Uma pesquisa recém-publicada na revista Biology Letter, da Royal Society (uma instituição destinada à promoção do conhecimento científico, fundada em 1660), revelou que os tons amarelados da pele, resultantes de uma dieta rica em frutas e vegetais, podem nos tornar mais atraentes.
No passado, os cientistas já haviam descoberto que, segundo diversas culturas diferentes, os tons mais amarelados da pele são considerados indícios de uma melhor saúde e, consequentemente, são percebidos como mais atraentes.
A equipe de pesquisadores que conduziu o estudo publicado no início deste mês de dezembro determinou que estes fatores estão ligados e sugeriu que a nossa preferência por tons de pele mais amarelados pode ser o resultado de uma capacidade nossa de perceber vestígios sutis de uma boa saúde em potenciais parceiros.
As frutas e legumes de cores vibrantes, como tomates e cenouras, contêm carotenoides, que se comportam como antioxidantes no plasma sanguíneo, auxiliando o sistema imunológico do organismo. Os baixos níveis de carotenoides são frequentemente encontrados em pessoas que sofrem de infecção parasitária ou doenças como a malária.
Em contraste, níveis mais altos de carotenoides são associados a uma melhor saúde. Além de terem propriedades que nos deixam mais saudáveis, as carotenoides pigmentadas de frutas e vegetais podem alterar sutilmente o tom da nossa pele, acrescentando um tom mais amarelado.
Uma equipe de pesquisadores liderada por Carmen Lefevre, da Universidade de York, no Reino Unido, resolveu descobrir se a nossa preferência por tons de pele mais amarelada é o resultado da percepção dos seres humanos de que este seria um sinal de boa saúde ou se temos uma preferência estética natural para o amarelo, que evoluiu em um contexto não relacionado com encontrar um parceiro sexual e gerar descendentes.
Os pesquisadores realizaram um estudo com 56 voluntários. Ao editar digitalmente fotos de 10 homens e 10 mulheres, a equipe produziu pares de imagens para representar dietas de alto ou baixo consumo de frutas e vegetais. Estes pares de rostos resultantes foram vistos em uma ordem aleatória por 30 dos voluntários do estudo, que foram convidados a avaliar quão atraentes eles consideravam os rostos das fotos.
Os participantes restantes foram solicitados a classificar quão esteticamente agradáveis eles acreditavam ser as faces das mesmas 40 fotos depois de elas terem sido embaralhadas com as fotografias de rostos não editados.
O último teste foi projetado para ajudar a determinar se os voluntários preferiram a cor amarela em geral ou se a preferência se limitava aos tons de pele faciais.
A equipe chegou à conclusão de que, enquanto rostos que representavam alta concentração de pigmentos proveniente das carotenoides – e, consequentemente, alta ingestão de frutas e vegetais foram classificados como mais atraentes do que as faces que representavam uma dieta menos saudável, não foi encontrado um resultado semelhante com as imagens mais abstratas.
E, apesar de os voluntários terem preferido rostos naturalmente de tons amarelados, mais saudáveis, eles não mostraram uma preferência explícita de cor quando observaram as imagens coloridas artificialmente e embaralhadas com as demais fotos.
Os resultados mostram que nossa preferência por rostos saudáveis e de tons amarelados não é o resultado de uma preferência prévia para a cor amarela em geral. Em vez disso, os pesquisadores avaliam que estamos em sintonia com variações sutis de tom de pele que indicam maior consumo de frutas e hortaliças e melhor saúde. [Medical Xpress]
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