Hesíodo
Hesíodo viveu por volta de 800 a.C. na Beócia, região situada no centro da Grécia. Passou a maior parte da vida em Ascra, a aldeia natal. Sabe-se que viajou a Cálcis, na ilha de Eubéia (a cerca de 800m da costa grega), com o objetivo de participar dos jogos funerários realizados em honra de um certo Anfidamos, e foi o ganhador do prêmio. Sabe-se também sempre pelas informações do próprio poeta - que depois da morte do pai, seu irmão Perses corrompeu os juízes locais e apoderou-se da maior parte da herança que correspondia a ambos.
Por esse motivo, em suas obras, Hesíodo exalta particularmente a virtude da justiça, cuja guarda atribui a Zeus.
Hesíodo relata ainda que foi pastor, até que lhe apareceram as Musas e ordenaram-lhe "cantar a raça dos benditos deuses imortais".
Dessa exortação nasceram a Gênese dos deuses e Os trabalhos e os dias, as duas únicas obras autênticas do poeta que permaneceram. A Gênese dos deuses parece ser o primeiro poema escrito por Hesíodo. Relata a sangrenta história dos deuses da mitologia grega pré-homérica. No início existem o Caos, a Terra e Eros.
Da Terra (ou Gaia, ou Géia) nasceu Urano, o primeiro rei dos deuses, que contraiu matrimônio com sua mãe. Entre os filhos de ambos encontra-se o titã Cronos, que se rebelou contra Urano e, depois de castrá-lo, governou o universo. Cronos foi destronado pelo filho Zeus, que fundou o panteão helênico clássico. Os trabalhos e os dias trata de temas mais terrenos.
A primeira parte é dedicada a mitos que ressaltam a necessidade do trabalho duro e honesto. Exalta a Justiça, filha predileta de Zeus e única esperança dos homens.
A segunda parte do poema tem propósitos didáticos: estabelece normas para a agricultura e para a educação dos filhos, além de mencionar superstições do dia-a-dia. Diferentemente de Homero, Hesíodo não se ocupou das esplêndidas façanhas dos heróis gregos. Seus temas são os deuses, regentes do destino do homem, e o próprio ser humano, com suas fadigas e misérias.
Dividiu a história da humanidade em cinco períodos, da idade do ouro à do ferro, das quais o último correspondia ao difícil período histórico em que ele próprio viveu.
Para Hesíodo, só o trabalho e o exercício das virtudes morais permitem aos seres humanos chegar a uma existência discretamente feliz na infausta idade do ferro.
Hesíodo morreu, ao que tudo indica, em Ascra.
Fonte: www.nomismatike.hpg.ig.com.br
Hesíodo
Hesíodo
O MITO
O homem, desde os primórdios, tenta explicar a origem do mundo. Esse assunto sempre interessou a humanidade, devido estar ligado intrinsecamente a existência. Com os mitos o homem busca responder de onde veio e para aonde vai. Se engana quem tem uma leitura apressada dos mitos e acha que se trata apenas de uma visão fictícia da realidade. Os mitos têm linguagem simbólica, mas seu sentido é mais profundo do que pensamos, mesmo porque a realidade é maior que o poder de captação da mente humana, a realidade é feita de caos.
A concepção de mito faz parte indissociável da maneira humana de compreender a realidade. Os mitos não são vistos como lendas por aqueles que os respeitam, mas como histórias que realmente aconteceram nos tempos ancestrais, envolvendo seres sobrenaturais que produzem uma nova realidade (vide o mito de Adão e Eva).
MITO E FILOSOFIA
A filosofia é um fenômeno restrito, surgiu em poucos lugares, como a Grécia e a Índia. Os mitos e a religião, ao contrário, são universais, surgiram em todos os povos do mundo. A filosofia apareceu como uma forma de explicar o mundo racionalmente, sem a utilização de mitos. Mas isso não aconteceu de repente, nem houve um abandono dos mitos, inclusive muitos filósofos se utilizaram de mitos para explicar suas concepções. Portanto, para se entender a filosofia é preciso partir dos mitos.
Existem descrições cosmogônicas que são intermediárias entre os mitos e as concepções filosóficas sobre a origem do universo. Tal é o caso da Teogonia de Hesíodo.
NO PRINCÍPIO ERA O CAOS
Realmente antes de tudo existiu o Khaos (Caos)... (Hesíodo). A concepção de caos que se tem, contemporaneamente, é de desordem e de confusão. Caos vem da palavra grega khínein, que quer dizer abismo. Assim, caos era concebido como o abismo profundo, algo indefinido, anterior a todas as coisas. Alguns autores interpretam como divisão, mas divisão de quê? Muito já se escreveu sobre o Caos, mas sem se chegar a uma conclusão definitiva, aceita por todos.
Hesíodo, em seu poema Teogonia, busca implicitamente demonstrar que tudo tem uma origem.
Segundo ele, os primeiros "filhos" do Caos são: a Gaia, terra; o Tártaro, local mais profundo que Hades (o inferno dos gregos); e o Eros, amor, desejo, deus que supera todas as forças atraindo os opostos. A Terra se apoiava no Tártaro, que por sua vez era possível que se apoiasse no Caos. Naquele tempo, não se tinha a concepção de que a Terra flutuasse no espaço. Posteriormente, se acreditou que a Terra era uma bolha imersa dentro do Caos.
Teogonia significa origem dos deuses. Nesse mito os deuses surgem através do desejo de união de outros deuses ou da separação. Eros é o desejo. Mutantis muntandes, dos primitivos "filhos" do Caos são gerados deuses como Urano (Céu), que inicialmente vivia imerso na Terra, e os Titãs e as Titânidas, filhos e filhas resultantes da união de Gaia e de Urano.
O mito segue explicando que do Caos saiu as trevas. Das trevas saiu a luz. A Gaia (Terra) deu nascimento a Urano (céu), depois às montanhas e ao mar.
Segue-se a apresentação dos filhos da luz, dos filhos das trevas e da descendência da Terra - até o momento do nascimento de Zeus, que triunfará sobre seu pai, Cronos (tempo), começando então a era olímpicos.
Fonte: www.geocities.com
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