Bom exemplo se aprende em casa
Pais são modelos e suas atitudes influenciam no comportamento dos filhos; assumir erros e aprender com as crianças é educativo, diz psiquiatra infantil
Por Rita Cássia, Especial para o Yahoo | Yahoo Mulher – segunda, 2 de dez de 2013 09:29 BRST
“Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. Como confiar em alguém que dá um conselho, mas não o pratica? E se essa pessoa for o pai ou a mãe? Neste caso, a expressão popular perde todo o sentido. Afinal, não há como exigir que uma criança siga o caminho socialmente correto, se o seu exemplo de vida fizer o contrário. Sim, a conduta dos pais reflete no comportamento dos pequenos.
Segundo a psiquiatra Ivete Gianfaldoni Gattas, o indivíduo que assume o papel de cuidar é o modelo primário, portanto, fundamental para determinar a moral de uma criança. “São a primeira fonte de aprendizado, de imitação e de reforçamento dos comportamentos”, explica a coordenadora da Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Tratar as pessoas de maneira arrogante, fumar, consumir bebida alcoólica exageradamente, falar palavrão sem pudores ou provocar brigas. Todo e qualquer ato considerado inadequado pode ser copiado pelos filhos, que agem sem culpa, já que são estimulados por seus “heróis”. Isso é o que os especialistas chamam de “comportamento imitativo”.
Quanto mais a criança conviver com um adulto que age de maneira irregular, mais comum será este processo de imitação, revela a psiquiatra. O oposto também é verdadeiro, se o pequeno se cercar de gentilezas, será gentil com o próximo. “O comportamento dos pais, ou de quem faça esta função, é o modelo para a conduta infantil”, garante a médica, que atua na área há quase 30 anos.
Copiando o papai
Com apenas 9 anos, Maria Júlia Chiachiri Ravelli herdou do pai o gosto pelo futebol e por todas as piadas que incrementam o dia seguinte de uma partida vitoriosa. Time de coração: Palmeiras. E basta o “verdão” fazer uma boa campanha para a pequena dedicar a sua agenda às piadinhas de mau gosto com os coleguinhas.
Pouco comum para uma menina, o comportamento chateia os pais. “Um adulto sabe a hora de parar, mas ela ainda é muito nova, não percebe quando está incomodando. Além disso, meu marido não pode ajudar a corrigi-la, porque faz o mesmo. Este conflito me irrita”, confessa a mãe, a jornalista Fabiana Chiachiri.
Por mais confuso que seja para a criança entender que não pode repetir os atos do pai ou que o faz em momentos impróprios, a solução para casos como o da torcedora mirim é mais simples do que parece. “A melhor maneira de este comportamento inadequado ser extinto é ignorando-a quando age desta forma, reforçando comportamentos mais adequados”, sugere a médica.
A especialista sustenta ainda que “uma criança com esta idade (9 anos ou mais), já tem alguma condição de compreender o que é ou não correto diante da sociedade”. Mas, segundo Ivete, os pais e adultos próximos têm papel fundamental na hora de educar. “Primeiro, o próprio pai ou mãe deve mudar”, recomenda. Em outras palavras, não faça o que não quer que seja repetido pelo seu filho. Simples assim.
Segundo a psiquiatra Ivete Gianfaldoni Gattas, o indivíduo que assume o papel de cuidar é o modelo primário, portanto, fundamental para determinar a moral de uma criança. “São a primeira fonte de aprendizado, de imitação e de reforçamento dos comportamentos”, explica a coordenadora da Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Tratar as pessoas de maneira arrogante, fumar, consumir bebida alcoólica exageradamente, falar palavrão sem pudores ou provocar brigas. Todo e qualquer ato considerado inadequado pode ser copiado pelos filhos, que agem sem culpa, já que são estimulados por seus “heróis”. Isso é o que os especialistas chamam de “comportamento imitativo”.
Quanto mais a criança conviver com um adulto que age de maneira irregular, mais comum será este processo de imitação, revela a psiquiatra. O oposto também é verdadeiro, se o pequeno se cercar de gentilezas, será gentil com o próximo. “O comportamento dos pais, ou de quem faça esta função, é o modelo para a conduta infantil”, garante a médica, que atua na área há quase 30 anos.
Copiando o papai
Com apenas 9 anos, Maria Júlia Chiachiri Ravelli herdou do pai o gosto pelo futebol e por todas as piadas que incrementam o dia seguinte de uma partida vitoriosa. Time de coração: Palmeiras. E basta o “verdão” fazer uma boa campanha para a pequena dedicar a sua agenda às piadinhas de mau gosto com os coleguinhas.
Pouco comum para uma menina, o comportamento chateia os pais. “Um adulto sabe a hora de parar, mas ela ainda é muito nova, não percebe quando está incomodando. Além disso, meu marido não pode ajudar a corrigi-la, porque faz o mesmo. Este conflito me irrita”, confessa a mãe, a jornalista Fabiana Chiachiri.
Por mais confuso que seja para a criança entender que não pode repetir os atos do pai ou que o faz em momentos impróprios, a solução para casos como o da torcedora mirim é mais simples do que parece. “A melhor maneira de este comportamento inadequado ser extinto é ignorando-a quando age desta forma, reforçando comportamentos mais adequados”, sugere a médica.
A especialista sustenta ainda que “uma criança com esta idade (9 anos ou mais), já tem alguma condição de compreender o que é ou não correto diante da sociedade”. Mas, segundo Ivete, os pais e adultos próximos têm papel fundamental na hora de educar. “Primeiro, o próprio pai ou mãe deve mudar”, recomenda. Em outras palavras, não faça o que não quer que seja repetido pelo seu filho. Simples assim.
Quando o bom exemplo vem do filho
A criança tem muita influência na decisão dos pais, seja na compra de um produto simples ou na escolha de uma viagem de férias. E para garantir uma boa convivência em casa, é comum que uma mãe ceda ao pedido do seu eterno bebê. No caso da comerciante Dolores Rocha, 41 anos, a pressão foi para o seu bem. Ela preferiu parar de fumar a ter de encarar os três filhos que, durante anos, pediram para que ela abandonasse o vício.
“Eles insistiram muito e fiz várias tentativas. Mas, apesar de saber o mal que estava causando à minha saúde, confesso que só parei por eles”, lembra Dolores, ao ressaltar que orientou os filhos a não repetirem o mesmo erro. “Sempre falei que essa era minha principal fraqueza e que era algo muito ruim. Se minha mãe tivesse feito o mesmo, talvez nunca tivesse me aventurado”, admite.
Para a profissional da área, dependendo da idade, os pequeninos têm condições de refletir sobre o que acontece dentro do lar e comparar com outros cenários. “Além do fato de que ter inteligência e informação nos leva a pensar, avaliar e julgar, nada impede que, apesar de um determinado comportamento ocorrer em casa, não possa ser avaliado como inadequado por uma criança”.
Ensinamentos do mundo moderno
Cuidar do meio ambiente está na moda. O tema, que ganhou espaço nos programas de televisão e nas prateleiras das bibliotecas, também está nas salas de aula. Exemplos de “como cuidar do mundo” estão partindo dos próprios filhos, que aprendem na escola a importância de economizar água, reciclar e preservar a natureza. E é normal que estas orientações sejam levadas para o ambiente familiar.
Também é comum que os pais sejam advertidos se jogarem um papel no chão. Em situações parecidas, o melhor é assumir o erro. “Admitir e tentar corrigir é educativo para os filhos. Esses conceitos aprendidos na escola, muitas vezes, não são de hábito das famílias, mas podem ser absorvidos no dia a dia. Isso mostra que crianças podem contribuir com suas ideias para o bem-estar em casa”, conclui a psiquiatra infantil.
A criança tem muita influência na decisão dos pais, seja na compra de um produto simples ou na escolha de uma viagem de férias. E para garantir uma boa convivência em casa, é comum que uma mãe ceda ao pedido do seu eterno bebê. No caso da comerciante Dolores Rocha, 41 anos, a pressão foi para o seu bem. Ela preferiu parar de fumar a ter de encarar os três filhos que, durante anos, pediram para que ela abandonasse o vício.
“Eles insistiram muito e fiz várias tentativas. Mas, apesar de saber o mal que estava causando à minha saúde, confesso que só parei por eles”, lembra Dolores, ao ressaltar que orientou os filhos a não repetirem o mesmo erro. “Sempre falei que essa era minha principal fraqueza e que era algo muito ruim. Se minha mãe tivesse feito o mesmo, talvez nunca tivesse me aventurado”, admite.
Para a profissional da área, dependendo da idade, os pequeninos têm condições de refletir sobre o que acontece dentro do lar e comparar com outros cenários. “Além do fato de que ter inteligência e informação nos leva a pensar, avaliar e julgar, nada impede que, apesar de um determinado comportamento ocorrer em casa, não possa ser avaliado como inadequado por uma criança”.
Ensinamentos do mundo moderno
Cuidar do meio ambiente está na moda. O tema, que ganhou espaço nos programas de televisão e nas prateleiras das bibliotecas, também está nas salas de aula. Exemplos de “como cuidar do mundo” estão partindo dos próprios filhos, que aprendem na escola a importância de economizar água, reciclar e preservar a natureza. E é normal que estas orientações sejam levadas para o ambiente familiar.
Também é comum que os pais sejam advertidos se jogarem um papel no chão. Em situações parecidas, o melhor é assumir o erro. “Admitir e tentar corrigir é educativo para os filhos. Esses conceitos aprendidos na escola, muitas vezes, não são de hábito das famílias, mas podem ser absorvidos no dia a dia. Isso mostra que crianças podem contribuir com suas ideias para o bem-estar em casa”, conclui a psiquiatra infantil.
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