FRAGMENTOS DA ÍNDIA
Por Claudia Liechavicius
Um misto de curiosidade com ansiedade dava o tom da minha chegada. Índia. Sonho antigo. Aeroporto Internacional Indira Gandi de Delhi se aproximando. Uma nuvem densa de poluição no ar aparecia pela janela do avião. Minha cabeça girava a toda velocidade. “Será que estou preparada para este país enorme, cheio de contrastes, denso, superpopuloso, caótico, apimentado, diferente, colorido, hindu, barulhento, sujo, guerreiro, terra de marajás e com mais de quatro mil anos de história?” Apesar de ter lido bastante e assistido alguns filmes e documentários, eu não podia prever minha reação. Os relatos que tinha lido e ouvido eram muito conflitantes. Algumas pessoas amam a Índia, outras simplesmente detestam. E eu? Precisava conferir com meus próprios sentidos.
Forte de Agra.
Com a mala já na mão e o passaporte carimbado – depois de uma viagem de 15 horas do Rio a Dubai seguida de outro trecho de 4 horas de Dubai até Delhi - fui em busca do motorista do hotel Aman no saguão do aeroporto. Sim, Aman. Esse hotel é conhecido por oferecer um serviço que prima pela tranquilidade. A escolha por um oásis no meio do caos não poderia ter sido melhor para uma primeira incursão a enlouquecida Índia. E lá estava ele com uma plaquinha na mão. Que alívio! Carro novinho, perfumado, com toalhas geladas e água. Opa. Água. Será que posso beber sem medo? Foram tantas as advertências sobre risco de infecção intestinal. Melhor dar uma olhadinha no rótulo para garantir. Bobagem. Hora de esquecer das frescuras e encarar a vida como ela é.
No ritmo de Old Delhi.
Enquanto o carro serpenteava pelas ruas de Delhi rumo ao hotel, meu coração quase saía pela boca. Não de emoção com a chegada à Índia. Mas, pelo medo do trânsito. Teria sido criada ali a Teoria do Caos? Na traseira dos caminhões e ônibus a mensagem: “BLOW HORN”. Buzinar? É isso mesmo? Sim. Sempre. Faz parte do código de comunicação e organização do trânsito. Todos buzinam ao mesmo tempo. E isso não é visto como impropério, mas como facilitador. Faz parte do contexto. Meus ouvidos entraram em pane a princípio. Até a hora em que se acostumaram. Eu nem ouvia mais o barulho. E o trânsito andava divinamente no meio do turbilhão. Carros, caminhões, tuk-tuks, bicicletas, vacas, camelos, pedestres, carroças, porcos, riquixás, elefantes… Tudo na maior harmonia caótica que já vi. Impossível alguém de fora conseguir dirigir ali. Mas, eles se entendem. Onde cabem dois, transitam quatro sem o menor problema. E todos saem ilesos. Afinal, estamos falando da populosa Índia. Com a marca de 1 bilhão de pessoas, ficando atrás apenas da China nesse quesito. Gente pra todo lado. Um começo bizarro pelas ruas da cidade.
Uma hora depois estava chegando ao meu porto seguro. O hotel Aman é incrivelmente silencioso e de uma paz celestial no meio do caos. Perfeito para me refazer e voltar para o olho do furacão. Foi deixar a mala, comer alguma coisa e sair para sentir Delhi na pele. Com o auxílio de um guia do hotel e sempre acompanhada pelo motorista comecei a acostumar meus olhos ao cenário surreal da capital da Índia. O que não é assim tão fácil e rápido!
Lembre-se que a mão é inglesa. Então, além da confusão das ruas, tem esse pequeno detalhe. Dirigir… nem pensar. É impossível mesmo. As locadoras liberam aluguel de carros apenas com a condição de haver um motorista indiano. Só a distração com o inusitado já torna a possibilidade de alugar um carro absolutamente inviável. E olha que eu adoro andar com minhas próprias pernas pelo mundo afora. Na Índia não dá. Não só as vacas são sagradas, como também os elefantes e os macacos. Todos eles alçaram status divino e circulam pela capital populosa e por todas as outras cidades, em total liberdade. Essas diferenças atacam os sentidos de qualquer visitante de primeira viagem sem pedir licença. É o trânsito mais desordenado que já vi. Parece não atender a nenhuma lógica. Mas, milagrosamente funciona e quase nem se vê acidente apesar dos meros dois centímetros que separam cada transeunte, animal ou meio de transporte.
E como tem gente na Índia...
Caminhar a pé pelas ruas é um ato quase heróico. Parece que você vai ser engolido pela multidão. É incrível. Um turbilhão de gente. Roupas coloridas. Turbantes. Saris. E o mais interessante é que parece que ninguém se incomoda com ninguém. Como pode?
E a divisão por castas? Bem, a constituição proibe a discriminação por castas. Mas, a sociedade continua considerando quatro grupos. Os brâmanes são os sacerdotes. Os xátrias são os guerreiros, eles usam turbantes na cabeça para marcar sua posição, são facilmente reconhecidos. Os vaixás são os comerciantes. E, por último vem os sudras que são designados aos trabalhos de limpeza e serviços mais simples. Quem nasceu numa determinada casta não pode mudar seu destino. Será sempre dessa casta, mas pode estudar e evoluir intelectualmente. Muitos cargos importantes de empresas indianas e do governo são ocupados por sudras. E ainda abaixo desses todos tem os párias, também chamados de dalits ou intocáveis que vem da poeira debaixo dos pés de Brahma e servem como coveiros, estão abaixo das quatro classificações acima.
Ah! E para casar também é preciso respeitar a casta. Aliás, os casamentos são arranjados pelos pais respeitando castas, regime alimentar, religião, língua e tudo mais que for relevante para a família. Atualmente, alguns casamentos modernos vem saindo dos eixos e os indianos mais tradicionais torcem o nariz para essas misturas de castas.
A Índia é um país muito diferente de tudo a que estamos acostumados. Até quanto a alimentação. Para começo de conversa é pimenta que deixa a boca em chamas. Além disso, muitos indianos são vegetarianos por questões religiosas. Afinal, as vacas são sagradas e muito importantes. São consideradas montaria de Shiva - um dos deuses da Santíssima Trindade hindu, junto com Brahma e Vishnu. Elas fornecem o leite, um dos principais alimentos da Índia. Suas fezes são usadas para espantar mosquito quando queimadas e olha que tem mosquito para valer! Estão fora de cogitação quando o assunto é comida. Elas são muito sagradas. Muita gente também não come frango nem cordeiro. Nos restaurantes, o cardápio sempre indica dois menus: vegetariano e não-vegetariano. Se quiser uma suculenta picanha melhor esperar para quando chegar de volta ao Brasil. E, não esqueça de lavar bem as mãos antes de comer, pois o hábito local é comer com as mãos. No Bukhara, considerado um dos melhores restaurantes de Delhi, nem sequer vem talheres à mesa.
Tantos contrastes. Pobreza e dignidade, sujeira e beleza, confusão e harmonia, caos e organização. Tantos pontos de vista conflitantes e complementares. Um país enorme, sétima maior área do planeta. Difícil de ser digerido num primeiro momento. Seu passado é onipresente. Fortes, palácios e templos seculares convivem lado a lado com o Vale do Silício e a indústria do cinema de Bollywood. Seu desenho geográfico ajuda a aumentar a diversidade: mar das Arábias, baía de Bengala, planícies que acompanham o sagrado Ganges, montanhas do Himalaia, deserto. Muitas línguas são faladas (mais de 15 oficiais, fora os tantos dialetos), muitos grupos étnicos distintos, crenças e estilos de vida, divisão por castas. Perfeito para ser degustado aos poucos. Muito lentamente…
Por isso escolhi apenas três cidades para começar: A histórica Delhi, a lendária Agra e a abandonada Fatehpur Sikri. Fiquei uma semana na Índia com um guia local e um motorista, os dois foram indicados pelo hotel Aman de Delhi. Nos três dias que passei em Delhi fiquei no hotel Aman. Espetacular! Depois, fui de carro até Agra. Levei praticamente um dia todo para fazer o trajeto de duzentos e poucos quilômetros, pois no caminho parei na cidade de Mathura (para ver o Vishhram Ghat e o templo de Sri Krishna) e no mausoléu de Akbar em Sikandra. Sem contar que a viagem em si já faz parte do programa. É surreal. Saí na metade da manhã e cheguei em Agra a tardinha depois de percorrer estradas lotadas de carroças, tuk-tuks, macacos, vacas, muita gente... Emoções mais fortes do que numa montanha-russa. Em Agra fiquei três dias no hotel Oberoi Amarvilas. Fantástico. Escolhi dois hotéis de luxo para conseguir ter momentos de distanciamento e assim poder assimilar melhor a essência da Índia. Além disso, queria me sentir segura e relaxar confortavelmente no final de dias tão intensos.
Quanto à companhia aérea optei pela Emirates, pois sai diretamente do Rio e faz apenas uma parada em Dubai antes de chegar em Delhi.
Outra escolha perfeita foi o mês de novembro. Nessa época o período de monções já se foi, as chuvas intensas já cessaram, as temperaturas estão mais amenas, não tem tanto mosquito (mas, sempre tem um pouco), o fog não é tão intenso e o sol reina sublime.
Todos sabem que a Índia é um país que gera curiosidade e chama atenção com suas diferenças. No entanto, não é um destino para marinheiros de primeira viagem nem para quem procura férias convencionais para relaxar. É um lugar que está sujeito a um certo desconforto, mas traz recompensas fantásticas. A India precisa ser estudada para ser compreendida. Fronteiras precisam ser atravessadas para que se possa ver além da sujeira espalhada pelas ruas, dos animais fuçando no lixo, do cheiro de urina, do desprezível sistema de castas, dos miseráveis desfilando sua pobreza. É preciso mergulhar na profundidade dessa cultura ancestral, despir os preconceitos e buscar os tesouros encobertos pela lama. Sua alma é nobre. Impossível ficar indiferente frente aos sentimentos que brotam numa viagem à Indian.
Namaste!
http://www.viajarpelomundo.com/2012/11/fragmentos-da-india.html
Um misto de curiosidade com ansiedade dava o tom da minha chegada. Índia. Sonho antigo. Aeroporto Internacional Indira Gandi de Delhi se aproximando. Uma nuvem densa de poluição no ar aparecia pela janela do avião. Minha cabeça girava a toda velocidade. “Será que estou preparada para este país enorme, cheio de contrastes, denso, superpopuloso, caótico, apimentado, diferente, colorido, hindu, barulhento, sujo, guerreiro, terra de marajás e com mais de quatro mil anos de história?” Apesar de ter lido bastante e assistido alguns filmes e documentários, eu não podia prever minha reação. Os relatos que tinha lido e ouvido eram muito conflitantes. Algumas pessoas amam a Índia, outras simplesmente detestam. E eu? Precisava conferir com meus próprios sentidos.
Forte de Agra.
Com a mala já na mão e o passaporte carimbado – depois de uma viagem de 15 horas do Rio a Dubai seguida de outro trecho de 4 horas de Dubai até Delhi - fui em busca do motorista do hotel Aman no saguão do aeroporto. Sim, Aman. Esse hotel é conhecido por oferecer um serviço que prima pela tranquilidade. A escolha por um oásis no meio do caos não poderia ter sido melhor para uma primeira incursão a enlouquecida Índia. E lá estava ele com uma plaquinha na mão. Que alívio! Carro novinho, perfumado, com toalhas geladas e água. Opa. Água. Será que posso beber sem medo? Foram tantas as advertências sobre risco de infecção intestinal. Melhor dar uma olhadinha no rótulo para garantir. Bobagem. Hora de esquecer das frescuras e encarar a vida como ela é.
No ritmo de Old Delhi.
Enquanto o carro serpenteava pelas ruas de Delhi rumo ao hotel, meu coração quase saía pela boca. Não de emoção com a chegada à Índia. Mas, pelo medo do trânsito. Teria sido criada ali a Teoria do Caos? Na traseira dos caminhões e ônibus a mensagem: “BLOW HORN”. Buzinar? É isso mesmo? Sim. Sempre. Faz parte do código de comunicação e organização do trânsito. Todos buzinam ao mesmo tempo. E isso não é visto como impropério, mas como facilitador. Faz parte do contexto. Meus ouvidos entraram em pane a princípio. Até a hora em que se acostumaram. Eu nem ouvia mais o barulho. E o trânsito andava divinamente no meio do turbilhão. Carros, caminhões, tuk-tuks, bicicletas, vacas, camelos, pedestres, carroças, porcos, riquixás, elefantes… Tudo na maior harmonia caótica que já vi. Impossível alguém de fora conseguir dirigir ali. Mas, eles se entendem. Onde cabem dois, transitam quatro sem o menor problema. E todos saem ilesos. Afinal, estamos falando da populosa Índia. Com a marca de 1 bilhão de pessoas, ficando atrás apenas da China nesse quesito. Gente pra todo lado. Um começo bizarro pelas ruas da cidade.
A vida nas ruas de Delhi.
Uma hora depois estava chegando ao meu porto seguro. O hotel Aman é incrivelmente silencioso e de uma paz celestial no meio do caos. Perfeito para me refazer e voltar para o olho do furacão. Foi deixar a mala, comer alguma coisa e sair para sentir Delhi na pele. Com o auxílio de um guia do hotel e sempre acompanhada pelo motorista comecei a acostumar meus olhos ao cenário surreal da capital da Índia. O que não é assim tão fácil e rápido!
Hotel Aman, um oásis de tranquilidade em Delhi.
Lembre-se que a mão é inglesa. Então, além da confusão das ruas, tem esse pequeno detalhe. Dirigir… nem pensar. É impossível mesmo. As locadoras liberam aluguel de carros apenas com a condição de haver um motorista indiano. Só a distração com o inusitado já torna a possibilidade de alugar um carro absolutamente inviável. E olha que eu adoro andar com minhas próprias pernas pelo mundo afora. Na Índia não dá. Não só as vacas são sagradas, como também os elefantes e os macacos. Todos eles alçaram status divino e circulam pela capital populosa e por todas as outras cidades, em total liberdade. Essas diferenças atacam os sentidos de qualquer visitante de primeira viagem sem pedir licença. É o trânsito mais desordenado que já vi. Parece não atender a nenhuma lógica. Mas, milagrosamente funciona e quase nem se vê acidente apesar dos meros dois centímetros que separam cada transeunte, animal ou meio de transporte.
E como tem gente na Índia...
Caminhar a pé pelas ruas é um ato quase heróico. Parece que você vai ser engolido pela multidão. É incrível. Um turbilhão de gente. Roupas coloridas. Turbantes. Saris. E o mais interessante é que parece que ninguém se incomoda com ninguém. Como pode?
Vendedores de flores nas ruas de Delhi.
E a divisão por castas? Bem, a constituição proibe a discriminação por castas. Mas, a sociedade continua considerando quatro grupos. Os brâmanes são os sacerdotes. Os xátrias são os guerreiros, eles usam turbantes na cabeça para marcar sua posição, são facilmente reconhecidos. Os vaixás são os comerciantes. E, por último vem os sudras que são designados aos trabalhos de limpeza e serviços mais simples. Quem nasceu numa determinada casta não pode mudar seu destino. Será sempre dessa casta, mas pode estudar e evoluir intelectualmente. Muitos cargos importantes de empresas indianas e do governo são ocupados por sudras. E ainda abaixo desses todos tem os párias, também chamados de dalits ou intocáveis que vem da poeira debaixo dos pés de Brahma e servem como coveiros, estão abaixo das quatro classificações acima.
Ah! E para casar também é preciso respeitar a casta. Aliás, os casamentos são arranjados pelos pais respeitando castas, regime alimentar, religião, língua e tudo mais que for relevante para a família. Atualmente, alguns casamentos modernos vem saindo dos eixos e os indianos mais tradicionais torcem o nariz para essas misturas de castas.
Mesquita Jami Masjid em Old Delhi.
A Índia é um país muito diferente de tudo a que estamos acostumados. Até quanto a alimentação. Para começo de conversa é pimenta que deixa a boca em chamas. Além disso, muitos indianos são vegetarianos por questões religiosas. Afinal, as vacas são sagradas e muito importantes. São consideradas montaria de Shiva - um dos deuses da Santíssima Trindade hindu, junto com Brahma e Vishnu. Elas fornecem o leite, um dos principais alimentos da Índia. Suas fezes são usadas para espantar mosquito quando queimadas e olha que tem mosquito para valer! Estão fora de cogitação quando o assunto é comida. Elas são muito sagradas. Muita gente também não come frango nem cordeiro. Nos restaurantes, o cardápio sempre indica dois menus: vegetariano e não-vegetariano. Se quiser uma suculenta picanha melhor esperar para quando chegar de volta ao Brasil. E, não esqueça de lavar bem as mãos antes de comer, pois o hábito local é comer com as mãos. No Bukhara, considerado um dos melhores restaurantes de Delhi, nem sequer vem talheres à mesa.
Tantos contrastes. Pobreza e dignidade, sujeira e beleza, confusão e harmonia, caos e organização. Tantos pontos de vista conflitantes e complementares. Um país enorme, sétima maior área do planeta. Difícil de ser digerido num primeiro momento. Seu passado é onipresente. Fortes, palácios e templos seculares convivem lado a lado com o Vale do Silício e a indústria do cinema de Bollywood. Seu desenho geográfico ajuda a aumentar a diversidade: mar das Arábias, baía de Bengala, planícies que acompanham o sagrado Ganges, montanhas do Himalaia, deserto. Muitas línguas são faladas (mais de 15 oficiais, fora os tantos dialetos), muitos grupos étnicos distintos, crenças e estilos de vida, divisão por castas. Perfeito para ser degustado aos poucos. Muito lentamente…
Em Mathura, macacos adotam os templos como moradia.
Por isso escolhi apenas três cidades para começar: A histórica Delhi, a lendária Agra e a abandonada Fatehpur Sikri. Fiquei uma semana na Índia com um guia local e um motorista, os dois foram indicados pelo hotel Aman de Delhi. Nos três dias que passei em Delhi fiquei no hotel Aman. Espetacular! Depois, fui de carro até Agra. Levei praticamente um dia todo para fazer o trajeto de duzentos e poucos quilômetros, pois no caminho parei na cidade de Mathura (para ver o Vishhram Ghat e o templo de Sri Krishna) e no mausoléu de Akbar em Sikandra. Sem contar que a viagem em si já faz parte do programa. É surreal. Saí na metade da manhã e cheguei em Agra a tardinha depois de percorrer estradas lotadas de carroças, tuk-tuks, macacos, vacas, muita gente... Emoções mais fortes do que numa montanha-russa. Em Agra fiquei três dias no hotel Oberoi Amarvilas. Fantástico. Escolhi dois hotéis de luxo para conseguir ter momentos de distanciamento e assim poder assimilar melhor a essência da Índia. Além disso, queria me sentir segura e relaxar confortavelmente no final de dias tão intensos.
Hotel Oberoi Amarvilas, Agra.
Quanto à companhia aérea optei pela Emirates, pois sai diretamente do Rio e faz apenas uma parada em Dubai antes de chegar em Delhi.
Outra escolha perfeita foi o mês de novembro. Nessa época o período de monções já se foi, as chuvas intensas já cessaram, as temperaturas estão mais amenas, não tem tanto mosquito (mas, sempre tem um pouco), o fog não é tão intenso e o sol reina sublime.
Taj Mahal, Agra.
Todos sabem que a Índia é um país que gera curiosidade e chama atenção com suas diferenças. No entanto, não é um destino para marinheiros de primeira viagem nem para quem procura férias convencionais para relaxar. É um lugar que está sujeito a um certo desconforto, mas traz recompensas fantásticas. A India precisa ser estudada para ser compreendida. Fronteiras precisam ser atravessadas para que se possa ver além da sujeira espalhada pelas ruas, dos animais fuçando no lixo, do cheiro de urina, do desprezível sistema de castas, dos miseráveis desfilando sua pobreza. É preciso mergulhar na profundidade dessa cultura ancestral, despir os preconceitos e buscar os tesouros encobertos pela lama. Sua alma é nobre. Impossível ficar indiferente frente aos sentimentos que brotam numa viagem à Indian.
Namaste!
http://www.viajarpelomundo.com/2012/11/fragmentos-da-india.html
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