Sempre na minha mente e no coração...

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Corcovado ou Cristo Redentor, lindo !!!

sábado, 16 de junho de 2012

Frases de Motivação...



“Coragem é a resistência ao medo, domínio do medo, e não a ausência do medo.” (Mark Twain)
“Motivação não é sinônimo de transformação, mas um passo em sua direção.” (Lourenço Neto)
“O homem prudente não diz tudo quanto pensa, mas pensa tudo quanto diz.” (Aristóteles)
“Na vida, não existem soluções. Existem forças em marcha: é preciso criá-las e, então, a elas seguem-se as soluções.” (Antoine de Saint-Exupéry)
“Se compreendêssemos, nunca mais poderíamos julgar.” (André Malraux)
“Pode ferir-se o amor-próprio; matá-lo, nunca.” (Montherlant , Henri)
“Na juventude, aprendemos; na maturidade, compreendemos.” (Eschenbach , Marie)
“A ambição embriaga mais do que a glória.” (Marcel Proust)
Que o teu coração sinta a PRESENÇA secreta do inexplicável!

Que o teu viver seja pleno de PAZ e LUZ.
Boa Noite!!! Um domingo cheio de alegria e diversão, curtam os seus...
Descansem em Paz! Sonhem com os Anjos...

When my love "Arun" .. Miss you!



Soneto de Fidelidade
Vinicius de Moraes
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinicius de Moraes, "Antologia Poética", Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1960, pág. 96.

http://www.releituras.com/viniciusm_fidelidade.asp

Soneto do amor total

Amo-te tanto, meu amor... Não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade

Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.


Quem é que nunca encontrou um amor para chamar de seu? 
Se apaixonar é uma das coisas mais naturais que o ser humano conhece e um dos sentimentos mais sentidos por eles. Quando sentimos o nosso coração bater mais rápido e mais devagar ao mesmo tempo a gente quer ficar pensando e sentindo isso a vida toda, quer ficar olhando para o lado e vivenciando aquele sentimento, ouvindo músicas, lendo frases e criamos um mundo completamente paralelo a esse que nós vivemos. Muitas pessoas têm determinadas habilidades, uma delas é de expressar aquilo que nós sentimos, de saber passar para a outra pessoa, de mostrar para o mundo o sentimento que a mesma tem. Porém, há pessoas que possuem tantas outras habilidades menos essa: a de poder expressar com palavras seus sentimentos. A nossa sorte é que para esses há o Google, onde pessoas acabam postando suas frases e sentimentos onde várias vezes acabamos nos identificando com o mesmo como se fosse nós quem tivesse escrito, parecem que a pessoa sente exatamente o que você sente só que ela conseguiu traduzir isso e você não.
Então você toma aquela frase como sua, como se algo pudesse ser explicado através daquelas palavras e mostra para quem quiser ver que você sente ‘aquilo’ que está escrito ali. Frases e pensamentos românticos são bem particulares, sem bem que o amor é único e universal o que varia é a intensidade em que sentimos o mesmo. Uma frase bonita é: “Eu possa te dizer (do amor que tive), que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure”. Essa frase é um trecho do Poema Soneto de Fidelidade do grande poeta Vinicius de Moraes, laias você pode conferir também Soneto de amor total que encontrará várias frases que valem a pena serem ditas.
Outra boa frase é “Amar é sentir na felicidade do outro a própria felicidade” que mostra a plenitude do amor, ou “Há vários motivos para não se amar uma pessoa e um só para amá-la” que explica as sem-razões do amor. E para fechar com chave de ouro que tal uma que fala das diferenças entre o amor e paixão: “A ausência diminui as paixões medíocres e aumenta as grandes, assim como o vento apaga as velas, mas atiça as fogueiras”. 
Saudades de você... My Hindu, Arun!

Qual é o lugar mais importante da sua casa?



Qual é o lugar mais importante da sua casa? Eu acho que essa é uma boa pergunta para início de uma sessão de psicanálise. Porque quando a gente revela qual é o lugar mais importante da casa, a gente revela também o lugar preferido da alma. Nas Minas Gerais onde nasci o lugar mais importante era a cozinha. Não era o mais chique e nem o mais arrumado. Lugar chique e arrumada era a sala de visitas, com bibelôs, retratos ovais nas paredes, espelhos e tapetes no chão. Na sala de visitas as crianças se comportavam bem, era só sorriso e todos usavam máscaras. Na cozinha era diferente: a gente era a gente mesmo, fogo, fome e alegria.

 “Seria tão bom, como já foi...", diz a Adélia. A alma mineira vive de saudade. Tenho saudade do que já foi às velhas cozinhas de Minas, com seus fogões de lenha, cascas de laranja secas, penduradas, para acender o fogo, bule de café sobre a chapa, lenha crepitando no fogo, o cheiro bom da fumaça, rostos vermelhos. Minha alma tem saudades dessas cozinhas antigas...

Fogo de fogão de lenha é diferente de todos os demais fogos. Veja o fogo de uma vela acesa sobre uma mesa. É fogo fácil. Basta encostar um fósforo aceso no pavio da vela para que ela se acenda. Não é preciso nem arte nem ciência. Até uma criança sabe. Só precisa um cuidado: deixar fechadas as janelas para que um vento súbito não apague a chama. O fogo do fogão é outra coisa. Bachelard notou a diferença: "A vela queima só. Não precisa de auxílio.

A chama solitária tem uma personalidade onírica diferente da do fogo na lareira. O homem, diante de um fogo prolixo pode ajudar a lenha a queimar, coloca uma acha suplementar no tempo devido. O homem que sabe se aquecer mantém uma atitude de Prometeu. Daí seu orgulho de atiçador perfeito..." Fogo de lareira é igual ao fogo do fogão de lenha. Antigamente não havia lareiras em nossas casas. O que havia era o fogo do fogão de lenha que era, há um tempo, fogo de lareira e fogo de cozinhar.

As pessoas da cidade, que só conhecem a chama dos fogões a gás, ignoram a arte que está por detrás de um fogão de lenha aceso. Se os paus grossos, os paus finos e os gravetos não forem colocados de forma certa, o fogo não pega. Isso exige ciência. E depois de aceso o fogo é preciso estar atento. É preciso colocar a acha suplementar, do tamanho certo, no lugar certo. Quem acende o fogo do fogão de lenha tem de ser também um atiçador.

O fogão de lenha nos faz voltar "às residências de outrora, as residências abandonadas, mas que são, em nossos devaneios, fielmente habitadas" (Bachelard). Exupèry, no tempo em que os pilotos só podiam se orientar pelos fogos dos céus e os fogos da terra, conta de sua emoção solitária no céu escuro, ao vislumbrar, no meio da escuridão da terra, pequenas luzes: em algum lugar o fogo estava aceso e pessoas se aqueciam ao seu redor.

Já se disse que o homem surgiu quando a primeira canção foi cantada. Mas eu imagino que a primeira canção foi cantada ao redor do fogo, todos juntos se aquecendo do frio e se protegendo contra as feras. Antes da canção, o fogo. Um fogo aceso é um sacramento de comunhão solitária. Solitária porque a chama que crepita no fogão desperta sonhos que são sós nossos.
 Mas os sonhos solitários se tornam comunhão quando se aquece e come.

Nas casas de Minas a cozinha ficava no fim da casa. Ficava no fim não por ser menos importante, mas para ser protegida da presença de intrusos. Cozinha era intimidade. E também para ficar mais próxima do outro lugar de sonhos, a horta-jardim. Pois os jardins ficavam atrás. Lá estavam os manacás, o jasmim do imperador, as jabuticabeiras, laranjeiras e hortaliças. Era fácil sair da cozinha para colher xuxús, quiabo, abobrinhas, salsa, cebolinha, tomatinhos vermelhos, hortelã e, nas noites frias, folhas de laranjeira para fazer chá.

Ah! Como a arquitetura seria diferente se os arquitetos conhecessem também os mistérios da alma! Se Niemeyer tivesse feito terapia, Brasília seria outra. Brasília é arquitetura de arquitetos sem alma. Se eu fosse arquiteto minhas casas seriam planejadas em torno da cozinha. Das coisas boas que encontrei nos Estados Unidos nos tempos em que lá vivi estava o jeito de fazer as casas: a sala de estar, a sala de jantar, os livros, a escrivaninha, o aparelho de som, o jardim, todos integrados num enorme espaço integrado na cozinha. Todos podiam participar do ritual de cozinhar, enquanto ouviam música e conversavam. O ato de cozinhar, assim, era parte da convivência de família e amigos, e não apenas o ato de comer. Eu acho que nosso costume de fazer cozinhas isoladas do resto da casa é uma reminiscência dos tempos em que elas eram lugar de cozinheiras negras escravas, enquanto as sinhás e sinhazinhas se dedicavam, em lugares mais limpos, a atividades próprias de dondocas como o ponto de cruz, o frivolité, o crivo, a pintura e a música. Se alguém me dissesse, arquiteto, que o seu desejo era uma cozinha funcional e prática, eu imediatamente compreenderia que nossos sonhos não combinavam delicadamente me despediria e lhes passaria o cartão de visitas de um arquiteto sem memórias de cozinhas de Minas.

As cozinhas de fogão de lenha não resistiram ao fascínio do progresso. As donas de casa, em Minas, por medo de serem consideradas pobres, dotaram suas casas de modernas cozinhas funcionais, onde o limpíssimo e apagado fogão a gás tomou o lugar do velho fogão de lenha. As cozinhas, agora, são extensões da sala de visitas. Mas isto é só para enganar. A alma delas continua a morar nas cozinhas velhas, agora transferidas para o quintal, onde a vida é como sempre foi. Lá é tão bom, porque é como já foi.

Eu gostaria de serem muitas coisas que não tive tempo e competência para ser. A vida é curta e as artes são muitas. Gostaria de ser pianista, jardineiro, artista de ferro e vidro - talvez monge. E gostaria de ter sido um cozinheiro. Babette, Tita. Meu pai adorava cozinhar. Eu me lembro dele preparando os peixes, cuidadosamente puxando a linha que percorre o corpo dos papa-terras, curimbas, para que não ficassem com gosto de terra. E me lembro do seu rosto iluminado ao trazer para a mesa o peixe assado no forno.

Faz tempo, num espaço meu, eu gostava de reunir casais amigos uma vez por mês para cozinhar. Não os convidava para jantar. Convidava para cozinhar. A festa começava cedo, lá pelas seis da tarde. E todos se punham a trabalhar, descascando cebola, cortando tomates, preparando as carnes. Dizia Guimarães Rosa: "a coisa não está nem na partida e nem na chegada, mas na travessia." Comer é a chegada. Passa rápido. Mas a travessia é longa. Era na travessia que estava o nosso maior prazer. A gente ia cozinhando, bebericando, beliscando petiscos, rindo, conversando. Ao final, lá pelas onze, a gente comia. Naqueles tempos o que já tinha sido voltava a ser. A gente era feliz.

Sinto-me feliz cozinhando. Não sou cozinheiro. Preparo pratos simples. Gosto de inventar. O que mais gosto de fazer são as sopas. Vaca atolada, sopa de fubá, sopa de abóbora com maracujá, sopa de berinjela, sopa da mandioquinha com manga, sopa de coentro... Você já ouviu falar em sopa de coentro? É sopa de portugueses pobres, deliciosa, com muito azeite e pão torrado. A sopa desce quente e, chegando ao estômago, confirma...
A culinária leva a gente bem próximo das feiticeiras. 
Como a Babette (A festa de Babette) e a Tita (Como água para chocolate)... 

(Correio Popular, Caderno C, 19/03/2000.). RUBEM ALVES
Uma deliciosa leitura! Ele é incrível, Rubem Alves...

Dez coisas que toda criança com autismo gostaria que você soubesse




Dez coisas que toda criança com autismo gostaria que você soubesse...


Por Ellen Nottohm 
(tradução livre - Andréa Simon) 


1) Antes de tudo eu sou uma criança. 
Eu tenho Autismo. Eu não sou somente "Autista". O meu autismo é só um aspecto do meu carácter. Não me define como pessoa. Você é uma pessoa com pensamentos, sentimentos e talentos. Ou você é somente gordo, magro, alto, baixo, míope. Talvez estas sejam algumas coisas que eu perceba quando conhecer você, mas isso não é necessariamente o que você é. Sendo um adulto, você tem algum controle de como se auto-define. Se quer excluir 
uma característica, pode se expressar de maneira diferente. Sendo criança eu ainda estou descobrindo. Nem você ou eu podemos saber do que eu sou capaz. Definir-me somente por uma característica, acaba-se correndo o risco de manter expectativas que serão pequenas para mim. E se eu sinto que você acha que não posso fazer algo, a minha resposta naturalmente será: Para que tentar? 


2) A minha percepção sensorial é desordenada. 
Interacção sensorial pode ser o aspecto mais difícil para se compreender o autismo. Quer dizer que sentidos ordinários como audição, olfacto, paladar, toque, sensações que passam desapercebidas no seu dia-a-dia podem ser dolorosas para mim. O ambiente em que eu vivo pode ser hostil para mim. Eu posso parecer distraído ou em outro planeta, mas eu só estou tentando me defender. Vou explicar o porquê uma simples ida ao mercado pode ser um inferno para mim: a minha audição pode ser muito sensível. Muitas pessoas podem estar falando ao mesmo tempo, música, anúncios, barulho da caixa registradora, telemóveis tocando, crianças chorando, pessoas tossindo, luzes fluorescentes. O meu cérebro não pode assimilar todas estas informações, provocando em mim uma perda de controlo. O meu olfacto pode ser muito sensível. O peixe que está à venda na peixaria não está fresco; a pessoa que está perto pode não ter tomado banho hoje; o bebe ao lado pode estar com uma fralda suja; 
o chão pode ter sido limpo com amónia. Eu não consigo separar os cheiros e começo a passar mal. Porque o meu sentido principal é o visual. Então, a visão pode ser o primeiro sentido a ser super-estimulado. A luz fluorescente não é somente muito brilhante, ela pisca e pode fazer um barulho. O quarto parece pulsar e isso machuca os meus 
olhos. Esta pulsação da luz cobre tudo e distorce o que estou vendo. O espaço parece estar sempre mudando. Eu vejo um brilho na janela, são muitas coisas para que eu consiga me concentrar. O ventilador, as pessoas andando de um lado para o outro... Tudo isso afeta os meus sentidos e agora eu não sei onde o meu corpo está neste espaço. 


3) Por favor, lembre de distinguir entre não poder (eu não quero fazer) e eu não posso (eu não consigo fazer)
Receber e expressar a linguagem e vocabulário pode ser muito difícil para mim. Não é que eu não escute as frases. É que eu não te compreendo. Quando você me chama do outro lado do quarto, isto é o que eu escuto "BBBFFFZZZZSWERSRTDSRDTYFDYT João". Ao invés disso, venha falar comigo 
directamente com um vocabulário simples: "João, por  favor, coloque o seu livro na estante. Está na hora de almoçar". Isso me diz o que você quer que eu faça e o que vai acontecer depois. Assim é mais fácil para compreender. 


4) Eu sou um "pensador concreto" (CONCRETE THINKER). O meu pensamento é concreto, não consigo fazer abstracções. 
Eu interpreto muito pouco o sentido oculto das palavras. 
É muito confuso para mim quando você diz "não enche o saco", quando o que você quer dizer é "não me aborreça". Não diga que "isso é moleza, é mamão com açúcar" quando não há nenhum a mamão com açúcar por perto e o que você quer dizer é que isso é algo fácil de 
fazer. Gírias, piadas, duplas intenções, paráfrases, indirectas, sarcasmo eu não compreendo. 


5) Por favor, tenha paciência com o meu vocabulário limitado. 
Dizer o que eu preciso é muito difícil para mim, quando não sei as palavras para descrever o que sinto. Posso estar com fome, frustrado, com medo e confuso, mas agora estas palavras estão além da minha capacidade, do que eu possa expressar. Por isso, preste atenção na linguagem do meu corpo (retração, agitação ou outros sinais de que algo está errado). 
Por um outro lado, posso parecer como um pequeno professor ou um artista de cinema dizendo palavras acima da minha capacidade na minha idade. Na verdade, são palavras que eu memorizei do mundo ao meu redor para compensar a minha deficiência na linguagem. Por que eu sei exatamente o que é esperado de mim como resposta quando alguém fala comigo. As palavras difíceis que de vez em quando falo podem vir de livros, TV, ou até mesmo serem palavras de outras pessoas. Isto  é chamado de ECOLALIA. Não preciso compreender o 
contexto das palavras que estou usando. Eu só sei que devo dizer alguma coisa. 2 / 2 


6) Eu sou muito orientado visualmente porque a linguagem é muito difícil para mim. 
Por favor, mostre-me como fazer alguma coisa ao invés de simplesmente me dizer. 
E, por favor, esteja preparado para me mostrar muitas vezes. Repetições consistentes ajudam-me a aprender. Um esquema visual ajuda-me durante o dia-a-dia. Alivia-me do stress de ter que lembrar o que vai acontecer. Ajuda-me a ter uma transição mais fácil entre uma atividade e outra. Ajuda-me a controlar o tempo, as minhas atividades e alcançar as suas expectativas. Eu não vou perder a necessidade de ter um esquema visual por estar 
crescendo. Mas o meu nível de representação pode mudar. Antes que eu possa ler, preciso de um esquema visual com fotografias ou desenhos simples. Com o meu crescimento, uma combinação de palavras e fotos pode ajudar mais tarde a conhecer as palavras. 


7) Por favor, preste atenção e diga o que eu posso fazer ao invés de só dizer o que eu 
não posso fazer. 
Como qualquer outro ser humano não posso aprender em um ambiente onde sempre me sinta inútil, que há algo errado comigo e que preciso de "CONSERTO". Para que tentar fazer alguma coisa nova quando sei que vou ser criticado? 
Construtivamente ou não é uma coisa que vou evitar. Procure o meu potencial e você vai encontrar muitos! Terei mais que uma maneira para fazer as coisas. 


8) Por favor, me ajude com as interacções sociais. 
Pode parecer que não quero brincar com as outras crianças no parque, mas algumas vezes simplesmente não sei como começar uma conversa ou entrar na brincadeira. Se você pode encorajar outras crianças a me convidarem a jogar futebol ou brincar com carrinhos, talvez eu fique muito feliz por ser incluído. Eu sou melhor em brincadeiras que tenham atividades com estrutura começo-meio-fim. Não sei como "LER" expressão facial, linguagem corporal 
ou emoções de outras pessoas. Agradeço se você me ensinar como devo responder socialmente. Exemplo: Se eu rir quando Sandra cair do escorrega não é que eu ache engraçado. É que eu não sei como agir socialmente. 
Ensine-me a dizer: "você esta bem?". 


9) Tente encontrar o que provoca a minha perda de controlo. 
Perda de controlo, "chilique", birra, má-criação, escândalo, como você quiser chamar, eles são mais horríveis para mim do que para você. Eles acontecem porque um ou mais dos meus sentidos foi estimulado ao extremo. Se você conseguir descobrir o que causa a minha perda de controle, isso poderá ser prevenido - ou até evitado. Mantenha um diário de horas, lugares pessoas e atividades. Você encontrar uma sequência pode parecer difícil no começo, 
mas, com certeza, vai conseguir. Tente lembrar que todo comportamento é uma forma de comunicação. Isso dirá a você o que as minhas palavras não podem dizer: como eu sinto o meu ambiente e o que está acontecendo dentro dele. 


10) Se você é um membro da família me ame sem nenhuma condição. 
Elimine pensamentos como  "Se ele pelo menos pudesse…" ou "Porque ele não pode…" Você não conseguiu atender a todas as expectativas que os seus pais tinham para você e você não gostaria de ser sempre lembrado disso. Eu não escolhi ser autista. Mas lembre-se que isto está acontecendo comigo e não com você. Sem a sua ajuda as minhas hipóteses de alcançar uma vida adulta digna serão pequenas. Com o seu suporte e guia, a possibilidade é maior do que você pensa. 


Eu prometo: EU VALHO A PENA. 


E, finalmente três palavras mágicas: Paciência, Paciência, Paciência.  


Ajuda a ver o meu autismo como uma habilidade diferente e não uma incapacidade. Olhe por cima do que você acha que seja uma limitação e veja o presente que o autismo me deu. Talvez seja verdade que eu não seja bom no contato olho-no-olho e conversas, mas você notou que eu não minto, roubo em jogos, fofoco com as colegas de classe ou julgo outras pessoas? É verdade que eu não vou ser um Ronaldinho "Fenômeno" do futebol. 
Mas, com a minha capacidade de prestar atenção e de concentração no que me interessa, eu posso ser o próximo Einstein, Mozart ou Van Gogh (eles também tinham Autismo), uma possível resposta para Alzheimer, o enigma da vida extraterrestre, etc. - O que o futuro tem guardado para crianças autistas como eu, está no próprio futuro. 
Tudo que eu posso ser não vai acontecer sem você sendo a minha Base. 


Pense sobre estas "regras" sociais e se elas não fazem sentido para mim, deixe de lado. Seja o meu protector seja o meu amigo e nós vamos ver ate onde eu posso ir. 


CONTO COM VOCÊ!!! 


Retirado do site: http://www.autimismo.com.br/
http://www.mp.ro.gov.br/c/document_library/get_file?p_l_id=2246405&folderId=2247543&name=DLFE-57696.pdf

As sombras... Novas esperanças para o tratamento da Síndrome de Rett


As sombras dos objectos prejudicam o processamento visual dos autistas.

Escrito por:: 


Já se sabia que crianças autistas têm dificuldades para processar imagens. Elas acham, por exemplo, mais difícil compreender expressões faciais que crianças sem autismo. Agora, um estudo publicado na revista “Plos ONE” mostra que a presença de sombras em objectos também prejudica o processamento visual em autistas.
a_autismo.jpgUmberto Castiello, da Universidade de Pádua (Itália) e colaboradores compararam a habilidade de 20 crianças com autismo e 20 crianças sem autismo reconhecerem objectos desenhados com ou sem sombras.
Castiello e o seu grupo descobriram que crianças com autismo nomeavam os objectos sem sombra mais rapidamente e os objectos com sombra mais lentamente que crianças sem autismo.
Segundo Castiello, crianças sem autismo ligam os objectos e as suas sombras de uma maneira que facilita o reconhecimento de objectos. Quando essas crianças vêem imagens com sombras inconsistentes com o objecto, por exemplo um vaso redondo com uma sombra triangular, o tempo para nomear o objecto é maior do que quando a sombra é consistente com o objecto.
Para crianças com autismo, contudo, faz pouca diferença se as sombras são consistentes com o objecto ou não.
Uma possível aplicação do resultado é o uso de salas de aula mais bem iluminadas para que as turmas de autistas tenham menos distracções.
A parte e o todo
De acordo com Uta Frith, psicóloga especializada em autismo do University College of London (Reino Unido), os resultados concordam com a teoria de que autistas não utilizam o contexto em torno de um objecto (no caso, as sombras) para ajudar a interpretar dados visuais.
De maneira mais geral, os autistas parecem prestar mais atenção às partes do que ao todo. Frith nota que as crianças com autismo gostam de montar quebra-cabeças, mas, ao contrário de crianças sem autismo, não mostram interesse na figura final.
Fonte: Em Sergipe – 28/05/2010

Novas esperanças para o tratamento da Síndrome de Rett


Um estudo dirigido pelo biólogo brasileiro Alysson Muotri e publicado recentemente na revista científica “Cell” renova as esperanças para o tratamento da síndrome de Rett, um dos tipos de autismo, doença que atinge milhões de pessoas em todo o mundo.
a_autismo.jpgCom a ajuda de outros dois pesquisadores brasileiros, Cassiano Carromeu e Carol Marchetto, o neurologista Alysson Muotri conseguiu provar que é possível reverter um neurónio “autista” num neurónio normal. Para isso, foi utilizada uma técnica desenvolvida em laboratório com remédios que, pelo menos por enquanto, não podem ser testados em seres humanos.
A revelação de que neurónios autistas, que têm um núcleo menor e ramificações mais curtas que dificultam a “comunicação” entre os neurónios, podem ser corrigidos através do uso de substâncias que reprogramam a célula, cria a perspectiva de se desenvolver tratamentos para combater uma doença ainda muito estigmatizada pela sociedade.
Procedimento da pesquisa
Para entender o cérebro de um autista, eles colectaram pedaços de pele de quatro crianças com a doença e de cinco sem ela. No laboratório, separaram as células da pele e reprogramaram-nas para se tornarem neurónios.
Resultado: viram que os núcleos das células de crianças com autismo eram maiores e as ramificações de ligação com outros neurónios eram mais curtas e em menor número do que nas crianças sem o transtorno.
O próximo passo foi tentar resolver os problemas dos neurónios com sinais da doença. Os pesquisadores recorreram a diversos remédios. Um deles funcionou, deixando o neurónio normal. Isso deu esperanças de que o autismo possa ser curado.
Se foi possível alterar uma célula, é possível alterar todos os neurónios do cérebro, dizem os pesquisadores. A questão é que o remédio foi eficiente para tratar uma célula em laboratório. Em doses maiores traz efeitos colaterais graves.
“O grande desafio agora é fazer uma triagem de novas drogas na esperança de conseguir descobrir um novo remédio que seja menos tóxico e que surta muito mais efeito do que o que nós temos hoje como prova de princípio. Mas tudo pode acontecer. Pode ser que nós tenhamos feito uma descoberta fenomenal e as coisas acelerem muito mais”, finalizou Alysson.
O que é o autismo?
O autismo é descrito como uma síndrome comportamental com causas múltiplas, decorrente de um distúrbio de desenvolvimento. É caracterizado por déficit na interação social, ou seja, inabilidade para se relacionar com o outro, usualmente combinado com déficit de linguagem e alterações de comportamento. Os sinais e os sintomas aparecem antes dos três anos de idade e, em cada 10 mil crianças, de quatro a cinco apresentam a doença, com predomínio em indivíduos do sexo masculino.
Fonte: Saúde Plena – 24/11/2010

Sobre "AUTISMO" O que é Autismo?


O Jogo em Crianças com Transtorno do Espectro Autista



Vejam este vídeo, para saber o que é Autismo

Após seis anos de investigação, Ana Saldanha conseguiu criar um instrumento único que permite avaliar a capacidade de jogo das crianças com autismo. A descoberta valeu-lhe nota máxima com distinção e torna-a a única portuguesa doutorada em Educação Especial.
Autismo2.jpgAos 30 anos, a maioria dos quais agarrados a livros, Ana ostenta um sorriso rasgado e não esconde o orgulho do trabalho realizado. Ontem, segunda-feira, na Universidade da Extremadura, pólo de Badajoz, defendeu durante cinco horas a tese “O Jogo em Crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA): Desenvolvimento de um Instrumento de Avaliação”.
“Este é o fruto de alguns anos de investigação na área do Autismo” assegura Ana, revelando que a tese “surge pela carência de métodos/provas de Avaliação do Jogo Simbólico em Crianças Autistas”. A investigadora acredita e provou que “as crianças com autismo têm capacidade de jogo” apesar de “alguns autores discordarem”.
“Tanto para as crianças com incapacidade como os que não contam com ela, têm direito ao jogo e ao acesso aos brinquedos” explica Ana, admitindo que “os primeiros encontram sérias dificuldades para poder usar muitos dos jogos e brinquedos do mercado”.
Para a recém doutorada, o jogo “permite desenvolver a própria capacidade física e mental, sendo uma fonte de auto afirmação, satisfação e prazer”. O jogar “significa ser activo e preparar-se para a vida adulta”, afiança.
Depois do trabalho desenvolvido com 45 crianças espanholas, o novo instrumento de avaliação de Ana Saldanha permitiu demonstrar que “as crianças com TEA têm capacidade para poder desenvolver o jogo simbólico”, e ainda “comprovar que nesse jogo podem identificar-se dimensões que fazem referência a diferentes habilidades intelectuais específicas”.
A investigadora lembra que “o autismo é uma síndrome que ultimamente tem tido um maior enfoque de investigação”, devido ao facto de “actualmente, surgir nas escolas e nos centros educativos uma quantidade considerável de crianças com esta perturbação”. Mesmo assim, realça “deparamo-nos no dia-a-dia com uma grande dúvida no diagnóstico diferencial, entre autismo e nomeadamente o atraso mental”.
Durante a investigação, dividida entre Portugal e o país que escolheu para estudar, Espanha, Ana percebeu de imediato as grandes diferenças existentes. “Em Espanha trabalha-se em equipa. Os médicos, pediatras, psicólogos e outros especialistas trabalham em conjunto em prol da pessoa e isso não se vê em Portugal”, realça, assegurando que no caso do autismo “é importantíssimo este tipo de união entre todos”.
Defendendo que “a intervenção precoce é fundamental para o futuro das crianças com autismo”, Ana assegura que uma pessoa com autismo “pode ter qualidade de vida e até trabalhar”, basta para isso que “seja ajudada e estimulada”. Reforçando a necessidade de distinguir “autismo de doença mental”, a investigadora acredita que o instrumento de trabalho que desenvolveu permitirá dar mais felicidade aos autistas.
Fonte: Jornal de Notícias – 13/07/2010

Conheça os sinais típicos de autismo


Você conhece os sinais típicos do autismo? Muitos pais, preocupados com a possibilidade de os seus filhos sofrerem deste distúrbio, querem aprender sobre os seus sintomas. Como existem sintomas que prenunciam também outros tipos de condições, nem sempre é fácil diagnosticar o autismo. Este artigo irá discutir alguns dos sintomas mais comuns do autismo.
a_autismo.jpgAversão ao contacto físico
Todos os bebés precisam de ser tocados e amados para um desenvolvimento normal, e na verdade o desejo de ser tocado é um sinal normal nos bebés. Um dos sintomas do autismo é a criança não gostar de ser tocada. Este comportamento pode manifestar-se em crianças de tenra idade, o que é algo bastante perceptível pelos pais. É verdade que há outros sintomas observados em crianças autistas, mas a aversão ao contacto físico está amplamente divulgado. Uma vez que a aversão ao toque humano é tão comum, existem esforços para oferecer meios terapêuticos para ajudar as crianças a serem mais receptivas ao toque. No entanto, ainda vai levar algum tempo até que se possa falar concretamente sobre a sua eficácia. Às vezes uma criança autista tem sentimentos muito fortes sobre a invasão daquilo que consideram o seu espaço.
Desinteresse pela socialização
As crianças autistas têm dificuldade para socializar normalmente ainda muito jovens. As crianças que preferem ficar sozinhas em vez de brincar com as outras, não manifestam vontade de contacto visual e mantêm o afastamento, podem estar a expressar sintomas de autismo. Elas tendem a comunicar-se através de gestos e têm dificuldade em dizer aos outros o que precisam ou querem. Ficam muitas vezes incomodadas ou intimidadas em ambientes com outras crianças. Este comportamento, e as dificuldades de aprendizagem, torna as coisas muito difíceis e leva a que elas sejam geralmente colocadas em classes de educação especial.
Dificuldade de comunicação
É comum uma criança autista não convenientemente diagnosticada ser considerada surda. As crianças autistas podem ter uma forma habitual de falar, mas muitas vezes parecem ignorar a linguagem normal e mantêm-se em silêncio. É por este motivo que é muito comum as crianças autistas serem tidas como surdas, quando estão muito longe disso. Felizmente, este “diagnóstico” já é pouco frequente, devido a uma maior consciência sobre os problemas do autismo. As crianças com autismo são capazes de receber educação, mas devem frequentar aulas especiais que atendam às suas habilidades específicas de comunicação.
Não existem sintomas específicos do autismo; existem crianças autistas com tipos variados de sintomas e vários graus de gravidade. Embora tenhamos apresentado alguns sintomas comuns do autismo, é difícil generalizar sobre este transtorno, porque ele manifesta-se de muitas formas diferentes. A forma de tratamento dada, ou sugerida, para cada caso de autismo, depende da severidade da doença. Contudo, ainda não existe consenso sobre as causas do autismo e, assim, há divergências sobre o seu tratamento.
Fonte: Lo’n Article Directory – 09/10/2010


A eficácia das SSRIs no combate ao autismo



A eficácia das SSRIs no combate ao autismo


Embora os antidepressivos sejam vulgarmente receitados às pessoas com autismo, são limitadas as evidências de que este procedimento beneficie os adultos. Quanto às crianças com esta desordem, não existe nenhum estudo que garanta que estes medicamentos sejam eficazes.
a_autismo.jpgA análise, relatada na Cochrane Database of Systematic Reviews, vem reforçar as dúvidas sobre a aplicação no autismo de antidepressivos conhecidos como inibidores selectivos da recaptação da serotonina (SSRI – selective serotonin reuptake inhibitor).
No ano passado, um estudo financiado pelo governo dos EUA constatou que a SSRI citalopram (Celexa), tinha um mero efeito placebo na melhoria dos comportamentos repetitivos em crianças com autismo. Na época, os especialistas manifestaram surpresa com a falta de benefícios do Celexa, e disseram que os resultados mostram a necessidade de comparar os testes feitos com antidepressivos com os resultados registados na aplicação de um placebo nestas crianças.
Assim, os investigadores confrontaram os resultados obtidos no estudo Celexa com os dados recolhidos em seis ensaios clínicos, de dimensão muito menor, registados na literatura médica.
Em geral, eles não encontraram nenhuma evidência de que os SSRI fossem melhores do que os placebos para melhorar os comportamentos repetitivos ou outros sintomas em crianças com autismo. E só havia evidências limitadas de dois pequenos estudos clínicos que mostraram melhorias em alguns aspectos, como ansiedade, depressão e outros, mas em adultos autistas.
De acordo com os pesquisadores, liderados pelo Dr. Katrina Williams, um pediatra da Universidade de New South Wales e Sydney Children’s Hospital (Austrália), não há uma base sólida que sustente a recomendação do uso rotineiro de SSRIs no tratamento de autismo. Por outro lado, os pesquisadores também não recomendam que se pare o tratamento das pessoas com autismo que já estão a ser medicadas com SSRIs.
Actualmente, não existem medicamentos específicos aprovados para o tratamento de distúrbios do espectro autista (ASDs – autism spectrum disorders), um grupo de transtornos de desenvolvimento que dificultam a capacidade das pessoas de se comunicar e construir relacionamentos. As condições variam de casos graves de autismo clássico até à relativamente branda síndrome de Asperger.
Terapias comportamentais e educacionais que visam o social, o desenvolvimento e os problemas de comunicação são a base do tratamento do autismo. Mas as SSRIs são muitas vezes prescritas para ajudar em alguns sintomas; estima-se que até 40% das crianças com autismo têm sido tratadas com antidepressivos. Nos EUA, foram aprovados três SSRIs para crianças com mais de sete anos: sertraline (Zoloft), fluoxetine (Prozac) and fluvoxamine (Luvox).
Uma das razões para o uso de SSRIs em ASDs é que as drogas podem ser eficazes contra a ansiedade e o transtorno obsessivo-compulsivo, condições cujas características são semelhantes a alguns comportamentos observados no autismo. Por exemplo, comportamentos repetitivos – como a repetição de determinadas palavras ou acções, ou um comportamento obsessivamente rotineiro – são características principais do autismo.
Além disso, os SSRIs aumentam os níveis de serotonina cerebral. Segundo o Dr. Williams, atribui-se à serotonina a capacidade de alterar o sono, o humor, a agressividade e outros processos cerebrais, cujas alterações são frequentemente verificadas no autismo. Mas foram poucos os ensaios clínicos para testar a eficácia no tratamento do autismo em crianças e adultos. Williams e os seus colegas encontraram apenas sete pequenos ensaios clínicos de curto prazo, nos quais foram aleatoriamente aplicadas SSRIs e placebos para comparação.
O estudo Celexa, o maior de todos, incluía 149 crianças com ASDs, que foram administradas com SSRIs ou com um placebo durante três meses. Em cada grupo, aproximadamente um terço das crianças mostraram melhorias nos comportamentos repetitivos durante o período de estudo, sem nenhuma vantagem do antidepressivo. Nenhum dos outros estudos, sendo o maior feito com 39 crianças, teve duração superior a três meses.
De uma maneira geral, os cinco estudos que se centraram sobre crianças e adolescentes não mostraram benefícios no tratamento por SSRIs, de acordo com os pesquisadores; os ensaios testaram os medicamentos fluoxetina, fluvoxamina, e, nos dois estudos mais antigos, fenfluramina – um medicamento que já foi retirado do mercado nos EUA.
Dois dos estudos, um com fluoxetina e outro com fluvoxamina, incluíram adultos. Nestes ensaios clínicos notou-se alguma eficácia nos pacientes que tomaram SSRIs no que diz respeito a comportamentos obsessivos, ansiedade, depressão e agressividade, em comparação com os que foram administrados com placebo. No entanto, os estudos foram pouco abrangentes (6 e 30 participantes) e de curta duração (8 a 12 semanas).
Além disso, os SSRIs podem ter efeitos secundários, e as preocupações sobre estes efeitos são maiores em crianças e adolescentes. No estudo com citalopram, uma das crianças desenvolveu sintomas de apreensão que obrigaram a hospitalização, e continuou a ter crises depois de ter parado de tomar citalopram. As crianças que tomavam este medicamento apresentaram maiores níveis de comportamento compulsivo, problemas de sono e dificuldades de concentração, do que as que tomavam o placebo de controlo.
Quanto a efeitos secundários, segundo a equipa de Williams, não foram verificados nas crianças que tomara Prozac; nas que tomaram Luvox, as informações recolhidas foram escassas.
Dada a falta de eficácia e o potencial de efeitos secundários, os SSRIs não são recomendados para crianças com autismo, dizem os pesquisadores. No caso dos adultos, Williams informa que há “informação preliminar que sugere eficácia” no alívio da depressão, da ansiedade, do comportamento obsessivo-compulsivo e da agressão”. A decisão de receitar um SSRI a um adulto com autismo deve ser feita caso a caso, de acordo com Williams. Assim, existirão pessoas com autismo cujo tratamento com SSRIs esteja a ser benéfico.
Williams conclui que “as crianças e os adultos que estejam a ser medicados com SSRIs (ou outro antidepressivo), apresentem melhoras nos sintomas para os quais foram prescritos e não existam efeitos secundários, eles devem continuar com a medicação”.
De acordo com Williams, são necessários maiores e bem conduzidos testes com SSRIs no tratamento do autismo, incluindo ensaios com SSRIs que ainda não foram postos à prova em ensaios clínicos, mas que estão a ser prescritos a pessoas com autismo, como são os casos de sertralina e paroxetina (Paxil). Estes estudos servirão para os investigadores descobrirem se certos subgrupos de pessoas com autismo respondem melhor do que outros aos SSRIs.