Sempre na minha mente e no coração...

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Corcovado ou Cristo Redentor, lindo !!!

quarta-feira, 9 de maio de 2012

A História do Bhagavad-Gita




Raízes e canções. Para tentar explicar vou apelar, ...
hijodevecino.net


A História do Bhagavad-Gita


A epopéia Mahâbhârata, de que faz parte o Bhagavad-Gîtâ, foi compilada na forma atual entre os séculos 5 e 1 a.C.

A epopéia se reporta à grande Índia de outrora, unificada política e culturalmente, estendendo-se do Himalaia ao cabo Camorim.

Os kurus formavam um importante kula (clã) dessa época. Quando seu rei Dhritarâshtra, o rei cego, envelheceu, decidiu ceder o trono, não a seu filho Duryôdhana, mas ao primogênito de seu irmão Pându, Yudishtira; pois Duryôdhana, dado ao mal, não era digno de governar. Mas Duryôdhana apoderou-se do trono através de intrigas e traições e tratou de tentar liquidar Yudishtira e seus quatro irmãos.

Krishna, o Deus encarnado, chefe do clã Yâdava, amigo e parente dos kurus, tentou reconciliar os dois partidos, reclamando para os príncipes pândavas apenas cinco cidades. Duryôdhana recusou-se a entregar sem luta a menor parcela de terra. Tornou-se então necessário combater pela justiça e pelo direito. Todos os príncipes da Índia tomaram um ou outro partido. Krishna, imparcial, ofereceu uma escolha aos dois partidos:
Duryôdhana escolheu ter aos seu lado todo o exército de Krishna, enquanto que o próprio Krishna, sozinho, passou para o outro campo, não como guerreiro, mas como simples condutor do carro de Arjuna.

Drôna, que instruíra os kurus e os pândavas na arte militar, tomou o partido de Duryôdhana, porque seu velho inimigo Drupada escolhera o outro campo. Bhîshma, tio-avô dos príncipes kuravas e pândavas, o homem que sempre vivera em castidade e era o homem mais forte de seu tempo, era o chefe do partido que tentara reconciliar kurus e pândavas. Quando fracassaram as tentativas pacíficas e a guerra tornou-se inevitável, ele decidiu, depois de examinar escrupulosamente seus deveres e sua obrigação, tomar o partido de Duryôdhana. Sabia que este estava errado e se a batalha envolvesse apenas os dois ramos da mesma família, teria permanecido neutro; mas quando viu que todos os antigos inimigos dos kurus estavam se aliando aos pândavas, decidiu lutar apenas dez dias ao lado de Duryôdhana e depois se retirar para uma morte voluntária (obtida por meios não violentos).

Do ponto de vista estritamente militar, o exército de Duryôdhana era claramente superior ao de seu adversário. Mas esta superioridade era compensada pela presença de Krishna no campo oposto.

Sanjaya, o condutor do carro do velho rei Dhritarâshtra, relata-lhe o que aconteceu no campo de Kurukshetra, onde os dois exércitos se reuniram para uma luta sem precedentes na história da antiga Índia.

É então que começa o Bhagavad-Gîtâ, o Canto Divino, assim chamado por conter as palavras de Krishna, a divindade encarnada, e por ensinar o homem a elevar-se acima da consciência humana, até uma consciência divina superior, realizando desta forma na Terra o reinado dos céus.



Prefácio da edição em português


A presente edição do Dr. Ramananda Prasad, do Bhagavad-gita, (A canção do Senhor) a qual tenho o privilegio de traduzir para o Português, trata-se de uma obra feita com o coração puro de um devoto do Senhor. 

De fato, é uma verdadeira prasad (restos abençoados pelo Senhor), carinhosamente posto em forma de palavras para todos nós. Antes de ser um texto pura e simplesmente baseado numa visão particular, deste grande clássico da literatura sagrada da Índia védica, trata-se de um "que fazer", aqui e agora, protagonizado por esta milenar maravilha que é o Bhagavad-gita. 
As inquietantes perguntas que fazemos na maturidade, como bem se refere Sriman Ramananda, sobre a vida e a morte, estão descritas neste belo texto com uma simplicidade e profundidade ímpares. 
Não há dúvidas que o leitor irá se beneficiar, e muito, com cada uma das instruções dadas pelo divino Mestre, Bhagavan Shri Krishna, no belo serviço devocional de Sriman Ramananda adhikari.
A Suprema compreensão deste texto é que o mundo, as coisas que nos rodeiam, nossa própria vida, só tem um destino: o de amar a Deus sobre todas as coisas; Amor incondicional, sem ter em vista o gozo dos sentidos e o resultado das nossas ações; trata-se da verdadeira renúncia. 
A pessoa não precisa deixar de fazer seus afazeres do dia a dia para tornar-se um devoto de Deus. O próprio Senhor Krishna diz no Bhagavad gita, 3.9.

yajñaarthaat karmano ´nyatraloko ´yam karma-bandhanahtad-artham
karma kaunteyamukta-sangah samaacara.

"A ação deve ser para Vishnu; de outro modo, ficas cativeiro do karma (da ação) neste mundo, ó Kauteya!
A ação atenta, assim associada, é perfeita, liberando-te". Se todas as ações forem feitas tendo em vista a satisfação do Supremo então não haverá mais sofrimento. 

Sriman Ramananda traduziu este verso com o seguinte conteúdo: "O seres humanos ficam atados ao cativeiro do Karma das suas ações, a não ser que aquelas sejam feitas como um serviço desapegado (Seva, Yajña). 
Portanto, o Arjuna, torna-te livre do apego egocêntrico dos frutos do trabalho, faças a tuas obrigações eficientemente como um serviço para Mim". 
Como se percebe, as ações direcionadas para o Senhor estão livres da reação do karma, de modo que não é muito difícil entender que a razão do sofrimento está em agir conforme nossa vontade individual com finalidades egoísticas. 
Uma vez que entendemos que o nascimento e a morte são cíclicos, e o resultado do nosso desejo de desfrutar é a razão de todo o sofrimento, fica-nos muito claro que a livre vontade deve compreender o amor de Deus como um amor puro e sem causa, deste modo, apenas a misericórdia do Senhor permanece, e na Sua imensa bondade e beatitude nos oportuniza o caminho de volta ao Seu aconchego. 
Viver a consciência pura de Deus é algo muito prático e aprazível. E uma vez que experimentamos este doce presente de Deus ficamos maravilhados, na realidade, ficamos embriagados pela simplicidade em que Ele nos permite amá-lo.
Todos estamos muito felizes em poder compartilhar este belo trabalho do Dr. Ramanda Prasad, que tem dedicado a sua vida para o serviço devocional ao Senhor. Como uma prova do seu amor, ele nos concedeu esta bênção, em poder, agora, divulgar para a comunidade da língua portuguesa no mundo todo, a sua bela compreensão das palavras do nosso divino mestre.
Todas as glórias ao divino mestre, Shri Krishna, amor puro personificado, e aqui nestes versos desvelando-se como a misericórdia e a justiça incarnada de Deus.

Hare Rama, Hare Krsna

Sriman Ojasvi dasa vyasa (Prof. Dr. Olavo Orlando Desimon)
Presidente da Sociedade da Vida Divina, Brasil.




O Bagavadguitá é a essência do conhecimento védico da Índia e um dos maiores clássicos de filosofia e espiritualidade do mundo. A filosofia perene do Bagavadguitá tem intrigado a mente de quase todos os grandes pensadores da humanidade, tendo influenciado de maneira decisiva inúmeros movimentos espiritualistas.

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