Um oceano salgado está à espreita sob a superfície da maior lua de Júpiter, Ganimedes, de acordo com uma descoberta feita por cientistas usando o Telescópio Espacial Hubble.
O oceano em Ganimedes que está enterrado sob uma grossa crosta de gelo realmente pode abrigar mais água do que toda a água da superfície da Terra junta, de acordo com os oficiais da NASA. Os cientistas acreditam que o mar tenha cerca de 100 quilômetros de profundidade, 10 vezes a profundidade máxima dos oceanos da Terra, a NASA acrescentou. A nova descoberta do telescópio espacial Hubble também poderia ajudar os cientistas a aprender mais sobre a infinidade de mundos potencialmente aquáticos que existem no sistema solar e além.
“O sistema solar é agora encarado como um lugar bastante encharcado,” Jim Green, diretor de ciência planetária da NASA, disse durante uma teleconferência de notícias de hoje (12 de março). Os cientistas estão particularmente interessados em aprender mais sobre esses mundos mundos porque a vida como a conhecemos depende da água para prosperar.
Os cientistas também descobriram que a superfície de Ganimedes mostra sinais de água. Partes jovens de Ganimedes vistas em um mapa de vídeo podem ter sido formados por água borbulhando no interior da lua através de falhas ou vulcões em algum momento da história, disse Green.
Os cientistas já suspeitavam que havia um oceano de água líquida em Ganimedes – a maior lua do sistema solar, com cerca de 5.268 km de diâmetro. A sonda Galileo mediu o campo magnético de Ganímedes, em 2002, fornecendo alguns dados que sustentam a teoria de que a lua tem um oceano submerso. As provas recém-anunciadas do telescópio Hubble são os dados mais convincentes que apoiam a teoria de um oceano subsuperficial, no entanto.
Os cientistas usaram o Hubble para monitorar as auroras de Ganimedes, fitas de luz nos pólos criadas pelo campo magnético da lua. Auroras na lua também são afetadas pelo campo magnético de Júpiter por causa da grande proximidade com o planeta gigante.
Quando o campo magnético de Júpiter muda, o mesmo acontece com Ganimedes. Os pesquisadores foram capazes de ver duas auroras com o Hubble. Auroras de Ganimedes não balançam tanto quanto o esperado, por isso, durante o acompanhamento do movimento, os pesquisadores concluíram que um oceano subterrâneo era o provável responsável pelo amortecimento de mudanças nas auroras de Ganimedes criadas por Júpiter.
“Estávamos discutindo como poderíamos usar um telescópio de outras maneiras”, Joachim Saur, geofísico e líder da equipe da nova descoberta, disse em um comunicado. “Existe uma maneira que você pode usar um telescópio para olhar para dentro de um corpo planetário? Então eu pensei, as auroras! Porque auroras são controladas pelo campo magnético, e se você observar as auroras de forma adequada, você aprende algo sobre o campo magnético. Se você sabe coisas sobre o campo magnético, então você sabe algo sobre o interior da Lua.”
A caça de auroras em outros mundos poderia ajudar a identificar planetas alienígenas ricos em água no futuro, Heidi Hammel, vice-presidente executivo da Associação de Universidades para Pesquisa em Astronomia, disse durante a teleconferência. Os cientistas podem ser capazes de procurar auroras em exoplanetas que poderiam abrigar água usando as lições aprendidas com as observações do Hubble de Ganimedes.
As luas de Júpiter são alvos populares para futuras missões espaciais. A Agência Espacial Europeia está planejando enviar uma sonda chamada JUICE a Júpiter e suas luas em 2022. Espera-se que a JUICE colete dados importantes em Europa, Calisto e Ganimedes durante a sua missão. A NASA também está de olho no sistema de Júpiter. Funcionários estão esperando para enviar uma sonda para Europa em meados da década de 2020. [Space]