Se a Vida Fosse Uma Estrada...
Cada um de nós caminha pela vida como se fosse um
viajante que percorre uma estrada.
Há os que passam pouco tempo caminhando e
os que ficam por longos anos.
Há os que vêem margens floridas e os que
somente enxergam paisagens desertas.
Há os que pisam em macia grama e os que
ferem os pés em pedras pontudas e espinhos.
Há os que viajam em companhias amigas,
assinaladas por risos e alegria.
E há os que caminham com gente indiferente,
egoísta e má.
Há os que caminham sozinhos inclusive
crianças e os que vão em grandes grupos.
Há os que viajam com pai e mãe.
E os que
estão apenas com os irmãos.
Há quem tenha por companhia marido ou esposa.
Muitos levam filhos.
Outros carregam
sobrinhos, primos, tios.
Alguns andam apenas com os amigos.
Há quem caminhe com os olhos cheios de
lágrimas e há os que se vão sorridentes.
Mas, mesmo os que riem, mais adiante
poderão chorar.
Nessa estrada, nunca se conheceu alguém que a percorresse
inteira sem derramar uma lágrima.
Pela estrada dessa nossa vida, muitos
caminham com seus próprios pés. Outros são carregados por empregados ou
parentes.
Alguns vão em carros de luxo, outros em
veículos bem simples.
E há os que viajam de bicicleta ou a pé.
Há gente branca, negra, amarela.
Mas se
olharmos a estrada bem do alto, veremos que não dá para distinguir ninguém:
todos são iguais.
Há gente magra e gente gorda.
Os magros
podem ser assim por elegância e dieta ou porque não têm o que comer.
Alguns trazem bolsas cheias de comida.
Outros levam pedacinhos de pão amanhecido.
Muitos gostam de repartir o que têm.
Outros
dão apenas o que lhes sobra.
Mas muita gente da estrada nem olha para os
viajantes famintos.
Há pessoas que percorrem a estrada sempre
vestidas de seda e cobertas de jóias.
Outros vestem farrapos e seguem descalços.
Há crianças, velhos, jovens e casais, mas
quase todos olham para lugares diferentes.
Uns olham para o próprio umbigo, outros
contemplam as estrelas, alguns gostam de espiar os vizinhos para fofocar
depois.
Uma boa parte conta o dinheiro que leva e
há os que sonham que um dia todos da estrada serão como irmãos.
Entre os sonhadores há os que se dedicam a
dar água e pão, abrigo e remédio aos viajantes que precisam.
Há pessoas cultas na estrada e há gente
muito tola.
Alguns sabem dizer coisas difíceis e outros nem sabem falar
direito.
Em geral, os sabichões não gostam muito da
companhia dos analfabetos.
O que é certo mesmo é que quase ninguém na
estrada está satisfeito.
A maioria dos viajantes acha que o vizinho é mais
bonito ou viaja de forma bem mais confortável.
É que na longa estrada da vida, esquecemos
que a estrada terá fim.
E, quando ela acabar, o que teremos?
Carregaremos, sim, a experiência aprendida
durante o tempo de estrada e estaremos muito mais sábios, porque todas as
outras pessoas que vimos no caminho nos ensinaram algo.
A estrada de nossa existência pode ser
bela, simples, rica, tortuosa.
Seja como for, ela é o melhor caminho para o
nosso aprendizado.
Deus nos ofereceu essa estrada porque nela
se encontram as pessoas e situações mais adequadas para nós.
Assim, siga pela estrada ensolarada.
Procure ver mais flores.
Procure ver mais flores.
Valorize os companheiros de jornada, reparta as
provisões com quem tem fome.
E, sobretudo, não deixe de caminhar feliz,
com o coração em festa, agradecido a Deus por ter lhe dado a chance de
percorrer esse caminho de sabedoria.
Redação do Momento Espírita
Disponível no CD Momento Espírita, v. 14,
ed. Fep.
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gloss.abril.com.br
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