OS MOSAICOS BIZANTINOS DE RAVENA
Por Claudia Liechavicius
Ravena é uma das grandes estrelas da Emília-Romana, coração do centro da Itália. Recebe turistas atraídos pelos célebres mosaicos bizantinos, lembrança do seu passado carimbado como a última capital do Império Romano do Ocidente, após a queda de Roma no século V. Na verdade, ela começou a ganhar poder já no século I quando o imperador Augusto construiu um porto e uma base naval na cidade vizinha de Classe e depois por quase dois séculos foi a capital do Império Romano. História não falta a essa pequena e tranquila cidade que hoje vive cheia de orgulho de seus tesouros artísticos.
Muros da Basílica de San Vitale e ao fundo Igreja de Santa Maria Maggiore, Ravena.
Por onde quer que se passe a fachada sóbria de prédios em tijolos alaranjados contrasta com a sofisticação dos mosaicos que revestem seus interiores. Eles são compostos de vidros, mármores coloridos e pedras cortadas para se juntar de tal modo que o resultado é estarrecedor.
Comecei a conhecer Ravena pelo Mausoléu de Galla Placidia. Esse é um monumento fúnebre paleocristão (arte do início do período bizantino) pertencente a Igreja Católica. Sua planta tem forma de cruz e suas paredes internas são ricamente decoradas com mosaicos declarados pela UNESCO como Patrimônio Mundial. Os mosaicos representam cenas e personagens da religião cristã. Lá dentro há três sarcófagos, um em cada extremidade dos braços da cruz com exceção da entrada. Por fora a estrutura é pequena, simples, em tijolos aparentes, mas por dentro é um belo tesouro.
Mosaico "O Bom Pastor" sobre a porta de entrada.
Cúpula do mausoléu revestida com mosaicos que simulam um céu estrelado.
Teto com vários detalhes em formas geométricas que lembram a cruz torta da suástica, que já foi usada até por Hitler, mas em sânscrito significa felicidade, prazer e boa sorte.
Outros detalhes dos mosaicos em formas de flores estilizadas com círculos concêntricos.
Ao redor das janelas que são fechadas com mármore translúcido, desenhos de veados bebendo água.
Gala Placidia era filha do Imperador Teodósio, o Grande. Nasceu em Constantinopla, no finalzinho do século IV e teve uma vida tumultuada. Foi capturada ainda jovem pelos visigodos que sitiaram Roma. Casou com um dos seus sequestradores e com isso uniu as tradições romanas e bárbaras, o que desagradou os romanos. Em seguida, seu marido foi assassinado e ela se tornou prisioneira. Então, foi obrigada a se casar com Constâncio em Ravena e juntos foram elevados à condição de Augustos, ficando em pé de igualdade com o imperador. Novamente seu marido foi morto e ela assumiu o trono como imperatriz por oito anos em Ravena, no lugar do filho que ainda era menor de idade, até ser derrotada numa campanha militar. Ficou exilada em Roma até sua morte, em 450. Os estudiosos não sabem se seu corpo está sepultado no Mausoléu Galla Placidia ou em Roma.
Adjacente ao Mausoléu de Galla Placidia fica a Basílica de San Vitale. É impressionante a escuridão dentro desses templos. A iluminação é muito reduzida e é preciso esperar até que os olhos se acostumem com a penumbra para poder explorar e aproveitar os detalhes impressionantes.
A Basílica de San Vitale é a obra arquitetônica mais conhecida de Ravena devido aos mosaicos de arte bizantina. Também é considerada Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO. Ela começou a ser construída em 525, por ordem do bispo Eclésio e foi concluída em 548 já sob o domínio bizantino. Não se sabe quem foi o arquiteto responsável pela basílica. Ela combina elementos romanos e bizantinos. Tem desenho octogonal e mosaicos espetacculares no seu interior, que representam sacrifícios do Velho Testamento e retratos de quatro evangelistas. Seu valor é enorme por ser o único grande templo bizantino que permanece intacto até os dias de hoje.
Acima, mosaico com Cristo, São Vital recebendo uma coroa de mártir, dois anjos e o bispo Eclesius que começou a construir a igreja. Nas laterais. mosaico com Justiniano I (à esquerda) e com a Imperatriz Teodora (à direita).
INGRESSO: Juntamente com a Basílica de San Vitale e com o Mausoléu de Galla Placidia fica o Museu Nacional de Ravena com uma pequena coleção de peças romanas, bizantinas, medievais e paleocristãs. Para visitar estes locais além do Battistero Neoniano, Museu Arcivescovile e da Basílica de San Apollinare Nuovo - compra-se um bilhete único no valor de 9,50 euros que tem validade de uma semana.
Ravena é uma das grandes estrelas da Emília-Romana, coração do centro da Itália. Recebe turistas atraídos pelos célebres mosaicos bizantinos, lembrança do seu passado carimbado como a última capital do Império Romano do Ocidente, após a queda de Roma no século V. Na verdade, ela começou a ganhar poder já no século I quando o imperador Augusto construiu um porto e uma base naval na cidade vizinha de Classe e depois por quase dois séculos foi a capital do Império Romano. História não falta a essa pequena e tranquila cidade que hoje vive cheia de orgulho de seus tesouros artísticos.
Muros da Basílica de San Vitale e ao fundo Igreja de Santa Maria Maggiore, Ravena.
Por onde quer que se passe a fachada sóbria de prédios em tijolos alaranjados contrasta com a sofisticação dos mosaicos que revestem seus interiores. Eles são compostos de vidros, mármores coloridos e pedras cortadas para se juntar de tal modo que o resultado é estarrecedor.
Comecei a conhecer Ravena pelo Mausoléu de Galla Placidia. Esse é um monumento fúnebre paleocristão (arte do início do período bizantino) pertencente a Igreja Católica. Sua planta tem forma de cruz e suas paredes internas são ricamente decoradas com mosaicos declarados pela UNESCO como Patrimônio Mundial. Os mosaicos representam cenas e personagens da religião cristã. Lá dentro há três sarcófagos, um em cada extremidade dos braços da cruz com exceção da entrada. Por fora a estrutura é pequena, simples, em tijolos aparentes, mas por dentro é um belo tesouro.
Mausoléu de Galla Placidia.
Mosaico "O Bom Pastor" sobre a porta de entrada.
Cúpula do mausoléu revestida com mosaicos que simulam um céu estrelado.
Teto com vários detalhes em formas geométricas que lembram a cruz torta da suástica, que já foi usada até por Hitler, mas em sânscrito significa felicidade, prazer e boa sorte.
Outros detalhes dos mosaicos em formas de flores estilizadas com círculos concêntricos.
Ao redor das janelas que são fechadas com mármore translúcido, desenhos de veados bebendo água.
Gala Placidia era filha do Imperador Teodósio, o Grande. Nasceu em Constantinopla, no finalzinho do século IV e teve uma vida tumultuada. Foi capturada ainda jovem pelos visigodos que sitiaram Roma. Casou com um dos seus sequestradores e com isso uniu as tradições romanas e bárbaras, o que desagradou os romanos. Em seguida, seu marido foi assassinado e ela se tornou prisioneira. Então, foi obrigada a se casar com Constâncio em Ravena e juntos foram elevados à condição de Augustos, ficando em pé de igualdade com o imperador. Novamente seu marido foi morto e ela assumiu o trono como imperatriz por oito anos em Ravena, no lugar do filho que ainda era menor de idade, até ser derrotada numa campanha militar. Ficou exilada em Roma até sua morte, em 450. Os estudiosos não sabem se seu corpo está sepultado no Mausoléu Galla Placidia ou em Roma.
Adjacente ao Mausoléu de Galla Placidia fica a Basílica de San Vitale. É impressionante a escuridão dentro desses templos. A iluminação é muito reduzida e é preciso esperar até que os olhos se acostumem com a penumbra para poder explorar e aproveitar os detalhes impressionantes.
Basílica de San Vitale.
A Basílica de San Vitale é a obra arquitetônica mais conhecida de Ravena devido aos mosaicos de arte bizantina. Também é considerada Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO. Ela começou a ser construída em 525, por ordem do bispo Eclésio e foi concluída em 548 já sob o domínio bizantino. Não se sabe quem foi o arquiteto responsável pela basílica. Ela combina elementos romanos e bizantinos. Tem desenho octogonal e mosaicos espetacculares no seu interior, que representam sacrifícios do Velho Testamento e retratos de quatro evangelistas. Seu valor é enorme por ser o único grande templo bizantino que permanece intacto até os dias de hoje.
Acima, mosaico com Cristo, São Vital recebendo uma coroa de mártir, dois anjos e o bispo Eclesius que começou a construir a igreja. Nas laterais. mosaico com Justiniano I (à esquerda) e com a Imperatriz Teodora (à direita).
INGRESSO: Juntamente com a Basílica de San Vitale e com o Mausoléu de Galla Placidia fica o Museu Nacional de Ravena com uma pequena coleção de peças romanas, bizantinas, medievais e paleocristãs. Para visitar estes locais além do Battistero Neoniano, Museu Arcivescovile e da Basílica de San Apollinare Nuovo - compra-se um bilhete único no valor de 9,50 euros que tem validade de uma semana.
Andando mais alguns quarteirões fica outro complexo fantástico com o Battistero Neoniano, a Duomo, aTorre e o Museu Arcivescovile. É incrível como tudo se parece. Mesmos formatos, mesmas cores. E, por dentro, mosaicos.
O Batistério Neoniano é a mais antiga das construções de Ravena inscritas como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. É considerado o monumento mais bem preservado dos primeiros tempos do Cristianismo com representações de figuras humanas. Em parte foi edificado sobre uma antiga terma romana. Sua estrutura octogonal, em tijolos foi feita no século IV como parte de uma grande basílica que foi destruída em 1734. O bispo Urso iniciou as obras que foram concluídas pelo bispo Neon, daí o nome. O significado dos oito lados do batistério se referem aos sete dias da semana mais o Dia da Ressurreição.
Mosaico do Batismo de Cristo, no Battistero Neononiano. Observe as figuras dos 12 apóstolos ao redor da cena central.
A cena central representa João Batista batizando Jesus Cristo que está em pé com água do rio Jordão até a cintura. Do lado direito, há um deus pagão.
Também vale a pena visitar o Battistero degli Ariani que tem uma cúpula do final do século V com um mosaico dos Apóstolos, a tumba de Dante e a Basília de Sant'Apollinare.
A grande beleza de Ravena está nos detalhes, está no seu passado, nas marcas deixadas pelo Império Bizantino. É preciso circular com calma e com olhos de ver. Além disso, a cidade também tem uma mistura de ruas antigas, lojas elegantes, restaurantes gostosos e piazzas tranquilas. Vale uma passada de um dia.
Mas, a viagem pode ficar ainda melhor se der para conjugar com Bologna, Florença e Veneza. No mais, os arredores não oferecem muito encanto, apesar desse lado da Itália estar virado para o Mar Adriático. Porém, se a ideia for praia, a Itália tem lugares muito mais interessantes do que Rimini, Milano Maritima, Cervia (que ficam nos arredores de Ravena)... Opte pela Costa Amalfitana, Cinque Terre, Portofino ou pelas ilhas Sicília e Sardenha. Itália é um país encantador. Há muito que se ver, comer e beber por lá.
DISTÂNCIAS
Ravena - Bologna: 74 quilômetros
Ravena - Florença: 190 quilômetros
Ravena - Veneza: 143 quilômetros
Ravena - Milão: 294 quilômetros
Ravena - Roma: 374 quilômetros
http://www.viajarpelomundo.com/2012/10/os-mosaicos-bizantinos-de-ravena.html
Duomo, Torre e Battistero Neoniano.
O Batistério Neoniano é a mais antiga das construções de Ravena inscritas como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. É considerado o monumento mais bem preservado dos primeiros tempos do Cristianismo com representações de figuras humanas. Em parte foi edificado sobre uma antiga terma romana. Sua estrutura octogonal, em tijolos foi feita no século IV como parte de uma grande basílica que foi destruída em 1734. O bispo Urso iniciou as obras que foram concluídas pelo bispo Neon, daí o nome. O significado dos oito lados do batistério se referem aos sete dias da semana mais o Dia da Ressurreição.
Mosaico do Batismo de Cristo, no Battistero Neononiano. Observe as figuras dos 12 apóstolos ao redor da cena central.
A cena central representa João Batista batizando Jesus Cristo que está em pé com água do rio Jordão até a cintura. Do lado direito, há um deus pagão.
Battistero Neoniano com seu formato octogonal e janelas cegas.
Também vale a pena visitar o Battistero degli Ariani que tem uma cúpula do final do século V com um mosaico dos Apóstolos, a tumba de Dante e a Basília de Sant'Apollinare.
A grande beleza de Ravena está nos detalhes, está no seu passado, nas marcas deixadas pelo Império Bizantino. É preciso circular com calma e com olhos de ver. Além disso, a cidade também tem uma mistura de ruas antigas, lojas elegantes, restaurantes gostosos e piazzas tranquilas. Vale uma passada de um dia.
Mas, a viagem pode ficar ainda melhor se der para conjugar com Bologna, Florença e Veneza. No mais, os arredores não oferecem muito encanto, apesar desse lado da Itália estar virado para o Mar Adriático. Porém, se a ideia for praia, a Itália tem lugares muito mais interessantes do que Rimini, Milano Maritima, Cervia (que ficam nos arredores de Ravena)... Opte pela Costa Amalfitana, Cinque Terre, Portofino ou pelas ilhas Sicília e Sardenha. Itália é um país encantador. Há muito que se ver, comer e beber por lá.
DISTÂNCIAS
Ravena - Bologna: 74 quilômetros
Ravena - Florença: 190 quilômetros
Ravena - Veneza: 143 quilômetros
Ravena - Milão: 294 quilômetros
Ravena - Roma: 374 quilômetros
http://www.viajarpelomundo.com/2012/10/os-mosaicos-bizantinos-de-ravena.html
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