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HISTÓRIA DAS MISSÕES
Ao lado ruínas da igreja da missão de São Miguel - RS - Brasil
Neste templo, que foi projetado pelo jesuíta arquiteto italiano Gean Batista Primolli.
Pode-se ver a mais completa igreja estilo barroco missioneiro de todos os
remanescentes jesuítico-guarani, disposta em três naves, torre e frontaria.
Entre os séculos XVI e
XVIII, desencadearam-se profundas transformações mundiais decorrentes
da
transição do sistema feudal para o capitalista.
Inseridas às principais
mudanças dessa época, destacavam-se o desenvolvimento do
comércio
ultramarino e a colonização de novas terras.
seguindo os interesses das nações dominantes.
Padres Jesuítas no
seu intento de pacificar e converter os selvagens à fé cristã, para facilitar o
domínio ultramarino dos metropolitanos.
função de assegurar territórios conquistados e catequizar os povos
nativos. Para tanto foi fundada
a Província Jesuítica do Paraguai,
estruturando maneiras peculiares de apropriação rural e urbana,
através de
um sistema social cooperativo que se desenvolveu durante o século XVII em uma
vasta
No período de pleno
desenvolvimento foi criada uma rede com mais de 30 povoados.
A originalidade da
cultura guarani, alicerçada no solidarismo e
reciprocidade encontrou nas
inovações técnicas trazidas
da Europa, como a escrita, imprensa, metalurgia, arte e arquitetura barroca,
as
condições ideais para o grande desenvolvimento alcançado.
Missões – Reduções.
Em meados de 25 anos,
foram fundadas mais de 30 Reduções.
Na região do Guairá
(hoje região do Paraná), surgiram: Loreto (1610), São Xavier (1622),
São José
(1625), Encarnação (1625), São
Paulo (1628), São Tomé (1628) e Jesus Maria (1628).
fundação de outras reduções na região de Itatim (hoje
Mato Grosso do Sul), são elas:
Anjos (1631), São José
(1631), São Benito (1632), Santos Apóstolos Pedro e Paulo (1633) e Encarnação
(1633).
(hoje território da Argentina). Ali à margem direita do
rio Uruguai, fundaram: Santo Inácio Guaçu (1610),
Itapuã (1615), Conceição (1619), Japeju (1627) e São Xavier (1621).
aceitação da
nova cultura imposta e pela invasão dos bandeirantes paulistas.
que São Borja é a cidade mais antiga do Rio Grande do Sul (1682), em
seguida São Nicolau (1687),
São Luiz Gonzaga (1687), São Miguel Arcanjo
(1687), São João Batista (1697), Santo Ângelo Custódio
(1706); estes são
chamados os Sete Povos das Missões, que hoje integram o território do Rio
Grande do Sul.
Essas
Reduções permanecem por mais ou menos um século e meio, entre fundação e
reassenta mento,
tornando-se independentes e auto-suficientes. Sua decadência
se deu, entre outros fatores pelo
Guarani que, apesar de terem sido massacrados pela Guerra
Guaranítica, nos deixam uma lição de vida e luta,
provando a
sua condição de dono da terra. Vencidos, espoliados e
despojados de suas terras.
Os guaranis foram
reduzidos a pequenos grupos errantes que atualmente sobrevivem da confecção e
venda
de artesanato.
Alguns estão em
reservas, onde lutam para manter suas tradições e pela manutenção da posse
das terras
e a preservação da natureza.
as reduções foram saqueadas inúmeras vezes, e a partir de 1825,
com a chegada dos imigrantes, grande
parte do material foi reutilizado em
construções públicas e privadas, acelerando o processo de destruição
das
antigas edificações.
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Os jesuítas eram
padres da ordem religiosa da Companhia de Jesus, que foi fundada por Ignácio de
Loyola em 134, com o objetivo de propagar a fé católica a partir da
evangelização, difundir a cultura e generalizar o ensino em decorrência do fenômeno
urbano.
Como Missão,
entende-se o encargo religioso que foi conferido pelo rei da Espanha, aos
padres jesuítas, como forma
de facilitar a conquista dos nativos no acesso às
novas terras.
Podemos resumir a
missão como o trabalho dos padres jesuítas em organizar as Reduções e de
conversão dos gentios (trabalho de catequização). A aldeia cristã foi o espaço
físico
para a implantação da Missão.
A aldeia é um projeto pedagógico total.
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REDUÇÃO
A palavra Redução
sintetiza o preceito de reduzir, delimitar o espaço físico para aculturar
os indígenas.
Pretendia-se
introduzir nos nativos a forma de sociedade européia, reunindo-os em aldeias.
Essas aldeias eram
escolhidas por índios e missionários e estes locais deveriam possuir terras
férteis, água em abundância e outros recursos que facilitassem a construção de
casa e templos; deviam também ter fácil acesso e localizar-se 20 ou
Formavam uma vila
organizada com estrutura urbana como será visto neste trabalho.
A Redução foi a
maneira, método de empreender a ”Missão por Redução” que é o projeto global de
catequização espanhola.
Debelado o período
bandeirante, as Reduções passam a vivenciar um crescimento constante, tanto de ordem
econômica como demográfica. Os jesuítas passam a instruir os guaranis no
sentido de viverem neste espaço urbano.
Marco Original do Tratado de Madri (1750)
Erigido em 1754 na Boca do Rio JauruAtualmente encontra-se na Praça Principal da cidade de Cáceres (MT)
TRATADO DE MADRI
As missões jesuíticas,
em especial os Sete Povos, tiveram a sua sorte determinada pelos conflitos de
fronteira entre Portugal e Espanha.
O tratado de Madri,
firmado em 13 de janeiro de 1750, previa a troca de Colônia do Sacramento pelos
Sete Povos das Missões.
A divisa foi marcada
ao longo do rio Paraná e Uruguai, entrando depois pelo Ibicuí até atingir
Castilhos Grandes, hoje território uruguaio.
Ficou estabelecido
então que os habitantes dos Sete Povos (índios guarani) seriam levados para o
lado espanhol (Argentina e Paraguai), na outra margem do rio Uruguai, deixando
para os
portugueses tudo o que tinham nas Reduções(estâncias, ranchos,
plantações de erva-mate...).
Os índios resistiram, iniciam-se os conflitos.
Esta
guerra foi a conseqüência do Tratado de Madri.
A partir de 1753 uma
série de conflitos que culminaram com a batalha de Caiboaté, a 10 de fevereiro
de 1756. Os jesuítas se retiraram dos Sete Povos enquanto alguns índios
persistiram na resistência.
Para Pombal a
provocada Guerra Guaranítica serviu como um dos pretextos para expulsão dos
jesuítas das possessões portuguesas, em 1759, uma vez que eram tidos como
inimigos de Portugal.
Espanha os expulsa em
1768.
A partir de então os Sete Povos e os Trinta
Povos, perderam os seus tutores principais e caíram em estado de relativo
abandono.
Nesta guerra destaca-se a figura de Sepé
Tiaraju, índio guarani que lutou pelo seu povo, ficando na memória da história
sua frase:"esta terra tem dono".
Guerras Guaraníticas
No
século XVIII, a reformulação das fronteiras dos domínios coloniais entre
Portugal e Espanha exigiu a discussão de novos acordos diplomáticos entre os
reinos ibéricos. Em meio a essa mudança, os dois reinos firmaram, em 1750, o
Tratado de Madri, que instituiu o princípio de uti possidetis (posse útil da
terra) para arbitrar os espaços que seriam administrados por cada um dos
reinos. Contudo, essa nova medida causou um problema com as populações da
região sul do território.
O acordo previa que a região
da Colônia de Sacramento, de colonização portuguesa, seria entregue aos
espanhóis, enquanto a região dos Sete Povos das Missões seria repassada para o
controle de Portugal, mesmo esta possuindo forte presença de jesuítas de
procedência espanhola. Dessa forma, o mesmo acordo exigia que os padres e
indígenas presentes na região dos Sete Povos se transferissem para a porção
leste do Rio Uruguai.
Imediatamente, a exigência
lusitana contrariou enormemente o interesse dos padres espanhóis, que tinham o
controle sobre grandes fazendas criadoras de gado. Naturalmente, eles não se
mostravam dispostos a perder suas terras onde desenvolveram importantes
atividades econômicas. Além disso, os próprios índios temiam que o predomínio
da colonização ibérica pudesse lançá-los à sorte dos bandeirantes ou
encomenderos que faziam uso da mão-de-obra escrava das populações indígenas.
Não vendo outra opção, os
padres jesuítas dos Sete Povos das Missões decidiram fornecer armas para que os
índios enfrentassem o interesse dos colonizadores. Entre os anos de 1754 e
1760, aconteceram os conflitos que marcaram uma sangrenta guerra que marcou o
processo de definição das fronteiras entre Espanha e Portugal. Ao longo desse
período, mais de trinta mil indígenas foram mortos ou escravizados pelas tropas
ibéricas que tentaram dar fim ao levante.
Para resolver o problema,
Portugal e Espanha tentaram assinar outros dois novos tratados que pudessem
resolver o conflito. Em 1777, o Tratado de Idelfonso anulou as determinações do
Tratado de Madri ao devolver a região de Sete Povos das Missões para os
espanhóis. Algum tempo depois, os espanhóis resolveram abrir mão do controle
sobre as missões restabelecendo o princípio anteriormente determinado pelo
Tratado de Madri por meio da assinatura do Tratado de Badajós, assinado em 1801.
Por Rainer Sousa
Mestre em História
Por Rainer Gonçalves Sousa
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