VIDRO E MADEIRA SOB O CÉU DA MANTIQUEIRA
ARQUITETURA POR REDAÇÃO - 05/12/2011
Um lugar de natureza imponente, com montanhas, vales, cachoeiras e florestas de araucária. Um recanto do Brasil cuja cultura reúne refinada arquitetura e gastronomia com profundas tradições rurais. Muitas são as qualidades da Serra da Mantiqueira, na divisa dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Mas nenhuma se compara à experiência de estar lá, observar seu céu e conhecer os hábitos de seu povo.
A uma altitude de 1.500 m acima do nível do mar, esta envidraçada residência em São Francisco Xavier, no lado paulista da serra, combina toda a essência deste paraíso com o melhor da arquitetura contemporânea. Desenhada por Lua e Pedro Nitsche, ela proporciona o máximo de convívio com a natureza e dá uma aula de projeto nos quesitos estilo e conforto.
A casa faz parte de uma propriedade de 24 mil m², situada em uma área quase desabitada, com quedas-d’água, bosques e pastos, e rodeada por vales profundos e montanhas de mais de 2 mil m. Na parte mais alta do terreno, está justamente a residência. Formada por três pavilhões independentes, organizados ao redor de um pátio, ela totaliza amplos 400 m². Como uma joia no meio do campo, a construção prima pela delicadeza de seus materiais. Estruturada sobre uma plataforma de concreto elevada e coberta com madeira, ela se destaca pelos grandes fechamentos de vidro, cuja transparência amplifica a sensação de não haver um limite entre o ambiente protegido a toca, a morada e a vastidão da natureza.
Pedro e Lua explicam que o conjunto tem três elementos distintos, a sede e dois anexos, organizados como um “U” ao redor do pátio. “É como se a casa tivesse dois setores: um é o edifício principal, com sua grande fachada envidraçada, voltada para o vale; o outro é o pátio, espaço de encontro, protegido, voltado para a parte interna do terreno”, ressaltam os arquitetos.
Alongada, a construção principal abriga na ala social, em uma sequência de ambientes integrados, a sala de TV com vista total para o deque e a paisagem, um aconchegante living com lareira para os dias frios e a sala de jantar com cozinha do tipo ilha, planejada para longas refeições em família. Ela se abre para um pequeno terraço coberto, ideal para cafés da manhã com vista para as montanhas. A despensa e o lavabo separam a área comum da parte íntima, onde há duas suítes para solteiros e a suíte máster. “Decidimos que o corpo principal deveria estar na borda da colina com uma grande, retilínea e transparente fachada voltada para o vale. Este corpo principal é comprido e estreito, e seu uso é determinado por divisórias”, salientam os autores.
Um pequeno cubo no outro extremo do deque abriga a sauna seca. Com vista para o vale e o cume da serra, ela foi desenhada para reunir família e amigos tanto nos ensolarados dias de verão e inverno quanto nas tardes chuvosas ou noites geladas, tão comuns em São Francisco Xavier.
Com a quantidade de cachoeiras dos arredores, uma piscina não era necessária. Mas os proprietários fizeram questão de uma Jacuzzi, e ela ocupa o lado mais privilegiado do deque, a noroeste, entre a sauna e a sala de TV. Com cobertura de vidro, é a área mais ensolarada do terreno e tem vista para o pôr do sol sempre espetacular da Mantiqueira.
Para o lado do nascente, entre a área de estacionamento e o pátio, o volume de serviços reúne um depósito, a lavanderia e a suíte de hóspedes. “Distribuímos os espaços de modo a criar um pátio descoberto, mas protegido. Delimitado por três lados, ele é aconchegante e estimula o encontro dos moradores ao ar livre”, esclarecem Lua e Pedro. Totalmente livre de construções, o morro se transforma em um grande jardim natural integrado à casa envidraçada. “Sutil e delicada, a implantação ocupa o topo da colina, tirando o melhor das características naturais da propriedade”, concluem. (FABIO DE PAULA)
(Clique em qualquer uma das imagens para vê-las ampliadas em galeria)
Um lugar de natureza imponente, com montanhas, vales, cachoeiras e florestas de araucária. Um recanto do Brasil cuja cultura reúne refinada arquitetura e gastronomia com profundas tradições rurais. Muitas são as qualidades da Serra da Mantiqueira, na divisa dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Mas nenhuma se compara à experiência de estar lá, observar seu céu e conhecer os hábitos de seu povo.
A uma altitude de 1.500 m acima do nível do mar, esta envidraçada residência em São Francisco Xavier, no lado paulista da serra, combina toda a essência deste paraíso com o melhor da arquitetura contemporânea. Desenhada por Lua e Pedro Nitsche, ela proporciona o máximo de convívio com a natureza e dá uma aula de projeto nos quesitos estilo e conforto.
A casa faz parte de uma propriedade de 24 mil m², situada em uma área quase desabitada, com quedas-d’água, bosques e pastos, e rodeada por vales profundos e montanhas de mais de 2 mil m. Na parte mais alta do terreno, está justamente a residência. Formada por três pavilhões independentes, organizados ao redor de um pátio, ela totaliza amplos 400 m². Como uma joia no meio do campo, a construção prima pela delicadeza de seus materiais. Estruturada sobre uma plataforma de concreto elevada e coberta com madeira, ela se destaca pelos grandes fechamentos de vidro, cuja transparência amplifica a sensação de não haver um limite entre o ambiente protegido a toca, a morada e a vastidão da natureza.
Pedro e Lua explicam que o conjunto tem três elementos distintos, a sede e dois anexos, organizados como um “U” ao redor do pátio. “É como se a casa tivesse dois setores: um é o edifício principal, com sua grande fachada envidraçada, voltada para o vale; o outro é o pátio, espaço de encontro, protegido, voltado para a parte interna do terreno”, ressaltam os arquitetos.
Alongada, a construção principal abriga na ala social, em uma sequência de ambientes integrados, a sala de TV com vista total para o deque e a paisagem, um aconchegante living com lareira para os dias frios e a sala de jantar com cozinha do tipo ilha, planejada para longas refeições em família. Ela se abre para um pequeno terraço coberto, ideal para cafés da manhã com vista para as montanhas. A despensa e o lavabo separam a área comum da parte íntima, onde há duas suítes para solteiros e a suíte máster. “Decidimos que o corpo principal deveria estar na borda da colina com uma grande, retilínea e transparente fachada voltada para o vale. Este corpo principal é comprido e estreito, e seu uso é determinado por divisórias”, salientam os autores.
Um pequeno cubo no outro extremo do deque abriga a sauna seca. Com vista para o vale e o cume da serra, ela foi desenhada para reunir família e amigos tanto nos ensolarados dias de verão e inverno quanto nas tardes chuvosas ou noites geladas, tão comuns em São Francisco Xavier.
Com a quantidade de cachoeiras dos arredores, uma piscina não era necessária. Mas os proprietários fizeram questão de uma Jacuzzi, e ela ocupa o lado mais privilegiado do deque, a noroeste, entre a sauna e a sala de TV. Com cobertura de vidro, é a área mais ensolarada do terreno e tem vista para o pôr do sol sempre espetacular da Mantiqueira.
Para o lado do nascente, entre a área de estacionamento e o pátio, o volume de serviços reúne um depósito, a lavanderia e a suíte de hóspedes. “Distribuímos os espaços de modo a criar um pátio descoberto, mas protegido. Delimitado por três lados, ele é aconchegante e estimula o encontro dos moradores ao ar livre”, esclarecem Lua e Pedro. Totalmente livre de construções, o morro se transforma em um grande jardim natural integrado à casa envidraçada. “Sutil e delicada, a implantação ocupa o topo da colina, tirando o melhor das características naturais da propriedade”, concluem. (FABIO DE PAULA)
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