Transtorno Bipolar
Desequilíbrios psicológicos desse período podem predispor a bipolaridade
POR MINHA VIDA - PUBLICADO EM 06/12/2011
A psicose pós-parto - popularmente conhecida como depressão pós-parto - pode ser considerada como uma apresentação do transtorno afetivo bipolar. A maior parte das mulheres que desenvolvem essa crise, entretanto, não recebe o diagnóstico de bipolaridade.
A afirmação é de pesquisadores da Arhus University, na Dinamarca, que conduziram um estudo com o objetivo de avaliar a psicose pós-parto como desencadeadora do Transtorno Afetivo Bipolar. Eles acompanharam individualmente 120.378 mulheres, que já tinham um primeiro contato com qualquer distúrbio psiquiátrico, exceto o diagnóstico de transtorno bipolar.
Este primeiro contato com bipolaridade ocorreu, para 2.870 dessas mulheres, durante o primeiro ano após o nascimento do primeiro filho. Entre as 120.378 mulheres, 3.062 receberam o diagnóstico de Transtorno Afetivo Bipolar, e, destas, 132 tiveram o primeiro desequilíbrio psiquiátrico até 12 meses após o parto.
Os especialistas também observaram que houve uma maior incidência de bipolaridade em mulheres que tiveram crises psicológicas logo no primeiro mês após o parto. Além disso, a gravidade dessa crise aumenta o risco, uma vez que as pacientes internadas tiveram chances maiores de apresentar o transtorno bipolar do que aquelas que passaram apenas por acompanhamento ambulatorial.
Quinze anos após o contato inicial, aproximadamente 14% das mulheres que tiveram a psicose pós-parto no período imediato (0 a 30 dias após o nascimento) evoluíram com transtorno bipolar. Apenas 5% das pacientes que o tiveram em período mais tardio (31 a 365 dias após o parto) e 4% das mulheres que o tiveram em outros momentos, desenvolveram esta psicopatia.
Uma análise ainda mais estendida mostrou que 19% das mulheres com transtorno imediato desenvolveram bipolaridade até 22 anos depois do contato psiquiátrico inicial. Por outro lado, 6% das mulheres com transtorno no período tardio e 5% das mulheres com transtorno em outros momentos apresentaram a bipolaridade.
Reconheça a depressão pós-parto
Atenção aos primeiros sintomas
Os sintomas da depressão pós-parto variam de leves a graves. Eles são inúmeros e podem se iniciar com choro sem motivo, irritabilidade, intolerância ao marido e familiares, insônia, inapetência, agressividade e passividade.
Os sintomas da depressão pós-parto variam de leves a graves. Eles são inúmeros e podem se iniciar com choro sem motivo, irritabilidade, intolerância ao marido e familiares, insônia, inapetência, agressividade e passividade.
A depressão pode voltar
Mulheres que já passaram pela depressão pós-parto na primeira gestação têm mais chances de apresentá-la na segunda gravidez. Por isso, é essencial conversar abertamente com o obstetra que acompanha a gravidez, relatando todo o histórico pessoal, buscando tratamento preventivo.
O cuidado com o bebê
A mulher em depressão pós-parto, raramente apresenta alteração na capacidade de cuidar do seu bebê. Ou seja, ela não o abandona a própria sorte. Essa dificuldade acontece somente nos casos mais graves. Nessas circunstâncias, os médicos podem indicar a introdução da medicação até a situação ser normalizada.
Desdobramentos da doença
A doença também é categorizada como tristeza, baby blue, depressão fisiológica ou transtorno de humor transitório, em que os sintomas aparecem por volta do quinto dia após o parto, devendo desaparecer depois de duas semanas. Caso isto não ocorra, se caracteriza uma depressão patológica. Já a psicose puerperal é bem mais grave, pois apresenta um quadro delirante, freqüentemente alucinatório, que aparece no segundo dia após o parto e pode durar até três meses depois do nascimento do bebê.
Procure o médico
O auto-diagnóstico é difícil, muitas vezes, a mulher acha que está apenas cansada e com falta de energia, além disto, ela pode se sentir culpada pela tristeza que está sentindo. Por isso, caso seja notada instabilidade emocional, o melhor é conversar com o ginecologista, que pode avaliar com mais precisão e fazer o encaminhamento para um especialista, que pode ser um psicólogo ou um psiquiatra.
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