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sábado, 27 de maio de 2017

ARQUITETURA... CASA&VOGUE... Chandigarh, na Índia, resiste bem ao tempo.

Chandigarh, na Índia, resiste bem ao tempo

Fotos jogam luz sobre projeto de Le Corbusier

26/10/2012 | POR SILVIA ALBERTINI, FOTOS: MANUEL BOUGOT/ DIVULGAÇÃO

  (Foto:  Manuel Bougot/ Divulgação)

A galeria Photoink, em Nova Déli, recebe neste mês uma exposição de fotografias sobre uma cidade planejada, desenhada por um arquiteto de fama mundial que, além de curar o plano de urbanismo, projetou seus edifícios públicos. Diz o mito que, antes de ser construída nos anos 1950 para ser capital de um país em transformação, a cidade se manifestou em sonho. Já sabe do que estamos falando? Talvez não: apesar de soar bastante familiar para todos nós, esta história não se passa no Brasil e a cidade em questão não tem forma de avião.
Localizada no norte da Índia, Chandigarh foi uma das centenas de novas urbes erguidas depois da independência do país e de sua cisão com o Paquistão, em 1947. Sua construção tomou forma quando Nehru, primeiro-ministro e herdeiro político-espiritual de Gandhi, teve um sonho com uma cidade que se tornaria símbolo da modernidade do novo Estado independente. Para tanto, confiou a sua construção a um time de arquitetos liderados por um franco-suíço chamado Charles-Édouard Jeanneret – mas que entrou para a história sob a alcunha de Le Corbusier. Em Chandigarh, tudo tinha de seguir os ditames modernistas, inclusive os materiais usados concreto cru e tijolos, marcas registradas do movimento.
Quem joga nova luz sobre a maior concentração de obras de Le Corbusier no mundo é o fotógrafo francês Manuel Bougot, que, apaixonado pelo trabalho do mestre modernista, resolveu registrar o estado dessas criações 60 anos depois. Segundo Bougot, que foi entrevistado para esta matéria, Chandigarh foi um maravilhoso laboratório de arquitetura e planejamento urbano para o período, levantando questões que continuam fundamentais: densidade, relação entre cidade e natureza, espaço privado e público, sistemas de circulação e morfologias das habitações urbanas.
O fotógrafo revela que seu entusiasmo pela obra de Le Corbusier surgiu nos anos 1980, quando colaborou numa tese sobre as Jaoul Houses (1954), casas criadas em Neuilly-sur-Seine, bairro de Paris, para André Jaoul e seu filho Michel. De lá para cá, aprofundou-se na produção do arquiteto e participou de uma série de conferências. Numa delas, em 2006, conheceu Balkrishna Doshi, arquiteto indiano que, quando jovem, trabalhou com Le Corbusier. “Sua apresentação da gênese de Chandigarh, de sua concepção à construção de uma Índia independente, era fascinante”, conta Bougot.
Motivado pelo desejo de retratar o encontro entre o grande mestre do modernismo e a cultura indiana, Bougot fez sua primeira viagem para Chandigarh em 2009 e se surpreendeu ao perceber que, mais de meio século depois, o projeto corbusiano havia resistido ao tempo. “O núcleo original tinha 500 mil habitantes. Hoje são dois milhões, e a cidade é exatamente como o arquiteto concebera. Cada novo edifício segue seus desenhos.” Graças ao planejamento de Le Corbusier, que desenhou o plano mestre de suas futuras extensões, Chandigarh é hoje uma cidade arborizada, sem problemas de trânsito e muito amada por seus habitantes, que a apelidaram carinhosamente de Beautiful City.
* Matéria publicada em Casa Vogue #326 (assinantes têm acesso à edição digital da revista)
Chandigarh – Portrait of a City – Le Corbusier’s Architecture in India
Local: Galeria Photoink, Nova Déli, Índia
Data: de 8 de setembro a 27 de outubro
  (Foto: Manuel Bougot/ Divulgação)

  (Foto: Manuel Bougot/ Divulgação)

  (Foto: Manuel Bougot/ Divulgação)

  (Foto: Manuel Bougot/ Divulgação)

  (Foto:  Manuel Bougot/ Divulgação)

  (Foto: Manuel Bougot/ Divulgação)

  (Foto:  Manuel Bougot/ Divulgação)

  (Foto: Manuel Bougot/ Divulgação)

http://casavogue.globo.com/MostrasExpos/noticia/2012/10/chandigarh-le-

corbusier-india.html

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