Escola de samba
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Escola de samba é um tipo de agremiação de cunho popular, que se caracteriza pelo canto e dança do samba, quase sempre com intuito competitivo.
Sendo um tipo de associação originário da cidade do Rio de Janeiro, as escolas de samba se apresentam em espetáculos públicos, em forma de cortejo, onde representam um enredo, ao som de um samba-enredo, acompanhado por uma bateria; seus componentes - que podem ser algumas centenas ou até milhares - usam fantasias alusivas ao tema proposto, sendo que a maioria destes desfila a pé e uma minoria desfila sobre "carros", onde também são colocadas esculturas de papel machê, além de outros adereços.[1]
As escolas de samba mais conhecidas são as da cidade do Rio de Janeiro e sua região metropolitana, que desfilam no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, e as de São Paulo, que desfilam no Sambódromo paulistano. Essas escolas, realizam um espetáculo considerado suntuoso, que atrai turistas de várias partes do mundo. Porém, há escolas de samba em quase todos os estados brasileiros e em muitos países do mundo.[2][3] São consideradas uma das principais, se não a principal vitrine do carnaval brasileiro,[4] e atualmente vêm ganhando cada vez mais um aspecto cênico, com alguns componentes executando dramatizações teatrais ou coreografias.[5]
A expressiva maioria das escolas de samba, principalmente as do Rio de Janeiro, possui em sua denominação a expressão "Grêmio Recreativo Escola de Samba" (representada pela sigla GRES) antes do seu nome propriamente dito. Em São Paulo é também comum a sua derivação "Grêmio Recreativo Cultural e Escola de Samba". Há exceções, como a Sociedade Rosas de Ouro e a tradicional Agremiação Recreativa e Escola de Samba Vizinha Faladeira.[6] Essa padronização nas nomenclaturas das entidades surgiu em 1935, quando as agremiações carnavalescas cariocas foram obrigadas a tirar um alvará na Delegacia de Costumes e Diversõespara poderem desfilar. O delegado titular, Dulcídio Gonçalves, decidido a dar um aspecto de maior organização aos desfiles de escolas de samba, negou-se a conceder o alvará para associações com nomes considerados esdrúxulos, razão pela qual a GRES Portela teve que mudar para o nome atual, ao invés do anterior Vai Como Pode.[7]
Ao contrário da Rose Parade, aonde a maior parte do trabalho é feita por profissionais de elevado custo, o desfile de cada escola de samba é um trabalho totalmente da comunidade. Muito além de um grupo musical, as escolas tornaram se associações de bairro que cobrem a problemática social das comunidades que elas representam (tais como recursos educacionais e de cuidados médicos).
História
A aparição das escolas de samba está ligada à própria história do carnaval carioca em si, bem como da criação do samba moderno. Foram os sambistas do Estácio, com a fundação da Deixa Falar, em 1928, que organizaram as bases das atuais escolas de samba, entre elesIsmael Silva, na sua idéia de criar um bloco carnavalesco diferente, que pudesse dançar e evoluir ao som do samba.[8]
Data de 1929 o primeiro concurso de sambas, realizado na casa de Zé Espinguela, onde saiu vencedor o Conjunto Oswaldo Cruz, e do qual também participaram a Mangueira e a Deixa Falar. Alguns consideram este como sendo o marco da criação das escolas de samba.[9]
No entanto, entre 1930 e 1932, estas apenas foram consideradas como uma variação dos blocos, até que em 1932 o Jornal Mundo Sportivo, de propriedade do jornalista Mário Filho, decidiu patrocinar o primeiro Desfile de Escolas de Samba, na Praça Onze.[10] Na redação do jornal - que também abrigava compositores de sucesso (tais como Antônio Nássara, Armando Reis e Orestes Barbosa), surgiu a idéia de realizar a organização de um desfile carnavalesco. O jornal, inaugurado no ano anterior por Mário Filho, irmão do jornalista Nelson Rodrigues, com o término do campeonato de futebol, estava sem assunto e perdia leitores; por este motivo, o jornalista Carlos Pimentel, muito ligado ao mundo do samba, teve a idéia de realizar na Praça Onze um desfile de escolas de samba, na época ainda grafadas entre aspas.[10]
A convite do Mundo Esportivo, 19 escolas compareceram. O jornal estabeleceu critérios para o julgamento das escolas participantes.[11] A tradicional "ala das baianas" era pré-requisito para concorrer, sendo que as escolas, todas com mais de cem componentes, deveriam apresentar sambas inéditos e não usar instrumento de sopro, entre outras exigências.[12]
A escola vencedora foi a Estação Primeira da Mangueira, enquanto o segundo lugar coube ao grupo carnavalesco de Osvaldo Cruz, hojePortela. O sucesso garantiu a oficialização do concurso que permaneceu na Praça Onze até 1941.[13] Com o tempo, as escolas de samba aproveitaram muitos elementos trazidos pelos ranchos, tais como o enredo, o casal de mestre-sala e porta-bandeira e a comissão de frente, elementos aos quais Ismael Silva, ao idealizar o Deixa Falar, era contrário.
Porém, as contribuições da Deixa Falar - que nunca chegou a desfilar como escola de samba realmente - foram fundamentais para fixar as características principais das escolas atuais. Entre elas destacam-se: o gênero musical (samba moderno), o cortejo capaz de desfilar sambando, o conjunto de percussão, sem a utilização de instrumentos de sopro,[14] e a ala das baianas.[6]
Com a ascensão do nacionalista Getúlio Vargas, e a fundação da União Geral das Escolas de Samba, em 1934 - ainda que a marginalização do samba persistisse por algum tempo - as escolas de samba começaram a se expandir e a ganhar importância dentro do carnaval carioca, suplantando os ranchos e as sociedades carnavalescas na preferência do público, até que estes viessem a se extinguir. Não demorou muito para que as escolas de samba também se expandissem para outros estados, com a fundação em 1935 da Primeira de São Paulo,[15] a primeira escola de samba de São Paulo. Os concursos oficiais de Escolas de Samba na capital paulista só começaram em 1950, com a vitória da Lavapés, porém antes disso já existiram outros torneios de âmbito sub-municipal e também estadual.[16] No início dos anos 1960, com a decadência dos cordões carnavalescos em São Paulo, alguns destes grupos, como oVai-Vai e o Camisa Verde e Branco tornaram-se também escolas de samba.
Em Porto Alegre a primeira Escola de Samba considerada " moderna" foi a Academia de Samba Praiana, que em 1961, revolucionou o desfile de Porto Alegre. Até então, existiam blocos, cordões e tribos carnavalescas. A Praiana foi a primeira escola de samba do Rio Grande do Sul a introduzir enredos, alas, baianas, mestre-sala e porta-bandeira e outras características das escolas de samba do Rio de Janeiro.
Em 1952, foi criado pela primeira vez, no Rio de Janeiro, o Grupo de acesso, devido ao grande número de escolas previsto para o desfile. Naquele ano, o desfile do grupo de acesso (Grupo 2, atual Grupo RJ-1) foi realizado e teve seu julgamento, porém o desfile do grupo principal (Grupo 1, hoje Grupo Especial) realizado sob fortes chuvas, teve o julgamento anulado, motivo este de não ter havido rebaixamento, apenas ascensão das primeiras colocadas do Grupo 2.[17]
Em 1953, a partir da fusão da UGESB com a FBES, surge a Associação das Escolas de Samba da Cidade do Rio de Janeiro,[18] que organizaria o desfile até a criação da LIESA, liga formada pelas escolas de samba da divisão principal, que passou a ser chamada de Grupo Especial. Em 2008, foi criada, para o carnaval do ano seguinte, a LESGA, com as escolas do segundo grupo passando também a ter sua liga própria. A criação da LIESA inspirou entidades semelhantes em outras cidades, como por exemplo a LIGA-SP.
Em 1984, no Rio de Janeiro, durante o Governo de Leonel Brizola, foi criado o Sambódromo, um espaço definitivo para a apresentação das escolas de samba, obra muito criticada pelas Organizações Globo. A recém-criada Rede Manchete transmite o desfile e alcança o primeiro lugar em audiência.[19] Anos depois, em São Paulo, a prefeita Luiza Erundina fez o mesmo, criando o Sambódromo do Anhembi.
Hoje, muitas outras cidades espalhadas pelo país também possuem os seus sambódromos, entre elas Manaus, por exemplo, que em 1993 teve seu desfile transmitido pela Rede Manchete para todo o país, ao vivo.,[19] Porto Alegre com o sambódromo Porto Seco e Vitória com o Sambão do Povo.
Caracterização
Sendo agremiações quase sempre de cunho local, oriundas em grande parte de comunidades carentes ou subúrbios, as escolas de samba costumam representar nos desfiles determinado bairro, sub-bairro ou conjunto de bairros, num desfile que costuma ter caráter municipal, onde todas ou pelo menos as principais escolas da cidade se reúnem para disputar entre si o título de melhor do ano. Neste desfile, são avaliadas por uma comissão de julgadores escolhida previamente por seus dirigentes ou pela entidade representativa.[20][21][carece de fontes]
Essa comissão julga cada um dos quesitos, atribuindo notas a cada um deles, sendo que cada jurado julga apenas um quesito; atualmente, os envelopes com as notas são lacrados num envelope após o desfile, e pede-se sigilo sobre a avaliação até o dia da apuração, quando as diretorias e integrantes principais, além das torcidas, comparecem a um local predeterminado para que sejam apuradas as notas, sendo assim conhecida a campeã do ano. No dia da apuração, a avaliação final dos julgadores pode ser alterada a partir da aplicação de certas penalidades, as quais todas estão sujeitas, por descumprir certas regras, tais como o a obrigatoriedade de desfilar num determinado tempo, a exibição de um mínimo de componentes e proibição de que qualquer um deles se apresente totalmente nu.[22]
Embora os desfiles de escolas de samba tenham características municipais, não raro algumas entidades trocam o desfile da cidade onde fica sua sede pelo desfile municípios vizinhos. A escola de samba Brasil de Santos já foi campeã do carnaval da capital paulistano, enquanto no Rio de Janeiro, Grande Rio, Porto da Pedra, Unidos da Ponte, Beija-Flor e Viradouro são escolas de samba de cidades daRegião Metropolitana do Rio de Janeiro que desfilam na capital, sendo que as duas últimas já conquistaram o campeonato.
Tal fenômeno se repete em Vitória com a Mocidade Unida da Glória, em Porto Alegre com a Vila Isabel de Viamão, em Curitiba com aUnidos dos Pinhais, em Belém do Pará, com a Caprichosos da Cidade Nova e em Macapá, com a Império do Povo. Nas cidades da Baixada Santista (Santos, Guarujá, São Vicente, Cubatão e Praia Grande), é comum ver as escolas trocarem de desfile, e até as várias cidades organizarem um evento único (Carnaval Regional). Historicamente também é comum a participação de escolas de samba de Niterói em São Gonçalo e vice-versa.
[editar]Escola madrinha
São quando pela tradição carnavalesca "batiza" uma agremiação mais nova. esse batismo é um ritual que remonta os primeiros carnavais, quando entidades que participavam das festas em nome do "Deus Momo" tinham seus símbolos (estandartes e bandeiras) sacramentadas em rituais solenes. As sociedades carnavalescas, blocos, ranchos, choros e cordões carnavalescos eram considerados "pagãs" em sua criação, por isso a necessidade do ritual.
A tradição foi estendida para as escolas de samba, que segunda reza a tradição devem ser "submetidas ao ritual solene do batismo, para que possam adentrar a passarela do asfalto, em pleno carnaval, devidamente sacramentadas". As novas escolas de samba são batizadas através de seus símbolos pelas madrinhas, que podem ser pessoas físicas ou entidades mais antigas. No caso da últimas, são representadas por seus respectivos presidentes. No ritual, a Porta-Bandeiras da escola Pagã, acompanhada pelo respectivo Mestre Sala, carrega o pavilhão oficial para o sacramento. A Escola-madrinha será representada pelo presidente da agremiação, acompanhado pelo Mestre-sala e a Porta-bandeiras que carregará o pavilhão oficial da agremiação.
[editar]Desfile
Nas principais cidades, o desfile de uma escola de samba atualmente dura cerca de uma hora, com algumas variações de acordo com as regras impostas pela organização do carnaval no município, sendo que em geral as escolas dos grupos inferiores possuem tempos de desfile menores.[carece de fontes] No Grupo especial da cidade do Rio de Janeiro, o desfile possui tempo máximo de uma hora e vinte minutos,[carece de fontes] em São Paulo o limite máximo é de 1 hora e cinco minutos.[carece de fontes] enquanto o grupo especial de Porto Alegre tem a duração máxima de 60 (sessenta) minutos e o mínimo de 50 (cinquenta) minutos para realizarem os seus desfiles. Ao longo da pista, ficam espalhados relógios comcronômetros, para marcar o espaço de tempo entre a saída do primeiro componente da concentração e a chegada do último componente à dispersão, quando finalmente é fechado o portão e o desfile é oficialmente encerrado.
[editar]Concentração
Também chamado de esquenta, é o momento antes do desfile começar, onde todos os componentes ficam mobilizados, esperando sua vez de entrar na pista do desfile. Enquanto a escola anterior está encerrando seu desfile no fim da pista, um outro microfone é ligado no início dela, para que os dirigentes da escola que irá desfilar possam passar alguma mensagem à sua comunidade, desejando sorte e pedindo dedicação aos componentes, entre outras mensagens do tipo. Sambas antigos e mais conhecidos também são cantados e a bateria começa a tocar, numa espécie de aquecimento.[6][23]
Após o término de um desfile, o narrador anuncia a escola seguinte com seu respectivo enredo, e o som do microfone, antes restrito a apenas uma parte do sambódromo, é liberado para que todos nas arquibancadas possam ouvir. Então é cantado o alusivo e em seguida dado o grito de guerra, após o qual o desfile propriamente dito tem início, e o cronômetro começa a correr. O momento da concentração costuma durar em média, cerca de dez minutos.[6][23]
Os Alusivos são canções que os puxadores de samba-enredo cantam durante o esquenta. O alusivo propriamente dito é a recitação de uma ou duas frases que parafraseiem o próprio enredo da escola naquele ano, porém também são chamados por este nome o samba-hino da escola, o samba-exaltação ou o samba de quadra.[24]
Exemplos de sambas frequentemente cantados, ano a ano, nas concentrações, são o da Camisa Verde e Branco,[25] da Unidos do Peruche,[26] dos Gaviões da Fiel,[27] da Nenê de Vila Matilde,[28] da Estação Primeira de Mangueira[29] , do Estácio[30] e da Beija Flor de Nilópolis.
Já os gritos de guerra são expressões típicas de cada puxador para anunciar o início do desfile e convocar cada um dos integrantes da escola de samba a cantarem com a maior determinação possível. Em geral, os intérpretes possuem seu grito de guerra pessoal, que levam junto cada vez que se transferem de agremiação, ou que vão defender um samba em eliminatória de uma escola que não a sua.[31] Há, porém, gritos de guerra ligados à escola e não ao puxador, como por exemplo o da X-9 Paulistana, "Canta X, canta X, canta X-9!". Ou ainda o "Olha a Beija-Flor aí gente , chora cavaco !", ligado à Beija-Flor, mas criado e executado por Neguinho da Beija-Flor, que sempre acompanhou a escola. Outro exemplo é o ""Isto sim é a tradição!", da Tradição.
[editar]Quesitos
Diversos elementos fazem parte da caracterização de um desfile de uma escola de samba, sendo alguns deles quesitos aos quais os jurados devem atribuir notas.[carece de fontes] Outros, como a ala das baianas, porém, não são avaliados como quesitos, mas podem ocasionar perda de pontos para a entidade assim mesmo, caso não sejam exibidos.
[editar]Comissão de frente
É linha de frente da escola, primeiro grupo de integrantes a desfilar, sendo isto uma condição obrigatória. Consiste em cerca de dez a quinze pessoas que realizam uma coreografia, introduzindo o enredo. À excepção da comissão de frente, não há nenhuma outra regra a respeito da ordem dos elementos durante o desfile escola da samba.
As comissões de frente já faziam parte, com esse nome, das sociedades carnavalescas, sendo, posteriormente, incorporadas aos ranchos e cordõescarnavalescos. Funcionando como uma espécie de mestre de cerimônias do desfile dando boas vindas ao público e apresentando a escola, as comissões de frente dasescolas de samba sofreram inúmeras mudanças ao longo do tempo. Em seus primeiros anos, eram formadas por um grupo de homens, em geral os diretores da agremiação, que vinha na frente da escola vestindo sua melhor roupa e saudando o público. Consta que algumas vezes carregavam bastões às mãos, cujo objetivo maior era o de defender seu grupo dos rivais.[6][32]
A escola de samba Portela introduziu as comissões mais requintadas, onde seus componentes desfilavam com roupas elegantes, inclusive ocasionalmente com fraque e cartola, modelo esse que logo passou a ser copiado pelas demais escolas. Isso era parte da política de seu membro mais ilustre, Paulo da Portela, que entendia que os sambistas deveriam andar sempre bem vestidos, a fim de desfazer a imagem negativa que era tida sobre eles pelas classes mais altas, uma vez que blocos e cordões, antecessores das escolas, tinham como fama serem adeptos das brigas de rua e arruaças.[33][34]
A Vizinha Faladeira, nos anos 1930, tentou inovar, trazendo as comissões em limousine e montadas a cavalo, como nas grandes sociedades. Tal fato a princípio foi bastante criticado inclusive pela comissão julgadora no único ano em que a escola do Santo Cristovenceu, pois esta alegava que apesar de ter seguido à risca o regulamento, entendia que tais recursos eram alheios ao que uma escola de samba deveria exibir.[35] Em 1938 a comissão de frente passou a ser um quesito regulamentado. Com a chegada dos artistas plásticos nas escolas, muitas mudaram sua forma, já que as comissões eram muito parecidas entre si. Por causa disso, foi-se substituindo os trajes formais por fantasias, vinculadas ao enredo, apresentando passos marcados, ensaiados por bailarinos profissionais. Ao final dos anos 1990, já há a presença maciça de artistas circenses, grupos teatrais, uso de maquilagens especiais com muitos efeitos visuais e o uso detripés.[1][6]
No final dos anos 1970, com a liberação dos costumes, surgem comissões formadas por mulheres semi nuas, cujo marco principal foram as mulatas esculturais do carnaval de 1979 da Imperatriz Leopoldinense. Um modelo que logo se copia, mas a tendência crescente foi a de se mostrar comissões cada vez mais ricamente trajadas, com movimentos coreográficos cada vez mais elaborados. Isso não significa que as tradicionais comissões de frente tenham desaparecido: a Portela, por exemplo, manteve a tradição de se usar a velha guarda até os anos 1990 e algumas escolas vez ou outra ainda trazem esse tipo de comissão, como foi o caso da Rosas de Ouro em 2003.[36] Até hoje, o regulamento dos principais desfiles não obriga as comissões de frente a se apresentarem dentro do enredo.[37]
[editar]Alegorias e adereços
O quesito alegoria trata de carros com eixo de ferro, repleto de esculturas de madeira, plástico, isopor, entre outros materiais, decorados de forma a representar os elementos do enredo.[37][38] No Grupo Especial carioca, atualmente, as alegorias não podem ultrapassar oito metros e cinqüenta centímetros de largura e nove metros e oitenta centímetros de altura. Diversas pessoas costumam desfilar em cima dos carros alegóricos, sendo aqueles que ocupam os lugares mais altos chamados de destaques.[37]
O primeiro carro alegórico do desfile é chamado de carro abre-alas, e na sua parte frontal costuma vir o nome da escola, de forma estilizada. Algumas escolas, como a Portela por exemplo, trazem sempre no abre-alas o seu símbolo (no caso desta agremiação, a águia), independentemente do enredo.[1] Os maiores carros chegam a atingir até 13 metros de altura e 60 metros de comprimento, o que ocasionalmente prejudica a sua entrada no local de desfile. Estes carros geralmente são empurrados por pessoas, que ficam embaixo ou atrás da alegoria. Nenhum carro pode ser movido à tração animal, e durante os anos 1990, chegou-se a proibir os motorizados, devido ao risco de incêndios.[39]
[editar]Evolução, Harmonia e Conjunto
Evolução é um quesito onde é julgada a velocidade e a forma como os componentes da escola de samba desfilam: se estão dançando animados, girando, se movimentando, e se passam de modo compacto, próximos uns aos outros, de modo que quem estiver olhando de cima tenha a impressão de que a escola seja um corpo único, uma fila contínua. Não se exige que os componentes sambem, mas estes devem se movimentar.[37] Costuma-se penalizar escolas que sofrem alterações bruscas na sua velocidade de desfile, ora desfilando muito rápido, ora muito devagar.
No quesito harmonia, é avaliada a interação entre o canto do intérprete oficial e o dos componentes. Escolas onde os integrantes não cantam o samba, ou cantam mal, recebem notas mais baixas neste quesito.[6]
Já o quesito conjunto esteve ausente durante muitos anos, sendo trazido de volta aos desfiles cariocas a partir do ano 2000.[40] É na realidade uma vista geral de toda a escola, de forma uniforme, onde um grupo de jurados avalia por alto toda a interação entre os vários quesitos.[37] Em 2006, a AESCRJ aprovou a fusão dos quesitos Evolução, Harmonia e Conjunto num novo quesito: "Conjunto Harmônico".[41]
[editar]Enredo
Sendo uma característica dos desfiles, o enredo, costuma ser escolhido no início do ano, logo após o carnaval, sendo válido para o carnaval do ano seguinte. Nesse meio tempo, a partir do tema principal, os carnavalescos devem escrever toda uma sinopse, que guiará a fabricação das fantasias, alegorias e a composição do samba-enredo. Nesse quesito, os avaliadores devem julgar se a escola explicou bem o seu enredo durante o desfile, a partir desses outros quesitos.[37][42] Também é punível a apresentação da sinopse, quando dirigida aos jurados, que contenha algum erro de informação, ou quando haja erro na apresentação, seja pela sua ordem, seja por sua carência.
[editar]Samba-enredo
Deve-se avaliar se o samba, além de contar bem o enredo, tem boa melodia e uma letra de características interessantes, musicalmente rico, e sem vícios de linguagem ou erros de concordância. Sambas que não possuem esta característica costumam ser penalizados, recebendo notas menores.[37][43] O samba de cada escola é escolhido após uma disputa interna na escola, onde sambistas ou grupos criam seus sambas, baseados no enredo anteriormente definido. Após se inscreverem, concorrem entre si, e durante vários finais de semana, alguns vão sendo eliminados, até que sobre apenas um samba. No Rio de Janeiro, as composições para eliminatórias internas costumam ser gravadas em agosto. Em outubro é gravado o CD do Grupo Especial, com os sambas escolhidos em cada escola na voz do intérprete oficial[44][45] Também é avaliado se o samba é de fácil impressão e compreensão para o público, e se os componentes estão cantando hamonicamente (também avaliado em harmonia).
Até 2007, no Grupo Especial de São Paulo, o quesito samba-enredo era julgado duas vezes, sendo dividido em letra da música e melodia, cada um tendo notas de mesmo peso que os demais.[46]
[editar]Mestre-sala e porta-bandeira
O termo mestre-sala parece ter vindo dos bailes carnavalescos do século XIX, nos quais havia um profissional responsável pela organização do salão que era denominado de "mestre de sala" ou "mestre-sala". No entanto, na verdade podemos recuar no tempo e percebermos que eram vários os reis que designavam um nobre da sua máxima confiança que ocupava permanentemente e em vitalício essa função para conduzir todas as cerimônias importantes. Corresponderia hoje ao lugar de Chefe do Protocolo de uma Casa Real ou da Casa da Presidência da República. Em Portugal a família Almada, obteve-o durante seis gerações, de pai para filho, até acabar no 3.º conde de Almada. Mas, mesmo aí, no reino de Portugal, pelo menos durante o domínio filipino, já havia antes esse papel e título como oficial[47].
Com relação à porta-bandeira o nome foi uma adaptação natural do antigo "porta-estandarte", personagem, geralmente masculino, que carregava os pesados estandartes dos grupos carnavalescos brasileiros.[6][48] Mas, como sabemos na Idade Média já os havia para apresentar a organização militar, civil ou religiosa a qual pertenciam e primitivamente tinham a designação ou posto de alferes.
O mestre-sala e a porta-bandeira, no samba, são um casal que executa um determinado bailado especial e deve apresentar com graciosidade o pavilhão da escola. Suas fantasias assemelham-se a trajes de gala típicos do século XVIII, porém "carnavalizados", ou seja, com uma quantidade exagerada de cores e enfeites.Em determinado momento, durante o desfile, eles param em frente à cabine dos jurados para apresentar sua dança, onde são avaliados. É proibido que os dois deem as costas um ao outro ao mesmo tempo, e erros como a queda de um chapéu ou um escorregão podem render uma perda de pontos preciosos.[6][37][49]
Atualmente, desde pelo menos os anos 1990, as escolas do Grupo Especial do Rio costumam desfilar com três ou quatro casais de mestre-sala e porta-bandeira, mas apenas o primeiro deles é avaliado, sendo os outros dois apenas decorativos, e opcionais. Normalmente, existem para representar a escola em determinados eventos, quando o casal principal não puder comparecer.[50]
[editar]Bateria
É uma espécie de orquestra com instrumentos de percussão, que devem acompanhar o canto e conduzir o ritmo (seção rítmica) do desfile.[51] Quanto mais rápido e em ritmo mais forte a bateria toca, mais rápido os integrantes costumam desfilar, havendo portanto uma associação vital entre este quesito e o quesito evolução. No Grupo Especial carioca, cada escola possui, atualmente, uma média de 250 a 300 instrumentistas.[6][carece de fontes] No quesito bateria, devem ser avaliados "a manutenção regular e a sustentação da cadência da Bateria em consonância com o Samba-Enredo; a perfeita conjugação dos sons emitidos pelos vários instrumentos; a criatividade e a versatilidade da bateria".[37]
Costumam fazer parte de uma bateria de escola de samba os seguintes instrumentos: Surdo de primeira, Surdo de segunda,surdo de terceira, caixa de guerra, repique, chocalho, tamborim, cuíca,agogô, reco-reco, pandeiro, e prato.[52]
Há variações nesta composição, por exemplo, a Mangueira não utiliza o surdo de segunda, só o de primeira,[53] enquanto o Império Serrano dá destaque aos agogôs.[54]
Nos anos 1960, surgiram as "paradinhas" do Mestre André, famoso diretor da Mocidade Independente de Padre Miguel, que, na verdade, foi o criador deste "efeito musical", que acontecia durante o desenrolar do desfile, em determinado momento, geralmente quando era executado o refrão do meio, subitamente parava de tocar, deixando o samba só no cavaquinho e na voz dos componentes, para retornar em seguida, de modo surpreendente e emocionante. O efeito esperado, considerado belíssimo pela crítica, é também arriscado, pois aumenta as chances de que o samba "atravesse", termo utilizado pelos sambistas para designar falhas, geralmente graves, cometidas pelos componentes da escola, que retornam no ponto errado da letra do samba em detrimento dos demais que estão cantando "junto" com o interprete (puxador) da escola.[1][55]
Em 1997 a sensação do desfile foi a bateria da Viradouro sob o comando do Mestre Jorjão que em diversos momentos durante o desfile, executou o ritmo do funk por alguns instantes.[56]
[editar]Outros elementos
[editar]Diretor de bateria
Como toda orquestra, as baterias de escolas de samba também possuem o seu maestro, que no caso é o diretor de bateria, também chamado mestre de bateria, sendo os auxiliares do mestre por sua vez também chamados de diretores.[6] há também o cargo de presidente da bateria, que já foi ocupado por Ivo Meirelles na Mangueira, e a comissão de bateria, qué é quando não somente um diretor de bateria é responsável pela escola, e sim um conjunto de vários diretores que juntos decidem os caminhos da agremiação.
[editar]Rainha de bateria e afins
Também são elementos que recebem destaque a rainha de bateria[57] e suas derivadas:madrinha, musa, e princesa, espécies de cargos figurativos onde pessoas da comunidade ou por vezes artistas famosas são escolhidas para desfilar a frente da bateria da agremiação.[6]
A figura das rainhas de bateria surgiu na década de 1970, quando a famosa mulata Adele Fátima, veio a frente da bateria da Mocidade Independente, fato inédito, até então, mas se popularizou na década seguinte com a modelo carioca e pioneira: Monique Evans, em 1985, foi a primeira “famosa” a assumir o posto de rainha de bateria. Atualmente são as figuras mais festejadas que serão sempre lembradas como as 'Eternas rainhas do Carnaval' (pela imprensa) das escolas de samba. Monique Evans, na Mocidade, Luma de Oliveira, naViradouro, Luíza Brunet, na Imperatriz e Soninha Capeta, na Beija Flor são das demais rainhas de bateria as mais notáveis. Algumas escolas já introduziram a figura do Rei de bateria.[58]
Já a madrinha de bateria é um elemento semelhante à rainha, sendo que as duas muitas vezes se confundem.[59] Muitas escolas criam os dois cargos para poder homenagear assim um maior número de pessoas, pois na década de 1980, o fato de muitas escolas privilegiarem artistas alheias ao cotidiano da escola com o cargo, em detrimento de garotas da comunidade, causou discussões e polêmicas na mídia.[60] Em tese, o cargo de madrinha deveria ser oferecido a mulheres de importância na história ou no cotidiano da escola, sendo um título vitalício, que não muda a cada ano, como o cargo de rainha, porém nem sempre isto se dá,[61][62] sendo a madrinha apenas uma rainha com outro nome.
[editar]Ala das baianas
A ala de baianas é considerada como uma das mais importantes de uma escola de samba. Composta, preferencialmente, por senhoras vestidas com roupas que remetem às antigastias baianas dos primeiros grupos de samba do início do século XX, no Rio de Janeiro. Foi introduzida no desfile ainda nos anos 1930 como uma forma de homenagem às "tias" do samba, que abrigavam sambistas em suas casas, na época em que o ritmo era marginalizado. É uma ala obrigatória em todos os desfiles de escolas de samba, mesmo não sendo quesito oficial em nenhum deles.[6][63] As fantasias das baianas contam pontos para o Quesito Fantasia o modo como desfilam conta pontos para o Quesito Evolução, porém toda escola deve se apresentar com um número mínimo de baianas. Nos anos 1940 a 50, era comum que homens desfilassem vestidos de baianas, prática que passou a ser proibida no Rio de Janeiro nos anos 1990, mas foi liberada pelas AESCRJ, no Grupo de acesso, a partir o ano de 2006, exceto para o Grupo A (atual Grupo de acesso, que a partir do Carnaval 2009 passaria a pertencer à LESGA).[64]
A roupa clássica das baianas compõe-se de torso, bata, pano da costa e saia rodada. Entretanto, frequentemente podemos ver baianas com as mais inusitadas fantasias, tais como noivas, estátuas da liberdade, seres espaciais, globo terrestre (foto) ou poços de petróleo. No carnaval 2010, chegou a ser aprovado em plenária da [[AESCRJ] que a ala das baianas viraria quesito para as escolas de samba dos Grupos Rio de Janeiro, pertencentes àquela liga[65], no entanto a ideia foi desfeita posteriormente.
[editar]Velha-guarda
A velha-guarda é um grupo de sambistas mais antigos, quase sempre já bastante idosos, muitas vezes fundadores das escolas, que não mais ocupam cargos dentro da hierarquia da agremiação, mas que constituem um departamento à parte, e no Carnaval desfilam em posições de honra, trajando não fantasias de carnaval convencional, mas roupas de gala, típicas de sambistas, como por exemplo ternos nas cores da escola e chapéus em estilo Panamá.[66] Em 2005, a tradicional velha-guarda da Portela foi impedida de desfilar durante o carnaval, sob a alegação do presidente da escola, de que o desfile estava atrasado e a escola só conseguiria sair da pista após o tempo máximo permitido, o que lhe tiraria muitos pontos. Tal fato causou grande repercussão e comoção entre os sambistas[carece de fontes]
[editar]Intérprete/puxador
- Ver página anexa: Anexo:Lista de intérpretes de samba-enredo
É o profissional responsável pelo andamento do samba-enredo durante o desfile, normalmente auxiliado por um grupo de cantores de apoio, que desfilam ao lado ou sobre o carro de som. Portando microfone, normalmente mais potente do que o dos cantores de apoio, sua voz sobressai sobre os demais integrantes da escola, fazendo com que assim seu objetivo de cadenciar o canto possa ser cumprido.[68]
O termo tradicional "puxador" parte do princípio de que o samba, durante o desfile, não deve ser interpretado por uma ou poucas pessoas, mas cantado por toda a escola, devendo a música apenas ser "puxada" (iniciada) pelo grupo minoritário. Além disso, muitos entendem que o puxador seria uma categoria especial de intérprete, capaz não somente de dar sua interpretação a um samba mas também, e principalmente, de animar a própria escola e a plateia.
A partir da década de 1990, Jamelão, da Mangueira, passou a criticar o termo tradicional, buscando substituí-lo por uma nova terminologia: Intérprete de samba-enredo. Nas palavras de Jamelão, puxador seria quem "puxa fumo, puxa carro, puxa-saco", sendo na opinião dele, um termo depreciativo. A partir disso, muitos comentaristas e emissoras de TV passaram a substituir o primeiro termo pelo segundo, que no entanto, ainda subsiste.[69]
Outra polêmica que é ainda frequente em relação aos intérpretes é a questão se seria ou nãoantiético o intérprete oficial de uma escola participar da disputa interna de sua própria agremiação. Algumas escolas proíbem essa situação, mas liberam seus profissionais para participar de eliminatórias de outras escolas[70]. Atualmente, as escolas tem optado por dois ou mais intérpretes, que juntos formam a voz oficial da agremiação. [71]
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- Ver página anexa: Anexo:Carnavalescos
É o profissional responsável pela concepção e desenvolvimento do enredo a ser apresentado por uma escola de samba, bem como a concepção, desenvolvimento e construção das alegorias e fantasias relacionadas ao enredo por este proposto. Em alguns casos, os carnavalescos desenvolvem o enredo a partir de um tema proposto pela direção da escola de samba. Em outros, ele mesmo sugere o tema a partir de uma ideia original sua. Muitos carnavalescos têm formação ou alguma ligação com artes plásticas, artes cênicas, teatro oudança.[6][72]
Já a comissão de carnaval é quando não somente um carnavalesco é responsável pela escola, e sim um conjunto de vários carnavalescos que juntos decidem os caminhos da agremiação. Atualmente, a Comissão de Carnaval não faz só carnaval, como também administra outros setores das escolas de samba.[73]
[editar]Dirigentes
É o nome pelo qual podem ser chamados o presidente, o presidente de honra e o patrono da escola. Também pode-se referir dessa forma aos diretores de carnaval. Um diretor de carnaval é um diretor de escola de samba que transmite aos profissionais contratados as diretrizes da filosofia de carnaval da agremiação, participando da escolha de vários integrantes dos setores, até por vezes o enredo, coordenando também o barracão onde são feitos as alegorias, a compra de material, pagamentos e o desenvolvimento de todo o projeto da escola, já não é raro que os diretores de carnaval sejam profissionais remunerados. Muitos também integram a diretoria executiva da escola de samba, como é o caso de Laíla, na Beija-Flor.
Também pode-se referir dessa forma ao diretor de harmonia, sendo este originalmente um termo usado para conceituar um diretor de escola de samba que tem a missão de ordenar o desfile e coordenar a evolução das escolas de samba, impedindo amontoamentos ou largos espaços e, acima de tudo, zelando pela cronometragem. Diretores de harmonia são os responsáveis, portanto, pelos quesitos evolução, harmonia e conjunto.[74]
[editar]Apuração
O resultado da competição carnavalesca é divulgado, na tarde da quarta-feira de cinzas, no Rio, e na tarde da terça de carnaval, em São Paulo e Porto Alegre. Nas Três cidades, há uma espécie de cerimônia onde são armados palanques no sambódromo local. Tendas são armadas onde se posicionam os representantes de cada escola, que vão anotando as notas, conforme estas vão sendo divulgadas, fazendo os cálculos. O presidente da liga faz as considerações finais sobre o carnaval daquele ano, lê as eventuais perdas de pontos dadas a cada escola, e em seguida inicia a leitura de notas.
As arquibancadas são abertas ao público, sendo o cobrado pela entrada, geralmente, um quilograma de alimento não-perecível. Tanto no Rio quanto São Paulo e Porto Alegre, o evento, que dura entre meia e uma hora, é transmitido pela televisão (no caso de Porto Alegre, a transmissão é feita para o estado do Rio Grande do Sul), que coloca câmeras para acompanhar em tempo real o movimento dentro das quadras das principais escolas, favoritas ao título, onde integrantes e torcedores que não foram ao sambódromo se reúnem para assistir de lá o evento.[75][76]
As notas atualmente variam entre 7 e 10 no Rio e em São Paulo, sendo admitido o fracionamento em décimos na capital fluminense e o fracionamento em 25 centésimos na capital paulista.[77] No Rio,e em São Paulo, a maior e a menor nota de cada quesito, são descartadas.[78]
Entretanto, esse sistema já mudou diversas vezes nestas cidades. No Rio e em São Paulo, até o início da década de 2000, o fracionamento era no máximo de meio ponto, e já houve anos em que houve a eliminação também da maior nota dada a cada escola; a própria eliminação da menor nota também já fez e deixou de fazer parte da regra inúmeras vezes. No Rio de Janeiro, a menor nota no mesmo período era 5, sendo a nota 0 (zero) permitida apenas em caso de não apresentação do enredo.
Não raro as notas dadas pelos jurados são muito contestadas, tanto por torcedores, quanto por integrantes de escolas que se sentem prejudicadas, gerando muitas reclamações após o fim do desfile.[79] Alguns resultados polêmicos foram parar na Justiça. Foi o caso da escola de samba Acadêmicos de Santa Cruz que desfilou às escuras no carnaval de 1991 por conta de um blecaute e não foi avaliada.[80][81] No entanto, nos últimos anos, em São Paulo o clima tem sido de aceitação do resultado, quando em 2007 o presidenteTobias da Vai-Vai parabenizou ao vivo a Mocidade Alegre, sendo cumprimentado pelos integrantes da escola do Limão no ano seguinte.[82]
[editar]Desfile das Campeãs
É um desfile instituído na década de 1980,no Rio de Janeiro, onde as melhores escolas de samba do Grupo Especial desfilam novamente no sambódromo, no final de semana seguinte ao carnaval. Este desfile não possui caráter competitivo, é apenas uma espécie de festa para coroar as melhores escolas do ano, onde os foliões podem desfilar mais despreocupados com os quesitos.[4]
Em São Paulo e Porto Alegre o desfile das campeãs acontece entre a noite da sexta-feira seguinte ao Carnaval e a madrugada de sábado (para não competir com o desfile no Rio). Já no Rio o desfile acontece tradicionalmente da noite de sábado para a madrugada de domingo. No Rio de Janeiro, até a década de 1990, participavam do desfile das campeãs também as escolas promovidas do Grupo de acesso, algo que permanece em São Paulo. Era considerado tradição também no Rio a participação da sociedade carnavalesca italiana Cento Carnevale D'Italia.[83] Em 1985, evento que é considerado histórico para os integrantes da Nenê de Vila Matilde, foi quando a escola foi convidada para participar do desfile das campeãs carioca, numa época onde o carnaval paulistano era muito menos popular e ainda não possuía um espaço próprio.[carece de fontes]
Nem sempre, no entanto, o desfile das campeãs foi um momento puramente de festa: muitas escolas já aproveitaram o dia para protestar contra o resultado final do campeonato. Quinta-colocada em 2005, a Vai-Vai não desfilou naquele ano.[84] A Viradouro já desfilou no sábado das campeãs com integrantes usando nariz de palhaço[85] e faixas de protesto.[carece de fontes]
[editar]Barracões
É um espaço destinado aos grandes galpões onde as escolas de samba criam suas alegorias e fantasias. No Rio de Janeiro, os barracões das escolas de samba do Grupo Especial, foram reunidos num grande conjunto chamado de Cidade do Samba.As escolas do grupo de acesso terão a sua versão da cidade do samba conhecida como A Cidade do Samba 2. Em outros lugares haverá esses galpões, como em São Paulo, onde haverá a Fábrica dos Sonhos,outras cidades tem projetos parecidos.
Desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro
O desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro é organizado como uma disputa de campeonato. Há o Grupo Especial, espécie de primeira divisão. os grupos de acesso Grupo de acesso A e Grupo de acesso B, e os demais que são Grupo de acesso C, o Grupo de acesso D e o Grupo de acesso E. Ao longo dos anos os nomes dos grupos, número de escolas participantes e regras de competição foram alteradas.
História
Os desfiles eram realizados no domingo de carnaval, na Praça Onze. Em 1942, com as obras da avenida Presidente Vargas, o desfile mudou de local. Em 1945 foi realizado noEstádio São Januário. A partir de 1947 na avenida Presidente Vargas. A partir de 1952são montadas arquibancadas para o público assistir aos desfiles. Em 1961 os desfiles passam a ser um evento com cobrança de ingresso do público. Em 1974, devido às obras do metrô, foi realizado na avenida Presidente Antônio Carlos. Em 1978 ocorre a mudança para a rua Marquês de Sapucaí. Em 1983, o então governador, Brizolaencomendou a Oscar Niemeyer o projeto de um local definitivo para os desfiles, já que até então as arquibancadas eram montadas na época do carnaval e depois desmontadas.
O local escolhido foi a própria Marquês de Sapucaí, que passou a ser usada exclusivamente para o desfile, ficando fechada para o tráfego. Foi inaugurada em 2 de março de 1984 e passou a ser conhecido popularmente como 'Sambódromo', embora seu nome oficial fosse Passarela do Samba. No primeiro ano de desfile na nova passarela, havia uma modificação nos desfiles, que no final da passarela, em forma de praça, deveriam conter uma 'apoteose'. O local, de fato, ficou conhecido como praça da apoteose. Essa prática foi abandonada nos anos seguintes, e essa praça é usada hoje para eventos de música.
Em 18 de fevereiro de 1997 o nome foi mudado para Passarela Professor Darcy Ribeiro, em homenagem ao idealizador do projeto. O nome popular 'Sambódromo' prevaleceu, no entanto.
Porém o número de escolas aumentou e o número de participantes em cada escola também, o que tornou o desfile mais longo e cansativo para o público. Assim, em 1984 o desfile passou a ser realizado em dois dias: domingo e segunda-feira. Inicialmente foram proclamadas as campeãs de cada desfile e a supercampeã, num resultado geral do desfile das campeãs, realizado no sábado seguinte aos desfiles. Porém essa prática não teve sucesso.
O desfile do Grupo Especial, do Grupo de acesso A e do Grupo de acesso B, acontecem no Sambódromo. Já os desfiles dos Grupos de acesso C, D e E acontecem na Estrada Intendente Magalhães onde são montadas arquibancadas para o público.
As escolas do Grupo Especial fazem o desfile da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro em dois dias de desfile (domingo e segunda-feira). O desfile do Grupo de acesso A fazem o desfile de uma nova instituição carnavalesca, a Liga das Escolas de Samba do Grupo de Acesso acontecendo no sábado, e o Grupo de acesso B. além dos demais grupos são organizados pela Associação das Escolas de Samba da Cidade do Rio de Janeiro, sendo que antes eram chamados de Grupo Rio de Janeiro. Na sexta-feira acontece o desfile das escolas de samba mirins, organizada pela Aesm-RIO.
O resultado das escolas de samba do Grupo especial são realizados na quarta-feira de cinzas; declara-se a campeã e 1 escola que será rebaixada para o Grupo de acesso A. As seis melhores colocadas, voltam à Marquês de Sapucaí no sábado seguinte para o Desfile das Campeãs. Da mesma forma o Grupos de acesso A, que eram realizados após a apuração do especial, onde declara-se a campeã (a primeira sobe para o grupo imediatamente superior) e 1 que será rebaixada para o Grupo de acesso B, que subirá a primeira para o grupo imediatamente superior, assim vale pra os outros grupos C e D e o grupo E, onde as últimas colocadas ficavam de fora e que passam a ser blocos, que com asubida de duas escolas da elite dos blocos passam a serem escolas de samba. Para 2011, os grupos A, B, C, D e E passaram a subir apenas 1 escola, por intervenção da RIOTUR para a diminuição das mesmas.[1] e após incêndio na Cidade do Samba[2], com as escolas:Portela, Grande Rio e União da Ilha, que passam nesse ano a desfilar, sem competir.[3] ficou decidido o não rebaixamento de nenhuma escola e subindo uma do grupo de acesso[3], voltando a ter treze agremiações no carnaval 2012.
Cada escola tem um tempo de desfile que pode variar de 80 minutos paras as do grupo especial, que chega a ter 5000 componentes, a 30 minutos que é o caso das escolas menores dos grupos D e E, que não chega a reunir 300 componentes.
As escolas tem seus componentes divididos em grupos ou alas, e cada ala tem a mesma fantasia, dentro do enredo trazido, uma bateria que são os ritmistas que tocam os instrumentos de percussão, uma ala de baianas, figura tradicional do carnaval carioca, ala de crianças, uma comissão de frente, formado por 15 pessoas em média que vem na frente da escola, em geral com uma apresentação teatral ou coreográfica, as alegorias, que são os carros alegóricos, onde estão os destaques, figuras centrais do enredo, os passistas que são os componentes que desfilam "sambando no pé", já que as alas evoluem e não sambam, algumas apresentam coreografias ensaiadas, e atualmente os componentes dos carros também podem apresentar coreografias, os diretores de harmonia, que são elementos responsáveis pela organização do desfile, o casal de mestre sala e porta bandeira, responsáveis pela condução do pavilhão da escola, se apresentam ricamente trajados e bailando, sendo que todos os componentes cantam o samba enredo em uníssono, liderados pelo cantor oficial da escola, o "puxador".
Anos 20
Nos anos 20, os ranchos eram a maior atração do carnaval de rua, desfilavam na Av. Rio Branco, e seus componentes eram oriundos da classe média, já a população mais pobre que não desfilava nos ranchos devido ao custo alto das fantasias, saía nos blocos e nos cordões, formada por negros oriundos principalmente da Bahia, que moravam na região da Saúde, e se apresentavam principalmente na Praça Onze e arredores, ao som da batucada, um ritmo de origem africana, com elementos do candomblé.
Nessa época surgem os "blocos de sujo", que saíam durante o dia, esse nome se deve ao fato de que os integrantes iam direto do trabalho para o bloco sem tomar banho, os componentes usavam fantasias improvisadas, feitas de lençóis, e com máscaras parecendo caveiras (denominados clóvis), e os blocos de sujo possuíam na abertura do desfile um grupo de foliões com máscaras de rosto de idosos, chamava-se cordões de velhos, isso seria o embrião das comissões de frente das futuras escolas de samba.
Muitos homens se vestiam de mulher e mulheres de homem, e essa tradição de inversão de papéis sexuais no carnaval daria origem anos mais tarde ao bloco das piranhas, em que homens se apresentam vestido de mulher, ainda comum nos dias de hoje no carnaval dos subúrbios carioca.
As agremiações começam a se organizar. No Estácio, bairro próximo ao Centro do Rio de Janeiro, considerado o berço das escolas de samba, surge o A União Faz a Força, cujas cores vermelha e branca era uma alusão ao América Futebol Clube, fazendo parte do Uniãofiguras da cultura popular como: Bide, Ismael Silva e Newton Bastos. O bloco durou até 1927, quando morreu seu líder, o Mano Rubem.
A batucada era acompanhado por instrumentos de percussão muitos oriundos da África e de seus ritos religiosos como o candomblé, sendo que muitos instrumentos eram improvisados de utensílios domésticos como o prato, frigideira e faca, até hoje usados nas baterias das escolas de samba, e também se usava instrumentos de corda como cavaquinho e violão, e também outros como chocalho e pandeiro.
Em 1928, substituindo o A União Faz a Força, surge o Deixa Falar, cujas reuniões ocorriam em frente à Escola Normal no Largo do Estácio (hoje encontra-se na rua Mariz e Barros, na Tijuca),daí o batismo da nova agremiação como Escola de Samba. Hoje, a Deixa Falar é considerada a primeira escola de samba, apesar de haver dúvidas se ela realmente foi uma escola ou um bloco carnavalesco.
O samba, que na época já era um ritmo musical muito popular ganhava cada vez mais espaço nos salões de dança e no próprio carnaval, principalmente a partir de 1917, quando Donga registra na Biblioteca Nacional o samba Pelo telefone, sendo o primeiro samba gravado da história. Pelo Telefone teve êxito extraordinário no Carnaval de 1918, cantado por vários blocos, cordões e até pelas grandes sociedades.
Porém na época, o samba se parecia com o maxixe, que era um ritmo muito popular naquela época. O grupo da Deixa Falar cria um novo formato de samba inventando um novo instrumento de percussão, o surdo de marcação, de autoria de Bide, que aproveitou um latão de manteiga de 20 kg, abriu os dois lados da lata, cobriu com um pedaço de papel de saco de cimento levemente aquecido e umedecido, preso por um grosso arame. Surgia o surdo de marcação que viria a ser o principal instrumento de marcação das baterias. Esse episódio foi apresentado pelas carnavalescas Rosa Magalhães e Lícia Lacerda em 1982, no inesquecível desfile da Império Serrano Bumbum Paticumbum Prugurundum.
Foi Bide também que modificou a estrutura dos sambas que até então tinha uma letra improvisada, sendo que só o refrão era fixo, a partir dessa época o samba passa a ter a sua segunda parte composta.
No final dos anos 20 o carnaval popular se expandia por outras áreas da cidade, como o morro da Mangueira e seus arredores, onde apareciam blocos e cordões, revelando artistas como Cartola e Carlos Cachaça, dentre outros, com agremiações oriundas do entrudo, como as Guerreiros da Montanha e Trunfos da Mangueira, muitos deles eram rivais sendo comum as brigas entre seus componentes.
Foi em 1925 que Cartola cria o Bloco dos Arengueiros, que reunia os jovens arruaceiros do morrro, que pelo mal-comportamento, eram impedidos de sair nos blocos "de família". Só em 1929, Cartola dissolve os Arengueiros para criar o Bloco Carnavalesco Estação Primeira, formada pela união dos Arengueiros com os vários blocos e cordões locais. Sempre conhecida apenas como Mangueira, seu primeiro desfile ocorre em 1930. Cartola é o responsável pela escolha da cores verde e rosa para o pavilhão da escola e o cantor Sílvio Caldas, amigo de Cartola, manda aprimorar o surdo de marcação, com corpo de madeira e usa couro de cabrito, dando de presente para a Mangueira, a figura do surdo se torna o símbolo da agremiação, e a bateria da escola se torna inconfundível por ser a única a tocar o surdo de marcação sem resposta, característica herdada dessa época.
Em outra regiões da cidade as agremiações se organizam, como a Vai como Pode do subúrbio de Oswaldo Cruz, fundada em 1923 pelo sambista Paulo da Portela, que ainda na década de 30 passaria a se chamar Portela, nome da estrada em que se localizava sua sede. Na Tijuca, zona norte da cidade surge em 1931 a Unidos da Tijuca e em 1933, na região portuária da Gamboa, a Vizinha Faladeira, que iria ser responsável pela introdução do luxo nos desfiles das escolas de samba. Como a maioria dos sambistas eram negros e das camadas sociais mais populares, boa parte das escolas de samba se originaram dos morros cariocas, onde em geral moravam.
[editar]Anos 30 aos 50
Nos primeiros anos da década de 30, os desfiles da escolas de samba eram desorganizados; ainda não havia horário, itinerário, disputa ou premiação. Antes de 1935, o importante era que os grupos passassem pela Praça Onze e pelas casas das tias baianas, respeitadas como as mães do samba e do carnaval popular, principalmente Tia Ciata, a mais famosa e respeitada de todas elas, representadas até hoje nos desfiles pela ala das baianas das escolas.
O responsável por essa organização foi Zé Espinguela, da Mangueira. O sucesso dos desfiles na Praça Onze atraiu patrocínio de jornais da época, começando a cobertura jornalística dos desfiles. Já em 1935, Pedro Ernesto, prefeito do Rio de Janeiro, legaliza as escolas e oficializa os desfiles de rua, criando a sigla GRES (Grêmio Recreativo Escola de Samba) usadas pela maioria das agremiações. A primeira campeã foi a Mangueira, que até o final da década de 40 se revezava nos primeiros lugares com a Portela, cores azul e branco.
As escolas passaram a ter regulamento para os desfiles, como a que exigia temas de enredo que contassem a História do Brasil. Essa exigência alterou as estruturas dos sambas-enredo, que começaram a apresentar letras enormes, descritivas, praticamente contando a história do episódio retratado e muitas vezes com equívocos e contradições. Surgiu daí a expressão samba do crioulo doido, uma alusão às gafes nas letras e aos compositores, que em geral eram negros e - na maioria das vezes - analfabetos. Décadas mais tarde, Stanislaw Ponte Preta, imortalizaria a expressão em canção que ficou muito famosa.
Com a demolição da Praça Onze para a recém inaugurada avenida Presidente Vargas, no início dos anos 40, os desfiles cresciam em tamanho e importância, superando os ranchos e as grandes sociedades carnavalescas e criando uma nova cultura do samba.
Com a oficialização das escolas, os sambistas de todas as regiões da cidade, e de pequenos municípios vizinhos organizaram novos grupos em suas comunidades aumentando o número de escolas, como a Prazer da Serrinha de Vaz Lobo, que em 1947 daria origem a Império Serrano, escola que iria quebrar a hegemonia da Mangueira e da Portela.
Nos primeiros anos de desfiles o público se aglomerava nas calçadas para ver o desfile, enquanto autoridades e jurados viam o desfile em pequenos palanques de madeira, especialmente instalados para a ocasião. Em pouco tempo os espectadores traziam caixotes de madeira nos quais subiam para obter uma visão melhor do espetáculo. Por sua vez, a Prefeitura passou a instalar tablados rudimentares de madeira, com degraus de onde se podia assistir ao desfile em pé. A medida foi insuficiente para o público crescente e logo a prefeitura começou a instalar arquibancadas.
Nos primeiros anos a classe média não se interessava pelos desfiles, começando a se chegar em meados dos anos 40. Por sua vez, a Prefeitura passou a cobrar ingressos para o desfile e os que não podiam pagar aglomeravam-se nos locais de concentração e dispersão das escolas. Ao mesmo tempo, melhorava a organização, com a construção de barracões com chão de terra batida para seus ensaios (quadras). Cresciam também em número de integrantes, o que levou o surgimento das alas, que tinham estatuto e presidente próprios.
Entre o final dos anos 40 e anos 50, os desfiles revelavam as primeiras estrelas das escolas, como mestres-sala e porta-bandeiras que criavam coreografias especiais para o desfile e que passaram a ser reconhecidos pelo público, como as porta-bandeiras Mocinha e Neide da Mangueira, Vilma na Portela e o mestre-sala Bicho Novo, do Estácio. As cabrochas, que eram as passistas que sambavam no pé, encantavam o público pela sua arte e beleza. Algumas ganharam fama, como Paula e Narcisa do Salgueiro e Maria Lata d'Água, da Portela, que sambava carregando um latão de banha cheio de água na cabeça, mostrando a marca do bom-humor carioca em lidar com as vicissitudes - já que a maioria dos componentes das escolas eram oriundos dos morros cariocas, onde não havia água canalizada na época, obrigando os sambistas a subir as ladeiras com latas de água nas cabeças para abastecer seus barracos. Nos barracões das escolas funcionavam oficinas em que se criavam alegorias em "papel carne-seca" (técnica adaptada do machê francês) e fantasias, que se tornavam melhores a cada ano, usando as cores das escolas que, por sua vez, arregimentavam torcedores tão entusiastas quanto as dos times defutebol.
Em 1954 a união de três escolas de samba do Morro do Salgueiro na Tijuca, zona norte do Rio, faz surgir a Salgueiro, escola que iria trazer mudanças profundas nos desfiles. Foi a primeira escola a fazer enredos que colocassem os negros em destaque e não na figuração, como em 1957 com Navio Negreiro e o desfile, que até então era confeccionado por pessoas da própria comunidade, passa a ser de responsabilidade de artistas plásticos. Surge então a figura do carnavalesco, em enredo sob a batuta dos artistas plásticos Dirceu Nery e Marie Louise Nery da Escola Nacional de Belas Artes, a Salgueiro traz em 1959 o enredo Viagens pitorescas do Brasil - Debret, que obteve o vice campeonato, abolindo nesse desfile as cordas laterais que distanciavam o público de seus desfiles, dentre os jurados desse ano estava o Professor Fernando Pamplona, da Escola Nacional de Belas Artes, que empolgado com o desfile iria a partir daquele ano ser a principal figura de transformação da estética dos desfiles, trazendo para o Salgueiro um grupo de profissionais que iria redefinir a estética do carnaval, que foram: Arlindo Rodrigues, Maria Augusta, Joãosinho Trinta, Rosa Magalhães, Lícia Lacerda, dentre outros.
[editar]Anos 60
Mas as escolas não só sobreviveram à demolição da Praça Onze como irá ver nos anos 60 sua ascensão definitiva. Os desfiles passaram a render dinheiro e prestígio para muita gente. Os ingressos passam a ser muito procurados. As grandes torcidas faziam festa nos desfiles, muitas vezes levando sua escola ao campeonato.
A alta sociedade carioca e os mais famosos artistas da época passaram a prestigiar os desfiles. A integração de pessoas das camadas sociais mais abastadas nos desfiles teve seu início no desfile da Mangueira: Conhecida como "Gigi da Mangueira", uma jovem pertencente a tradicional família da alta sociedade, se tornou a primeira passista de fora da comunidade da escola. Do Salgueiro, Isabel Valença foi a primeira cidadã afro-brasileira a concorrer no baile mais luxuoso da cidade, o baile de carnaval do Teatro Municipal, disputando e vencendo o concurso de fantasias que acontecia durante o baile, numa belíssima representação de Chica da Silva, enredo da escola em 1963, em um desfile memorável, a vermelho e branco da Tijuca revoluciona o carnaval com um samba enredo diferente, onde a letra ao contrário do que se fazia, era bem cuidada, sucinta e com grande fidelidade aos fatos históricos, e nesse desfile apresentou inovações como ala de passo marcado dançando o minueto, ensaiados pela coreógrafa do Teatro Municipal, Mercedes Batista, uma obra prima dos artistas Arlindo Rodrigues e Fernando Pamplona, que iriam homenagear em anos seguintes, personagens esquecidos de história do Brasil como: Zumbi dosPalmares, Chico Rei e Dona Beija, mudando a estética dos enredos que até então exaltavam a história oficial, um estupendo sucesso que causou a indignação dos sambistas conhecidos como "puristas" que acreditavam que essas inovações iriam acabar com o samba. As escolas de samba colaboraram de certo modo para integrar as diferentes camadas sociais, nos anos seguintes as escolas saiam da exclusividade de suas comunidades e abriam espaços para pessoas de fora, o que iria ser um fator que nos anos seguintes levariam a ser o super espetáculo a qual se tornou.
Anos 70 - As escolas de samba agigantam-se
O crescimento vertiginoso das escolas de samba trouxe muitos e novos problemas para os desfiles, faltava disciplina e organização que causava enormes atrasos, criando intervalos de horas entre a passagem das escolas; em 1975 o desfile, que deveria terminar ao amanhecer do dia seguinte, atravessou a manhã, indo terminar sob o calor de 40o ás duas horas da tarde do dia seguinte em pleno verão carioca, deixando seus integrantes e público cansados com as muitas horas de duração. Nessa época era comum que o público saísse sambando atrás da escola que desfilava por último, a Mocidade Independente, que possuía a mais famosa bateria, sob a regência de Mestre André, tornou-se tradicional, introduziu as "paradinhas", que consistiam em dado momento os ritmistas pararem de tocar os instrumentos por alguns segundos, e depois retomando o ritmo em plena harmonia com o canto, o que causava grande efeito e levava o público ao delírio.
Os equipamentos de som ainda eram precários e, criando sérios problemas na harmonia dos desfiles, o eco criado pelo corredor de edifícios da avenida fazia com que as escolas maiores "atravessassem" o samba (quando acontece de uma parte da escola está cantando uma parte do samba e a outra parte um trecho diferente), perdendo pontos na apuração dos resultados, algumas vezes as luzes se apagavam no meio dos desfiles.
As falhas técnicas durante os desfiles passaram a ser a causa de polêmicas nas apurações, escolas como a Portela, já reunia naquele tempo, dois mil componentes.
E nos anos 70, as emissoras de rádio e televisão transmitiam os desfiles obtendo grande receita mas sem beneficiar as escolas, agências de turismo,que começavam a vender "pacotes de carnaval" para brasileiros e estrangeiros.Nestes incluíam ingressos para os desfiles das escolas.
Os sambas-enredo, que até os anos 60 eram cantados só na avenida, passaram a ser gravados em LPs que sempre alcançavam grandes vendagens, fato que repercutiu diretamente nas quadras das escolas. A escolha do samba-enredo que, até então, eram pacíficas, começou a despertar interesse do público e viraram motivo de sérias disputas na alas de compositores, que recebiam parte do lucro pelas vendagens dos discos.
As arquibancadas eram montadas e desmontadas todos anos só nos anos 80 foi erguido o Sambódromo, local definitivo para os desfiles, cujo modelo foi copiado por cidades de todo Brasil.
Os anos 70 marcaram, também, a ascensão definitiva da figura do carnavalesco. A estética, a criatividade e o esmero na confecção de fantasias, adereços e alegorias passaram a valer pontos decisivos na hora da apuração do concurso, além de causar verdadeiro deslumbramento durante os desfiles. Destacando-se entre vários talentosos, Joãozinho Trinta, aluno de Fernando Pamplona, que se destacava pelo talento e temperamento polêmico, trabalhou no Salgueiro onde fora bicampeão, com um enredo que falava das minas do Rei Salomão, que na época recebeu acusações das outras escolas de contrariar o regulamento, já que proibia temas que não fossem brasileiros, mas que na versão do carnavalesco baseada em lendas, o Rei Salomão teria navegado em galeras da Fenícia até o Amazonasmuitos séculos antes de Cabral, nesse desfile de forte impacto, viam-se elementos nunca mostrados, uma comissão de frente formado por bigas e símbolos fenícios, com todos os destaques sobre os carros alegóricos (até então os destaques vinham no chão) e como a escola desfilou de dia, ele substitui materiais como lamê e paetê, por espelhos, que causou forte impacto visual, mas apesar do sucesso, Joãozinho Trinta se transferiu para a pequena e desconhecida Beija Flor de Nilopólis, que era uma pequena escola do Município de Nilópolis, na Baixada Fluminense, e traz um memorável carnaval em 1975, homenageando o jogo do bicho, episódio que também foi polêmico, afinal o jogo era proibido e considerado contravenção, seus críticos o acusaram de fazer apologia ao crime, mas a grandiosidade do espetáculo lhe valeu a fama de mago do carnaval. A superioridade dos desfiles da escola de Nilópolis, causou reações e críticas contra o chamado luxo excessivo, Joãosinho Trinta respondeu aos críticos com uma frase que se tornou antológica:
-
- Pobre gosta de luxo. Quem gosta de miséria é intelectual.
Por outro lado, em 1975, um grupo de descontentes da Portela liderado pelo compositor Candeia, funda a escola de samba Quilombo, que tem como proposta manter as tradições das escolas de samba, rejeitando essa estética acadêmica, valorizando a cultura negra, em seu estatuto que estabelecia os objetivos da agremiação afirmava "A Escola de Samba é povo na sua manifestação mais autêntica! Quando o samba se submete a influências externas, a escola de samba deixa de representar a cultura de nosso povo"… Candeia morreu em 1978 e a Quilombo desfilou até 2002.
[editar]A partir dos anos 80 - a era Sambódromo
Passarela do Samba, Rio de Janeiro, Brasil: panorama a partir do Setor 9, durante desfile das escolas do Grupo de Acesso A. Os camarotes VIP podem ser visualizados do outro lado da avenida.
No início dos anos 80 o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro já era uma instituição nacional e na maior fonte de captação de dólares do setor de turismo. Em 1982, Leonel Brizola que era o então governador do estado,juntamente como o seu vice Darcy Ribeiro, tiveram a ideia de criar um espaço fixo e definitivo para os desfiles de carnaval, devido a importância cultural do evento e acabar com a estrutura provisória de todos os anos.
Encomendou ao arquiteto Oscar Niemeyer projeto que aumentasse em cinco vezes a capacidade do público e que durante o ano pudesse abrigar escolas públicas e ainda tivesse um espaço para o Museu do Carnaval, para a preservação da história do carnaval.
Ao mesmo tempo em que isso acontecia as direções das escolas de samba resolveram organizar os desfiles e assim nasceu a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro em 1984, formada por dez escolas do grupo 1, que rompiam com a Associação das Escolas de Samba, já que nas assembleias tinham o mesmo peso das chamadas escolas menores. A Liga passou a dividir o desfile das grandes escolas em dois dias (domingo e segunda feira de carnaval), fez contrato com emissoras de televisão que começaram a pagar pela transmissão dos desfiles, instituiu o merchandising e passou a receber porcentagem na venda dos ingressos. Com o novo rendimento, modernizou as quadras das escolas que passaram a ter infraestrutura e a gerar lucro,já que as quadras sediam eventos durante o ano inteiro.
Mestres-sala e porta-bandeiras, diretores de bateria e harmonia, puxadores, carnavalescos – passaram a ser considerados "profissões", quem desfila atualmente não são só componentes das escolas, mas muitos turistas brasileiros e estrangeiros, e a grande exposição na mídia é procurada por celebridades que usam a grande audiência para se promoverem.
No final dos anos 80 as escolas de samba do Rio de Janeiro se profissionalizaram e a movimentação financeira passa facilmente dos 100 milhões de dólares anuais, gerando cerca de 30 mil empregos diretos e indiretos na cidade, além de uma rede de micro e pequenas empresas de apoio ao carnaval.
As comunidades das escolas se beneficiam desse crescimento, com rendimentos e a organização dentro de suas quadras, possibilitaram a criação de serviços de assistência, cursos profissionalizantes, à prática de esportes e muitas outras atividades sociais que ocorrem em várias agremiações, exemplo disso é a Vila Olímpica da Mangueira que tem como ponto alto um projeto de esportes, que tem revelado atletas olímpicos. Joãosinho Trinta recebia críticas de que a Beija Flor era um luxo e Nilópolis um lixo, então cria o Projeto Mutirão, que visa a melhoria de qualidade de vida no pequeno município daBaixada Fluminense, com ações envolvendo a população e prefeitura, em alguns anos, Nilópolis se torna o município com os melhores indicadores sociais da baixada.
Os desfiles ganham fama mundial, com organização, com cronometragem e raríssimos incidentes, contam hoje com moderno sistema de som, que impede o atravessamento do samba e sistema de iluminação que valoriza a cenografia do desfile,exportando o conceito para fora do país. Nos dois dias de desfile das principais escolas, desfilando pela passarela cerca de 100 mil figurantes.O desfile é transmitido para fora do Brasil,com um público potencial de mais de 2 bilhões de pessoas.
As escolas passam a reunir uma média de 3 a 5 mil componentes, os carros alegóricos cada vez maiores e com muitos efeitos,nos últimos 20 anos,novas escolas surgiram entre as grandes e outras se tornaram decadentes, Joãosinho Trinta continuava a brilhar e seu estilo é seguido por outros artistas, no final dos anos 80 as escolas ficam muito parecidas, apresentando fantasias cada vez mais luxuosas e grandes carros alegóricos, mas o próprio Joãosinho Trinta quebra este paradigma ao trazer em 1989 na Beija-Flor de Nilópolis aquela que é considerada a maior polêmica da história dos desfiles, um enredo chamado Ratos e urubus larguem minha fantasia, falando do lixo que se torna luxo e o forte impacto causado por uma escola até então conhecida pelo luxo, com uma comissão de frente formada por mendigos e com muitas alas e alegorias esfarrapadas,o que causou perplexidade, um dos momentos mais inesquecíveis do carnaval carioca. No abre alas uma escultura coberta por sacos de lixo escondia um Cristo Redentor vestido como um mendido,o que fora proibido pela justiça,a pedido da Igreja Católica.
Outros nomes se firmam no cenário do carnaval, mas quase sempre oriundos daEscola Nacional de Belas Artes, discípulos de Fernando Pamplona, como Max Lopes, considerado o mago das cores, Renato Lage com seu inconfundível "estilo hi-tech", adepto de efeitos em luz e neon, marcou época na Mocidade Independente onde conquistou títulos, Rosa Magalhães que se notabilizou pelo seu estilo que alia ousadia moderna e luxo barroco, apresentado na Imperatriz, que foi várias vezes campeã neste período, são os maiores destaques dessa época.
A estrutura majestosa do Sambódromo com suas arquibancadas muito altas e distantes da pista de desfiles, recebia críticas de não permitir a interação do público com as escolas, mas isso acaba sendo desfeito e assim vários desfiles apotéoticos com intensa participação do público como os campeonatos conquistados pela Vila Isabel em 1988 com Kizomba - festa da raça,que é considerado um dos mais belos samba enredo da história do carnaval, em 1992 a Estácio de Sá com Paulicéia desvairada, 70 anos de Modernismo no Brasil o público das arquibancadas moveu-se no ritmo de sua marcante bateria, no ano seguinte 1993 o Salgueiro com o antológicoPeguei um ita no norte, em 1997 a Viradouro com Trevas ! Luz! A explosão do universode Joãosinho Trinta, Mestre Jorjãofaz o delírio do público ao introduzir na bateria elementos do funk carioca.[4]
[editar]Anos 2000 - Criação de mais uma liga e a "Era Paulo Barros"
O desfile das escolas de samba entra no século XXI, como o maior espetáculo do planeta, seja em número de participantes ou como receita, e apesar de algumas previsões pessimistas de que as escolas haviam saturado, os desfiles procuram se renovar. A Beija-Flor, que tanto efetivou o conceito de carnavalesco, substituiu esse personagem por uma comissão de carnaval, que consiste numa divisão de tarefas, num processo de criação coletiva e associada, obtendo sucesso com seus desfiles. Porém, a repetição da estética, e o uso exagerado de negros, índios, plantas e animais, terminou por saturar o carnaval da escola de Nilópolis.
Ao mesmo tempo surge Paulo Barros. O caranavalesco surpreende em 2004 na Unidos da Tijuca, com uma estética diferente, usando materiais alternativos e baratos, além de alegorias "vivas", teatralizadas, como o já histórico carro do DNA. Em 2007, já na Viradouro, inova novamente com a bateria subindo em um carro alegórico em pleno desfile.
Polêmico, Paulo Barros iniciou uma nova era no Carnaval. Em vez de componentes cantando o samba, usa e abusa de coreografias e alas ensaiadas, lembrando espetáculos teatrais. Em vez dos tradicionais pierrôs, colômbinas, negros, índios e arlequins, prefere alas com figuras da cultura pop como Batman, Homem-Aranha e Michael Jackson. Seus enredos também fogem ao tradicional, deixando de contar uma história em forma de samba para tratar apenas de determinado tema ("Ciência", "Arrepio", "Segredo", "Música").
Apesar da empatia imediata com o público, Barros recebe sempre muitas críticas dos adeptos do Carnaval tradicional. Já seus defensores, que o chamam de "gênio", dizem que Joãosinho Trinta também foi muito criticado, hoje é exaltado como o homem que mudou o Carnaval. Para seus defensores, Barros será aclamado no futuro como o carnavalesco que reinventou o Carnaval moderno.
A partir de 2006 o Carnaval do Rio de Janeiro conta com um novo atrativo. É a Cidade do Samba. Construída próxima ao Sambódromo da Rua Marquês de Sapucaí, a Cidade do Samba reúne os barracões das principais escolas de samba do carnaval do Rio de Janeiro e já provoca mudanças na estrutura do carnaval carioca.
Ao mesmo tempo em que isso acontecia a direção das escolas de samba do segundo grupo resolvem organizar seus desfiles e criam a Liga das Escolas de Samba do Grupo de Acesso (LESGA) em 2008, formada pelas dez escolas do grupo, que rompiam com a Associação das Escolas de Samba,por entenderem,que nas assembleias tinham o mesmo peso das chamadas escolas menores.A LESGA passou a englobar as escolas do Grupo B,enquanto as escolas dos Grupos C,D e E continuaram de responsabilidade da AESCRJ.
Em 2010 o desfile passou por mudanças no número de jurados: de quarenta passa a cinquenta, sendo descartada a maior e menor do quesito, num sistema semelhante ao adotado há dois anos em São Paulo.[5] além da mudança da apuração do grupo de acesso que era na quarta feira de cinzas depois do Grupo Especial, passando para terça-feira de carnaval.
E depois de vários anos, sem sair do papel o Grupo de acesso ganhará após três anos a Cidade do Samba 2 [6] nos mesmos moldes da de mesmo nome. na qual reunirá os barracões das escolas de samba dos grupos de acesso A e B. Isso é resultado da revitalização da Zona Portuária para os próximos eventos na cidade.
Em 2011,não houve rebaixamento de nenhuma escola para o Grupo de Acesso, entretanto a Escola Campeã do Grupo de Acesso subirá para o Grupo Especial. No ano de 2012, duas Escolas do Grupo Especial serão rebaixadas para o Grupo de Acesso. Isso é resultado do grande incêndio ocorrido na Cidade do Samba (RJ), afetando 3 escolas de samba: Portela , Acadêmicos do Grande Rio e União da Ilha do Governador; sendo a 2ª escola: (Acadêmicos do Grande Rio) a escola mais afetada, que perdeu 100% das alegorias e 85% das fantasias queimadas. Em reunião na sede da LIESA, ficou estabelecido para toda a imprensa que a Portela , Acadêmicos do Grande Rio e União da Ilha do Governador iriam desfilar mas não seriam julgadas; ou seja, serão 'Hors-Concours' e as demais escolas de samba desfilarão e serão julgadas,e nenhuma fo rebaixada
Em 2012 o desfile passa por mudanças no número de jurados: voltando para quarenta, sendo descartada a menor do quesito, que terão em subquesitos, como: mestre-sala e porta-bandeira, comissão de frente, alegorias e adereços, fantasias samba-enredo e enredo[7] e com a nota mínima que subiu de 8 para 9[8].
[editar]Transmissão
Desde o final dos anos 70, a Rede Globo transmite os desfiles do Grupo Especial. De meados dos anos 80 até o final da década de 90 a emissora dividia com a Manchete, com a exceção de 1984 quando a Manchete conseguiu a exclusividade do desfile apenas naquele ano, e de 1988 e 1993, quando a Manchete não possuía verba suficiente para adquirir os direitos de transmissão. Com a falência da Manchete,a Globo desde 2000 detém os direitos com exclusividade e o dividiu por muitos anos com a Rede Bandeirantes e o Grupo de Acesso com a CNT,sua vez, repassou os direitos de exibição, por meio de um contrato, para a Rede Bandeirantes.[9] Em 2011 houve renovação do contrato com a Rede Globo por mais quatro anos. Sendo assim, o desfile do Grupo de Acesso continuou sendo exibido pela Rede Bandeirantes[10]. mas após preterir os desfiles, em detrimento da transmissão do carnaval da Bahia. A Lesga, junto com a Rede Globo, rescidiram com a Bandeirantes [11]. A Globo através de uma parceria, repassou novamente o desfile do Acesso, dessa vez para o SBT [12], que além disso transmitirá o desfile das campeãs.
Além disso, pelo site da Rádio Tupi é possível assistir a transmissão ao vivo do desfile das escolas mirins e do grupo B, além das escolas do grupo A, mesmo com transmissão pela TV aberta[13].
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