Em dezembro de 2015, em uma galáxia próxima, “Star Wars, Episódio VII,” chegou aos cinemas da Terra.
“O Despertar da Força” foi lançado 32 anos após “O Retorno de Jedi” e 38 anos após o Star Wars original.
Não tenho segredos a revelar sobre esse novo filme de Star Wars.
Talvez a gente descubra que o Yoda está dando aula de inglês básico na escola. (“Sua tarefa é, terminá-la você deve.”)
Mas eu duvido.
Ao invés disso, vou compartilhar algumas ideias sobre Star Wars do ponto de vista da psicologia.
Trinta e oito anos atrás, em um cinema escuro em Denver, eu fiquei fascinado por essa aventura de ficção científica na telona. Já naquela época eu sabia que era mais do que uma história empolgante.
O diretor, George Lucas, havia criado um universo fictício que, inconscientemente, nos mostrava valores morais importantes sobre nossa existência, a amizade, o “bem contra o mal” e a espiritualidade.
Psicanalistas que fizeram críticas ao filme em 1980 falaram de seus “significados profundos e mascarados”.
R2D2 e C-3PO são vistos como pai e filho, sendo que C-3PO é descrito como um pai que “parece um androide-babá perturbador e repreendedor, ele se cansa facilmente, é hipocondríaco, subserviente e reclamão “.
Darth Vader simboliza o mal em todos nós, uma projeção de nossos próprios “desejos por poder e destruição”.
Star Wars foi visto por psicanalistas como a história da jornada de Luke Skywalker através da fase de desenvolvimento do fim da adolescência. (Mas eu tenho que admitir, o filme ainda é bem atraente para o garoto de 12 anos que vai viver pra sempre dentro de mim.)
Luke Skywalker e Han Solo, vistos como dois tipos de desenvolvimento de adolescentes, unem-se ao longo do tempo para lutar contra Darth Vader e alcançar a maturidade. Aspectos idealistas e cínicos da adolescência são mostrados juntos.
Essa perigosa jornada pessoal de crescimento emocional levará à maturidade, ao poder e à responsabilidade.
Ao longo do caminho, Luke deverá lidar com (“enfrentar”) os sentimentos intensos que se conectam ao período adolescente de desenvolvimento das emoções e da personalidade. Sentimentos como solidão, desamparo, impotência e abandono. Coisas que todos nós enfrentamos durante a adolescência. Sentimentos que o filme explora… e que o torna tão fascinante para nós.
O complexo de Édipo era muito importante na teoria psicanalítica há 34 anos, é claro, e o relacionamento entre Luke e seu pai, que depois sabemos ser Darth Vader, é outro foco do filme. O indivíduo deve derrotar o pai para crescer, mesmo correndo o risco de ser castrado (visto na cena em que Darth Vader corta fora a mão de Luke).
Me surpreendeu descobrir que psicanalistas, há cerca de 35 anos, também viram alguns aspectos de Star Wars nos dizendo que nosso excesso de confiança na tecnologia (oposto aos valores antigos e tradicionais dos Jedi) nem sempre é positivo ou desejável.
Dr. Philip Kronk
Dr. Philip Kronk é um neuropsicólogo e psicólogo clínico aposentado. Dr. Kronk lecionou na Universidade do Tennessee e no Pellissippi State College e atendeu paciente de todas as idades ao longo de quarenta anos Dr. Kronk escreve uma coluna semanal para o site News Sentinel:http://www.knoxnews.com.
Tradução: Bella de Carvalho
https://universonatural.wordpress.com/
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