“Sem religião” é a religião mais popular da Austrália
Os últimos dados do censo da Austrália, divulgados na terça-feira, revelaram que, pela primeira vez, “nenhuma religião” é a afiliação religiosa mais popular do país. De acordo com o Australian Bureau of Statistics, a porcentagem de australianos identificando-se desta forma aumentou de 19% em 2006 para 30% dez anos depois, em 2016.
O ABS diz que a porcentagem da população que se identifica como “sem religião” vem aumentando há décadas – e a tendência está acelerando, impulsionada pelos jovens. Os australianos de 18 a 34 anos foram o grupo etário mais provável a se identificar como “sem religião”, com 39% deles dizendo que não tinham uma afiliação religiosa.
No geral, no entanto, 52% dos australianos identificaram-se dentro de alguma denominação do cristianismo, tornando esta a religião mais comum. O catolicismo foi a denominação cristã mais popular, o censo descobriu.
Nos Estados Unidos, o censo não pergunta aos americanos sobre suas afiliações religiosas, mas de acordo com o Pew Research Center, a porcentagem de americanos que não se identificam com uma religião organizada também está crescendo. A porcentagem de americanos que se identificaram como “ateu”, “agnóstico” ou “nada em particular” saltou de 16,1% em 2007 para 22,8% em 2014, de acordo com o Pew.
No Brasil, os números são mais tímidos, mas também estão crescendo. De acordo com o censo de 2010 do IBGE, 8% da população brasileira se declara sem religião – se fosse uma crença, seria a terceira maior do país, ficando atrás apenas de católicos e evangélicos.
Força Política
Na Austrália, um dos grupos por trás da mudança demográfica religiosa é a Fundação Ateu da Austrália (AFA), que realizou uma campanha de conscientização sobre a escolha no recenseamento.
Em um comunicado divulgado na terça-feira, a presidente da AFA, Kylie Sturgess, disse que a organização espera que os políticos australianos vejam essa parcela da população como uma força séria na paisagem política do país. “Parece-nos que certos grupos religiosos recebem consideração automática no domínio da política pública. Isso tem que parar”, defende Surgess.
“Políticos, líderes empresariais e influenciadores, escutem: este é um marco importante na história da Austrália”, disse Surgess. “Aqueles que marcaram ‘sem religião’ merecem muito mais reconhecimento. Vamos fazer as nossas opiniões serem conhecidas, e há poder nos números”. [Mic]
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