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quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

A temida mancha de desodorante

A temida mancha de desodorante




Os desodorantes são feitos para perfumar o corpo e eliminarem as bactérias causadoras do mau cheiro; e os produtos antitranspirantes têm também a função de bloquear a saída do suor. Um dos problemas ocasionados pelo uso de ambos são as desagradáveis manchas que podem impregnar e marcar as roupas. 
A seguir, você confere como evitar tais manchas e como lavar as roupas já marcadas.
Segundo Alice Lobo Siqueira, médica especialista em Dermatologia clínica, cirúrgica e estética pela USP, a produção de suor é influenciada por diversos fatores, além da temperatura corporal. "Diversas situações podem influenciar a sudorese, como estresse, alterações metabólicas (hipertireoidismo, hipoglicemia, menopausa), uso de alguns medicamentos e até mesmo certos alimentos (alho, cebola, café, álcool) em excesso", aponta.
No entanto, a dermatologista esclarece que o suor por si só, não tem cheiro.
"Os odores desagradáveis surgem quando o suor é exposto à ação de bactérias e fungos. Isso é potencializado em locais quentes, úmidos e ocluídos, como as axilas", explica Alice.
Como evitar as temidas manchas deixadas pelo desodorantes e antitranspirantes?
"As manchas brancas, que vemos quando usamos roupas escuras, podem ser evitadas escolhendo um produto transparente. No rótulo, geralmente vem escrito que evita manchas brancas", explica a dermatologista. Outra queixa frequente são as manchas amareladas. "Essa manchas aparecem nas regiões de contato com as axilas nas roupas brancas e são causadas pelo uso do antitranspirante e não pelo suor isoladamente", esclarece Alice. As temidas manchas amarelas podem ser evitadas, com o uso do desodorante sem antitranspirante, no entanto, a transpiração não diminuirá.
Mas se você apresenta suor em excesso e não abre mão do uso de antitranspirantes, saiba como usar o produto adequadamente, minimizando o "efeito manchas amarelas": "Primeiramente, devemos secar bem as axilas, espalhar o produto uniformemente, evitando o uso de quantidade excessiva. Espere as axilas secarem antes de se vestir e nunca aplique o produto diretamente na roupa", aconselha a dermatologista Alice Lobo.
Segundo Ricardo Monteiro, gerente operacional da Quality Lavanderia, "os tecidos de algodão e os tecidos de poliéster são os mais propensos a ficarem amarelados e tais manchas são uma das mais difíceis de serem retiradas". Para tentar removê-las, a primeira dica é lavar a roupa o mais rápido possível.
"Outra dica importante para manchas recentes é utilizar um detergente neutro, aquele mesmo de cozinha, que usamos para lavar a louça. Você passa o detergente neutro puro, esfrega suavemente e depois realiza a lavagem habitual. Isso vai ajudar a minimizar a mancha e em alguns casos, até removê-la", explica Monteiro. O gerente ressalta que se as roupas estiverem muito amareladas e até enrijecidas na região da axila, tal lavagem não será eficaz.

O que fazer com as roupas depois das festas?

O que fazer com as roupas depois das festas?




Você usou uma roupa de festa apenas uma vez, tomou um super cuidado com ela e, quando chegou em casa, guardou a peça cuidadosamente no armário. Meses depois, quando decidiu usá-la novamente, encontrou manchas onde não havia nenhuma sujeira aparente e até pequenos furos apareceram na roupa! Isso já aconteceu com você?

Para que isso não aconteça, não tem jeito: usou, é preciso lavar. “O que acontece é que resíduos de suor, desodorante, perfume ou mesmo alguma coisa que pingue na roupa atrai fungos, que danificam o tecido”, informa Denice Conrad, diretora industrial da Restaura Jeans.

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Ela comenta que é muito comum aparecerem camisas masculinas manchadas no colarinho, punhos e axilas, justamente porque foram usadas por poucas horas e não foram corretamente lavadas. “Gravatas também são danificadas, porque alimentos pingam nelas, os homens limpam na hora, com um guardanapo, a sujeira aparente sai, mas ficam resíduos imperceptíveis, que com o tempo cria o bolor que danifica o produto”, lamenta a diretora.

Denice dá algumas dicas para conservar roupas de festa:

- Nunca coloque-as na máquina de lavar, mesmo nas que indicam limpeza delicada. Isso porque os tecidos dessas peças são mais nobres e finos e tendem a esgarçar e rasgar. O ideal é mandar as peças à lavanderia, que possui equipamentos e produtos químicos adequados a cada tecido.

- Você sabe como fazer um teste de desbotamento de tecido? Não? Então, nem pense em lavar ‘só aquele pedacinho em que caiu um alimento’. Caso você molhe e esfregue o tecido, ele pode desbotar, criando uma mancha esbranquiçada no local, que danificará permanentemente a peça. Nesse caso, é melhor recorrer à lavanderia.

- A maior parte das pedras usadas em bordados, as linhas e os brilhos não se danificam na lavagem. Porém, alguns fabricantes, ao invés de costurar as peças, as colam sobre o tecido de maneira inadequada. Quando você resolve lavar a pela por imersão em água, as pedras descolam. É melhor, portanto, na hora da compra, certificar-se de que a peça pode ser lavada.

 - Na hora de guardar as roupas, tire-as do saco plástico enviado pelas lavanderias (que apenas as protegeram na hora do transporte) e coloque-as em capas de tecido para que elas recebam ar, mas não poluentes ou luz.

- Não guarde as peças dobradas, mas estendidas em cabides, para que elas não fiquem marcadas. Preferencialmente, coloque-as do avesso.


Como cuidar dos bichinhos de pelúcia e bonecas de pano?

Como cuidar dos bichinhos de pelúcia e bonecas de pano?


Mamães e papais adoram enfeitar os quartos dos seus nenéns com brinquedos de tecido. Além de serem uma boa companhia para os bebês, eles ajudam a dar uma aparência mais "leve" para o ambiente. O problema é que não cuidar devidamente desses brinquedos, pode acarretar problemas alérgicos graves nas crianças.
Essas complicações alérgicas são causadas pelo acúmulo de pó doméstico, ácaros, pelos de animais domésticos, entre outros. Os adorados brinquedos, então, acabam se tornando vilões no controle da asma e da rinite alérgica. O otorrinolaringologista Gustavo Ribeiro Pifaia aconselha que os pais só deixem um ou dois brinquedos nos quartos das crianças e que estes sejam reservados para lavagem a cada uma ou duas semanas.
Gustavo explica que não há uma idade específica para que haja o contato dos brinquedos com as crianças, mas que é aconselhável que no momento da compra os pais optem por produtos hipoalergênicos pois minimizam os riscos de reações alérgicas -, com menos pelos e fácil para higienização.

Como limpar?
Na hora da limpeza é necessário utilizar água corrente e sabão neutro, já que alguns tipos de sabões podem piorar a alergia/asma. O otorrino aconselha que os bonecos e bichinhos que não estiverem sendo usados sejam guardados em recipientes fechados ou sacos plásticos para protegê-los do acumulo de pó/poeira.

Mantenha os brinquedos conservados
O otorrinolaringologista explica que para manter os brinquedos conservados, sem causar problemas de saúde, é necessário deixá-los sempre limpos, lavá-los com uma periodicidade quinzenal e deixá-los expostos ao sol.

Lei Federal proíbe que itens de uso coletivo sejam exigidos lista escolar

Lei Federal proíbe que itens de uso coletivo sejam exigidos lista escolar



Por Redação Yahoo! Brasil | Guia do Bolso – 8 horas atrás

Como montar uma horta caseira com seus filhos

Como montar uma horta caseira com seus filhos




Muito se fala em educação ambiental para as crianças, preservação da natureza e sustentabilidade, mas como fazer com que os pequenos tenham a real noção disso tudo? Uma estratégia é colocar em prática algo que a criançada só conhece pelos livros e um caminho é montar uma horta caseira. Já pensou nisso?
De acordo com o engenheiro agrônomo Antonio Carlucci Neto, é importante efetuar um trabalho de conscientização sobre os benefícios dos alimentos por meio do diálogo e mostrar aos pequenos como a ideia de se ter uma horta pode ser interessante e divertida. "Tal dinâmica fará com que eles se interessem pelas plantas, aprendam como e quanto tempo demoram para crescer e, assim, passem também a respeitar outros tipos de vegetação, como árvores e plantas ornamentais, e entender que preservar a natureza é fundamental para a sobrevivência de todos nós", diz ele.
A professora de Agronomia da Fei/Fafam Silvelena Vanzolini Segat o informa que essa atividade fomenta na criança a curiosidade, o bem-estar em aprender, em interagir com a terra, com a planta, em cuidar e ainda sentir de perto a educação ambiental. "Desenvolve o ato de responsabilidade (semear, transplantar, regar, solucionar problemas: tirar "insetinhos", folhas com manchas) e promove maior contato dos membros da família (ensina a trabalhar em equipe, planejar, organizar). A criança aprende que é preciso cuidar para produzir, que é possível produzir seu alimento sem produtos que contaminam o meio ambiente (agrotóxicos), que a própria família pode ter alimentos saudáveis a baixo custo apenas dedicando um pouco de seu tempo à convivência familiar e aos cuidados com a terra e as plantas", diz ela.

O que pode ser plantado em casa?
Carlucci afirma que o cultivo em casa pode ser variado devido ao espaço reservado à horta caseira. "Minha recomendação de cultivo em residências com jardim é alface, salsinha, cebolinha, rúcula, cenoura e outras folhosas, mas também cenoura, beterrabas etc. Já em ambientes pequenos, que requer o uso de recipiente, o melhor são as folhosas como o alface, o almeirão, rúcula e outras" esclarece. 
O preço para se montar uma horta caseira varia bastante, ficando em torno de R$ 60, mas de maneira geral não há grandes custos, é algo bem acessível.
Passo a passo para montar a horta caseira
Agora que você já sabe o que pode ser plantado em casa e os custos que se tem para isso, é hora de colocar mãos à obra. Carlucci explica o passo a passo:
1) Escolha do local: deve ser ensolarado, ter acesso à água de boa qualidade, ter solo bem drenado, local protegido de ventos fortes e frios, cercado etc. Hortaliças a serem cultivadas: depende do tamanho da área, da localização da área e de suas características, da disponibilidade de tempo e de recursos. Preferir: hortaliças mais rústicas (cultivares adaptadas ao tipo de cultivo e época do ano), plantio em época mais adequada e favorável à planta e menores exigências culturais; 
2) Ferramentas necessárias: enxada, pá, regador, mangueira, pulverizador manual etc;
3) Preparo dos canteiros: limpeza, drenagem, dimensionamento (largura de até 1 m e distancia de 40-50 cm entre canteiros para facilitar acesso);
4) Marcação dos canteiros e cercadura;
5) Preparo de terra: cavar os canteiros até uma profundidade de 15-20 cm, quebrar torrões, catar pedras etc;
6) Adubação e incorporação: necessariamente usar adubação orgânica, 25-30 dias antes do plantio misturar bem o esterco com a terra (15-20 litros de esterco de curral por m 2 de canteiro ou 5 litros de esterco de galinha por m 2 de canteiro), pode usar adubação mineral (200 gramas de superfosfato simples e 40 gramas de cloreto de potássio por m 2 de canteiro ou 250 gramas da formula 4-14-8 por m 2);
7) Acabamento final: acertam-se corretamente os canteiros para semeio. Semeio direto ou produção das mudas: para horta doméstica melhor adquirir muda formada de produtor (casas especializadas vendem) ou sementes (casas do ramo, supermercados, etc.). Mudas formadas em recipientes diversos: alface, beterraba, berinjela, cebola, chicória, couve-flor, pimentão, pepino, abobrinha, quiabo, tomate, espinafre, cebolinha, repolho, etc. Semeadura direta (no local definitivo): em sulcos (almeirão, rúcula, cenoura, salsa, rabanete etc) ou em em covas (abóbora, moranga, ervilha, feijão-vagem, quiabo). Espécies propagadas por mudas e, ou, semeadura direta: abobrinha, pepino, quiabo, beterraba, etc.
8) A produção de hortaliças pode ser feitas em recipientes: vasos, sacos plásticos, latas, tubos cortados de plásticos, pneu cortado. Devem estar em local arejado e com luz e ter pequenos furos para escoar a água e devem ser colocados sobre suportes para facilitar a saída da água. Em recipientes de pelo menos 20-25 cm de altura pode ser plantado: alface, rúcula, chicória, agrião, cenoura, coentro, espinafre, morango, salsa. Em maiores de 30-50 cm de altura e pelo menos 20 a 30 de diâmetro: jiló, berinjela, couve, couve-brócolis, couve-flor, repolho, feijão-vagem, pepino, quiabo, tomate.
9) Usar metade do volume do recipiente de terra e metade de esterco curtido e para cada 20 litros dessa mistura: usar 50 gramas da fórmula 10-10-10 (alface, cebolinha, rúcula, coentro, salsa, etc.), 50 gramas da fórmula 10-10-05 (beterraba, couve-flor, cenoura, repolho, etc.), 50 gramas da fórmula 04-14-08 (tomate, pimentão, pepino, etc.)

Principais cuidados com a horta caseira
Além do preparo da terra, os principais cuidados são: regar sempre que necessário sem encharcar o solo, adubar de acordo com a recomendação do fabricante do fertilizante, retirar plantas daninhas (matos) e não expor demais ao sol ( o ideal é 30% de sombreamento), de acordo com Carlucci.
A professora destaca que hortaliças têm ciclo de produção curto e precisam de luz, muita matéria orgânica/adubo (alimento) e água de boa qualidade. 

Bom exemplo se aprende em casa

Bom exemplo se aprende em casa


Pais são modelos e suas atitudes influenciam no comportamento dos filhos; assumir erros e aprender com as crianças é educativo, diz psiquiatra infantil



“Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. Como confiar em alguém que dá um conselho, mas não o pratica? E se essa pessoa for o pai ou a mãe? Neste caso, a expressão popular perde todo o sentido. Afinal, não há como exigir que uma criança siga o caminho socialmente correto, se o seu exemplo de vida fizer o contrário. Sim, a conduta dos pais reflete no comportamento dos pequenos.

Segundo a psiquiatra Ivete Gianfaldoni Gattas, o indivíduo que assume o papel de cuidar é o modelo primário, portanto, fundamental para determinar a moral de uma criança. “São a primeira fonte de aprendizado, de imitação e de reforçamento dos comportamentos”, explica a coordenadora da Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

Tratar as pessoas de maneira arrogante, fumar, consumir bebida alcoólica exageradamente, falar palavrão sem pudores ou provocar brigas. Todo e qualquer ato considerado inadequado pode ser copiado pelos filhos, que agem sem culpa, já que são estimulados por seus “heróis”. Isso é o que os especialistas chamam de “comportamento imitativo”.

Quanto mais a criança conviver com um adulto que age de maneira irregular, mais comum será este processo de imitação, revela a psiquiatra. O oposto também é verdadeiro, se o pequeno se cercar de gentilezas, será gentil com o próximo. “O comportamento dos pais, ou de quem faça esta função, é o modelo para a conduta infantil”, garante a médica, que atua na área há quase 30 anos.

Copiando o papai
Com apenas 9 anos, Maria Júlia Chiachiri Ravelli herdou do pai o gosto pelo futebol e por todas as piadas que incrementam o dia seguinte de uma partida vitoriosa. Time de coração: Palmeiras. E basta o “verdão” fazer uma boa campanha para a pequena dedicar a sua agenda às piadinhas de mau gosto com os coleguinhas.

Pouco comum para uma menina, o comportamento chateia os pais. “Um adulto sabe a hora de parar, mas ela ainda é muito nova, não percebe quando está incomodando. Além disso, meu marido não pode ajudar a corrigi-la, porque faz o mesmo. Este conflito me irrita”, confessa a mãe, a jornalista Fabiana Chiachiri.

Por mais confuso que seja para a criança entender que não pode repetir os atos do pai ou que o faz em momentos impróprios, a solução para casos como o da torcedora mirim é mais simples do que parece. “A melhor maneira de este comportamento inadequado ser extinto é ignorando-a quando age desta forma, reforçando comportamentos mais adequados”, sugere a médica.

A especialista sustenta ainda que “uma criança com esta idade (9 anos ou mais), já tem alguma condição de compreender o que é ou não correto diante da sociedade”. Mas, segundo Ivete, os pais e adultos próximos têm papel fundamental na hora de educar. “Primeiro, o próprio pai ou mãe deve mudar”, recomenda. Em outras palavras, não faça o que não quer que seja repetido pelo seu filho. Simples assim.

Quando o bom exemplo vem do filho 
A criança tem muita influência na decisão dos pais, seja na compra de um produto simples ou na escolha de uma viagem de férias. E para garantir uma boa convivência em casa, é comum que uma mãe ceda ao pedido do seu eterno bebê. No caso da comerciante Dolores Rocha, 41 anos, a pressão foi para o seu bem. Ela preferiu parar de fumar a ter de encarar os três filhos que, durante anos, pediram para que ela abandonasse o vício.

“Eles insistiram muito e fiz várias tentativas. Mas, apesar de saber o mal que estava causando à minha saúde, confesso que só parei por eles”, lembra Dolores, ao ressaltar que orientou os filhos a não repetirem o mesmo erro. “Sempre falei que essa era minha principal fraqueza e que era algo muito ruim. Se minha mãe tivesse feito o mesmo, talvez nunca tivesse me aventurado”, admite.

Para a profissional da área, dependendo da idade, os pequeninos têm condições de refletir sobre o que acontece dentro do lar e comparar com outros cenários. “Além do fato de que ter inteligência e informação nos leva a pensar, avaliar e julgar, nada impede que, apesar de um determinado comportamento ocorrer em casa, não possa ser avaliado como inadequado por uma criança”. 

Ensinamentos do mundo moderno
Cuidar do meio ambiente está na moda. O tema, que ganhou espaço nos programas de televisão e nas prateleiras das bibliotecas, também está nas salas de aula. Exemplos de “como cuidar do mundo” estão partindo dos próprios filhos, que aprendem na escola a importância de economizar água, reciclar e preservar a natureza. E é normal que estas orientações sejam levadas para o ambiente familiar.

Também é comum que os pais sejam advertidos se jogarem um papel no chão. Em situações parecidas, o melhor é assumir o erro. “Admitir e tentar corrigir é educativo para os filhos. Esses conceitos aprendidos na escola, muitas vezes, não são de hábito das famílias, mas podem ser absorvidos no dia a dia. Isso mostra que crianças podem contribuir com suas ideias para o bem-estar em casa”, conclui a psiquiatra infantil.



Crianças superdotadas, como identificar e lidar com elas

Crianças superdotadas, como identificar e lidar com elas


A inquietude típica pode ser confundida com distúrbios comportamentais; papel dos pais é estimular a alta habilidade dos pequenos propondo novos desafios.


Por Rita Cássia, Especial para o Yahoo! | Yahoo Brasil – segunda, 23 de dez de 

2013  09:14 BRST


Eles são inquietos, críticos, curiosos e perfeccionistas, são seletivos com as amizades, não gostam muito de rotina e dificilmente aceitam regras se não ajudam a criá-las. Conhece alguma criança com este perfil? Então você pode estar convivendo com um superdotado. Um pequeno talentoso que a todo o momento desafia a sabedoria do próprio mestre, mas também pode parecer um ‘rebelde sem causa’.

A capacidade para aprender determinado assunto já é notada na infância, quando é possível perceber o grande interesse da criança por temas discutidos por adultos. Foi assim que a família de Victor Domene Ribeiro dos Santos, hoje com 17 anos, descobriu que ele tinha alto potencial acadêmico. “Com 4 anos, ele leu sozinho; aos 5 anos já contava até mil e sabia a tabuada de trás para frente”, lembra a mãe do estudante, Dulcimara Domene Ribeiro dos Santos, a Mara.

O gosto pelos estudos ficou evidente muito cedo. Quando começou a ir à escola, Victor levava os exercícios da irmã três anos mais velha para solucionar em sala de aula. Nesta idade, aprendeu a falar inglês sem professor, a única ferramenta: seu vídeogame. “Nunca fizemos testes de Q.I. (Quociente de Inteligência), porque não gostamos de rotular; sabemos o quanto isso pesa para uma criança”, avalia Mara.
Victor faz parte das estatísticas da OMS (Organização Mundial da Saúde), a qual estima que entre 3% e 5% da população mundial possui altas habilidades. E o pequeno gênio logo se destacou na escola pública que frequentou até a 4ª série do ensino fundamental. A partir do quinto ano, ganhou bolsa de estudos em instituição particular e começou a cumprir dupla jornada, cursando aulas no contraturno para estimular suas aptidões.

“Aos 9 anos, ele já começou a falar que queria estudar fora do país”, relembra a mãe, com uma certa indecisão na voz, mas que some rapidamente quando pensa no futuro do filho. “Fico com o coração apertado porque sei que ele vai conseguir (passar no vestibular de alguma universidade americana), mas quero o melhor para ele. Sempre o apoiei”, reforça, ao contar que o filho acaba de preparar redação em inglês a fim de ingressar em Harvard, universidade privada e referência nos Estados Unidos.
  
Superdotação não é doença 
Identificar um pequenino com habilidades acima da média para a idade é uma tarefa árdua, requer paciência e muita dedicação, principalmente dos pais, que por falta de conhecimento acabam confundindo os sinais de superdotação com distúrbios comportamentais, déficit de concentração ou hiperativismo. 

Falta de interesse nas aulas e indisciplina dentro da sala de aula podem indicar que a criança tem desenvoltura superior a dos amiguinhos, portanto, não suporta viver naquele ambiente e fica insatisfeita e infeliz. “Um comportamento que para muitos pais e professores é julgado como rebeldia”, explica a pedagoga da Apahsd (Associação Paulista para Altas Habilidades/Superdotação), Ada Cristina Garcia Toscanini.

Segundo a profissional, os pais dificilmente percebem quando a criança é altamente habilidosa. “Ninguém imagina ter um filho superdotado, muito menos sabe lidar com a situação. A mãe e o pai são orientados a buscar tratamentos psicológicos, mas essas terapias comportamentais não dão resultado porque a superdotação não é um problema, nem deve ser tratada como doença”, esclarece.

Ada é professora e terapeuta. Na associação tem um trabalho focado na orientação desses jovens e suas famílias para ajudar a demonstrar como os superdotados devem ser estimulados. “Cerca de 40% das crianças com este perfil chegam medicadas (na sede da entidade). Ou seja, profissionais que não entendem o caso indicam remédios para acalmá-las. Mas não há nada de errado com elas, são perfeitamente normais, somente têm rapidez para aprender”.

A especialista explica que os superdotados geralmente são criativos, desafiam os mais velhos intelectualmente e podem ser persuasivos. “Mas isso não os dá o direito de demonstrar que são superiores aos adultos, porque não são. Estamos falando de crianças, os pais devem manter a autoridade sobre eles”, orienta a educadora. 

Estimule os alto habilidosos 
A curiosidade excessiva sobre determinado assunto também caracteriza um pequeno altamente habilidoso. Para incentivar seu interesse, orienta a professora Ada, é importante que as respostas não venham na mesma velocidade que as perguntas. “É preciso ser objetivo. Se a criança perguntou A, responda A, não a esgote com informações adicionais, o que pode fazê-la perder o interesse”, alerta a profissional.

A falta de estímulo em casa pode causar frustração, um sentimento de não ser compreendido. Para instigar, é preciso propor novos desafios. “Se a criança gosta de quebra-cabeça, deixe-a montar primeiro um; o próximo dê somente se ela pedir. Se ela se sentir saturada, não vai se desenvolver”, exemplifica a terapeuta, ao enfatizar que a curiosidade deste pequeno inteligente deve ser sempre esclarecida. “Esta é a única necessidade de um superdotado”.

Como não há escolas específicas para estes alunos, eles podem se desinteressar pelos estudos por julgar o conteúdo fraco, atrelado a isso vem o baixo rendimento. Mas o professor pode dar a eles atividades complementares, uma lição diferenciada, que o incite a estudar o tema proposto. “Exercícios de fixação desmotivam. Estamos falando de alguém com facilidade em aprender e que estará sempre um passo à frente”, resume a especialista.     

Descobrindo talentos  
A superdotação não escolhe cor, crença ou classe social. Pode ser desenvolvida ou, simplesmente, reprimida, cabe aos pais ou responsáveis buscar instituições que ofereçam atividades extracurriculares para ajudar neste processo. Somente na Associação Paulista para Altas Habilidades/Superdotação são atendidas, em média, 40 crianças por ano com todos os tipos de talento.  

A entidade existe desde 2005, lá as habilidades das crianças são medidas a partir de seus conhecimentos e elas recebem apoio de profissionais das mais diversas áreas. São orientadas a explorar suas aptidões e conviver em sociedade. Deixam o projeto, no máximo, dois anos mais tarde. “Elas saem seguras e integradas socialmente, porque compreendem sua capacidade de aprender e passam a conviver muito bem com as pessoas”, afirma a pedagoga Ada. 

No Brasil, o Ismart (Instituto Social para Motivar, Apoiar e Reconhecer Talentos) busca na rede pública de ensino jovens que apresentam alto potencial acadêmico. Foi por meio do instituto que o jovem Victor Domene, o autodidata que já é fluente nas línguas inglesa e francesa, teve a primeira oportunidade de mostrar seu potencial.  

instituição é uma das opções para os pais que não têm condições financeiras para custear os estudos em um colégio privado. Atualmente, 825 bolsistas participam de programas da unidade, cujo objetivo é prepará-los para a inserção em boas universidades. A intenção é garantir um futuro promissor dentro da área a qual os estudantes se destacam. 

Sonho de gente grande 
A autocrítica e as facilidades em aprender, se expressar e resolver problemas fazem estes pequeninos com habilidades especiais crescer mais rapidamente, do ponto de vista psicológico. É assim a vida de Victor, além do sonho em estudar fora “para buscar novas experiências”, ele já vislumbra carreira sólida nas áreas de engenharia ou ciências da computação. 

Antes de completar maioridade, o estudante está decidido: quer ser o próprio chefe. “Quero ter condição financeira estável e poder ter a minha própria empresa. Quero criar maneiras de ajudar as pessoas a crescer (por meio dos estudos). Tudo isso para retribuir as oportunidades que tive na vida e mostrar às pessoas que investiram em mim que fiz o melhor possível. Sinto isso como uma obrigação”.