Todas lindas, só muda a safra
Os desafios que envolvem beleza, amor e
carreira em cada fase da vida da mulher
carreira em cada fase da vida da mulher
Márcia Vieira
Foto Bruno Veiga |
Da esquerda para a direita: D�bora Falabella, 23 anos, atriz; Paula Lavigne, 33 anos, empres�ria; Mayana Zatz, 53 anos, cientista; Ligia Azevedo, 61 anos, empres�ria; Jacqueline de Biase, 40 anos, empres�ria Débora usa vestido Huis Clos, sandálias Franziska Hübener e jóias H.Stern; Paula usa vestido Christian Dior, sandálias Maurício Medeiros e jóias Antonio Bernardo; Jacqueline usa vestido Walter Rodrigues e jóias Antonio Bernardo; Mayana usa smoking Le Lis Blanc, sapatos Maison Saad e jóias H.Stern; Ligia usa vestido Gai Mattiolo e jóias Antonio Bernardo. Realização: Paula Lang/Produção: Andréa Braganholo/Cabelo e maquiagem: Marcelo Gomes/Gloss |
Mulheres reagem de maneiras diferentes a uma mesma situação. Mas há certa similaridade de comportamento que leva em conta a faixa etária. Significa que mulheres da mesma idade apresentam uma lista básica de angústias comuns e desafios semelhantes. Em cada fase da vida, há uma preocupação com o corpo, com a rotina, com o trabalho, com a família e, sobretudo, com o futuro. Nas páginas seguintes, você acompanha a história de cinco mulheres com idades que variam entre 20 e 60 anos. Todas são bonitas, interessantes e reconhecidamente bem-sucedidas na profissão. São elas a atriz Débora Falabella, aos 23 anos, as empresárias Paula Lavigne, aos 33, e Jacqueline de Biase, aos recém-completados 40, a cientista Mayana Zatz, de 53, e a empresária Ligia Azevedo, no alto de seus 61 anos. Pelo perfil de cada uma é possível ter uma idéia de como elas lidaram com questões essenciais. Quem sabe você não encontra uma lição de vida?
http://veja.abril.com.br/especiais/mulher2/p_016.html
20 ANOS A delicada estrela da televisão Débora Falabella está na idade em que errar é permitido
Aos 20 anos, pode-se tudo. Usar biquíni sem preocupação, largar o emprego para viver com o namorado holandês ou comer brigadeiro todo dia. É a fase em que a beleza parece eterna e os planos de longo prazo levam em conta apenas o "aqui e agora".
E pouco importa o que os outros dizem a respeito disso.
A atriz Débora Falabella se reconhece um pouco nesse perfil. Pergunte a uma mulher de 30 ou 40 anos quais são os cuidados que tem com a alimentação.
Prepare-se para uma resposta longa. E no caso de Débora, o que ela diz sobre o tema?
"Digo que não tomo cuidado algum com a alimentação", comenta, brincando. Ela cresceu comendo porcarias, como a maior parte das pessoas nascidas às vésperas dos anos 80. "Eu queria comer melhor, sabe?
Mas a vida é muito corrida." Repita a experiência da alimentação com a aparência.
O que Débora faz para se cuidar?
"Nada", responde "Sou muito desleixada, não me cuido. No máximo, passo um creme hidratante no corpo", diz.
Débora tem um corpo impecável, a pele de pêssego, o sorriso encantador, 50 quilos perfeitamente distribuídos por 1,59 metro de altura.
Teimosa como a juventude recomenda, a jovem atriz não malha em academia, apesar das recomendações feitas por amigas preocupadas com seu futuro. Também não faz dieta nem posa para fotos sensuais para sites masculinos.
"Não suporto ver as pessoas me olhando e fazendo julgamentos a meu respeito", diz.
A atriz, que está com 23 anos, fez um sucesso estrondoso no papel de Mel, uma jovem viciada em drogas, na novela O Clone.
No momento da vida em que a maioria dos jovens de sua idade ainda está terminando a faculdade ou dando os primeiros passos na carreira, Débora já se firmou como uma profissional de grande valor.
No meio artístico, assim como acontece em certos esportes, é comum que as pessoas recebam um chamado precoce do sucesso. E é preciso equilíbrio redobrado para manter a cabeça no lugar e investir com calma na profissão, sem deixar que a fama suba à cabeça. "Eu me acho bem resolvida nesse campo.
Estou sentindo que é um momento muito importante da minha vida, mas sei que não posso me deslumbrar", observa.
Débora dá a impressão de ter claro em sua mente cada passo necessário para esculpir seu futuro.
"Eu não tenho pressa", diz. Ela afirma ter como referência jovens atrizes, como Cláudia Abreu e Malu Mader.
Há certa contradição aos 20 anos. Ao mesmo tempo que quase toda atitude inconsequente tende a ser tolerada, é nessa fase que se estabelecem os primeiros compromissos mais sólidos com o futuro.
Não se fala aqui de compromissos ligados ao relacionamento pessoal, que não tem idade para prosperar, mas de assuntos mais aborrecidos. Um deles é a previdência privada, tema intragável para quem tem 20 anos.
Acontece que quem investe num plano privado nessa faixa etária, e não aos 30 ou 40, despende uma quantia mensal muito inferior pelo mesmo benefício. Para efeito de comparação, comprar uma renda vitalícia de 3.000 reais custa 180 reais por mês quando se tem 20 anos e 482 reais para as mulheres de 35. A conta inversa também impressiona.
Depositando todos os meses 200 reais numa conta de previdência privada, é possível adquirir uma renda vitalícia de 2.200 reais mensais se o programa começar aos 35 anos e de 8.500 se os depósitos se iniciarem aos 20. Portanto, embora o tema seja dos mais chatos, vale a pena preocupar-se com ele agora, e não dentro de quinze anos.
A relação com o dinheiro, que aos 20 anos sempre parece tão insipiente e descompromissada, começa a ter um significado real para Débora.
Ela não costuma gastar com roupas caras, com restaurantes da moda, nem mesmo com viagens espetaculares. Uma de suas metas é adquirir um imóvel com o que ganhou com o trabalho.
De uma hora para outra, parece não fazer mais sentido pensar em voltar a morar com os pais, dividir um quartinho com a irmã ou viver de modo mal-ajambrado numa república de amigos.
"Conseguir comprar um apartamento, ter uma casa legal, um cantinho próprio, é um dos grandes indicadores de que a gente cresceu e está dando certo", garante Débora.
http://veja.abril.com.br/especiais/mulher2/20_anos.html
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