Sempre na minha mente e no coração...

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Corcovado ou Cristo Redentor, lindo !!!

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Mitologia " Espíritos da Natureza"


fonte imagem: mundo-das-fadas.zip.net


Espíritos da Natureza

Os relatos que nos chegam até os dias de hoje sobre estes seres são graças à tradição oral, que conservou um legado na forma de poesias, cantigas, lendas e mitos. Sabemos que os povos celtas consideravam a natureza como um princípio sagrado. Além do culto que prestavam aos Deuses e aos antepassados, cultuavam também as árvores, as fontes, as pedras e os espíritos da natureza ou os seres feéricos.

No Druidismo não existem elementais, como são conhecidos popularmente, associados aos quatro elementos, de origem grega. Na realidade Druídica o mundo é composto pelos Três Reinos:
- O Céu, que está acima de nós e representa a luz, a inspiração e os Deuses.
- O Mar, que está no horizonte e representa o submundo, a água e os Ancestrais. 
- A Terra, que está abaixo de nós e representa o solo, as raízes e os Espíritos da Natureza.

O mundo antigo era totalmente animista. Acreditava-se que em todos os aspectos do mundo natural havia um espírito ou uma entidade divina, com o qual os seres humanos poderiam estabelecer um contato direto. Entre eles havia uma forma de juramento céltico, considerado como um ato frequente de antropomorfismo, que atribui características especiais aos elementos da natureza.

A arqueologia e o registro literário indicam que as sociedades celtas indubitavelmente não faziam distinção entre o sagrado e o profano. Na prática dos seus rituais era comum fazer-se oferendas aos espíritos da natureza para manter o equilíbrio entre os Deuses, os homens e as forças sobrenaturais, beneficiando-se assim dessa poderosa energia.

As oferendas aos espíritos locais é uma prática céltica e geralmente são vistas de bom grado, mas o importante é se ter certeza que a oferta é algo que os habitantes locais quereriam receber de fato.

Conforme assinala Miranda Jane A. Green, em seu livro "Celtic Animals, Life and Myth", "a força solar se manifesta como uma divindade antropomórfica que, no entanto, manteve o seu motivo original para representar o Sol se movendo no céu. O espírito do Sol era capaz de criar e destruir a vida. A água foi reconhecida como uma força poderosa, mais uma vez desde o começo da pré-história européia. Para os celtas, os "Numina" (plural de Numem) de rios, pântanos, lagos e nascentes foram potentes seres sobrenaturais que, como o Sol, poderia tanto promover como destruir as coisas vivas. A água foi percebida como sendo misteriosa: ela cai do céu e fecunda a terra, assim como as nascentes, que às vezes são quentes e possuem propriedades minerais e terapêuticas. Todas essas forças eram veneradas e merecedoras de culto e oferendas."
Através do poder dessas forças extraordinárias observamos que, comprovadamente existem três dimensões conhecidas como: comprimento, largura e espessura, assim como sabemos que toda matéria animada ou inanimada, possui sua própria energia ou forma de ação, que pode ser: coesão ou força que une as partículas, adesão ou força que se opõe à separação de dois corpos diferentes, atração ou força que aproxima os corpos materiais e repulsa ou força que os repele.

Mas como acreditar em algo que nem sempre pode ser comprovado cientificamente? Alguns elementos podemos ver, sentir, tocar, mas e os outros? Como explicar o ar que respiramos ou a inspiração que nos chega para a escrita ou para a arte no geral?

Simplesmente, sinta!

Ao adentrarmos no campo metafísico, em que há tantas dimensões de natureza vibratória que caminham paralelamente à nossa, podemos dizer que a consciência pode se deslocar no espaço infinito, acessando tanto o passado como o futuro, numa trajetória circular além do tempo presente.

O homem possui uma consciência objetiva ligada aos cinco sentidos: visão, audição, tato, paladar e olfato, assim como funções subjetivas ligadas à memória, à imaginação e ao raciocínio de um modo geral, bem como um sexto sentido ou uma percepção extrasensorial chamada intuição.

A intuição é que nos conecta à consciência cósmica, da qual muitos de nós recebemos informações e mensagens ancestrais, além da inteligência divina e dos espíritos da natureza. Como disse Leonardo da Vinci: "São fúteis e cheias de erros as ciências que não nasceram da experimentação, mãe de todo o conhecimento". Que assim seja!

Rowena Arnehoy Seneween ®

Referências bibliográficas:
GREEN, Miranda Jane A. - Animals in Celtic Life and Myth - London: Taylor & Franci, 1992.
JUBAINVILLE, Henri-Marie D‘ Arbois - Os Druidas. Os Deuses Celtas com Formas de Animais - São Paulo: Madras, 2003.
MACCULLOCH, J.A. - A Religião dos Antigos Celtas - Edinburgh: T. & T. CLARK, 1911.



Magia Elemental

Sou a magia elemental contida neste corpo causal
Sou forma feminina condensada em partículas de pura emoção
Sou a essência mais antiga que o próprio pensamento
Sou inspiração sagrada, que chega de leve como brisa de verão
Sou o ar que alimenta o fogo animal da mais louca paixão
Sou rainha de mim mesma, muito além das brumas do tempo
Sou o brilho dos olhos refletido no êxtase deste olhar
Sou chuva que refresca a terra árida e sem contratempo
Sou o pensamento dos sentimentos sem razão
Sou energia que ascende além da forma no firmamento
Sou o vapor d'água cristalina, carregada pelas nuvens do céu
Sou tudo e não sou nada, pois me achei neste exato momento
Rowena Arnehoy Seneween ®
Extraído do livro Brumas do Tempo
Todos os direitos reservados.



Os Celtas

fonte imagem: ziptzaptzoom.blogspot.com
Os Celtas

A natureza era a companhia do homem primitivo. Ela fornecia abrigo e alimento e, em retorno, a humanidade a reverenciava. As religiões primitivas louvavam as pedras e montanhas, os campos e florestas, os rios e oceanos.
A Voz da Floresta é uma ponte mítica entre o mundo dos deuses e o dos homens, entrelaçado com a veneração que os Celtas tinham pelas árvores.
Como uma representação do universo, as raízes das árvores habitam o solo, o conhecimento profundo da Terra. E o tronco une as raízes ao céu, trazendo este conhecimento à luz.

Cultura Hallstatt foi a primeira das várias culturas existentes na Idade do Bronze. As regiões ocidentais desta cultura entre a França e a Alemanha do Leste, já falavam a língua Celta. Por volta do ano 600 a.C., o grafólogo Grego Herodotus escreve sobre os Celtas colocando-os para além dos “Pilares de Hércules” (isto é, Espanha) e acima do Danúbio. O nome "Celta" surgiu da tribo dominante dos Halstatt, e tornou-se um conceito unificador para toda a cultura.
Segundo historiadores, a terra de origem dos Celtas era uma região da Áustria, perto do sul da Alemanha. Dali, os Celtas expandiram-se pela maior parte da Europa Continental e Britania. Na sua expansão os Celtas abrangeram áreas que vão desde a Espanha à Turquia.

Tomando posse de quase toda a Europa, os Celtas dividiram esse continente em três partes: a Central (teuts-land, q.s. terra de teut), a Ocidental (hôl-lan ou ghôl-lan, q.s. terra baixa) e a Oriental (pôl-land, q.s. terra alta); tudo o que estava a Norte dessas regiões denominavam de dâhn-mark (q.s. o limite das almas), que ía do Rio Don às Colunas de Hércules; aquele Don que os antigos franceses chamavam de Tanais e que era baliza para a ross-land (q.s. terra do cavalo = rússia).

Ainda em relação a este assunto, que obviamente liga os povos célticos, está a palavra ask, de onde a denominação geral asktan dada a vários povos (os mais interessados no assunto devem procurar a velha Gramática da Língua D'Oc); ora, entendia-se por Trasks os Asks orientais, por Tosks os Asks meridionais e por Vasks os Asks ocidentais - daí, toscanos, estruscos, vascos...
Os Celtas dominaram a Europa Central e Ocidental por milhares de anos. Mas só mais recentemente os Celtas influenciaram a Europa no seu desenvolvimento, a nível cultural, lingüístico e artístico. Os Celtas com grupo e raça, há muito que desapareceram, exceto na Irlanda e nas Terras Altas da Escócia.

Desde o domínio romano, instigado pelo catolicismo, as culturas druídica e celta foram alvos de severa e injusta repressão, que fez com que fossem apagados quaisquer tipos de informação a respeito delas embora que na historia de Roma conste que Júlio César reconhecia a coragem que os druidas e celtas tinham em enfrentar a morte em defesa de seus princípios.

A bravura dos Celtas em batalha é lendária. Eles desprezavam com freqüência as armaduras de batalha, indo para o combate de corpo nu. Os homens e as mulheres na sociedade Celta eram iguais; a igualdade de cargos e desempenhos eram considerados iguais em termos de sexos. As mulheres tinham uma condição social igual á dos homens sendo muitas vezes excelentes guerreiras, mercadoras e governantes.

Os Celtas transmitiram a sua cultura oralmente, nunca escrevendo a sua história ou os seus fatos. Isto explica a extrema falta de conhecimento quanto aos seus contatos com as civilizações clássicas de Grécia e Roma. Os Celtas eram na generalidade bem instruídos, particularmente no que diz respeito á religião, filosofia, geografia e astronomia.

Relativamente ao nome BRASIL...Este não se encontra nas línguas nativas, mas há vestígios da passagem dos fenícios pelas costas equatoriais e, também, pelas do Brasil. Na antiga Língua céltica "braazi" queria dizer "terra grande" segundo escritos do estudioso Sérgio Trombelli...

Por outro lado, sabemos que uma Insulla Brazil já existia em antigos mapas bem antes da viagem cabralina - mapas como os de Bartolomeu de Pareto (1455) e de Pero Vaz de Bisagudo (segundo Carta enviada pelo Mestre João a el-rei D. Manuel logo após o "descobrimento" oficial a tal Insulla Brazil...

É possível que, em breve, os modernos instrumentos da Arqueologia possam, também, trazer até nós outros vestígios.

E que influência tiveram os Celtas na Literatura européia que tanta força emprestou ao pré-Cristianismo? As literaturas no gaélico, no galês ou no bretão, exerceram influência através da Poesia Pastorial e dos Romances de Cavalaria (a saga do Rei Arthur e a busca do Santo Graal), das Ciências Herméticas ou Ocultas, da Adivinhação e da Cultura Rúnica, até a formação ideológica das elites em Ordens de Cavalaria e Confrarias (do tipo Rosacruzes e Maçonaria).

Chamo a atenção para o fato de vários estudiosos que põem o kardecismo (de Kardec, antigo poeta esotérico celta) como um sistema filosófico-espiritual do eixo telúrico-cósmico desenvolvido na essência mística dos Celtas; aliás, Kardec (Allan Kardec) é pseudônimo do estudioso francês Léon Rivail (1804-1869) que continuou a doutrina céltica no que à transmigração das almas e dos Espíritos diz respeito.

E, antes dele, já os essênios, os nazarenos e outras seitas judeo-palestinas o haviam feito. Importante ainda é o fato de se poder ligar o desenvolvimento da Música e da Poesia aos cultos da Voluspa: mesmo rudimentar, o Oráculo passou a ser lido/interpretado em voz ritmada e em versos rimados. Foi grande a importância dessa Civilização antiga na formação do ser-português, na Língua Lusa que a saga marítima de 1500 levou ao mundo, legou a africanos e criou o tupi-afro-brasileiro, mesmo que à custa da destruição dos nativos pelo catecismo jesuítico e pelos ferozes salteos e bandeiras...

Os povos Celtas, em cinco grupos, entraram na velha província romana, chamada Lusitânia, pelo Algarve (os cinetes), entre os rios Sado e Tejo (os sempsos), entre a Estremadura e o Cabo Carvoeiro (os sepes), pelo centro (os pernix lucis) e pelo norte (os draganes). Sim, nem a Roma imperial conseguiu vencê-los na Grã-Bretanha. Foi grande a contribuição dos povos Celtas para a Cultura Portuguesa.

Inglaterra, Escócia e Irlanda

O nome Bretanha deriva do Céltico. O autor Grego Pytheas chamava-lhes as “Ilhas Pretanic” o que tem origem no nome que os habitantes da ilha tinham e se chamavam a eles próprios, Pritani. Isto e muito mais, foi mal traduzido para o latim o que deu Brittania ou Britanni. Os Celtas migraram para a Irlanda vindos da Europa, conquistando assim, os seus habitantes originais.

A Origem Celta ao que se consegue datar até o ano de 1200 AEC situa-se na Europa Central, embora parte da mais numerosa vaga de invasão indo-européia. Durante os 600 anos seguintes, os celtas chegaram a Portugal, Espanha, França, Suíça, Grã-Bretanha e Irlanda, e também tão longe como a Grécia e a Galácia. No continente foram vencidos pelos Romanos, continuando, portanto a manter traços fundamentais da sua cultura, mas nas Ilhas Britânicas a invasão romana parou na Muralha de Adriano, mantendo os Celtas, em especial na Irlanda, toda a sua autonomia e herança cultural. Pois, é na Irlanda e no País de Gales que ainda hoje podemos ir em busca do pensamento e da antiga religião de nossos antepassados Celtas e Druidas.

Muitas das informações que até hoje obtivemos vem de escritores romanos como Estrabão e César, que apesar de não serem fontes isentas nos transmitem algum conhecimento acerca da sociedade céltica.

Os cerimoniais célticos tinham um conteúdo "sagrado" pois neles havia uma comunhão muito grande entre o homem e a natureza. Esse lado sagrado e mais ainda os exercícios de alguns rituais rústicos com os participantes despidos foram motivo de escândalo para os católicos que os viram pela primeira vez. O catolicismo fez todo o empenho em descrever como um conjunto de rituais satânicos.


Para a Cultura Celta o ano era dividido em quatro períodos de três meses em cujo início de cada um havia uma grande cerimônia:

Imbolc - celebrado em 1 de fevereiro, é associado à deusa Brigit, a Mãe-Deusa protetora da mulher e do nascimento das crianças;

Beltane - celebrada em 1 de maio. (também chamado de Beltine, Beltain, Beal-tine, Beltan, Bel-tien e Beltein) Significa "brilho do fogo". Esta cerimônia, muito bonita, é marcada por milhares de fogueiras;

Lughnasadh - (também conhecido como Lammas), dedicado ao Deus lugh, celebrado em 1 de agosto;

Samhain - a mais importante das cerimônias, celebrada em 1 de novembro. Hoje associada com o Hallows Day, celebrado na noite anterior ao Hallowen.
Basicamente a doutrina céltica enfatizava a terra e a deusa mãe enquanto que os Druidas mencionavam diversos deuses ligados às formas de expressão da natureza; eles enfatizavam igualmente o mar e o céu e acreditavam na imortalidade da alma, que chegava ao aperfeiçoamento através das reencarnações.

Eles admitiam como certa a lei de causa e efeito, diziam que o homem era livre para fazer tudo aquilo que quisesse fazer, mas que com certeza cada um era responsável pelo próprio destino, de acordo com os atos que livremente praticasse. Toda a ação era livre, mas traria sempre uma conseqüência, boa ou má, segundo as obras praticadas.
Mesmo sendo livre, o homem também respondia socialmente pelos seus atos, pois para isto existia pena de morte aplicada aos criminosos perversos.

A Igreja Católica acusava os Celtas e Druidas de bárbaros por sacrificarem os criminosos de forma sangrenta, esquecendo que ela também matava queimando as pessoas vivas sem que elas houvessem cometido crimes, apenas por questão de fé ou por praticarem rituais diferentes.

O catolicismo primitivo, tal como um furacão devastador apagou tudo o que lhe foi possível apagar no que diz respeito aos rituais célticos, catalogando-os de paganismo, de cultos imorais e tendo como objetivo a adoração da força negativa. Na realidade isto não é verdade, os celtas cultuavam a Mãe Natureza e quando os primeiros cristãos chegaram naquela região foram muito bem recebidos, segundo pesquisadores, a tradição céltica relata que José de Arimatéia discípulo de Jesus viveu entre eles e levado até lá o Santo Graal (“Taça usada por Jesus na Última Ceia”).

A crença céltica e druídica diziam que o homem teria a ajuda dos espíritos protetores e sua libertação dos ciclos reencarnatórios seria mais rápida assim. Cada pessoa tinha a responsabilidade de passar seus conhecimentos adiante, para as pessoas que estivessem igualmente aptas a entenderem a lei de causa e efeito, também conhecida atualmente como lei do carma.

Não admitiam que a Divindade pudesse ser cultuada dentro de templos constituídos por mãos humanas, assim, faziam dos campos e das florestas, principalmente onde houvesse antigos carvalhos, os locais de suas cerimônias, reuniam-se nos círculos de pedra, como se vêem nas ruínas de Stonehenge Avebury, Silbury Hill e outros.

Enquanto em algumas cerimônias célticas os participantes a faziam sem vestes os Druidas, por sua vez, usavam túnicas brancas. Sempre formavam os círculos mágicos visando a canalização de força. Por não usarem roupas em algumas cerimônias e por desenvolverem rituais ligados à fecundidade da natureza, por ignorância, por má fé ou mesmo por crueldade dos padres da Igreja, Celtas foram terrivelmente acusados de praticarem rituais libidinosos, quando na realidade tratava-se de rituais sagrados à Deusa Mãe.

Mas, bastaria isto para o catolicismo não aceitar a religião celta, pois como aquela religião descendente do tronco Judaico colocava a mulher como algo inferior, responsabilizando-a pela queda do homem, pela perda do paraíso. Na realidade o lado esotérico da religião hebraica baniu o elemento feminino já desde a própria Trindade. Todas as Trindades das religiões antigas continham um lado feminino, somente não a hebraica.

A Igreja Católica, derivada do hebraísmo ortodoxo, também mostrou ser uma religião essencialmente machista e como tal lhe era intolerável à admissão de uma Deusa Mãe, mesmo que esta simbolizasse a própria natureza, tanto que para Igreja Católica, “seu” Deus é uma figura masculina.

Mesmo que o Catolicismo assumisse uma posição machista isto não foi ensinado e nem praticado por Jesus. Ele na realidade valorizou bem a mulher e, por sinal, existe um belíssimo evangelho apócrifo denominado "O Evangelho da Mulher". Também nos primeiros séculos do Cristianismo a participação feminina era bem intensa. Entre os principais livros do Gnosticismo dos primeiros séculos, conforme consta nos achados arqueológicos da Biblioteca de Nag Hammadi consta o Evangelho de Maria Madalena mostrando que os evangelistas não foram apenas pessoas do sexo masculino.

Na realidade Jesus apareceu primeiro às mulheres, e segundo o que está escrito nos documentos sobre o Cristianismo dos primeiros séculos, via de regra, por cerca de 11 anos depois da crucificação Jesus continuou a ensinar e geralmente fazia isto através da inspiração, algo como mediunidade, e isto acontecia bem mais freqüentemente através das mulheres.

Sabe-se que o papel de subalternidade do lado feminino dentro do Cristianismo foi oficializado a partir do I Concilio de Nicéia no ano 325. Aquele concílio, entre outras intenções visou o banimento da mulher dos atos litúrgicos da igreja. Ela só podia participar numa condição de subserviência. O catolicismo que nasceu da ala ortodoxa do Cristianismo primitivo que continha em seu bojo à influência judaica no que diz respeito à marginalização da mulher no exercício das atividades sacerdotais. Daí a perseguição cultural à figura da Mulher tornada maldita pelo Homem (movimento do qual veio a surgir um novo povo: os Fenícios).

Por isto, e por outros “motivos” católicos, as autoridades católicas não podiam tolerar o celtismo, cuja religião era mais exercida pelas mulheres.

Existiam as sacerdotisas que exerciam um papel mais relevante que a dos sacerdotes e magos. Naturalmente os celtas eram muito apegados à fertilidade, ao crescimento da família e ao aumento da produção dos animais domésticos e dos campos de produção e isto estava ligado diretamente ao lado feminino da natureza.

Também a mulher é mais sensitiva do que o homem no que diz respeito às manifestações do sobrenatural, do lado sagrado da vida, portanto é obvio que elas canalizassem mais facilmente a energia nos cerimoniais, que fossem melhores intermediárias nas cerimônias sagradas.

Assim é que o elemento básico da Wicca não tinha como base primordial o homem e sim na mulher, cabendo àquele a primazia nos assuntos não religiosos.


Eis-nos retornando à essência feminina... Como surgiu a Voluspa? Sabemos que foi através da Mulher que os povos Celtas se organizaram. Algumas mulheres, sentindo em si-mesmas o Espírito dos seus Ancestrais e dos Deuses divulgaram essa Mensagem tornando-se Voluspas. Leitora do Oráculo e seu eco místico, a Mulher tornou-se legisladora e, com isso, poderosa: a voz da Voluspa era a voz Divina que vinha do ventre da Terra e ecoava por todo o sistema cósmico.

Verifica-se que a Cultura céltica adotou, no seu sistema esotérico-religioso, a via matriarcal. Isso passou, aos poucos, para a vida social. O que ainda é, hoje, visível em determinadas regiões onde esse sistema foi implantado antes do Segundo Milênio AC, como no centro e norte de Portugal (onde se formaram os celtiberos), no norte da Espanha, na Gália, nas Ilhas Britânicas (particularmente na Irlanda e na Ilha de Man), no Alto Danúbio (Boêmia e Baviera), i.e., o patriarcado ficou responsável pelos assuntos da Guerra enquanto o matriarcado pelos assuntos do Espírito, do Social e do Legislativo, que o mesmo é dizer: da Cultura.

Forte, o Oráculo da Voluspa era Lei geral. Enfim, a Mulher tornava-se Ser Humano gerando Civilização... E até formou uma fantástica corte guerreira, na Ásia, em meio à outra dissidência: um povo de mulheres que decidiu caminhar com suas próprias leis - as Amazonas. Na concepção d'olivetiana, a palavra compõe-se do radical mâs, conservado ainda no latim puro e reconhecível no francês antigo masle, no italiano maschio e no irlandês moth; esse radical, unido à negativa ohne forma a palavra mâs-ohne à qual se ligou o artigo fenício ha; a palavra ha-mâs-ohne significa as-que-não-têm-macho.

Ora, nesta estrutura encontramos a origem céltica e a moradia asiática. Até meados de 1997 falar d'as amazonas era falar, quase sempre, de uma lenda, apesar da extraordinária contribuição dos estudos d'olivetianos sobre esse povo. Em 1997 foram descobertas as tumbas, no Caucaso, onde muitas dessas guerreiras foram enterradas...A pesquisa arqueológica - neste caso como no caso d'os manuscritos do mar morto - é a principal arma da História contra a estupidificante estória oficial...! Foi feita homenagem a D'Olivet.

Os celtas entendiam que a terra comporta-se como um autêntico ser vivo, que nela a energia flui tal como nos meridianos de acupuntura de uma pessoa. Eles sabiam bem como se utilizarem meios de controlar essa energia em beneficio da vida, das colheitas e da saúde.
O grande desenvolvimento dos celtas foi no campo do como manipular a energia sem o envolvimento de tecnologia alguma, somente através da mente. Enquanto outros descendentes da Atlântida usaram instrumentos os migraram para o oeste europeu, dos quais bem tardiamente surgiu como civilização celta, usaram apenas pedras, na maioria das vezes sobe a forma de dolmens de menhires como Stonehenge (veja link).

Geralmente pedras eram usadas como meios para o desvio e canalização de energia. As construções megalíticas eram condensadores e drenadores de energia telúrica, com elas os descendentes da Atlântida criavam "shunts" nos canais de força telúrica, desviando-a para múltiplos fins.

Os Celtas chegaram a ter pleno conhecimento de que as forças telúricas podiam ser controladas pela mente, que a energia mental interagia com outros campos de forças, e que a energia mental podia direcionar aos canais, ou até mesmo gerar canais secundários de força. Sabiam o que era a energia sutil, e que podiam aumentá-la de uma forma significativa mediante certos rituais praticados em lugares especiais. Para isto escolhiam e preparavam adequadamente os locais ideais para suas cerimoniais sagradas.

A realização das cerimônias celtas não se prendia somente ao lugar, também tinham muito a ver com a época do ano, com determinadas efemérides, por isto ocorriam em datas precisas, ocasiões em que as forças cósmicas mais facilmente interagiam com as forças telúricas. Os celtas sabiam que a energia telúrica sofria reflexões e refrações ao tocar coisas materiais, tal como ensina atualmente o Feng Shui, por isto é que eles praticavam seus rituais religiosos totalmente despidos. Isto não tinha qualquer conotação erótica, era antes um modo para a energia não ser impedida ou desviada pelas vestimentas.

Também tinham conhecimentos de como viver em harmonia com a terra, da importância de manterem a terra sadia, assim sendo evitavam mutilá-la inutilmente e até mesmo da importância de tratá-la. Tal como um acupunturista trata uma pessoa quando o fluxo de energia não esta se processando de uma forma adequada, da mesma forma eles procediam com relação à "Mãe Terra".

Estabeleciam uma interação entre a energia a nível pessoal com a energia a nível planetário e também a nível sideral.

É todo esse conhecimento que está sendo liberado progressivamente. Agora que o homem moderno está começando a compreender que a terra foi dilapidada, atingida em sua integridade precisa urgentemente ser tratada vêm ressurgindo conhecimentos antigos, espíritos aptos estarão encarnando na terra para desenvolverem métodos precisos visando à correção dos males provocados. Assim é que estamos vendo o desenvolvimento da Radiestesia, da Rabdomância, do Feng Shui e de outras formas de atividades ligadas às energias que fluem na terra. Os princípios preconizados pela Permacultura serão aceitos progressivamente e a humanidade passo a passo irá se integrando a um sistema de vida holístico, segundo José Laércio do Egito.

Na realidade a corrente migratória atlante direcionada para a Europa Ocidental não primou pelo desenvolvimento tecnológico, ela não deu prosseguimento, por exemplo, à utilização ao desenvolvimento da ciência dos cristais como fonte de energia. Preferiram a utilização da energia inerente aos canais das forças telúricas mais simples. A geomância atual já era sobejamente conhecida dos Celtas que, por sua vez herdaram tais conhecimentos dos seus ancestrais remotos, (os Atlantes que tinham grande domínio sobre tais conhecimentos, segundo alguns pesquisadores), e mesmo assim de uma maneira não tecnológica.

Obs: Caso o leitor tenha alguma dúvida ou discordância em relação a este texto, por favor, entre em contato conosco, pois nosso intuito é e sempre será desmistificar em abordagens simples a rica e sagrada Cultura Celta que é de grande magnitude para a compreensão dos Antigos Mistérios e a razão principal da existência hoje do Site Mistérios Antigos.
Na realidade não se pode falar da Cultura Céltica sem se falar da Cultura Druídica, de Ceridwen e Taliesin, das Sacerdotisas da nossa Ilha de Avalon, do nosso Rei Arthur e a busca do Santo Graal...
Que a Paz esteja com você!


http://www.misteriosantigos.com/celtas.htm

Mitologia Nórdica


Mitologia Nórdica


Mitologia Nórdica
Tor
Os povos nórdicos, chamados de escandinavos, são aqueles que habitam os países hoje conhecidos como Suécia, Dinamarca, Noruega e Islândia. As narrativas mitológicas dos povos nórdicos estão contidas em duas coleções chamadas "Edas". A mais antiga é uma poesia que data de 1056 e a mais moderna é uma prosa de 1640.
Segundo as Edas, no princípio, não havia nem céu em cima, nem terra em baixo, mas apenas um abismo sem fundo e um mundo de valor no qual flutuava uma fonte. Dessa fonte saíam doze rios, e depois deles terem corrido até muito distante de sua origem, congelaram-se, e tendo uma camada de gelo se acumulando sobre a outra, o grande abismo se encheu.
Ao sul do mundo de vapor havia um mundo de luz, do qual uma vibração quente soprou sobre o gelo, derretendo-o. E os vapores elevaram-se no ar formarando nuvens, das quais surgiram Ymir, o gelo gigante e sua geração e a vaca Audumbla, cujo leite alimentou o gigante. Essa vaca alimentava-se lambendo o gelo, de onde retirava água e sal. Certo dia, quando estava lambendo as pedras de sal, surgiram os cabelos de um homem; no segundo dia a cabeça e, no terceiro, todo o corpo, que tinha grande beleza, agilidade e força.
O novo ser era um deus e dele e de sua esposa, filha da raça dos gigantes, nasceram os três irmãos: Odin, Vili e Ve, que mataram o gigante Ymir, formando com seu corpo a terra, com seu sangue os mares, com seus ossos as montanhas, com seus cabelos as árvores, com seu crânio o céu e com seu cérebro as nuvens carregadas de neve e granizo. Com a testa de Ymir, os deuses formaram Midgard (terra média), destinada a tornar-se a morada do homem. Odin estabeleceu depois os períodos do dia e da noite e as estações, colocando no céu o sol e a lua, determinando-lhes os respectivos cursos. Logo que o sol começou a lançar seus raios sobre a terra fez brotar e crescer os vegetais.
Pouco depois de terem criado o mundo, os deuses passearam juntos ao mar, satisfeitos com sua obra recente, mas verificaram que ela ainda estava incompleta, pois faltavam seres humanos. Tomaram então um freio e dele fizeram um homem, e de um amieiro fizeram uma mulher, chamando-os de Aske e Embla, respectivamente. Odin deu-lhes então a vida e a alma, Villi a razão e o movimento e Ve, os sentidos, a fisionomia expressiva e o dom da palavra. A Midgard foi-lhes então dada para moradia, e eles tornaram-se os progenitores do gênero humano.

O martelo de Tor

Antes de o cristianismo chegar aos países nórdicos, acreditava-se que Tor cruzava os céus numa carruagem puxada por dois bodes. E quando ele agitava seu martelo, produziam-se raios e trovões. A palavra trovão em norueguês (Thor-døn) quer dizer o "rugido Tor". Em sueco (åska) quer dizer a jornada dos deuses no céu.
Quando troveja e relampeja, geralmente também chove. E como a chuva era vital para os camponeses da era dos vikings, Tor era adorado como o deus da fertilidade.
A resposta mitológica à questão de saber por que chovia era de que Tor agitava seu martelo. E quando caía a chuva, as sementes germinavam e as plantas cresciam nos campos.
Os camponeses não entendiam por que as plantas cresciam, mas sabiam que tinha algo a ver com as chuvas. Além disso, todos acreditavam que a chuva estava relacionada a Tor, que tornou-se um dos deuses mais importantes do norte da Europa.
Os vikings imaginavam o mundo habitado como uma ilha, constantemente ameaçada por perigos externos. Esta parte habitada do mundo eles chamavam de "Midgard", o reino do meio. Em Midgard também havia "Åsgard", a morada dos deuses. Fora de Midgard havia "Utgard", o reino de fora, habitado pelos perigosos trolls, que não se cansavam de tentar destruir o mundo com toda sorte de golpes baixos. Estes monstros malignos também são chamados de "forças do caos". Na religião nórdica e também na maioria das culturas, as pessoas acreditavam que havia um equilíbrio entre as forças do bem e do mal.
Uma das possibilidades que os trolls tinham de destruir Midgard era roubar Freyja, a deusa da fertilidade. Se conseguissem isso, nada mais cresceria nos campos e as mulheres não teriam mais filhos. Por isso, os bons deuses tinham que manter os trolls afastados. E justamente por isso Tor era tão importante, pois com seu martelo, que lhe conferia poderes quase infinitos, ele mantinha os trolls afastados.
Esta era a explicação mitológica para o funcionamento da natureza. Quando catástrofes aconteciam, as pessoas também tinham que participar da luta contra o mal. E isto elas faziam através de toda sorte de rituais ou cerimônias religiosas.
O principal ritual religioso era o sacrifício. Oferecer alguma coisa em sacrifício a um deus aumentava seu poder para que ele continuasse a luta contra o mal. Isto podia ser feito sacrificando-se um animal. Presume-se que a Tor eram sacrificados sobretudo bodes. Para Odin sacrificavam-se às vezes também pessoas.
Quando a seca assolava uma região, as pessoas daquela época atribuíam isso ao fato de que os trolls haviam roubado o martelo de Tor, como ocorre no poema Trymskveda.
O mito também tenta explicar as mudanças das estações do ano: no inverno, a natureza está morta, porque o martelo de Tor foi roubado pelos trolls. Mas na primavera Tor consegue reavê-lo. A assim, os mitos tentavam explicar às pessoas algo que elas não compreendiam.
As pessoas não se contentavam apenas com as explicações, elas queriam de alguma forma participar desses acontecimetnos. Então, faziam-no das mais diversas formas de rituais religiosos, que guardavam uma relação com os mitos. Há muitos exemplos de outras partes do mundo que dizem que as pessoas encenavam um "mito das estações do ano", a fim de acelerar os processos naturais.

Deuses Nórdicos

THor, o senhor dos trovões, filho mais velho de Odin, era o mais forte dos deuses e homens, possuía algo muito precioso, que era seu martelo. Do nome Tor deriva Thursday, o quinto dia da semana.
Frey, era um dos deuses mais celebrados, responsável pela chuva, pelo brilho do sol e por todos os frutos da terra. A deusa Freyja era sua irmã, a mais propícia das deusas, amava a música, a primavera, as flores, os elfos. Apreciava muito as canções amorosas e todos os amantes poderiam invocá-la com proveito. Era a deusa da fertilidade.
Bragi era o deus da poesia, e seus cantos recordavam os feitos dos guerreiros. Sua esposa, Iduna, guardava a caixa de maçãs que os deuses, quando sentiam aproximar-se a velhice, provavam, para recuperar imediatamente a mocidade.
Heindall era o vigia dos deuses e, portanto, ficava na fronteira do céu para impedir que os gigantes passassem pela ponte Bifrost (o arco-íris). Heindall dormia menos que um pássaro e enxergava, tanto de dia quanto de noite, num raio de 100 milhas (cerca de 160 km). Tinha tão bons ouvidos que podia ouvir o ruído da relva crescendo nos campos e da lã crescendo em um carneiro.

Caracteres rúnicos

Não se pode viajar extensamente pela Dinamarca, Suécia ou Noruega sem encontrar grandes pedras de formato diferente, que têm gravadas os caracteres rúnicos, diferente de todos os outros conhecidos.
As letras consistem de "varinhas", que eram usadas, nos tempos primitivos, pelos povos nórdicos para prever os acontecimentos futuros.
Os caracteres rúnicos são de vários tipos e têm uso, principalmente, com finalidades mágicas.
Os malignos eram empregados para causar aos inimigos várias espécies de mal, e os benignos, para evitar o infortúnio. Alguns tinham finalidades medicinais, outros eram empregados para conquistar um amor.
A língua é um dialeto de godo chamado norreno, ainda usado na Islândia.
As inscrições podem, portanto, ser lidas, mas até agora, foram encontradas muitas poucas capazes de trazer qualquer esclarecimento sobre fatos históricos. Em sua maior parte são epitáfios gravados em números.

Valhala

Valhala é o grande palácio de Odin, onde ele se diverte em festins com os heróis escolhidos, aqueles que morreram valentemente em combate, pois são excluídos todos aqueles que morreram pacificamente. É servida a carne do javali Schrinnir, que chega fartamente para todos, pois, embora o javali seja cozido todas as manhãs, fica inteiro novamente todas as noites. Para bebida, os heróis dispõem de abundante hidromel, fornecido pela cabra Heidrum. Quando não se encontram nos festins, os heróis se divertem lutando. Todos os dias, dirigem-se ao pátio ou ao campo e lutam até se fazerem em pedaços uns aos outros. Mas, na hora das refeições eles se restabelecem dos ferimentos e voltam ao festim no Valhala.

Mitologia Nórdica

Deuses

Odin

Mitologia Nórdica
Odin
Devido ao seu amor pela batalha, è o principal deus da mitologia nórdica - nascida em países do norte da Europa, como Suécia, Dinamarca e Islândia.
Odin é o mais velho e sábio dos deuses.
Com só um olho bom, ele vive com dois corvos em seus ombros: Huginn (pensamento) e Muninn (memória) que simbolizam a busca pelo conhecimento.

Thor

Mitologia Nórdica
Thor
O deus do Trovão, é filho de Odin com outra deusa (Fjorgyn). Muito forte, tem como arma um martelo mágico. è o grande guerreiro dos deuses contra seus principais inimigos, os gigantes de gelo.

Frigg

Mitologia Nórdica
Frigg


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Fonte: www.dimensaowicca.hpg.ig.com.br

Hesíodo "Poeta Grego"


Hesíodo





Hesíodo foi um dos dois grandes poetas gregos da idade arcaica. Junto com a de Homero, sua obra constitui um dos pilares sobre os quais se edificou a identidade helênica.

Hesíodo viveu por volta de 800 a.C. na Beócia, região situada no centro da Grécia. Passou a maior parte da vida em Ascra, a aldeia natal. Sabe-se que viajou a Cálcis, na ilha de Eubéia (a cerca de 800m da costa grega), com o objetivo de participar dos jogos funerários realizados em honra de um certo Anfidamos, e foi o ganhador do prêmio. Sabe-se também sempre pelas informações do próprio poeta - que depois da morte do pai, seu irmão Perses corrompeu os juízes locais e apoderou-se da maior parte da herança que correspondia a ambos.
Por esse motivo, em suas obras, Hesíodo exalta particularmente a virtude da justiça, cuja guarda atribui a Zeus.
Hesíodo relata ainda que foi pastor, até que lhe apareceram as Musas e ordenaram-lhe "cantar a raça dos benditos deuses imortais".
Dessa exortação nasceram a Gênese dos deuses e Os trabalhos e os dias, as duas únicas obras autênticas do poeta que permaneceram. A Gênese dos deuses parece ser o primeiro poema escrito por Hesíodo. Relata a sangrenta história dos deuses da mitologia grega pré-homérica. No início existem o Caos, a Terra e Eros.
Da Terra (ou Gaia, ou Géia) nasceu Urano, o primeiro rei dos deuses, que contraiu matrimônio com sua mãe. Entre os filhos de ambos encontra-se o titã Cronos, que se rebelou contra Urano e, depois de castrá-lo, governou o universo. Cronos foi destronado pelo filho Zeus, que fundou o panteão helênico clássico. Os trabalhos e os dias trata de temas mais terrenos.
A primeira parte é dedicada a mitos que ressaltam a necessidade do trabalho duro e honesto. Exalta a Justiça, filha predileta de Zeus e única esperança dos homens.
A segunda parte do poema tem propósitos didáticos: estabelece normas para a agricultura e para a educação dos filhos, além de mencionar superstições do dia-a-dia. Diferentemente de Homero, Hesíodo não se ocupou das esplêndidas façanhas dos heróis gregos. Seus temas são os deuses, regentes do destino do homem, e o próprio ser humano, com suas fadigas e misérias.
Dividiu a história da humanidade em cinco períodos, da idade do ouro à do ferro, das quais o último correspondia ao difícil período histórico em que ele próprio viveu.
Para Hesíodo, só o trabalho e o exercício das virtudes morais permitem aos seres humanos chegar a uma existência discretamente feliz na infausta idade do ferro.
Hesíodo morreu, ao que tudo indica, em Ascra.
Fonte: www.nomismatike.hpg.ig.com.br
Hesíodo
Hesíodo
Hesíodo

O MITO

O homem, desde os primórdios, tenta explicar a origem do mundo. Esse assunto sempre interessou a humanidade, devido estar ligado intrinsecamente a existência. Com os mitos o homem busca responder de onde veio e para aonde vai. Se engana quem tem uma leitura apressada dos mitos e acha que se trata apenas de uma visão fictícia da realidade. Os mitos têm linguagem simbólica, mas seu sentido é mais profundo do que pensamos, mesmo porque a realidade é maior que o poder de captação da mente humana, a realidade é feita de caos.
A concepção de mito faz parte indissociável da maneira humana de compreender a realidade. Os mitos não são vistos como lendas por aqueles que os respeitam, mas como histórias que realmente aconteceram nos tempos ancestrais, envolvendo seres sobrenaturais que produzem uma nova realidade (vide o mito de Adão e Eva).

MITO E FILOSOFIA

A filosofia é um fenômeno restrito, surgiu em poucos lugares, como a Grécia e a Índia. Os mitos e a religião, ao contrário, são universais, surgiram em todos os povos do mundo. A filosofia apareceu como uma forma de explicar o mundo racionalmente, sem a utilização de mitos. Mas isso não aconteceu de repente, nem houve um abandono dos mitos, inclusive muitos filósofos se utilizaram de mitos para explicar suas concepções. Portanto, para se entender a filosofia é preciso partir dos mitos.
Existem descrições cosmogônicas que são intermediárias entre os mitos e as concepções filosóficas sobre a origem do universo. Tal é o caso da Teogonia de Hesíodo.

NO PRINCÍPIO ERA O CAOS

Realmente antes de tudo existiu o Khaos (Caos)... (Hesíodo). A concepção de caos que se tem, contemporaneamente, é de desordem e de confusão. Caos vem da palavra grega khínein, que quer dizer abismo. Assim, caos era concebido como o abismo profundo, algo indefinido, anterior a todas as coisas. Alguns autores interpretam como divisão, mas divisão de quê? Muito já se escreveu sobre o Caos, mas sem se chegar a uma conclusão definitiva, aceita por todos.
Hesíodo, em seu poema Teogonia, busca implicitamente demonstrar que tudo tem uma origem.
Segundo ele, os primeiros "filhos" do Caos são: a Gaia, terra; o Tártaro, local mais profundo que Hades (o inferno dos gregos); e o Eros, amor, desejo, deus que supera todas as forças atraindo os opostos. A Terra se apoiava no Tártaro, que por sua vez era possível que se apoiasse no Caos. Naquele tempo, não se tinha a concepção de que a Terra flutuasse no espaço. Posteriormente, se acreditou que a Terra era uma bolha imersa dentro do Caos.
Teogonia significa origem dos deuses. Nesse mito os deuses surgem através do desejo de união de outros deuses ou da separação. Eros é o desejo. Mutantis muntandes, dos primitivos "filhos" do Caos são gerados deuses como Urano (Céu), que inicialmente vivia imerso na Terra, e os Titãs e as Titânidas, filhos e filhas resultantes da união de Gaia e de Urano.
O mito segue explicando que do Caos saiu as trevas. Das trevas saiu a luz. A Gaia (Terra) deu nascimento a Urano (céu), depois às montanhas e ao mar.
Segue-se a apresentação dos filhos da luz, dos filhos das trevas e da descendência da Terra - até o momento do nascimento de Zeus, que triunfará sobre seu pai, Cronos (tempo), começando então a era olímpicos.
Fonte: www.geocities.com

Mitologia TITÃS

Titãs

A Mitologia Helênica é uma das mais geniais concepções que a humanidade produziu.
Os gregos, com sua fantasia, povoaram o céu e a terra, os mares e o mundo subterrâneo de Divindades Principais e Secundárias.
Amantes da ordem, instauraram uma precisa categoria intermediária para os Semideuses e Heróis.
A mitologia grega apresenta-se como uma transposição da vida em zonas ideais.
Superando o tempo, ela ainda se conserva com toda a sua serenidade, equilíbrio e alegria.
A religião grega teve uma influência tão duradoura, ampla e incisiva, que vigorou da pré-história ao século IV e muitos dos seus elementos sobreviveram nos Cultos Cristãos e nas tradições locais.
Complexo de crenças e práticas que constituíram as relações dos gregos antigos com seus deuses, a religião grega influenciou todo o Mediterrâneo e áreas adjacentes durante mais de um milênio.
Os gregos antigos adotavam o Politeísmo Antropomórfico, ou seja, vários deuses, todos com formas e atributos humanos.
Religião muito diversificada, acolhia entre seus fiéis desde os que alimentavam poucas esperanças em uma vida paradisíaca além túmulo, como os heróis de Homero, até os que, como Platão, acreditavam no julgamento após a morte, quando os justos seriam separados dos ímpios.
Abarcava assim entre seus fiéis desde a ingênua piedade dos camponeses até as requintadas especulações dos Filósofos, e tanto comportava os excessos orgiásticos do culto de Dioniso como a rigorosa ascese dos que buscavam a purificação.
No período compreendido entre as primeiras incursões dos povos helênicos de origem Indo-européia na Grécia, no início do segundo milênio a.C., até o fechamento das escolas pagãs pelo imperador bizantino Justinianus, no ano 529 da era cristã, transcorreram cerca de 25 séculos de influências e transformações.
Os primeiros dados existentes sobre a religião grega são as Lendas Homéricas, do século VIII a. C., mas é possível rastrear a evolução de crenças antecedentes.
Quando os indo-europeus chegaram à Grécia, já traziam suas próprias crenças e deuses, entre eles Zeus, protetor dos clãs guerreiros e senhor dos estados atmosféricos.
Também assimilaram cultos dos habitantes originais da península, os Pelasgos, como o oráculo de Dodona, os deuses dos rios e dos ventos e Deméter, a deusa de cabeça de cavalo que encarnava o ciclo da vegetação.
Depois de se fixarem em Micenas, os gregos entraram em contato com a civilização cretense e com outras civilizações mediterrâneas, das quais herdaram principalmente as divindades femininas como Hera, que passou a ser a esposa de Zeus; Atena, sua filha; e Ártemis, irmã gêmea de Apolo.
O início da filosofia grega, no século VI a.C., trouxe uma reflexão sobre as crenças e mitos do povo grego.
Alguns pensadores, como Heráclito, os Sofistas e Aristófanes, encontraram na mitologia motivo de ironia e zombaria.
Outros, como Platão e Aristóteles, prescindiram dos deuses do Olimpo para desenvolver uma idéia filosoficamente depurada sobre a divindade.
Enquanto isso, o culto público, a religião oficial, alcançava seu momento mais glorioso, em que teve como símbolo o Pártenon ateniense, mandado construir por Péricles.
A religiosidade popular evidenciava-se nos festejos tradicionais, em geral de origem camponesa, ainda que remoçada com novos nomes.
Os camponeses cultuavam Pã, deus dos rebanhos, cuja flauta mágica os pastores tentavam imitar; as ninfas, que protegiam suas casas; e as nereidas, divindades marinhas.
As conquistas de Alexandre o Grande facilitaram o intercâmbio entre as respectivas mitologias, de vencedores e vencidos, ainda que fossem influências de caráter mais cultural que autenticamente religioso.
Assim é que foram incorporadas à religião helênica a deusa frígia Cibele e os deuses egípcios Ísis e Serápis.
Pode-se dizer que o sincretismo, ou fusão pacífica das diversas religiões, foi a característica dominante do período Helenístico.
Fonte: www.nomismatike.hpg.ig.com.br
Titãs
Titãs
A dramática lenda dos titãs constitui um expressivo exemplo da integração dos cultos pré-helênicos ao corpo da mitologia grega.
Segundo Hesíodo, os titãs eram os 12 filhos dos primitivos senhores do universo, Gaia (a Terra) e Urano (o Céu). Seis eram do sexo masculino - Oceano, Ceo (pai de Leto), Crio, Hipérion, Jápeto (pai de Prometeu) e Cronos - e seis do feminino - Téia, Réia (mãe dos deuses), Têmis (a justiça), Mnemósine (a memória), Febe (a Lua) e Tétis (deusa do mar).
Tinham por irmãos os três hecatonquiros, monstros de cem mãos que presidiam os terremotos, e os três Ciclopes, que forjavam os relâmpagos. Urano iniciou um conflito com os titãs ao encarcerar os hecatonquiros e os ciclopes no Tártaro. Gaia e os filhos revoltaram-se, e Cronos cortou com uma foice os órgãos genitais do pai, atirando-os ao mar. O sangue de Urano, ao cair na terra, gerou os gigantes; da espuma que se formou no mar, nasceu Afrodite.
Com a destituição de Urano, os titãs libertaram os outros irmãos e aclamaram rei a Cronos, que desposou Réia e voltou a prender os hecatonquiros e os ciclopes no Tártaro.
Salvo Jápeto e de Crio, que tomaram consortes fora da própria linhagem, os titãs uniram-se entre si e deram origem a divindades menores.
Cronos e Réia que produziram descendência mais numerosa: Héstia, Deméter, Hera, Hades, Posêidon e Zeus, a primeira geração de deuses olímpicos. Avisado de que os filhos o destituiriam, Cronos engoliu todos eles exceto Zeus, salvo por um ardil da mãe.
Ao tornar-se adulto, Zeus fez Cronos beber uma poção que o forçou a vomitar os filhos, e uniu-se aos irmãos, os deuses olímpicos na luta contra os titãs nas planícies da Tessália, pela posse do Monte Olimpo. Esse conflito culminou com a derrota de Cronos e dos titãs, confinados por Zeus no Tártaro.
Os titãs, do mesmo modo que seus irmãos, seriam divindades primitivas, talvez de remota origem oriental, ligadas a ritos agrários. Sua vinculação aos elementos primários da natureza parece confirmada por uma lenda órfica posterior, que atribui aos titãs a origem da parte terrestre, ou material, dos seres humanos.
Derrotando os Titãs, Zeus estabeleceu seu domínio como o maior do deuses.
Depois, os três filhos de Cronos dividiram a herança em três partes: Zeus ficou com o amplo céu e o ar superior, Posêidon com o mar e Hades com o mundo subterrâneo.
Fonte: www.geocities.com
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/mitologia-grega/titas.php 

Mitologia... Uma das formas que o homem encontrou...

fonte imagens:lunaeamigos.com.br


Mitologia


Uma das formas que o homem encontrou para explicar o mundo

Antonio Carlos Olivieri*
Por considerar a raça humana irremediavelmente perdida e cheia de defeitos, Zeus, o soberano dos deuses, resolveu acabar com ela. Para isso, provocou um dilúvio no mundo para afogar a humanidade. Apenas o casal formado por Deucalião e Pirra seria poupado, em virtude de sua bondade. Zeus os aconselhou a construírem uma arca e se abrigarem nela. Depois de flutuar nove dias e nove noites, sobre as águas da tormenta, a arca parou no topo de uma montanha, onde o casal desembarcou.

Quando as águas baixaram, apareceu Hermes, o mensageiro de Zeus, e lhes disse que o soberano satisfaria qualquer desejo dos dois. Deucalião lhe disse que queriam ter amigos. Hermes determinou que ambos jogassem por cima dos ombros pedras recolhidas do chão. As pedras jogadas por Deucalião se transformaram em homens ao atingir o solo. As pedras de Pirra tornaram-se mulheres e, assim, o mundo foi repovoado.

Muito semelhante ao episódio do dilúvio bíblico, esse mito grego narra a destruição e o ressurgimento da humanidade na Terra. De fato, a mitologia, entre os povos antigos ou primitivos, era uma forma de se situar no mundo, isto é, de encontrar o seu lugar entre os demais seres da natureza.

Era também um modo de estabelecer algumas verdades que não só explicassem parte dos fenômenos naturais ou culturais, mas que ainda dessem formas para a ação humana. Não sendo, porém, nem racional nem teórico, o mito não obedece a lógica nem da realidade objetiva, nem da verdade científica. Trata-se de uma verdade intuída, que dispensa provas para ser aceita.

À mercê de forças naturais

O mito pode ter nascido do desejo e da necessidade de dominar o mundo, para fugir ao medo e à insegurança. À mercê das forças naturais, que são assustadoras, o homem passou a lhes atribuir qualidades emocionais. As coisas não eram consideradas como matéria morta, nem como independentes do sujeito que as percebe: o próprio ser humano.

As coisas, ao contrário, eram vistas como plenas de qualidades, podendo tornar-se boas ou más, amigas ou inimigas, familiares ou sobrenaturais, fascinantes e atraentes ou ameaçadoras e repelentes. Assim, o homem se movia num mundo animado por forças que ele precisava agradar para haver caça abundante, para fertilizar a terra, para que a tribo ou grupo fosse protegido, para que as crianças nascessem e os mortos pudessem ir em paz para o além.

Mito, magia e desejo

O pensamento mítico, portanto, está muito ligado à magia e ao desejo de que as coisas aconteçam de um determinado modo. A partir dele desenvolveram-se os rituais, como técnicas de obter os acontecimentos desejados. O ritual é o mito em ação. Já nas cavernas de Lascaux eAltamira, o homem do Paleolítico (12.000 a 5.000 a.C.) desenhava os animais - com um estilo muito realista, diga-se de passagem - e depois os atacava com flechas, para garantir o êxito da caçada.

O mito tem funções determinadas nas sociedades antigas e primitivas. Inicialmente, ele serve para acomodar e tranqüilizar o homem num mundo perigoso e assustador, dando-lhe segurança. O que acontece no mundo natural passa a depender, através de suas ações mágicas, dos atos humanos. Além disso, o mito também serve para fixar modelos exemplares de todas as atividades humanas.

Atualizando o sagrado

O ritual é a repetição dos atos dos deuses, que foram executados no início dos tempos e que devem ser imitados e repetidos para as forças do bem e do mal se manterem sob controle. Desse modo, o ritual é uma atualização dos acontecimentos sagrados que tiveram lugar no passado mítico.

Assim, o mito é uma primeira narrativa sobre o mundo, uma primeira atribuição de sentido ao mundo, na qual a afetividade e a imaginação exercem grande papel. Sua função principal não é propriamente a de explicar a realidade, mas a de adaptar psicologicamente o homem ao mundo.

O mito primitivo é sempre um mito coletivo. O grupo, cuja sobrevivência precisa ser assegurada, existe antes do indivíduo. É só através do grupo que os sujeitos individuais se reconhecem enquanto tal. O indivíduo só tem consciência, só se conhece como parte do grupo, da tribo. Através da existência e do reconhecimento dos outros, ele se afirma enquanto ser humano.

A prevalência da fé

Outra característica do mito é a de apresentar-se como uma verdade que não precisa ser provada e que não admite contestação. A sua aceitação decorre da fé e da crença. Não é uma aceitação racional, fundamentada em provas e raciocínios.

Sob essa perspectiva coletiva, a transgressão da norma, a não-obediência da regra afeta o transgressor e toda sua família ou comunidade. Desse modo é criado o tabu - a proibição -, cuja desobediência é extremamente grave. Só os ritos de purificação podem restaurar o equilíbrio da comunidade e evitar que o castigo dos deuses recaia sobre todos.

A imortalidade do mito

Mas e quanto aos nossos dias? Por acaso não existem mais mitos? O pensamento filosófico e científico, que tiveram início com os primeiros filósofos, na Grécia do século 6 a.C., teriam ocupado todo o lugar do conhecimento e condenado à morte o modo mítico de nos situarmos no mundo?

Essa é a posição defendida por Augusto Comte, filósofo francês do século 19, fundador de uma corrente filosófica chamada positivismo. As idéias positivistas explicam a evolução da espécie humana em três fases: a mítica (religiosa), a filosófica (metafísica) e a científica. Esta última seria o ápice do desenvolvimento humano e não só é considerada superior às outras, como também seria a única válida para se chegar à verdade.

Além da razão

Porém, ao opor a razão ao mito, o positivismo empobrece a realidade humana. O homem moderno, tanto quanto o antigo, não é constituído só de razão, mas também de afetividade e emoção. Se a ciência é importante e necessária à nossa construção de mundo, por outro lado ela não oferece a única interpretação válida do real.

Negar o mito é negar uma das formas fundamentais da existência humana. O mito é a primeira forma de dar significado ao mundo: fundamentada no anseio de segurança, a imaginação cria histórias que nos tranqüilizam, que são exemplares e nos orientam no dia-a-dia.

Os super-heróis e os salvadores da pátria

Na verdade, independentemente de nosso desenvolvimento intelectual, o mito continua a nos acompanhar. Sua função de criar narrativas mágicas subsiste, por exemplo, na arte e permeia a nossa vida diária.

Atualmente, os meios de comunicação de massa trabalham os desejos e anseios que existem na nossa natureza inconsciente e primitiva. Os super-heróis dos desenhos animados e das histórias em quadrinhos, por exemplo, encarnam o Bem e a Justiça e assumem a nossa proteção imaginária, exatamente por que o mundo moderno, com todos os seus problemas, especialmente nos grandes centros urbanos, revela-se cada vez mais um lugar extremamente inseguro.

Da mesma maneira, no plano político, certas figuras procuram se transformar em heróis populares, dizendo lutar contra as injustiças sociais e os privilégios. Também artistas e esportistas podem ser transformados em modelos de existência: são fortes, saudáveis, bem alimentados, etc. Até as telenovelas, ao trabalhar a luta entre o Bem e o Mal, estão lidando com valores míticos, pré-reflexivos, que se encontram dentro de todos nós.

Além de mitos, o mundo moderno também tem seus rituais. Afinal, as festas de formatura, de Ano Novo, os trotes dos calouros, os bailes de quinze anos, não são em tudo semelhantes aos antigos rituais de passagem das velhas tribos e clãs?