Voltando...
O porquê voltando?
Muitas águas passaram por debaixo da ponte nestes dias.
Águas tranquilas calmas, mas por vezes outras turvas agitadas
bem turbulentas.
Começo de Outubro veio tudo a ficar de cabeça para baixo, ao
receber um e-mail de uma amiga de Florianópolis.
Neste vídeo que assistem agora é a minha filha caçula, Olga
Emily Montanhini com seus 42 anos de idade.
Ela é moradora de rua, uma opção de escolha dela, jamais da
nossa família.
Nossa Milly para amigos e irmãos, mas minha Miucha este é o meu apelido dado a ela.
Mas a vida nos surpreende como os dias que não são iguais.
Sempre ensinei aos meus filhos os caminhos da vida, suas
responsabilidades, os cuidados, respeito por cada um e a si mesmo.
Nem sempre nos ouvem, sou mãe de seis filhos, me sobram hoje
cinco, pois já puderam perceber que um já é falecido Walmor Fernando Montanhini.
Como Emily ambos eram também adictos, digo: usuários de
drogas... Todas as drogas, principalmente o crack.
Uma calamidade aos dias atuais, uma praga, a maior desgraça.
Devo ter merecido este fardo porque Deus acreditou em mim dando-me ombros
largos para suportar tamanha dor.
Sou uma mulher de fé e coragem.
Sou da luta!
Neste ano no começo do Inverno (o mês de Junho) pensava muito seriamente na minha filha Emily,
nós não moramos na mesma cidade eu moro no Estado de São Paulo, em Campinas.
Ela por sua vez mora no Sul do País, em Florianópolis.
Sempre estive atenta a este problema, embora pelo Facebook
tivesse várias pessoas que me passavam noticias ao seu respeito principalmente
sua saúde.
Em Outubro aconteceu o que mais temia.
Dia 07 de Outubro viajei as pressas para Florianópolis,
minha filha estava internada na UTI do Hospital Universitário da cidade.
Uma viagem tensa sem saber o que me esperava.
Cansada só pedia Deus forças para me amparar dentro de
tantas tristezas e incertezas.
Foram nove dias interruptos em visitas ao hospital no leito
da minha filha.
Não tinha o que fazer a não ser rezar, ter o conforto dos
amigos da minha filha. Eram muitos.
Amigos este que não irei esquecer pelo resto da minha vida.
Simpáticos e solidários por todos meus momentos.
Florianópolis uma capital sedutora. Capital do Estado de Santa Catarina,
uma capital mágica, tem a magia das bruxas como conta sua história, contarei
estes detalhes bem depois num próximo vídeo que vou postar onde minha filha faz
uma apresentação musical a alguns jornalistas num recinto fechado.
Com suas praias lindíssimas embora não fui para curtir praias, com um
povo amoroso, alegre de uma solidariedade espetacular. Eu não conhecia esta performance
dos açorianos os Manezinhos como chamam que são os nativos da Capital.
Meus dias foram só visitas ao hospital com muita chuva na cidade.
Não parava de chover.
Não pude abraçar minha filha, apenas conversava com ela, fazendo
minhas orações em voz alta. Era tudo que podia fazer.
No último dia da minha visita ela começou a responder fazendo
um leve movimento com sua perna direita. Estava mais aliviada já que ela estava
em coma induzido no oxigênio ainda pode responder por reflexos.
Deixe-a neste estado com meu coração apertado em dor mais sempre com muita fé.
Tudo por escolhas próprias, que tanto sofria este revés das
suas escolhas.
Situação terrível!
Voltei chegando à Campinas dia 16 de Outubro, pois era o
aniversário de um casal de netos aqui.
Estava arrebentada, tenho em minha natureza um comportamento
natural ou nem tanto.
Depois de tudo acontecido, experimentando todo meu potencial de força e firmeza eu desabo, todas forças caem por
terra.
Meu emocional vai a pique, fico muito mal mesmo.
No chão.
Assim foram por quase Dez (10) a Quinze (15) dias, não entrava
no meu Blog, mal ficava no Facebook, meus e-mails eram muitos sem vontade de
absolutamente nada.
Até de abri-los.
Também espera o tal vídeo referente a apresentação dela a amigos seletos.
Estamos em novembro no Brasil a crise política me deixa abalada
pelos rumos que poderão tomar, tudo é bem imprevisível assim minha motivação vai à zero.
Hoje achei melhor não esperar por mais nada, nem mesmo o
vídeo que tanto desejava postar.
A minha atenção aos meus amigos aqui do Blog era o mais
importante.
Não existem em mim razões para não postar este vídeo primeiro,
ele é real e verdadeiro até mesmo para entenderem os fatos.
Mostrando a todos dizendo que a vida é assim mesmo, não é um
drama embora pareça, mas ela é real nós percorremos caminhos dos mais inéditos,
dos mais desconhecidos.
São caminhos!
Nada tenho a envergonhar-me destes acontecimentos, pois tudo de
melhor ensinei aos meus filhos eu não me interfiro nas suas escolhas as respeito,
apenas aviso dos seus prós e contras. Quando
os filhos tornam-se maiores mostram-se independentes capazes nada mais podendo você fazer por
eles.
Sou uma mulher forte, firme, alegre e vibrante.
Faço aos meus tudo que for dentro do possível.
Os ajudo em
palavras e atitudes.
Exemplos é o fundamental.
Respeito todos e tudo orientando-os informando-os qual é o sentido maior para estar aqui.
Acredito que todos nós aqui estamos para a melhora de nós mesmos
em nossas re-lembranças em conhecimentos, as reflexões por cada dia, os sentimentos, valores e conceitos.
Aprimorar e apurar nossas ações, emoções ter o equilíbrio exato com um raciocínio lógico das razões.
Deste jeito fortalecemos nossa Consciência.
Sou eu assim, esta é minha filha Emily nascida de mim, que a
amo muito, respeitando mesmo por sua vida errante.
Minha Miucha hoje seu estado de saúde é bem melhor embora esteja
bem debilitada fraca já na enfermaria do HU (Hospital Universitário) comparando
aos seus momentos anteriores ela ainda tem vida.
Perspectivas?
Só ela poderá dizer para ela mesma depois de ter visto a
morte rondando-a.
Este hospital HU foi um dois melhores hospitais que conheci,
com uma equipe médica fantástica. Esta
equipe médica com sua dedicação, respeito à vida salvou minha filha.
Eu fiz este depoimento em texto para entenderem toda minha
situação, sem ter que justificar absolutamente nada.
A vida não se justifica vive-se cada momento, cada dia, cada
emoção.
Todas as emoções das melhores ou das piores assim aprimoram
meu ser.
A minha alma.
A minha alma.
Olga Emily Montanhini.
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