobre 117 ilhas muito próximas, recortadas por 150 canais e conectadas por 409 pontes. Não é pouco para andar de um lado ao outro sem carro. Para ir do hotel em que estava hospedada à Piazza San Marco eu precisava caminhar 2 quilômetros de ida e mais dois de volta. Andei muito por lá. Mas, flanar por Veneza é adorável.

É difícil conseguir se localizar em Veneza sem um mapa.

Boa opção para não cansar das longas caminhadas são os táxis. Aliás, um passeio de táxi pelos canais de Veneza faz parte da viagem. Mas, prepare o bolso. Você não vai para lugar nenhum por menos de 60 euros. As gôndolas têm preços ainda mais salgadinhos. Os hotéis distantes do centro histórico têm transporte particular em horários específicos para alguns pontos da cidade. A população local costuma usar o Vaporetto, uma espécie de ônibus aquático. O problema é que ele vive abarrotado de gente.




As tradicionais gôndolas de Veneza.

CURIOSIDADE: Quando a maré sobe muito, os locais mais baixos da cidade, como a Piazza San Marco, alagam. Enchentes são comuns na cidade que já afundou 23 centímetros por conta da compressão natural do solo e da elevação do nível da água.

Água não falta em Veneza.

O QUE NÃO PODE FALTAR NUMA VISITA A VENEZA
Não necessariamente nessa ordem. Afinal, a ordem dos fatores não altera o produto.


1. PIAZZA SAN MARCO. Considerada como o centro de Veneza, ela é uma das praças mais bonitas do mundo. É imponente, grandiosa e diferente do convencional pois não tem uma árvore sequer. Mas, é repleta de pombos. De um lado tem a belíssima Basílica de San Marco e seu Campanário, que é a construção mais alta de Veneza e onde vale a pena subir para ver a cidade do alto. Do outro lado, lojas que vendem as tradicionais máscaras de Carnaval e muitos cafés. Não deixe de fazer uma pausa no Café Florian com seus salões espetaculares. Visite a praça várias vezes, com luzes diferentes e preste atenção ao relógio da Torre dell'Orologio (Torre do Relógio).




Piazza San Marco.

Torre do Relógio, na Piazza San Marco, feita no século XV.

O mostrador traz as representações das fases da lua e os signos do zodíaco.

2. BASÍLICA DI SAN MARCO: A Basílica é famosa por refletir o poder que Veneza ostentou por tanto tempo. Ela mescla referências do Ocidente e do Oriente numa obra grandiosa. O que se vê hoje foi construído a partir do século XI. Mas, essa já é a terceira igreja construída no local. A primeira sofreu com um incêndio e a segunda foi demolida para dar lugar a outra mais imponente. Um fato interessante é que, por lei, todo navio que estivesse voltando do exterior tinha, obrigatoriamente, que trazer um presente de valor para ornamenta-la. Seu exterior é magnífico. Tem várias colunatas em mármore de diversas cores, sobre a porta principal um belíssimo mosaico de São Marco e acima do mosaico dois enormes cavalos de bronze trazidos de Constantinopla, que hoje são réplicas e os originais estão guardados no museu da basílica. Mas, o que mais me encanta na basílica são os enormes domos arredondados quando vistos do alto do campanário ou quando vistos por dentro com seus belos mosaicos. As filas para entrar na basílica costumam ser grandes. Mas, vale a pena encarar. De todo modo, se der preguiça de enfrentar a espera, observe com calma seus detalhes por fora e só isso já é capaz de causar êxtase.

Domos da Basilica di San Marco.

3. CAFÉ FLORIAN. Depois de conhecer a Basílica di San Marco, circular pela Piazza di San Marco e visitar o Palácio Ducale é hora de fazer uma pausa para um descanso no legendário Café Florian. Durante o inverno, o ideal é sentar nas elegantes salas aquecidas para fugir do frio. Nas épocas mais quentes, as mesas são colocadas do lado de fora e o astral é mágico especialmente, no cair do dia, ao som de música clássica. Há vários outros cafés, um ao lado do outro, mas o Florian é o mais tradicional.

4. PASSEIO DE GÔNDOLA. Sei que as gôndolas não poderiam ser mais turístcas! Também sei que os preços são exorbitantes e os próprios venezianos não chegam nem perto delas. Mas, têm maneira mais romântica de circular pelos pequeninos canais da cidade com sua cara-metade? Então, esqueça desses detalhes e embarque numa viagem no tempo deslizando pelos canais tranquilos de Veneza à bordo de uma gôndola. Nem que seja uma única vez na vida.

De gôndola pelos canais de Veneza.

5. SCUOLA GRANDE DI SAN ROCCO. Essa escola foi fundada em 1515 em homenagem a San Rocco (São Roque), um santo que dedicou sua vida a ajudar os doentes em uma irmandade de caridade. Em 1564, o pintor renascentista Tintoretto foi contratado para decorar as paredes do prédio e trabalhou por 30 anos fazendo os afrescos no que hoje é um museu. A obra é de arrepiar. No térreo há 8 pinturas que ilustram a vida de Maria. A escadaria parece um túnel do tempo com pinturas de Scarpagnino. E, nos salões do andar superior temas bíblicos pintados por Tintoretto deixam qualquer um boquiaberto. Absolutamente imperdível. É um daqueles lugares em que você não tem vontade de ir embora e fica completamente entregue a contemplação. Pena que as obras não possam ser fotografadas. Ao lado, fica a Igreja de San Rocco também com trabalhos de Tintoretto. Valor do ingresso: 10 euros.

6. PASSEIO DE BARCO PELO GRAN CANAL. Gran Canal é a avenida mais larga e a principal de Veneza. É uma via "aquática" de 3 quilômetros cercada por construções belíssimas feitas ao longo de alguns séculos e que contam um pouco da história da cidade. A maneira mais barata e simples de percorrer esse trajeto é de Vaporetto - até porque não tem calçada e a água bate direto nas casas. Não tem como ir caminhando. No entanto, esse barco vive lotado. Se quiser fazer o passeio com menos gente por perto é preciso chamar um "táxi aquático". Porém, o preço vai nas alturas. Não sairá por menos de 60 euros. Observe o Palácio Sagredo, a igreja San Stae, a igreja San Marcuola, o Fondaco dei Turchi (atual Museu de História Natural), a igreja San Simeone Piccolo, a Riva del Vin, o Palácio Barzizza, Palácio Garzoni, igreja Santa Maria da Saúde e especialmente a Accademia (museu com maior acervo de pinturas venezianas do mundo).

Entrada do Gran Canal e na parte superior da foto, as cúpulas da igreja Santa Maria da Saúde.

7. PONTE DO RIALTO. A ponte do Rialto foi feita em 1591 e foi a primeira a transpor o Gran Canal, que atravessa a cidade toda. Tirar um foto nas suas escadarias faz parte do roteiro da viagem, mas esteja preparado para as cotoveladas, pois a ponte é um dos principais cartões postais de Veneza. Ela fica num bairro especial, repleto de mercados e vive cheia de turistas. E já que está nessa região chamada de San Polo aproveite para caminhar entre as barracas do mercado e lojinhas de alimentação que existem há anos naquele local e já foram as mais importantes do Mediterrâneo. O ideal é ir bem cedo, antes das 8 horas da manhã quando tudo está muito fresco e os chefs da cidade fazem suas compras.

Ponte do Rialto.

8. MADONNA DELL'ORTO. Igrejas não faltam em Veneza. São muitas mesmo. Mas, a Madonna Dell'Orto é especial. Essa igrejinha gótica, construída no século XIV, escondida e distante do centro foi dedicada inicialmente ao santo padroeiro dos viajantes, São Cristovão, protetor dos barqueiros. No entanto, o padroeiro foi transferido um século depois para outro local. Nesse meio tempo, foi encontrada perto dali uma imagem da Virgem Maria com supostos poderes milagrosos e ela passou a ser a nova padroeira da igreja. Assim, além de guardar uma santa milagrosa a igreja também guarda obras de Tintoretto, que frequentava a igreja e está ali sepultado com sua família. Vale um desvio da rota turística tradicional. A igreja é uma graça e numa área pouco explorada por turistas.

Madonna dell'Orto.

9. TRATTORIA ALLA RIVETTA. Comer bem em Veneza é fácil. Apesar, de ser uma cidade turística e cheia de restaurantes feitos especialmente para turistas. Perguntando aos moradores da cidade onde eles mais gostavam de comer cheguei à essa tratttoria simples, animada e de excelente qualidade. Tudo que veio à mesa estava impecável. Não é um restaurante estrelado, mas ficou marcado como uma bela experiência gastronômica veneziana. O endereço é Ponte 5, Provolo. Telefone: 041 52 87 302.

Outros restaurantes que indico são:

Trattoria Da Fiore. Conhecido pelos peixes frescos, pela fritura mista e por servir siri mole em determinadas épocas do ano. (Santo Stefano 3461, San Marco. Tel: 041 52 35 310) Esse restaurante foi uma indicação da amiga Roberta Sudbrack que também indicou a Osteria alle Testieri e o Al Covo (que não tive tempo de experimentar. Ficam para a próxima).


Il Paradiso Perduto. Não fica num ponto turístico. É fora do centro, mas vive lotado, muito lotado de gente. Decoração exótica e ambiente bem descontraído. (Cannaregio, 2540, Campo dei Mori. Tel: +39 041 720581). Vale a pena fazer uma reserva.


Osteria L'Orto dei Mori. Também fora da zona turística e excelente. Tem que fazer reserva, pois é bem pequeno e está sempre cheio. (Cannaregio, 3386, Campo dei Mori. Tel: 041 52 43677).

10. HARRY'S BAR. Impossível ir a Veneza sem dar uma passadinha no bar mais conhecido do mundo. Pequeno e sem muita pompa, o bar frequentado por Hemingway continua atraindo uma quantidade enorme de pessoas que querem provar um Bellini original. Afinal, ali foi criada a bebida que ganhou fama mundo afora. Um drinque a base de prosecco e suco de pêssego. O Bellini é a cara de Veneza. Tanto que no Reveillon garrafas de Bellini eram distribuídas gratuitamente à todos que estavam circulando pela Piazza de San Marco.

Piazza di San Marco e Bellini. Uma combinação totalmente veneziana.

Bellini por toda parte. A cara de Veneza.

E, já que estamos no mês de fevereiro, em plena época de carnaval no Brasil, não podemos deixar de lado a tradicional festa de carnaval veneziana que acontece exatamente no mesmo período. A festa vem de longa data, mas caiu em decadência e foi ressuscitada em 1980 com todo seu glamour e pompa. Mascarados enchem a cidade paramentados com roupas rendadas elegantes e perucas à moda do século XVIII. Lembram os dias de Casanova e personagens da Commedia dell'Arte.

Roupas do carnaval de Veneza.

Máscaras do carnaval veneziano.

INDICAÇÃO DE HOTEL: Fiquei hospedada no Hotel Dei Dogi (Boscolo Luxury Hotel). Excelente. Quartos amplos, banheiro moderno, super café da manhã. Porém, distante dos principais pontos turísticos. Como fiquei quase uma semana na cidade foi excelente para conhecer uma parte de Veneza que ainda não conhecia, experimentar novos restaurantes e circular bastante com o barco do hotel. No entanto, para quem tem a intenção de ficar poucos dias não recomendo. Melhor escolher um hotel mais central.

Para quem quer curtir Veneza num clima romântico e em grande estilo recomendo o Hotel Aman Canal Grande Venice que fica pertinho da Ponte do Rialto. Fantástico.
O inconveniente é o preço. Salgadíssimo.


Veneza é isso. Uma cidade ímpar. Capaz de seduzir, aquietar e desorientar como nenhuma outra. Apesar de já ter perdido parte de sua majestade, se mantém altiva e capaz de encantar a todos. Como dissse o escritor Henry James:
"uma visita a Veneza é o início de um eterno caso de amor". 

MANTOVA E O CÁLICE SAGRADO

MANTOVA E O CÁLICE SAGRADO

Por Claudia Liechavicius 

Firmemente plantada no coração da Lombardia entre Milão e Veneza - Mantova é uma cidadezinha italiana que quase passa em branco aos olhares menos atentos, de alguns turistas. No entanto, seu valor religioso e histórico é enorme. Segundo o catolicismo, um cálice com sangue de Cristo foi depositado na Igreja de Sant'Andrea Apóstolo, no ano de 36 d.C. trazido por um soldado romano de nome Longino que presenciou a agonia de Cristo na cruz. Conta a história que Longino atinge a costela de Jesus com a ponta de sua lança fazendo o sangue jorrar (em 33 d.C.). Esse sangue o cura de uma enfermidade. Então, ele se ajoelha aos pés de Jesus arrependido de seu ato e percebe o poder divino do homem crucificado. Imediatamente, ele recolhe parte da terra molhada pelo sangue, o coloca numa pequena caixa e parte levando consigo essa preciosidade. Três anos depois, a tradição diz que Longino chega à Mantova e antes de ser decapitado pela Inquisição, ele esconde a relíquia junto ao templo romano de Diana, onde hoje fica a cripta da magnífica Basílica de Sant'Andrea Apóstolo. Em 804, o papa Leão III, autenticou a relíquia. O fato caiu no esquecimento do povo e mais tarde foi novamente encontrada. Em 1048, sua veracidade foi reconfirmada pelo papa. Mantova, então, tornou-se local de peregrinação de massa e passou a ser visitada por papas e imperadores. Atualmente, uma vez ao ano, na sexta-feira santa, duas cópias do cálice sagrado são expostas à visitação. Uma história digna de ser reeditada por Dan Brown.

A Basílica de Sant'Andrea Apóstolo em Mantova, Itália é uma das obras do arquiteto Leon Battista Alberti grande representante do renascimento italiano.

UMA CIDADE ENTRE LAGOS

Mantova é cercado por três lagos artificiais - Superior, do Meio e Inferior que foram feitos no século XII. Eles são abastecidos com a água do rio Mincio, alimentado pelo Lago de Garda. Também havia um quarto lago, chamado Pajolo, usado como parte do anel de proteção da cidade. Mas, ele secou no século XVIII.
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O centro da cidade é interligado por pontes, pois é cercado de água por todos os lados. .

A FAMÍLIA GONZAGA

Mantova foi fundada em 2000 a.C. e mais tarde virou uma vila etrusca. Na Idade Média foi o centro de um ducado governado pela poderosa família Gonzaga, que deixou um patrimônio cultural e artístico incrível. Seus tesouros arquitetônicos são extremamente bem preservados com palácios e palacetes em estilo medieval e renascentista. Atualmente, Mantova é considerada Patrimônio Mundial pela Unesco. Merecidamente.

PALÁCIO DUCALE

Esse palácio construído entre os séculos XIV e XVII foi a residência da família Gonzaga. É formado por um imenso conglomerado de prédios e jardins conectados por corredores e galerias. O número de quartos é gigantesco são mais de 500. O mais famoso é o quarto do casal, chamado de Camera degli Sposi, em italiano. A entrada do palácio é pela Piazza Sordello. É para a praça que se abrem o Magma Domus (Casa Grande) e o Palazzo del Capitano (Palácio do Capitão) que formam a Corte Vechia.


Fachada do Palácio Ducale.


Piazza Sordello.
O Castelo San Giorgo foi construído por ordem de Francesco I Gonzaga.
Torre do Sino da Igreja de Santa Bárbara.

Cortile della Cavalerizza. Local onde os cavalos eram tratados.

Pintura da Camera degli Sposi.

Detalhe dos afrescos de Andrea Mantegna, no quarto do casal, do Palácio Ducale. 

PALÁCIO TE

Foi construído entre 1524 e 1534, por Frederico II Gonzaga, Marques de Mantova, nos arredores da cidade para ser o Palácio do Subúrbio. Era o palácio de verão e onde muitas cerimônias e festas eram celebradas. Na época era um local afastado. Fora das muralhas da cidade. Hoje, não é central, mas também não fica muito distante. Abriga o Museu Cívico que guarda muitas obras de arte doadas por Arnoldo Mondadori (importante empresário italiano) e por Ugo Sissa (arquiteto italiano que trabalhou muitos anos no Iraque e trouxe de lá muitas peças de arte da Mesopotâmia).

O Palazzo Te - Palácio de Verão da família Gonzaga é uma obra do arquiteto Giulio Romano, outro grande representante do renascimento italiano.

DUOMO

A catedral de Mantova também fica na Piazza Sordello (a principal praça da cidade), quase em frente a entrada do Palácio Ducale. A construção original da igreja data do início da era cristã. Vários incêndios fizeram com que ela fosse reconstituída aos poucos e tivesse essa interessante mistura de estilos: gótico, barroco e renascentista.
Ao fundo, a Duomo de Mantova, na Piazza Sordello. O prédio da direita é o Palazzo Ducale. À esquerda fica o acesso a um dos melhores restaurantes da cidade, o Aquila Nigra.

ROTONDA DI SAN LORENZO

Muitas são as construções de cunho religioso que Mantova ostenta. A Rotonda di San Lorenzo foi erguida no século XI, durante o reinado de Canossa. Sua construção foi inspirada na Igreja do Santo Sepulcro de Jerusalém e dedicada ao mártir San Lorenzo, daí vem seu nome. Com o passar dos anos, ela caiu em desuso como templo religioso e passou a ser usada como armazém. Vários prédios foram construídos ao seu redor e a igrejinha ficou escondida. No século XX foi redescoberta e hoje é um dos belos pontos de interesse da cidade.

A Rotonda di San Lorenzo fica escondidinha num canto da Piazza delle Erbe.

PIAZZA DELLE ERBE

É para essa charmosa praça que muita gente é atraída pelo mercado de frutas e verduras (que dá o nome da praça), além de ter outras pequenas barracas que vendem vários tipos de artigos, a Rotonda e a Torre do Relógio. Linda de dia e de noite!
Duas sorveterias atraem a galera para a Piazza delle Erbe durante o dia. À noite, são os bares que animam os Mantovanos.

Piazza delle Erbe, um lugar especial em Mantova.

A COZINHA MANTOVANA

Além de suas belezas arquitetônicos e de sua densa história, a cozinha dessa região é espetacular e conquista qualquer paladar. A começar pelas pastas fartas de tartufos e funghis. O Tortelli di Zucca, uma massa fresca recheada com abóbora que é dos deuses - é um dos pratos mais típicos de Mantova - isso sem falar das pastas com ragu di salsicce (linguiça) e do risotto alla mantovana. Tudo sempre carregado de muito parmigiano Reggiano. Experimente essas delícias regadas por um belo vinho "Lambrusco" espumante tinto típico da região. Hum.... Para fechar com chave de ouro, de sobremesa: Tiramisú feito pela minha amiga Alberta. É o melhor da cidade e talvez da Itália. Pode ser feito nas versões: café, morango ou abacaxi. Querem a receita? Então, vai...

TIRAMISU DA ALBERTA

Ingredientes: 5 ovos, 5 colheres de açúcar, 500 gramas de mascarpone, 250 ml de creme de leite fresco, uma caixa de biscoito champagne, abacaxi/morangos ou café bem fraco.

Modo de fazer: Bata bem as gemas com o açúcar. Junte o mascarpone e reserve. Bata as claras em neve com uma pitadinha de sal. Junte as duas misturas lentamente com uma colher de pau.

Molhe os biscoitos no café ou na calda de abacaxi (em lata) ou na calda dos morangos (feita com açúcar e umas gotas de limão) e comece a montar o prato. Alterne, uma camada de biscoitos, uma de creme de mascarpone (e uma de abacaxi ou morangos caso tenha escolhido a versão fruta). Depois de pronto leve à geladeira até o dia seguinte.

Pronto? Agora é só comer (de preferência de joelhos)...


http://www.viajarpelomundo.com/2010/10/mantova-e-o-calice-sagrado.html