O Palácio Nacional de Mafra é um monumento com grande valor histórico, símbolo de um reinado marcado pelo luxo e ostentação e representativo do Barroco em Portugal. Mandado construir no reinado absolutista de D. João V, o palácio é uma obra imponente, que requereu o recrutamento de cerca de 52.000 homens para a sua construção, realizada com os melhores materiais disponíveis na altura. O Palácio Nacional de Mafra foi construído com vista a imitar a Basílica de S. Pedro de Roma.
A obra foi iniciada a 17 de Novembro de 1717, tendo sido concluída em 1750, 33 anos depois. A sua inauguração foi feita a 22 de Outubro de 1730, no dia do 41º aniversário do rei, com o convento ainda inacabado. A construção termina não por estar efetivamente acabada, mas sim porque o rei morre e com ele morre também a concretização plena do seu sonho.
Ao longo da sua existência, o palácio foi ocupado pela família real, esporadicamente, por frades e, mais tarde, por militares.
Uma visita ao Palácio Nacional de Mafra é fundamental porque nos dá uma perspectiva de como era a vida no séc. XVIII, especialmente a da realeza. Por exemplo, os aposentos do rei e da rainha encontravam-se separados por 232 metros de distância. Este simples fato, juntamente com o conjunto de rituais que tinham de ser cumpridos tais como mudar de roupa ou o ato sexual, meramente com fins de procriação revela a falta de intimidade e privacidade no seio da família real, pelos padrões atuais.
Por outro lado, durante a visita, somos também confrontados com o espírito da época. O estilo Barroco é conhecido pela exuberância e o excesso de ornamentação, bem como pela monumentalidade das dimensões, opulência das formas e teatralidade. Para D. João V era importante que Portugal fosse reconhecido pela sua riqueza e pela excentricidade do seu rei. Neste contexto, mandou encomendar dois imponentes carrilhões, com um total de 92 sinos e com mais de 200 toneladas, numa atitude de esbanjamento de recursos. O importante era o parecer, mais do que o ser.
O recurso à visita guiada fornece ao visitante informações bastante interessantes e pertinentes acerca da construção do palácio e de quem o habitou, para além de curiosidades, que de outro modo seriam de acesso menos imediato. Por exemplo, fica-se com a ideia da grandiosidade desta obra sabendo que possui 4700 portas e janelas, 25 pátios, 156 escadarias e 1200 salas. O palácio possui ainda uma vasta biblioteca, com cerca de 38000 volumes.
Salienta-se que a visita ao Palácio fica enriquecida após a leitura d’ O Memorial do Convento, visto que este nos confere a perspectiva do autor acerca da construção do convento, enquadrada na sociedade da época.
Assim, o Palácio Nacional de Mafra deve ser um monumento a visitar, não só pela sua beleza e magnificência, mas também pelo que representa o conceito da sua construção para a história de Portugal.
Ana Beatriz Pina
http://jornaljanselmo.blogspot.com.br/2013/02/porque-visitar-o-palacio-nacional-de.html
D.João V, rei de Portugal, havia prometido construir uma basílica se sua esposa,
D.Maria Ana Josefa de Áustria, lhe desse descendência. O nascimento da princesa
D.Maria Barbara foi interpretado por este monarca como uma graça divina, pelo que,
não olhando a despesa, mandou construir em Mafra, um enorme edifício composto por
uma basílica, um palácio real e um convento com uma das mais bela bibliotecas
europeias.
Mandado construir no século XVIII pelo Rei D. João V em cumprimento de um voto para obter sucessão do seu casamento com D. Maria Ana de Áustria,...
Ás 7.00 horas da manhã de 22 de Outubro de 1730 dia em que o rei fazia 41 anos de idade, iniciou-se a festa da consagração da basílica que se prolongou até às 7 da manhã do dia seguinte. Foi servido, na ocasião, um banquete popular a 9.000 pessoas.
As festas acabariam por se estender 4 por mias 7 dias, ao som das melodias dos dois enormes carrilhões mandado vir expressamente de Antuérpia.
O Convento
Mandado edificar por D.João V em 1711, é o mais sumptuoso convento e monumento barroco Português. O projeto original é de João Frederico Ludovice, também autor da Basílica da Estrela,em Lisboa. O convento foi ocupado por Franciscanos e Dominicanos.
Piano de cauda inglês com respectivo banco. Joseph Kirkman, Londres, séc. XIX.
A designação deve-se à pintura do tecto que representa Diana, a deusa da caça, acompanhada de ninfas e sátiros. Da autoria de Cirilo Volkmar Machado (1748-1823), faz parte da campanha decorativa executada a partir de 1796 por encomenda do então Príncipe Regente, futuro rei D. João VI. O pintor inspirou-se num quadro de Domenichino, intitulado "Caçada de Diana", existente na Galeria Borghese em Roma.
Quarto de sua Majestade – à esquerda “D.João VI” óleo sobre tela. 1824. José Inácio de Sam Payo. À direita “Sagrada Família” . Escola Italiana Óleo sobre tela. séc. XVIII.
Torreão Sul – Aposentos privados da Rainha. Durante a estadia de D. João VI em Mafra (1806), alguns dos espaços deste torreão foram divididos por tabiques de madeira “ricamente pintada”. Com o...
Torreão Sul – Aposentos privados da Rainha. Durante a estadia de D. João VI em Mafra (1806), alguns dos espaços deste torreão foram divididos por tabiques de madeira “ricamente pintada”. Com o fim da monarquia e transformação deste real edifício em museu, os tabiques e a respectiva decoração mural foram destruídos. Ficaram, no entanto, em arquivo registos fotográficos desses espaços.
Sala de Sua Majestade a Rainha.
Antecâmara – Sala de entrada para os aposentos da Rainha. Reconstituição da decoração mural existente no século XIX, segundo fotografias em arquivo.
- Oratório Sul
http://gloriaishizaka.blogspot.com.br/2012/02/portugal-palacio-nacional-de-mafra.html
Sala de Nápoles – A Ala Sul deste Paço foi a mais utilizada durante o séc. XIX, talvez por ser uma zona confortável e ensolarada, correspondendo não só a uma procura de mais conforto, como a uma alteração de mentalidades no que respeita à vida familiar e social das Família Real, que se torna mais intimista e “privada”. A Ala Norte passou apenas a ser usada por hóspedes importantes de visita a Mafra.
Sala D. João V.
Sala do Trono ou Sala de Audiência – Sala destinada às audiências oficiais do Rei.
Torreão Norte – Aposentos privados do Rei, usados até à morte de D. Fernando de Saxe-Coburgo, marido da rainha D. Maria II, ficando depois reservados a hóspedes importantes. Cada torreão funcionava como um apartamento independente com as cozinhas na cave, as despensas e ucharias no piso térreo, os quartos dos Camaristas no 1º piso e os aposentos do Rei neste piso.
A SALA DO TRONO - CONVENTO DE MAFRA
Sala de Diana – Assim chamada por ter representado no teto Diana, a Deusa da caça, acompanhada de ninfas e sátiros. É da autoria de Cirilo Wolkmar Machado (finais do séc. XVIII), fazendo parte de uma campanha decorativa a mando do Príncipe Regente D. João, futuro D. João VI. O pintor tomou como fonte de inspiração um quadro de Domenichino, intitulado “Caçada de Diana”, existente na Galeria Borghese em Roma.
Sala D. Pedro V ou Sala de espera – Nesta ala ficavam, em finais do séc. XVIII, os aposentos da “Senhora Princeza” D. Maria Francisca Benedita, viúva do seu sobrinho D. José, filho primogênito de D. Maria I, estando as salas divididas de outra forma. A presente divisão e decoração reflete a vivência romântica do séc. XIX.
http://gloriaishizaka.blogspot.com.br/2012/02/portugal-palacio-nacional-de-mafra.html
Um dos seis Órgãos históricos, único no mundo, mandados executar por D. João VI
ÓRGÃO DA BASÍLICA DO PALÁCIO NACIONAL DE MAFRA
Convento foi tão glorioso a quem o fundou, quanto nos manifestam hoje os afetuosos Cultos e Religiosos obséquios que nele fazem a Deus os esclarecidos Filhos do grande Patriarca S. Francisco [...]
- Biblioteca
O Palácio Nacional de Mafra possui uma das mais importantes bibliotecas portuguesas, com um valioso acervo de aproximadamente 36.000 volumes, verdadeiro repositório do Saber.
De destacar algumas obras raras como a coleção de incunábulos (obras impressas até 1500) ou a famosa “Crónica de Nuremberga” (1493), bem como diversas Bíblias ou a primeira Enciclopédia (conhecida como de Diderot et D’Alembert), os Livros de Horas iluminados do Séc. XV e ainda um importante núcleo de partituras musicais de autores portugueses e estrangeiros, como Marcos Portugal, J. de Sousa, João José Baldi, entre outros, especialmente escritas para o conjunto dos seis órgãos históricos da Basílica.
A atestar a importância desta coleção, uma Bula concedida pelo Papa Bento XIV em 1754, para além de proibir sob pena de excomunhão, o desvio ou empréstimo de obras impressas ou manuscritas sem licença do Rei de Portugal, concede-lhe autorização para incluir no seu acervo os livros proibidos pelo Index.
De destacar algumas obras raras como a coleção de incunábulos (obras impressas até 1500) ou a famosa “Crónica de Nuremberga” (1493), bem como diversas Bíblias ou a primeira Enciclopédia (conhecida como de Diderot et D’Alembert), os Livros de Horas iluminados do Séc. XV e ainda um importante núcleo de partituras musicais de autores portugueses e estrangeiros, como Marcos Portugal, J. de Sousa, João José Baldi, entre outros, especialmente escritas para o conjunto dos seis órgãos históricos da Basílica.
A atestar a importância desta coleção, uma Bula concedida pelo Papa Bento XIV em 1754, para além de proibir sob pena de excomunhão, o desvio ou empréstimo de obras impressas ou manuscritas sem licença do Rei de Portugal, concede-lhe autorização para incluir no seu acervo os livros proibidos pelo Index.
http://www.palaciomafra.pt/pt-PT/biblioteca/ContentList.aspx
Esta magnífica biblioteca possui 40.000 volumes os quais estão dispostos numa sala com uma planta de cruzeiro. Estes livros foram encadernados com esmero e extrema dedicação pelos monges que viveram neste convento desde o século XVIII, catalogando-os de uma forma tão rigorosa que ainda hoje, a bibliotecária do Palácio de Mafra utiliza um grande livro onde constam os registos de entradas de volumes na biblioteca. Com efeito, a biblioteca deixou de adquirir novos volumes na década de 1830. Este é, sem dúvida, um dos locais mais emblemáticos de todo o complexo que constitui o Palácio de Mafra. Se efetuar uma visita a esta biblioteca tomará conhecimento de que para além dos monges existiam outros guardiães deste local: os morcegos. A presença destes animais permitiu a conservação perfeita dos livros de Mafra ao longo destes séculos. E a explicação é a seguinte: Os monges criaram uma colônia de morcegos para que zelassem pela conservação destes livros. Os morcegos voavam livremente pela biblioteca à noite alimentando-se dos insectos que estivessem no interior da sala. Apesar de não serem visíveis durante o dia, ainda é possível observar à noite alguns exemplares destes guardas-noturnos especiais.Os morcegos não sujam os livros, porque saem para o exterior através de pequenas aberturas junto às janelas. Este é sem dúvida um exemplo invulgar de simbiose entre o Homem e o animal. Para além deste método, os bibliotecários de Mafra implementaram sistemas duma eficácia notável para a época. No conjunto de janelas existentes apenas algumas permitem o acesso ao exterior. No lado oposto da sala, o que parecem ser janelas são na realidade espelhos, destinados a concentrar o calor dos raios solares ajudando assim a reduzir os níveis de umidade. Para além disso, as estantes que alojam os livros possuem espaços vazios na parte de trás de forma a permitir a circulação do ar, impedindo-se assim a concentração de umidade e o consequente ataque de fungos. Atualmente e através de modernos processos de medição dos valores de umidade é possível constatar que foi implementado neste local um sistema que mantém as condições ideais de conservação de documentos e/ou livros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário