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quinta-feira, 23 de outubro de 2014

SAÚDE - Como detectar problemas de tireoide a tempo

Como detectar problemas de tireoide a tempo

Como detectar problemas de tireoide a tempo
O diagnóstico precoce é vital em qualquer doença. No caso da tireoide e as alterações desta glândula, os sintomas são muito simples de identificar, pelo menos durante as primeiras fases.No entanto, estes sintomas podem estar associados a outras doenças ou transtornos do corpo, por isso é preciso estar atento ao que ocorre ao organismo. Sem ficar paranoico, mas dando a importância necessária. Conheça mais sobre o assunto neste artigo.

O que saber sobre os problemas da tireoide?

Os problemas na tireoide, basicamente, produzem alterações no corpo, que a princípio são pequenas, mas que se mantêm ao longo do tempo. Qualquer disfunção da tiroide provoca uma alteração no organismo, os órgãos sofrem e isto pode derivar em consequências para a saúde em geral. Os problemas nas tireoides são mais frequentes nas mulheres e os sintomas se manifestam como irregularidades no ciclo menstrual ou infertilidade. O fator hereditário também é determinante. Se alguém na família sofre com o problema, existem muitas possibilidades de que você sofra também. É bom saber que as tireoides regulam o metabolismo e se relacionam com todas as funções do corpo, tanto físicas quanto intelectuais.A principal função desta glândula é produzir dois hormônios (cujos nomes são T3 e T4), que são os “combustíveis” para que todas as células possam funcionar corretamente.
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Existem dois tipos de alterações da glândula tireoide: o hipotireoidismo e o hipertireoidismo. A primeira é a mais comum e faz com que os órgãos trabalhem mais lentamente, se caracterizando pelo aumento de peso. A segunda tem mais sintomas evidentes e pode produzir a perda rápida de peso sem a pessoa realizar dieta ou exercício. Um problema relacionado a ambas é o bócio, que ocorre quando a glândula cresce muito em tamanho e também o pescoço aumenta.

Quais são os sintomas das doenças?

Já que se trata de uma falha na glândula e implica na produção desequilibrada de hormônios, pode haver muitos sintomas diferentes. Alguns deles são:
  • Diarreias frequentes
  • Prisão de ventre
  • Queda de cabelo
  • Pele seca
  • Intolerância ao frio nas mãos e nos pés
  • Depressão e baixa autoestima
  • Pele grossa
  • Cansaço ou fatiga crônica
  • Debilidade
  • Falta de concentração e memória
  • Cabelo fraco
  • Desequilíbrios no ciclo menstrual
  • Fluxo menstrual abundante
  • Colesterol alto
  • Problemas no sistema imune
  • Perda de sono e insônia
  • Aumento ou redução de peso
  • Pescoço inchado (bócio)
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O bócio é o aumento do tamanho da glândula tireoide. Externamente parece com um tumor na parte ântero-inferior do pescoço, logo abaixo da laringe.

  • Menor qualidade ovulatória
  • Apatia
  • Isolamento social
  • Aparição de nódulos benignos

Como detectar a doença a tempo?

É necessário, em primeiro lugar, observar os sintomas detalhados acima, e se eles são recorrentes ou mais de um aparece. Também, é importante conhecer os antecedentes familiares (se pais, tios ou avós tiveram problemas na tireoide). Depois, faça uma consulta com o médico especialista, o qual irá avaliar o paciente apalpando o pescoço (aqui é onde muitos detectam que tem hiper ou hipotireoidismo). Por sua vez, uma análise de sangue irá determinar os valores de TSH e de hormônio da tireoide. Uma vez que tudo isso esteja completo, a pessoa poderá receber um diagnóstico certo e se é necessário consumir medicamentos ou fazer alguma prática médica (que pode ser cirurgia para eliminar o bócio).
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Na maioria dos casos, o paciente deve consumir medicação para toda a vida, para que o estilo de vida seja recuperado e, mais importante, reduzir e controlar os sintomas. É importante também aprender a conviver com a doença que se for tratada a tempo, não impedirá o paciente de seguir normalmente com as atividades. Os especialistas afirmam que uma simples pastilha diariamente é suficiente para regular o trabalho da glândula tireoide.Ao ser uma patologia de fácil detecção e de um tratamento simples, o importante é saber reconhecê-la a tempo para evitar cirurgias e outras práticas mais invasivas. O ideal é “chegar antes” que a doença se dissemine e comprometa a qualidade de vida do paciente. Imagens cortesia de Teresa Winslow, cbgrfx123, Rochelle Hartman, Jerry Kirkhart, Andy Melton.
http://melhorcomsaude.com/detectar-problemas-tireoide/

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Ciência sem consciência? A importância da ética na pesquisa científica

CIÊNCIA SEM CONSCIÊNCIA? A IMPORTÂNCIA ÉTICA NA PESQUISA CIENTIFICA
Ciência sem consciência a importância da ética na pesquisa científica.
O analista do Kings College Fellipe Gracio em seu artigo “Scientists can’t claim to be neutral about their discoveries”publicado no  “The Conversation” nos brinda com uma reflexão de visceral importância sobre a ética aplicada às pesquisas.
Nesse artigo ele questiona o quanto de isenção um cientista pode alegar, quando por fim suas descobertas são mal aplicadas e podem representar um perigo para a humanidade.
Essa sensação persegue a história humana, desde que inventos magníficos como o navio, o automóvel e o avião, foram transformados em máquinas de guerra.
Ou mesmo ante as brumas radioativas de Hiroshima e Nagasaki  — Oppenheimer o pai da bomba atômica num discurso emocionado se autodenominar “a morte, o destruidor de mundos”.
Isso apenas para citar alguns poucos exemplos.
À medida que a pesquisa científica afeta o mundo convém ficarmos de sobreaviso.
Isso por que a ciência é feita por pessoas.
E todas as pessoas, mesmo sendo cientistas, possuem interesses, intenções e ambições.
Para agravar esse quadro, a ciência é financiada por governos e por empresas cujas políticas  podem nem sempre visar o bem comum entendendo essa expressão, em seu sentido mais amplo como sendo o bem, em sua essência, estendido para toda a humanidade.
Fica cada vez mais claro que pesquisa científica atual, em seus passos mais decisivos, está condicionada às regras de financiamento, às expectativas sobre seus resultados e às forças sociais e de instituições que moldam seus rumos.
Ora vejamos:
  • Ninguém investe sem a expectativa de ganhar dinheiro com seu investimento;
  • Mesmo moralmente condenadas, a ambição e a ganância continuam a ditar as regras do mercado também no século XXI.
Ou não?
Na década de 1950, quando Jonas Salk um dos cientistas que participou do desenvolvimento da vacina contra a poliomielite foi questionado sobre se ele patentearia a vacina. Ele respondeu com outra pergunta:
— Você poderia patentear o sol?
Em outras palavras:
Pode um cientista propor ou aceitar a privatização de um conhecimento que beneficiaria a todos?
Existem duas linhas de pensamento sobre essa questão:
O primeiro viés advém de empresas (e de governos) que comercializam ciência e tecnologia e são detentores de muitas patentes.
Seu principal argumento pode ser assim resumido:
Como o investimento em programas de pesquisa científica é extremamente oneroso, tanto para empresas quanto para nações é natural oferecer garantia para os investidores de que ocorrerá o retorno desses investimentos. E tais garantias passam invariavelmente pela reserva de mercado e obviamente a privatização das descobertas, protegidas por leis de propriedade intelectual.
O argumento contrário à privatização dos resultados aponta que a restrição do uso de muitas descobertas atrapalha o aperfeiçoamento da própria descoberta, além de reprimir a inovação e o desenvolvimento de novos produtos.
Além de que, ao negar o benefício a outro ser humano se estaria também praticando uma forma de desumanidade.
Por exemplo,
A indústria farmacêutica Novartis tentou bloquear recentemente a fabricação na Índia de um medicamento genérico aplicado na terapia do câncer.
Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Ciências Econômicas, tem uma posição radicalmente contra as leis de propriedade intelectual.
Ele enfatiza que essa prática visa apenas garantir lucros exorbitantes para as desenvolvedoras, que por congelamento do desenvolvimento científico, certifica-se de não haver concorrência.
Pela lei dos mercados é fácil observar o que se resulta de um monopólio, seja em que área for.
Ele dá o exemplo da Myriad Genetics, uma empresa que alegou propriedade intelectual sobre genes humanos.
Este é um exemplo extremo, mas suas observações são amplamente aplicáveis ​​.
Ele explica que, neste caso:
Geneticistas têm argumentado que o registro de patentes sobre os genes realmente tende a impedir o aperfeiçoamento de vários testes genéticos (como prevenção de doenças genéticas, por exemplo) , e de modo geral, interferir com o avanço da própria ciência .
Todo o progresso científico é fundamento em conhecimento. Ao tornar-se esse conhecimento menos disponível impede-se o progresso, ou na melhor das hipóteses, torna-o menos imediato.
É fácil observar que o cientista está no centro deste processo e ele não pode mais se furtar das questões éticas envolvidas em seu trabalho.
Não pode mais evadir-se das questões pertinentes sobre a natureza do progresso científico, sobre as decisões de financiamento de suas pesquisas, ou quais forças estão por trás dos ditos investidores e quais são os interesses que servem.
Eu mesmo, não canso de repetir para meus alunos, que nossas decisões sobre as nossas carreiras afetam não só nossas vidas, mas também a dos que nos cercam.
Eu como cientista não posso alegar neutralidade em questões como esta.
Nenhum cientista pode.
E se Jonas Salk tivesse decidido trabalhar para uma empresa farmacêutica e patenteasse a vacina contra a poliomielite? Quantas pessoas morreriam, ou teriam sequelas por toda a vida?
Considere-se uma questão relevante para o futuro:
Se uma vacina contra a malária ou contra AIDS fosse desenvolvida, deveria ser protegida por registro de patentes, de tal forma que os preços desse monopólio maximizassem sua receita, mas não seus resultados na saúde pública?
De modo mais geral: os cientistas podem realmente justificar os resultados previsíveis dos projetos em que estão envolvidos?
O que deve ser feito, então, para maximizar o benefício da ciência visando o bem comum?
Para começar, podemos educar os cientistas e também fiscalizá-los.
E para isso é necessário que o cidadão busque inteirar-se do que vem a ser ciência e de qual é o real trabalho do cientista.
É preciso que cada um busque entender as decisões tomadas tanto pelos cientistas quanto pelas instituições de pesquisa e querer fazer parte delas.
É legítimo e necessário pedir aos cientistas e aos acadêmicos, e também às instituições, que justifiquem o uso que dão aos  fundos de investimentos em pesquisa;
É justo fiscalizar as ações privadas e públicas nos programas sociais, e debater as prioridades políticas na esfera pública.
E também submeter as decisões  sobre a investigação científica e suas metas de trabalho ao escrutínio da sociedade.
A ciência é uma força incrivelmente poderosa que consome uma grande quantidade de recursos, por isso precisamos ter certeza de que está sendo orientada numa boa direção e para tal é necessário que cada cidadão procure cumprir com o seu papel.

http://hypescience.com/ciencia-sem-consciencia-a-importancia-da-etica-na-pesquisa-cientifica/

Os limites entre ciência e ficção

OS LIMITES ENTRE A CIÊNCIA E A FICÇÃO
Você já reparou que todas as invenções tecnológicas já foram imaginadas antes de existir? Por mais extravagante que pareça, toda inovação do século XXI já havia sido cogitada por algum escritor ou cineasta décadas antes. Uma cientista social galesa, Dra. Joan Haran, defende que estas primeiras concepções do que seria uma inovação científica, e para que serviria, ajudaram a definir a função social dos aparelhos quando eles se tornaram realidade.
Devem ser estreitados, segundo a pesquisadora, os laços entre a ciência “de verdade” e aquela fantasiada nos filmes e livros. E os argumentos que a autora utiliza em seu artigo, publicado no último dia 10, são de uma simplicidade surpreendente.

Questão de planejamento
Nenhuma obra de ficção científica imagina determinada tecnologia só por imaginar: a história sempre gira em torno de como aquilo mexe com o inventor, com os protagonistas, como move a sociedade e muda o mundo, para o bem ou para o mal.
Uma análise dessas obras pode emprestar valiosas noções a quem produz tecnologia e a quem a financia. Segundo ela, é importante que o cidadão comum tome parte nesses debates científicos, que não se pratique ciência apenas dentro dos laboratórios.

Exemplos concretos

O livro Admirável Mundo Novo, escrito pelo britânico Aldous Huxley em 1931, alcançou fama e reconhecimento para além do universo geek que surgiria décadas depois. Na obra, o autor constrói uma fictícia sociedade “organizada”, na qual as pessoas são hierarquizadas por castas por nascerem biologicamente pré-dispostas a determinado padrão. O tal método lembra muito a fertilização in vitro, que ainda estava longe de ser inventada naquela época.
Esse mesmo princípio (de condicionar nascimentos) foi trabalhado sob uma ótica muito mais positiva com uma escritora mais recente. Em 1976, a americana Marge Piercy escreveu “Woman on the edge of the time” (literalmente traduzido, “mulher no limite do tempo”), que narra a história de uma mulher que, internada como louca, passa a se comunicar com uma pessoa do futuro que diz viver em uma sociedade perfeita e igualitária. O segredo? Tirou-se da mãe a responsabilidade da gestação. Todas as crianças eram nascidas de úteros artificiais, o que garantiu igualdade de gêneros.
Tais exercícios de literatura, segundo Joan Haran, fazem com que a humanidade possa refletir com profundidade não somente a respeito da tecnologia que já existe, como também daquela que ainda está por ser inventada.
Desde a metade do século passado, os autores de Best-sellers e campeões de bilheteria ponderam até que ponto a máquina pode substituir o homem. Se ela ainda não “dominou” a humanidade intelectualmente, já colocou trabalhadores no olho da rua ao substituí-los em indústrias, por exemplo. Se mais gente tivesse pensado com antecedência em como seria uma “sociedade de máquinas”, talvez o estrago fosse menor.

O que você acha? [io9/Wales Online]

http://hypescience.com/os-limites-entre-ciencia-e-ficcao/

É a ciência fonte de todos os males? (Parte 2)

É A CIÊNCIA FONTE DE TODOS OS MALES ? (PARTE 2)
Algumas questões do senso-comum que propalam a negação da ciência:
A partir de perguntas que tenho recebido de meus leitores, seja por e-mail ou em fóruns, compilei esses questionamentos (que são os mais recorrentes) e estou postando na forma de artigos numa série que intitulei “A Negação da Ciência” e aqui vai a segunda parte:
3. A ciência perde sua credibilidade ano a ano. E só mesmo um grupo de nerds fanáticos (que escrevem e/ou leem o Hypescience ou outro portal semelhante) é que tem coragem de defendê-la.
Conceituando a credibilidade como sendo “a característica de quem consegue ou conquista a confiança de alguém” a ciência tem credibilidade em função dos resultados de sua aplicação que é a tecnologia. Tal avaliação é fruto de várias pesquisas de opinião e se apoiam em fatos que são incontestáveis. Só para citar alguns poucos exemplos, basta observar os avanços significativos na ciência médica, na informática, nas tecnologias dos transportes e nas tecnologias da comunicação.
Mesmo com a campanha de marketing de alguns setores da sociedade norte americana que propalam o modismo da “negação da ciência”, tanto a ciência quanto a tecnologia seguem firmemente em seu papel revolucionário e garantidor da qualidade de vida e da sobrevivência de nossa espécie.
Tanto isso é verdade que o conjunto de melhorias que a tecnologia propiciou em nossa relação com os ambientes natural e social gerou dois grandes resultados: o aumento da esperança de vida e o aumento da população humana.
Hoje uma criança de um bairro pobre de Nova Déli vive mais que um rei do século XIX.
(Sonho com o dia em que não existam mais crianças pobres em parte algum do mundo!)
Todos os dias somos bombardeados com novidades em todas as áreas, principalmente nas ciências da saúde. Alguns torcem o nariz:
O homem vivia mais feliz quando não tinha tanta tecnologia à sua disposição. Será?
Será que a tecnologia só teria importância quando esses mesmos indivíduos estivessem deitados em uma mesa de cirurgia e o médico com o bisturi representasse a diferença entre a vida e a morte?
E quando surge uma epidemia todos clamam em uníssimo, defensores ou não da ciência: 
– Onde estão os cientistas? Cadê as vacinas e os soros? O que estão fazendo as autoridades?
Não há ideologia que resista a uma epidemia? Não há negação da ciência que resista ao diagnóstico de um tumor?
Será que negar a ciência é também negar a tecnologia?
Negar a ciência é negar a anestesia, os antibióticos, as ferramentas, a eletricidade, o xampu, o telefone, a televisão, o avião, as roupas confortáveis e elegantes, o ar condicionado, o carro, a vacina, a geladeira e o freezer (cheios de comida), a ressonância magnética, o marca-passo, os analgésicos, etc., etc., etc.? Ou não?
Negar a ciência é negar os benefícios da vida moderna e todos os avanços para garantir a sobrevivência do indivíduo e da espécie? É negar também o racionalismo crítico que busca os fatos e não suas interpretações e/ou versões políticas?
[Sonho com o dia em que toda a humanidade poderá usufruir dos benefícios da ciência e da tecnologia sem pagar o preço pelo seu mau uso!]
Como sempre falo para meus alunos, quem quiser negar a ciência (e a tecnologia que ela propicia) poderá fazê-lo hoje mesmo. Basta inscrever-se em algum curso de sobrevivência radical e embrenhar-se em qualquer mata em estado natural.
Porém, não poderá levar nem a roupa do corpo. Nada do kit de sobrevivência com canivete suíço, pederneira, antissépticos, antibióticos e barraca Lacoste.
Todos são subprodutos da nossa tecnologia, incluindo as técnicas milenares de fazer o fogo.
Quem quiser negar a ciência e tecnologia negar de fato terá de usar apenas o seu corpo como ferramenta.
Pelo menos até descobrir que a natureza não é a mãe carinhosa dos comerciais de água mineral, e que em verdade só faz valer dia a dia a lei do mais forte e/ou do mais adaptado não se apiedando de nenhuma criatura patética, frágil ou desprotegida (como é o ser humano abandonado nu em uma floresta).
Espera aí! Agora estou sendo muito radical. Não precisamos negar tanto assim a ciência e a tecnologia.
Queremos apenas um mundo menos complicado!
Mas era assim que viviam nossos ancestrais antes de dominarem o fogo. Antes de desenvolverem tecnologia.
Tinham como abrigo as cavernas ou palhoças rudimentares e alimentavam-se apenas com que suas unhas e dentes conseguissem arrancar da terra e moviam-se aterrorizados por tudo e por todos, pois se encontravam mergulhados na superstição, na ignorância e na miséria material e moral.
É fácil afirmar que a ciência perdeu a credibilidade ou não é importante, principalmente quando estamos sentados em nossa casa confortável, bem alimentados, bem vestidos e bem saudáveis, usando o ápice da tecnologia da eletrônica que é o computador para digitar na coluna do Hypescience esse parecer.  Afinal todos tem o direito a expressar sua opinião. Certo?
Mas será que ao desprestigiar a ciência fazendo uso de todos os seus inventos não seria no mínimo ingratidão para todos esses mesmo benefícios materiais e filosóficos que a ciência tem propiciado ao longo de toda a história humana?
Será que essas mesmas pessoas que negam a ciência o fazem dizendo:
- Vamos negar a ciência mal praticada que atende a interesses espúrios e propala a fraude?
Ou
Vamos negar a ciência sem ética que está a serviço apenas do capital ou de uma minoria dona do poder que explora a maioria e destrói o ambiente pelo lucro?
Ou
Vamos negar os pseudo-cientistas que adotam práticas falaciosas e IMPÕEM com fanatismo suas “verdades” (como argumento de autoridade) contrariando a essência do método científico?
Por essa razão eu questiono quando me dizem apenas para negar a CIÊNCIA e a todo o pensamento crítico que ela suscita;
A meu ver, não existe aí nenhum convite para pensar. Existe?
Apenas o obscurantismo que condena a todos os cientistas e a toda a ciência pelo desserviço de alguns.
Mais uma vez, sem separar o joio do trigo.
Aliás, o mesmo obscurantismo que quer condenar todo um processo milenar de depuração de erros e de acúmulo de conhecimento com o qual a ciência tem brindado a humanidade desde a aurora das civilizações.
E para concluir essa parte:
Será que este artigo é uma defesa cega e apaixonada da ciência ou é um convite para a difícil tarefa de exercermos o pensamento crítico?
Esse mesmo pensamento que nos capacita a valorizar o pouco que já conquistamos sem abandonar a luta por tudo aquilo que ainda nos falta!
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http://hypescience.com/e-a-ciencia-fonte-de-todos-os-males-parte-2/

É a ciência fonte de todos os males?

É A CIÊNCIA FONTE DE TODOS OS MALES?
Algumas questões do senso-comum que propalam a negação da ciência:
Em alguns dos e-mails que tenho recebido de meus leitores, e mesmo em posts de fóruns científicos que participo tenho observado a repetição das mesmas questões oriundas do senso comum e que como “negação da ciência” demonstram uma inquietação e até mesmo um inconformismo pelo estado de coisas no mundo de hoje.
Ameaça nuclear, poluição, armas químicas, drogas nas ruas. Será que o mundo piorou depois que se tornou mais científico e tecnológico?
Em outras palavras, seria a ciência ou a tecnologia que ela propicia as responsáveis pelos males que assolam nossa realidade mais imediata?
Em respeito a esses questionamentos efetuados pelos meus leitores, e mesmo discordando em muitas vezes de sua forma de pensar, quero agradecê-los, pois é por meio do debate, pela contraposição de argumentos que ativamos nossa inteligência e aguçamos nosso espírito crítico.
Compilei alguns questionamentos mais recorrentes e vou postá-las na forma de artigos. Aqui estão os primeiros:
1. É difícil, confuso ou complicado conceituar ciência. Afinal ela é “cheia” de subdivisões.
Pelo contrário, a ciência é definida com precisão, mesmo com todas as suas subdivisões. Seu conceito completo é ensinado a partir do 9.o ano do ensino fundamental e é assim enunciado:
“A ciência constitui todo um corpo de conhecimentos socialmente construído e historicamente acumulado pela humanidade e que atende aos seguintes pré-requisitos: ser dotado de objetividade e universalidade e estar sujeito à falseabilidade ou à comprovação, por meio de observações da natureza, e/ou experimentos e/ou pela aplicação da lógica e de seus recursos matemáticos como preconiza o método científico (tema abordado em meus últimos quatro artigos)”.
2. A ciência e a tecnologia são as responsáveis pela deterioração da qualidade de vida da sociedade como um todo. Veja o problema da poluição, o aquecimento global, as armas nucleares e as guerras, o estresse e a violência crescente nos grandes centros urbanos, o egocentrismo, etc.tudo isso é provocado pelo materialismo que a ciência propiciou.
As agressões aos ambientes natural e social, a escalada bélica, o individualismo, o egocentrismo, a ambição, o materialismo, o exercício do poder para controlar as pessoas, etc. não são problemas meramente científicos ou tecnológicos. São questões políticas, filosóficas e éticas.
Para algumas questões existem soluções científicas e tecnológicas, como é o caso da poluição da água, por exemplo; Existem inúmeras técnicas de tratamentos do esgoto doméstico que são eficazes e dominadas pela ciência básica há mais de cinquenta anos. Porém, por que não são colocadas em prática?
É culpa dos políticos diz o povo. É culpa do povo dizem os políticos.  É culpa da ciência e da tecnologia dizem alguns.
Quais são os responsáveis?
a) Será que o problema do esgoto foi criado pelos cientistas?
b) Ou é o consumismo e materialismo exacerbado, apoiado por um modelo capitalista predatório que só valoriza o capital em detrimento da natureza e do trabalho?
c) Ou é a inconsciência e egoísmo de boa parte da população humana que não quer se dar o trabalho de pensar sobre a influência de seus atos individuais sobre a coletividade?
d) Ou é a explosão demográfica aliada ao crescimento desordenado das grandes cidades e à falta de preparo de nossos governantes?
e) Ou é a ambição desenfreada de uma pequena parcela da população que explora, subjuga e usa seus semelhantes e pouco se importa com a coletividade e o ambiente?
Ou todas as anteriores são verdadeiras?
Ora, o esgoto é produzido pela população. E seu descarte deveria ser um problema presente na lista de prioridades dessa mesma população. Porém, não é isso que acontece.
Todo o prefeito alega que se ele investir em saneamento básico acaba “enterrando” sua gestão, pois boa parte da população prefere “ver” as obras de sua cidade, como pracinhas e asfalto nas ruas e prefere desconhecer ou ignorar as implicações da poluição dos rios de sua cidade.
Ainda, boa parte dessa mesma população despreza o ensino de Ciências e tem verdadeira aversão por Matemática, Química, Física e Biologia quando frequentam as escolas:
“Se tem que pensar” dizem alguns. “-Então estou fora!”
Isso sem contar com a classe de eleitores que “vendem seus votos”, dos políticos e empresários corruptos em conluio para desvio de verbas e outros absurdos que se somam também como questões éticas, e muitas vezes  jurídicas e até policiais.
Ora, tenho que repetir: juízo de valor, equanimidade, questões de moralidade, bem versus mal, etc. são reflexões, que entram no campo da política, da filosofia, da ética e também das religiões.
Assim como na escalada bélica, no materialismo dominante, na violência urbana, a ciência e a tecnologia tem sua participação na gestão e na solução do problema, mas não é, a meu ver, sua fonte determinante.
Seria um problema exclusivamente científico ou tecnológico se fosse possível vacinar toda a humanidade contra a inconsciência, ignorância ou falta de caráter.
Mas, infelizmente, essa vacina ainda não foi inventada!
(Não perca o próximo artigo sobre “A Negação da Ciência”!).

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http://hypescience.com/e-a-ciencia-fonte-de-todos-os-males/