A civilização indiana conta com mais de 5.000 anos e é a maior democracia do mundo. É o segundo país mais populoso, com 936 milhões de habitantes e o sétimo maior do ponto de
vista geográfico.
Índia, democracia federal no sul da Ásia e membro do Commonwealth; compreende o Paquistão e Bangladesh ou subcontinente indiano. Limita-se ao norte com o Afeganistão, o Tibete, o Nepal e o Butão; ao sul com o estreito de Palk e o golfo de Mannar, que o separa do Sri Lanka e do oceano Índico; ao oeste com o mar da Arábia e o Paquistão; ao leste com a Birmânia, o golfo de Bengala e Bangladesh. Com Jammu e Caxemira (cujo status definitivo ainda não foi determinado), possui uma superfície de 3.287.263 km2. A capital é Nova Déli.
A Índia se divide em quatro grandes regiões: o Himalaia, que se estende ao longo das margens norte e leste do subcontinente indiano; as planícies fluviais do norte, uma das maiores planícies fluviais do mundo que compreende a maior parte da área regada pelos rios Indo, Ganges e Brahmaputra; o Decão, uma meseta rochosa, dividida por baixas cadeias montanhosas e profundos vales; e o Ghates oriental e ocidental.
Exceto nas regiões mais montanhosas, o clima é tropical, dominado pelas monções.
A origem exata da maior parte do povo indiano é impossível de ser determinada por conta da grande variedade de raças e culturas que invadiram e foram assimiladas no subcontinente.
Aproximadamente 7% do total da população pertence a mais de 300 tribos catalogadas.
A maior parte dos povos indianos não tribais tem características caucásicas e mostram uma considerável variação na cor da pele. Entre as tribos das montanhas setentrionais há características mongóis, como no caso dos nagas; e entre os grupos tribais como os santal de Bengala ocidental há características australóides.
A Constituição indiana tentou erradicar o antigo sistema de castas, que tem negado durante séculos a oportunidade de avançar socialmente o estrato mais baixo do sistema: os intocáveis (ou harijans).
Na Índia vive 16% da população mundial; sua população (1994) é de 913.070.000 habitantes, com uma densidade demográfica de aproximadamente 275 hab/km2. Embora as condições de vida tenham melhorado em muitas áreas, cerca de um terço da população vive abaixo do limite de pobreza.
A maior cidade é Bombaim, com uma população (1994, incluindo a área metropolitana) de 14.500.000 habitantes. Outras cidades com mais de 1 milhão de habitantes são Ahmadabad, Bangalore, Calcutá, Déli, Hyderabad, Kanpur, Madras, Pune (Poona), Nagpur, Lucknow e Jaipur.
Os grandes grupos religiosos são: hinduísmo (83%), islamismo (11%), cristianismo e sikhs (2% cada um). Outras importantes minorias religiosas são: budismo, jainismo e parsis.
São falados mais de 1.600 idiomas ou dialetos, compreendidos em 14 grandes grupos. A constituição estipula que o hindu (falado por 30% da população) é o idioma oficial, embora o inglês seja um idioma associado aos assuntos administrativos. A constituição também reconhece 17 idiomas regionais oficiais. Ver línguas indianas; Arte e Arquitetura da Índia; Literatura indiana.
De acordo com a Constituição de 1949, emendada posteriormente, a Índia é uma república democrática soberana dentro do Commonwealth. O governo tem uma estrutura federal e a república é uma união de estados e territórios administrados de maneira central.
O poder executivo reside no presidente, que é também chefe do Estado. Entretanto, o verdadeiro poder executivo se encontra nas mãos de um conselho de ministros responsáveis perante o Parlamento, formado pelo Rajya Sabha (Conselho dos Estados ou câmara alta) e o Lok Sabha (Câmara do Povo ou câmara baixa).
Econômia
Em 1991, o produto interno bruto era de aproximadamente 301.400 milhões de dólares, cerca de 330 dólares per capita. A unidade monetária é a rúpia indiana. Mais de dois terços da população depende da terra para viver. O cultivo principal é o arroz, alimento básico de grande parte da população, seguido pelo trigo. É um dos principais produtores mundiais de cana de açúcar, chá, algodão e juta.
A criação de gado, em especial búfalos, cavalos e mulas, é uma característica destacada da economia agrícola, embora a falta de pastos e água impliquem em um rebanho de pouca qualidade.
Embora muito pouca desenvolvida comercialmente, a pesca segue sendo uma atividade vital em algumas regiões, como o delta do Ganges e a costa sudoeste.
A Índia se encontra entre os principais produtores mundiais de mineral de ferro, carbono e bauxita, e produz quantidades significativas de manganês, mica, ilmenita, cobre e petróleo.
Possui um setor industrial muito diversificado. A siderurgia e a metalurgia domina em termos de produção. A indústria têxtil — especialmente a de algodão — é um dos setores mais antigos e um dos mais importantes.
Alé do Ganges e seus afluentes (Jumma, Gogra e Gandak), que drenam as regiões norte e nordeste, diversos cursos d’água descem do planalto do Decan e desembocam no golfo de Bengala: Mahandi, Godavari, , Krishna e Kavery. Para o mar da Arábia, além do Narmada, dirigem-se os rios Mahi e Tapti que desaguam no golfo de Cambay.\
O clima dominante, é o quente, sob regime das monções, com quatro estações relativamente bem definida: Fria (janeiro e fevereiro), Quente (março, abril e maio), Das monções do sudoeste (junho a outubro) Da cessação das monções (novembro e dezembro). No sul do país, a temperatura é constante em todo o ano (cerca de 26oC a 28oC). Mas no norte, as variações são muito grandes. Na estação fria, a temperatura varia de 17 oC, sendo mais baixa no norte, que no sul. Nas grandes altitudes, o clima frio é predominante com neves eternas. As chuvas são mais abundantes a oeste do planalto do Decan e a sudoeste do Himalaia e no Baixo Ganges, tornando-se mais escassas no interior do Decan, sobretudo a noroeste do país, onde se encontra o deserto de Thar. As médias de precipitação anual varia entre menos de 135mm nas áreas desérticas do noroeste e mais de 2000mm no nordeste.
A fauna do país é rica em mamíferos de grande porte, como leões, tigres, leopardos, lobo, raposas, chacais, cães selvagens, ursos e a panda-vermelha; o elefante asiático, que desapareceu em várias regiões, é comum no nordeste e sul do país; outros mamíferos importantes são os rinocerontes, o javali, antílopes, veados, bisões, búfalos e macacos; os roedores, principalmente esquilos, marmotas, ratos e lebres, são comuns em todo o país. Com pelo menos 2060 espécies e sub-espécies, a Índia possui uma das mais variadas faunas ornitológicas do mundo; as maiores espécies provavelmente são o grou (da altura de um homem) e o abutra barbado; grande é a quantidade de faisões, papagaios, periquitos, gansos, aves de rapina e pássaros canoros.
A Índia possui um dos maiores luxuriantes revestimentos florísticos da Terra. Suas principais regiões fitogeográficas são:
Himalaia Oriental, onde predominam gramíneas e orquidáceas, mas ocorrem espécie de lauráceas no sul do Vale do Bramaputra e pinheiros nas zonas temperadas; nas montanhas de Kashi são comuns os pinheiros de luzon;
Himalaia Ocidental, no qual ocorrem sobretudo gramíneas e leguminosas, além de uma rica vegetação alpina; no noroeste e na porção central, existem florestas de pinheiros, abetos e cedros-do-Himalaia;
Planície dos Indus onde predomina uma vegetação arbustiva, e esparsa, típicas das áreas semidesérticas;
Planície Gangética, que se caracteriza por suas florestas de Shorea robusta, cuja medeira é valiosíssima;
Região Malabar, na qual dominam diversas espécies de coníferas de grande porte;
Região do Decan, cuja vegetação característica consiste principalmente em árvores decíduas, como as diversas espécies de acácias e tecas, que se levam sobre os extensos bambuais.
Hinduísmo Tendo sua origem remontada ao ano de 1500 a . C., a religião hinduísta foi estabelecida pelos invasores arianos da Índia. Os textos védicos antigos descreviam um universo cercado de água. No período dos arianos, ou árias (homens), a explicação de suas divisões sociais era encontrada nos Vedas: da cabeça do deus primordial saíram os brâmanes (casta social dominante), dos braços saíram os guerreiros, das pernas os produtores e dos pés os servos (não-árias, ou "não-homens"). O mundo, conforme a concepção desta época, foi formado a partir da organização, por força divina, de um caos preexistente.
No sistema religioso hinduísta atual há uma série de ramificações, que geraram crenças e práticas diversas, assim como há muitos deuses e muitas seitas de diversas características. O Hinduísmo tem sua ênfase no que seria o modo correto do viver (dharma). Os cultos hinduístas são realizados tanto em templos e congregações quanto podem ser domésticos. A cerimônia mais comumente realizada é relativa à oração (puja). A palavra "Om", representa a vibração original, uma vibração que transcende o início, o meio e o fim de todas as coisas, vinculando-se, desta maneira, à imagem da própria divindade. Os códigos sagrados do Hinduísmo são: os Vedas, consistindo em escrituras que incluem canções, hinos, dizeres e ensinamentos; o Smriti, escrituras tradicionais que incluem o Ramayana, o Mahabarata, e o Bhagavadgita.
O Hinduísmo é a religião atualmente predominante na Índia (pouco mais de 80% da população).
Islamismo
Segundo dados estatísticos, o Islamismo é a religião que mais rapidamente ganha adeptos na atualidade. A origem do Islamismo é remontada ao século VII d. C. com as revelações de Alá ao profeta Maomé. A religião reconhece Alá como seu único deus, assim como reconhece em Maomé o legítimo profeta de seu deus. Os textos sagrados islâmicos são: o Alcorão, obra que contém as revelações de Alá a Maomé; o Hadith, contendo os pensamentos e as ações de Maomé; o Sunnah, conjunto de regras de conduta a ser seguido pelos islâmicos.
Duas vertentes são reconhecidas no Islamismo : os sunitas (o maior e mais ortodoxo grupo islâmico, constituindo maioria religiosa em países como o Iêmen e a Arábia Saudita, entre muitos outros) reconhecem a sucessão de Maomé por Abu Bakr e pelos três califas que o seguiram; os xiitas reconhecem a sucessão de Maomé por Ali, seu sobrinho. Os símbolos mais importantes para os islâmicos são a família e a mesquita, os elementos centrais da vida dos seguidores do Islamismo. As práticas religiosas são fundamentais, como por exemplo as cinco preces diárias a Alá; há também o dever para com os necessitados de se oferecer uma parte dos bens; durante a data do Ramadan, entre o amanhecer e o entardecer, há a obrigação do jejum; todos os seguidores da religião, pelo menos uma vez em sua vida, devem realizar a peregrinação à cidade de Meca, simbolizando a própria peregrinação de Maomé à esta cidade.
Cristianismo
Muitas doutrinas cristãs diferenciadas entre si surgiram desde as primitivas comunidades cristãs. A origem destas comunidades se deu em plena expansão do Império Romano. Como o Imperador romano era a também a figura religiosa máxima do Império, quaisquer seitas eram prejudiciais ao seu poder absoluto. Desta forma, as comunidades cristãs deste período foram perseguidas. No entanto, mais tarde, o Império Romano adotaria as crenças cristãs como sua religião oficial, ocorrendo assim a fundação da Igreja de Roma. A partir desta, originaram-se as diversas doutrinas cristãs.
Com a excomunhão do Patriarca de Constantinopla pelo Papa, em 1054, gerou-se um cisma e, como conseqüência, a fundação de uma outra doutrina, a Igreja Ortodoxa , cuja concentração de fiéis localiza-se mais ao leste europeu e porções centrais ao longo do continente asiático. Por outro lado, séculos mais tarde, a Reforma, desencadeada por Martinho Lutero, foi um movimento de contestação aos preceitos religiosos e à própria organização clerical católica. Assim, surgiram diversas doutrinas, sob a ordem do protestantismo. Ao longo dos tempos, foram várias as religiões originadas a partir desta ramificação (Igreja Luterana, Igreja Metodista, Igreja Presbiteriana, Igreja Anglicana etc.).
O marco fundamental da origem do cristianismo refere-se ao nascimento de Jesus Cristo. Uma série de feitos miraculosos são vinculados à figura de Jesus. Neste período, a disseminação da religião pelas camadas mais populares se deveu à dedicação nas pregações realizadas pelos doze apóstolos de Cristo (André, Bartolomeu, Felipe, Jaime, Jaime filho de Alfeu, João, Judas Iscariotes, Judas Tadeu, Mateus, Pedro, Tadeu e Tomás). Mas a grande expansão cristã deu-se, séculos mais tarde, com a própria expansão colonial dos povos cristãos europeus colonizadores, que levaram a fé cristã para além-mar, no período das Cruzadas. No Brasil, a fé cristã foi trazida inicialmente pelos primeiros catequizadores da Companhia de Jesus.
O calendário internacional toma o nascimento de Jesus Cristo como marco referencial para a contagem dos anos. As datas cristãs comemoradas são o Natal (nascimento de Jesus Cristo), o Dia de Reis, a Quaresma e a Páscoa. A Ascensão e os Pentecostes também constituem datas comemorativas, embora sejam mais difundidas apenas entre os seguidores de algumas das doutrinas originadas do Cristianismo.
A Bíblia Sagrada, constituindo a obra central para o Cristianismo como um todo, encerra as idéias fundamentais da crença. O Cristianismo baseia-se na crença monoteísta, ao contrário das crenças contemporâneas à sua origem. Segundo a religião, Deus é o criador de todas as coisas no Universo, tendo criado o mundo em sete dias (Gênese). As religiões cristãs preconizam o amor a Deus e ao próximo, conforme os ensinamentos de Jesus. Acredita-se na ressurreição de Cristo, e é estabelecido o conceito da Santa Trindade, em que Deus é pai, Jesus Cristo o filho, e o Espírito Santo a presença contínua de Deus na Terra.
Sikhismo
A palavra "Sikh" significa "disciplina". Não há uma hierarquização na organização clerical da religião. Os cultos são realizados nos templos, onde hinos de louvor são cantados e orações matinais são feitas. A figura do guru significa, para os sikhistas, o guia dos seguidores para sua libertação (Moksa). Os sikhistas adotam como textos sagrados o Guru Grant Sahib e o Janam-Sakhis, ou "Histórias da Vida", escrito 80 anos após a morte de Nanak, o fundador da religião (cuja origem é remontada à Índia do século XV).
Budismo
O Budismo originou-se nos fins do Período Bramânico na Índia, que se estendeu aproximadamente entre os séculos IX e III antes de Cristo. Tal período pode ser subdividido entre um período bramânico ortodoxo (período de predominação dos Bramanas), um período bramânico desviante (do qual originaram-se as Upanisadas) e período das heterodoxias. Este último dá lugar à origem do jainismo e do budismo. De uma maneira geral, o budismo prega um caminho de libertação e salvação mais individualizado.
No decorrer de sua existência, a crença budista subdividiu-se em duas correntes: o Budismo Theravada, mais próximo da origem dos ensinamentos budistas (prega um único caminho para a redenção: esforço e disciplina), e o Budismo Mahayana (predominante, por exemplo, em países como o Butão, país sob regime monárquico constitucional, e na Coréia do Sul), do qual geraram-se doutrinas como a Bodhisattva e o Zen-Budismo, esta última possuindo foco de concentração no Japão (embora neste último país predomine a religião xintoísta). O Budismo, de modo geral, é organizado sob um sistema monástico.
O principal livro sagrado budista consiste no Tripitaka, livro compartimentado em três conjuntos de textos que compreendem os ensinamentos originais de Buda, além do conjunto de regras para a vida monástica e ensinamentos de filosofia. A corrente do Budismo Mahayana ainda reconhece como códigos sagrados os Prajnaparamita Sutras (guia de sabedoria), o Lankavatara (revelações em Lanka) e o Saddharmapundarika(leis). A crença budista toma a reencarnação como verdade. O sistema budista de crença é baseado em quatro princípios ou verdades fundamentais: o sofrimento sempre se faz presente na vida; o desejo é a causa crucial do sofrimento; a aniquilação do desejo leva à aniquilação do próprio sofrimento; a libertação individual é atingida através do Nirvana. O Nirvana contraria-se à idéia do Samsara (o ciclo de nascimento, existência, morte e renascimento). Para os budistas, o caminho da libertação e atingido a partir do momento em que o ciclo do Samsara é quebrado. O rompimento do ciclo da vida é justamente o Nirvana, o qual pode ser alcançado através de passos: a compreensão correta, o pensamento correto, o discurso correto, a ação correta, a vivência correta, o esforço correto, a consciência correta, a concentração correta. Todos estes passos são perseguidos através da auto-disciplina e da meditação, além de exercícios espirituais.
O Budismo foi fundado na Índia em aproximadamente 528 a.C. pelo príncipe Sidarta Gotama, o Buda (o Iluminado, cuja existência se estendeu aproximadamente de 563 a 483 a.C.), Hoje em dia, a maior concentração de seguidores budistas localiza-se na região do leste asiático). A Índia atual, na verdade, possui grande maioria hinduísta (pouco mais de 80% de sua população total).
Jainismo
Em sua origem, o Jainismo constituiu, ao lado do Budismo, uma vertente surgida no período das heterodoxias decorrentes da tradição bramânica na Índia. No decorrer de sua existência, a religião separou-se em duas vertentes: a Svetambara, que segue os cânones das escrituras que contêm os sermões e diálogos de Mahavira; e o Digambara, que acredita que os ensinamentos originais foram perdidos, mas a mensagem original é preservada. Os textos sagrados do Jainismo são: os Culika-sutras, que se dirigem à natureza da mente e do conhecimento; os Chedra-sutras, que contêm as regras do ascetismo para os monges jainistas; o Ágama, texto especificamente seguido pela vertente Svetambara, considerando este texto como uma coleção de diálogos do próprio Mahavira. O sistema monástico regido por regras de ascetismo caracteriza a organização jainista. Além do ascetismo, outras regras devem ser seguidas: devoção à "tarefa" por toda a existência, abstenção total de posses pessoais, celibato e recusa do ato sexual, nunca prejudicar quaisquer seres vivos, nunca mentir e nunca roubar.
A origem do Jainismo é remontada à Índia do século VI a. C., cuja fundação foi desencadeada por Vardhamana Mahavira.
Geologicamente, o país consiste em três elementos distintos: o Himalaia, a Planície Indo Ganética, e o Planalto do Decan. Ao norte, como gigantesca barreira natural, ergue-se a Cordihleira do Himalaia que, com suas encostas escrapadas e as maiores elevações do planeta, isola completamente o país do resto da Ásia. De seus contrafortes, desce o maior rio indiano, o Ganges que desemboca no Golfo de Bengala, por intermédio de um vasto delta situado no Paquistão Oriental, onde confunde com as águas do rio Bramaputra. Com os materiais trazidos do Himalaia, o Ganges construiu a planície Indo-Gangética, grande área de formação sedimentar, que se alonga de Nordeste para Sudoeste, com largura não superior a 300Km, uniforme, de altitudes modestas, de formação recente e extraordináriamente rica em aluviões, que se renovam a cada cheia d rio. A planície Indo-Gagética é a região vital do país. Para o sul, estende-se o planalto do Decan, bloco triangular maçico, constituído por terrenos cristalinos vulcânicos, um dos remanescentes do continente de Gonduanda, que teria existido na Era Paleozóica. Trata-se da área profundamente acidentada, em cujos bordos se elevam montanhas escarpadas, com altitudes inferiores a 3Km: são os Gates Ocidentais voltados para o mar da Arábia, e os Gates Orientais voltados para o golfo de Bengala. No sopé dessas elevações abrem-se planícies litorâneas, alongadas e geralmente estreitas. A noroeste, deabamentos tactônicos abriram uma fossa, junto ao quals se abrem os montes Vindia e Saputra.
Nova Délhi Formada por dois núcleos distintos: antiga cidade de Délhi e a capital federal. Nova Délhi, uma cidade jardim fundada em 1931 para abrigar a administração (na época ainda sobre domínio inglês). Existe um pequeno setor industrial, fabricas de conservas alimentícias e produtos químicos.
Calcutá Capital do Estado de Bengala Ocidental é o maior aglomerado urbano no país. Conquistada em 1690 pela Companhia Inglês das Índias Orientais, que nela construiu o forte William. Em 1756, o Príncipe Suraja Dowla tomou a cidade, mas os ingleses reconquistaram-na no ano seguinte. Em 1883 tornou-se Capital do Império das Índias, posição que ocupou até 1912. Nela se desenvolveram vários centros industriais: ao nordeste, o de Dum Dum, com suas fábricas de armas e munições; ao sul, perto de Alipur, grandes complexos de metalúrgicos e mecânica, fábricas de automóveis e vagões, beneficiadoras de arroz e construtores navais; nos rios de Hooghly, manufaturadas de juta. Um quarto da população vive em taperas de chão batido, cada uma abrigando cerca de quinze mil pessoas. Perto de 200 000 habitantes dormem nas ruas esfomeados. Essa extrema miséria é conseqüência sobre tudo da grande massa de refugiados de Bengala Oriental (antigo Paquistão Oriental) que para lá fugiram desde a independência Indiana e sua separação do Paquistão (muçulmanos). Calcutá tem o porto bem aparelhado por onde passam quase a metade das exportações do país e um quarto das importações.
Kanpur Construída as margens do Ganges, desenvolveu-se no fim do século XIX como centro ferroviário, devido à presença de uma importante guarnição britânica. Transformou-se num grande centro industrial, especializado na fabricação de calçados, e que possui também industrias têxteis, metalúrgicas e químicas.
Vãrãnasi (Benares) Cidade de Uttar Pradesh, chamada Varanasi em hindi, é o centro da religião e da cultura hinduístas: desde o século VI a.C. está consagrada ao culto da deusa Siva. Tem mais de 5 quilômetros de templos, monumentos funerários, palácios, e escadarias alinhados ao longo do Ganges, o rio sagrado dos hindus. Há sempre uma multidão de peregrinos meditando nesses lugares, na posição de lótus, lendo livros sagrados e banhando-se no rio. A cidade tem mais de mil e quinhentos tempos. Há também uma escola de sânscrito (Queen’s College), que existe desde 1791. Muito artesanatos de cobre, madeira e seda absorvem a mão-de-obra local.
Bombaim A mais populosa cidade indiana, é a capital do estado de Maharashtra. Originalmente edificada sobre sete ilhotas de lava, liga-se ao norte da ilha Salsette (com a qual forma a chamada grande Bombaim) é o continente. A cidade tem indústrias do setores têxtil, alimentar, químico, mecânico, nuclear e cinematográfico, concentradas principalmente nos bairros de Parel e Dadar, ao norte da cidade, e que utilizam cerca de 44% da população ativa do local.
Madras Construída as margens do Ganges, desenvolveu-se no fim do século XIX como centro ferroviário, devido à presença de uma importante guarnição britânica. Transformou-se num grande centro industrial, especializado na fabricação de calçados, e que possui também industrias têxteis,metalúrgicas e químicas.
Bangalore Capital do Estado de Mysore, fundada no século XVI. Famosa antigamente por suas fábricas de sedas, é uma cidade moderna, cheia de espaços verdes. Tem vários estabelecimentos da Universidade de Mysore, sobretudo de pesquisa como Instituto de Ciência e o Instituto de Pesquisas Raman. Conta com industrias eletrônicas de material eletrônico e de helicópteros.
De grande diversidade cultural, a Índia tem no seu povo o retrato de uma sociedade rica em costumes mas também de confrontos étnicos. Os hinduístas e muçulmanos estão sempre em animosidades, pelo lado da religião, mas a origem do povo indiano através das invasões de outros povos, deixa claro que a grande diversidade cultural é resultado de animosidades, mas nem por isso deixa-se de preservar a cultura. Cultura Hindu O hinduísmo, religião de mais de 80% da população, acredita num ser supremo (Brahman), e suas facetas são representadas pelos desuses: Brahma, Vishnu e Shiva. Alguns hindus Alguns hindus oram em templos, enquanto outros em pequenos santuários. O hinduísmo é uma religião flexível, existem fiéis que não demonstram ser hindus. Eles acreditam na reencarnação. Cultura Budista Buda nasceu por volta de 560 a.C. e era filho do rei. Ele vivia cercado de luxo desde pequeno, mas ele estava ficando insatisfeito com a vida e resolveu, com 29 anos de idade, abrir mão de sua riqueza e vagar pelo mundo em busca da verdade. Buda descobriu que o melhor jeito de chegar à verdade é pela meditação, pela não-violência e pela moderação. Ele viajou pela Índia durante 44 anos. No budismo não havia sistema de castas, atraindo um número considerável de adeptos e a linguagem não era em sânscrito, era mais popular. Cultura Islâmica Em 622, Maomé funda na Arábia o islamismo. Seus seguidores são os muçulmanos. A religião se expandiu rapidamente pela Arábia e norte da África, em 711 chega ao delta do Indo, começando a se espalhar pela Índia. Atualmente existem mais ou menos 10% de muçulmanos na Índia, estes em intenso conflito com os hinduístas. Mas há uma ironia: o islamismo chegou pacificamente à Índia, não forçava as pessoas a se converterem e ainda garantiam proteção aos hindus. Cultura Sique É a mistura do islamismo e do hinduísmo. Foi fundada em fins do século XV por Nanak. Foram perseguidos no século XVII e, por isso, formaram o seu próprio exército (Khalsa). Seus membros necessitavam cumprir as exigências dos 5 K: kes (cabelos jamais cortados); kangha (pente); kirpan (adaga); kara (bracelete de aço) e kachh (calções). O Khalsa conseguiu dominar o Punjab, sendo um dos últimos lugares a serem plenamente conquistados pelos ingleses entre 1792 e 1839.
O sânscrito, a língua clássica da Índia, parece não ter nenhuma relação com as formas ocidentais, porém é aparentado com quase todas as línguas da Europa, inclusive com o português.
Tudo teve início com o povo que começou a conquistar a Índia por volta de 1500 a.C. Quase toda a literatura indiana antiga foi escrita na língua ária, o sânscrito. A língua nacional da Índia moderna é escrita com caracteres derivados do sânscrito.
O sânscrito vem da árvore linguística chamada Indo-Europeias. O tronco da árvore foi uma çíngua comum falada provavelmente na região noroeste do Mar Negro a cerca de 2500 a.C. Depois, o povo que vivia naquela região emigrou em diferentes direções e a árvore se ramificou em línguas diferentes mas aparentadas.
Sânscrito (do Sânscr. samskrta, puro, aperfeiçoado, polido) Língua indo-ariana antiga que foi a língua sagrada da civilização brâmane.
Os mais antigos textos em sânscrito, os Vedas (que significa “saber”), são coletâneas de cantos religiosos, dos tratados litúrgicos e dos comentários sobre esses cantos. Foram transmitidos oralmente entre 1800 e 500 a.C.; sua transcrição, posterior, reproduz fielmente o texto oral e permite seguir a evolução da língua. Quando,. por volta do séc. V a.C., o gramático Panini descreveu a língua e fixou sua norma lingüística, o sânscrito era uma língua litúrgica, o que continuou sendo até a época contemporânea: as línguas vivas da Índia eram na verdade os dialetos vulgares (ou práscritos) que deram origem às diversas línguas faladas atualmente.
A “descoberta” do sânscrito por filólogos europeus, no final do séc. XVII, deu origem à lingüística indo-européia e à gramática comparada ( o sânscrito representa uma fase de língua bem próxima das suas origens indo-européias ). Mantém-se hoje como língua culta da Índia, se vem que alterada por influência de outros falares. Não obstante a língua oficial da Índia seja o hindu, há mais de 15 línguas nacionais, faladas em 1.600 dialetos. |