Viagem: Omã traduz o melhor das arábias
Um roteiro pelos oásis do luxuoso sultanato
Tapetes estendidos para enxugar perto da antiga cidade de Sur, que, em árabe, significa farol
Mar, montanhas, praias, deserto, oásis, desfiladeiro. A natureza foi generosa com Omã, país do Oriente Médio, colocando em sua superfície belíssimas paisagens. Recentemente, para apagar milênios de poeira, sofrimento e solidão, a natureza extraiu de suas profundezas imensos reservatórios de gás e petróleo, fazendo desse sultanato um país mais justo, onde 2,8 milhões de habitantes desfrutam de um PIB de US$ 29 mil anuais per capita.
Parte desse bem-estar é mérito do sultão Qaboos bin Said, no poder desde 1970, que transformou Omã, de país medieval e obscurantista, sem esgoto nem corrente elétrica, em uma nação de vanguarda em assistência sanitária, estradas, escolas, internet e água potável. Desde 2003, jovens com mais de 21 anos têm direito ao voto. Ali, as mulheres estudam, trabalham e dirigem automóveis. Estão anos-luz à frente da Arábia Saudita e presenciam algo bem diferente da faraônica Dubai, nos Emirados Árabes.
Em Omã, não existem as arquiteturas mais altas do mundo nem a mesquita mais pomposa. O que há de extraordinário é a vida cotidiana. A paisagem, a história e a cultura, com seus sabores, perfumes e cores, unidos à gentileza pacífica da população, elevaram o país a um dos lugares mais amados pelo turismo exigente deste início de século. Um destino para viajar com serenidade, em que se pode investir em um futuro que não altera o passado.
Al Husn, o mais palaciano dos três hotéis da rede Shangri-La’s Barr Al Jissah Resort and Sp.
Apenas três grandes edifícios saltam à vista na paisagem de Mascate, a capital do país: a Royal Opera House, a Grande Mesquita e o palácio do sultão. Ademais, presencia-se uma elegância sem ostentação, em que dominam as casas baixas, rigorosamente brancas, circundadas por montanhas escabrosas.
Uma viagem clássica tem início nas montanhas de Hajjar, que cercam Omã, a 3 mil m de altura, e seus canyons para dormir, o ideal é o sofisticado Sunrise Resort. Após o descanso, sugere-se uma parada na aldeia de Al Hamra, do século 16, com casas de pedra e barro ao lado de um oásis cortado por canais, antes de chegar a Nizwa, antiga capital religiosa. É nessa região que se podem admirar vilarejos circundados por palmeiras e pelos wadi, rios que permanecem secos 11 meses ao ano e dão o ar da graça na rara época das chuvas, no inverno. A partir daí, começam a surgir as dunas avermelhadas, nas quais a estrela é o Safari Desert Camp, um camping de luxo com 12 tendas ao estilo beduíno e oito bangalôs de madeira.
Para uma imersão no deserto puro e aberto, é possível contratar os serviços da Al Koor Tourism. Abandonadas as estradas tradicionais, inicia-se uma aventura que segue o ritmo do sol, sobre jipes Toyota, em grupos os mais diversos: arqueólogos, ornitólogos, apaixonados por caminhadas em trilhas ou simplesmente pessoas interessadas em ver as sete cores desérticas. São dois os momentos inesquecíveis da viagem: a noite sob as estrelas, em tendas, e o nascer do sol na praia do Turtle Beach Resort, onde as tartarugas se aproximam para botar seus ovos. Em ambos os casos, basta ficar com a boca fechada, e o mundo nos oferece um de seus sons mais agradáveis e antigos: o silêncio.
Vida ao ar livre no Safari Desert Camp, camping luxuoso nas dunas avermelhadas do deserto de Omã.
Mercado coberto, em Nizwa, famoso pelas joias de prata e pelos objetos de cobre, metal e terracota.
Restaurante Al Sabla, no Sifawy Boutique Hotel, em Jebel Sifah.
Fonte: casavogue.globo.com
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