Sempre na minha mente e no coração...

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Corcovado ou Cristo Redentor, lindo !!!

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

ENVELHECER É UMA BÊNÇÃO


ENVELHECER É UMA BÊNÇÃO


“Você não precisa ser grande para ser feliz, precisa ser simples, natural e amoroso.”


Todas as idades, assim como todas as circunstâncias, têm suas compensações. Acho que algumas pessoas temem envelhecer. Agora que envelheci, posso dizer a todos que essa é uma experiência abençoada.
A ideia popular é a de que a juventude é a época em que somos mais felizes. 
Sei que isso não é verdade. 
A cada ano que envelheço, fico mais feliz. Tenho até certa pena dos jovens, tão inexperientes, freqüentemente tão confusos.
 Só com a idade é que se pode encarar a vida de maneira impessoal, acumulando, assim, a sabedoria que dela emana.

Lembro-me de quando sentia tudo de maneira muito mais vívida do que hoje. 
Quando somos jovens, amamos intensamente, sofremos, ficamos ansiosos. 
Não que eu tenha deixado de fazer isso; agora, porém, faço de uma maneira mais madura e mais sábia. Jamais sentirei novamente nesse corpo os maravilhosos estremecimentos da juventude, com seus grandiosos momentos.

Lembro-me deles, e isso é suficiente.
Na velhice, não se pode fazer tanto quanto se fazia antes, mas pode-se pensar de maneira muito mais eficaz. Como disse um famoso filósofo francês: 
“Se a juventude ao menos soubesse; se a velhice pelo menos pudesse."
É missão da juventude colocar em ação a sabedoria obtida na última encarnação. 
Quero retornar à vida para fazer as coisas que agora consigo ver claramente que devem ser feitas. Mas, de qualquer maneira, sou feliz. 
O que os senhores do carma me pedem eu dou com alegria.
Provavelmente você descobriu que, via de regra, ocorreu dor, desapontamento e frustração, em vez da “moleza” que a maioria dos jovens espera. Mas como valeu a pena toda essa experiência! 
Lembro-me de Annie Besant relembrando sua vida longa e maravilhosamente plena, e dizendo que poria de lado todas as alegrias, mas nenhuma das dores; foi através delas que mais pôde aprender.
Não tenha medo da dor. Helena Blavatsky chamava-a de “o instrutor, o despertador da consciência”. 
O mesmo disse Krishnamurti.

À medida que envelhecemos, aqueles a quem mais amamos nos deixam, um a um. 
Mas nós não os perdemos. 
O amor é sempre a sua própria eternidade. 
Eles se foram um pouco antes de nós e estarão lá para nos dar as boas vindas quando nosso grande dia chegar.

Foi também Annie Besant quem me disse, certa vez: 
‘’Quando você conseguir ficar feliz quando aquele a quem mais ama não estiver presente, você terá verdadeiramente aprendido a amar.”

Duas coisas me doem sempre que as vejo: a juventude sem esperança e a velhice sem paz.
Outra coisa que noto a respeito do envelhecimento: poucas memórias persistem. 
No meu caso, não são as grandes e maravilhosas ocasiões da vida que retornam à lembrança, mas as pequeninas coisas: pessoas que vi apenas uma vez, pequenos atos de ternura que presenciei. 
A humanidade não precisa de coisas grandes. Ela precisa, acima de tudo, do doce calor do amor cotidiano.
Você não precisa ser grande para ser feliz. 
Precisa ser simples, natural e amoroso. 
Talvez o mundo se volte novamente para as coisas simples da vida, e assim reconquiste a felicidade. 
Eu gostaria de devolver ao camponês, ao homem que trabalha, as coisas que o fazem feliz, e desviar os pensamentos dos ricos e poderosos da dura procura por lucro e poder, que só podem ser obtidos com a dor de milhões de pessoas.
Estou feliz por estar velha. 
Agradeço à vida por isso. 
A “alma peregrina” em nós jamais envelhece.

Ela é a eterna juventude, o fogo imorredouro. 
Existe uma serena benevolência, uma ternura graciosa, encorajadora, a respeito do gradual declínio do nosso veículo físico neste mundo. 
Podemos muito bem dizer para toda a nossa vida:
 “Deus esteja contigo até que nos encontremos novamente."

Clara M. Codd

Fonte: http://lucio-vergel.blogspot.com.br/search/label/CLARA%20M.%20CODD

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