Portela
Após quase três décadas sem títulos, a Portela busca sua 22ª vitória
HISTÓRIA
A Portela teve o início de sua história em 1926, mas seu nome vem de muito antes, ainda do Brasil Colonial. Ao longo dos séculos XVIII e XIX, a antiga freguesia de Irajá era ocupada por produtivos engenheiros de açúcar, como o Engenho do Portela, situado na região. Com o passar dos anos e a proclamação da República, o local passou a concentrar moradores de Oswaldo Cruz que se manifestavam fazendo festas religiosas e muita batucada.
Esther Maria Rodrigues e seu marido, Euzébio Rosas, foram os responsáveis pelo início da escola de samba, ainda em 1921. O casal atuava como porta-bandeira e mestre-sala do cordão Estrela Solitária, de Madureira, e se mudou para Oswaldo Cruz, fundando o bloco 'Quem Fala de Nós Come Mosca'. Em 1926, após conhecer Paulo da Portela, um novo bloco surgiu, tendo o próprio como presidente.
O primeiro concurso de sambas do Rio de Janeiro aconteceu em 1929. Foi assim que o Conjunto de Oswaldo Cruz – nome até então da Portela – ganhou o seu primeiro título e voltou a mudar seu nome, agora para 'Quem nos Faz é o Capricho', influenciados por Heitor dos Prazeres, que, aliás, desenhou a primeira bandeira do bloco.
Em 1935, a agora chamada 'Vae Como Pode' teve sua última mudança de nome, sugerida pelo Delegado Dulcídio Gonçalves. Grêmio Recreativo Escola de Samba Portela foi sua sugestão, adotada imediatamente por homenagear um de seus componentes mais ilustres, Paulo da Portela. Neste mesmo ano a agremiação levou o seu primeiro título.
Depois disso a Portela mostrou que era muito forte no Carnaval. Dentre sua coleção de vitórias estão os anos de 1939, com o enredo “Teste o Samba”, considerado por alguns o primeiro samba enredo da história, e entre 1941 e 1947, quando a agremiação foi sete vezes campeã de maneira consecutiva.
Após outros 12 títulos, nos anos 1951, 1953, 1957, 1958, 1959, 1960, 1962, 1964, 1966, 1970, 1980 e 1984, a Portela sofreu diversos problemas que acabaram com a boa fase da escola. Desde então, a sua melhor colocação aconteceu em 1995, quando chegou ao vice-campeonato com o samba enredo “Gosto Que Me Enrosco”.
Dentre uma das maiores polêmicas do Carnaval carioca está a ocorrida com a agremiação em 2005. Por causa de um atraso durante a apresentação, o presidente da Portela, Nilo Figueiredo, vetou a entrada da Velha Guarda na avenida, causando uma enorme saia justa no mundo do samba. Caso a ala entrasse, certamente seriam penalizados por estourar o tempo de desfile, então optaram por deixar de fora aqueles que faziam parte da agremiação e, claro, da história do Carnaval brasileiro.
O ano de 2011 foi marcado por uma tragédia, não só para a Portela como para a União da Ilha e a Grande Rio. Um enorme incêndio atingiu o barracão das agremiações, todos situados na Cidade do Samba e grande parte das fantasias e carros alegóricos foram destruídos. Por isso, a Portela desfilou como hours concours e não recebeu notas pelo o que apresentou na Marquês de Sapucaí.
Para 2012 a Portela pretende acabar com o jejum de quase três décadas e aposta no enredo “E o Povo na Rua Cantando, É Uma Reza, Um Ritual”.
A agremiação vai fazer na Sapucaí uma verdadeira prece ao Senhor do Bonfim, pedindo proteção ao padroeiro da Bahia, para que ele esteja sempre olhando por todos os baianos.
O estado nordestino também é exaltado em todo o enredo. Seu povo, cultura e fé, sempre cheio de feitiço, prestam homenagem ao Senhor do Bonfim por meio de alegorias e muita cor.
A Portela pede para que o Senhor do Bonfim abençoe e cuide desse povo que mistura o branco e o negro, o sagrado e o profano, o afro e o barroco, tornando tudo uma coisa só.
http://entretenimento.br.msn.com/carnaval/2012/galeria.aspx?cp-documentid=31760557#image=2
SAMBA ENREDO 2012
“E o Povo na Rua Cantando, É Uma Reza, Um Ritual”
Compositores: Luiz Carlos Máximo e Wanderley Monteiro, com Naldo e Toninho Nascimento
Meu rei
Senhor do Bonfim alumia
Os caminhos da Portela
Que eu guardo no meu patuá
Eu vim com a proteção dos meus guias
Com Clara Guerreira à Bahia
Cheguei, eu cheguei pra festejar
Deixa levar, nos altares e terreiros
Tem jarro com água de cheiro
Vou jogar flores no mar
No mar
Procissão dos navegantes
Eu também sou almirante
De nossa Senhora Iemanjá
Vou no gongá
Bater tambor
Rezo no altar
Levo o andor
Vem chegando os batuqueiros
Desce a ladeira meu amor
Que a patuscada começou
Eu vim pra rua
Que o samba de roda chegou
Iaiá
De saia rendada em cetim
Bota o tempero na festa
Oi, tem abará e quindim
Portela cheia de encantos
Acolhe a bahia em seu canto
De festas, rezas, rituais
Vestido de azul e branco
Eu venho estender o nosso manto
Aos meus santos do samba que são Orixás
Madureira sobe o Pelô… Tem capoeira
Na batida do tambor… Samba ioiô
Rola o toque de olodum… Lá na Ribeira
A Bahia me chamou
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FICHA TÉCNICA
Fundação: 11 de abril de 1926
Títulos: 21 pelo Grupo Especial
Símbolo: Águia
Cores: Azul e branco
Presidente: Nilo Figueiredo
Carnavalesco: Paulo Menezes
Puxador: Gilsinho
Mestre Sala e Porta Bandeira: Rogerinho e Lucinha Nobre
Rainha de Bateria: Sheron Menezzes
Endereço: Rua Clara Nunes, 81 – Madureira – Rio de Janeiro
Telefone: (21) 2489-6440
Site: www.gresportela.com.br
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