Sempre na minha mente e no coração...

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terça-feira, 20 de março de 2012

Os Calendários

Os Calendários


Os calendários:
            Ao longo dos séculos, a humanidade desenvolveu diversos calendários. O objetivo inicial era prever as estações, determinar épocas ideais para plantio e colheitas ou mesmo estabelecer quando deveriam ser comemorados feitos militares ou realizadas atividades religiosas. Alguns desses calendários continuam em uso, como o Judeu e o Muçulmano.
            Para medir os ciclos, muitos povos valeram-se da lua, outros do sol. Em ambos os casos defrontaram-se com dificuldades. O Ano Trópico, intervalo de tempo em que a Terra leva para completar seu trajeto orbital completo em torno do sol, corresponde a 365,242199 dias.
            Como nos calendários o ano é estabelecido em anos inteiros, surge uma diferença (0,242199 dias se o calendário for de 365 dias), que vai se acumulando ao longo do tempo, transformando-se em erro de dias inteiros ou semanas.
            Para corrigi-los são incluídos de tempos em tempos, dias extras (29 de fevereiro, em anos bissextos) ou mesmo meses, caso do calendário Judeu.
            A maioria dos primeiros calendários, baseava-se na lua, entre eles o primitivo romano.
            Para muitos povos antigos, como o de Atenas, Jerusalém ou Babilônia, um novo mês era anunciado quando ao anoitecer surgia nos céus a lua crescente, celebrada com tochas e fogueiras.
            Seguindo essa tradição até hoje, o dia começa ao por do sol para os judeus, nâo à meia noite.
            O mês lunar medido com precisão, tem 29,53059 dias. Isto significa um ano de 354,36708 dias, menor portanto, que o ano solar de 365,242199 dias.
            O calendário judeu tem 12 meses lunares, o que resulta em anos de 353, 354 ou 355 dias. Intercalam um mês extra antes do mês Nisan, em anos chamados embolísmicos, o que resulta em 383, 384 ou 385 dias. Dessa forma, após 19 anos, o ano judeu corresponde ao solar.
            O ano de 2000 correspondeu ao ano 5760 israelita, cuja contagem teria início na criação do homem.
            Para os muçulmanos o calendário começa com a Hégira, saída de Maomé em 622 DC de Medina em direção à Meca. É um calendário, como determinou Maomé, exclusivamente lunar, de 12 meses. O ano tem 354 ou 355 dias. Começa, a cada vez, portanto, 10 a 12 dias antes do nosso.
            O ano 2.000 corresponde ao 1.420 AH (Anno Hegirae).
            O primeiro povo a basear-se no sol para determinação de seu calendário foi o egípcio, há cerca de 6.000 anos. Utilizavam um ano com 12 meses de 30 dias, mais 5 dias adicionais correspondentes ao aniversário de Osíris, Horus, Isis, Neftis e Set.
            Isso foi possível porque podiam observar Sirius, a mais brilhante estrela do céu, ascender perpendicularmente ao sol da manhã uma vez por ano, precisamente na ocasião da cheia anual do Rio Nilo.
            Embora constatassem que a duração do ano era de 365 dias e 1/4, seu calendário não foi corrigido para compensar a diferença de 1/4 de dia, senão em 238 AC.
            Quando Roma conquistou o Egito, os conhecimentos egípcios foram utizados na elaboração do novo calendário romano instituído por Júlio César.

            Segundo reza a lenda, o calendário romano foi criado por Rômulo, o fundador de Roma, 753 anos antes de Cristo.
            Nesse calendário lunar a contagem dos anos tem início em 1 AUC (Ab Urbe Condita), da fundação da cidade.
            O ano compreendia 304 dias e tinha 10 meses: Martius, Aprilis, Maius, Junius, Quintilis, Sextilis, September, October, November e December.
            Por volta de 700 AC, o segundo Rei de Roma, Numa Pompílio, acrescentou dois meses ao início do calendários, Januarius Februarius, ampliando o ano para 355 dias. Isso fez que os meses cujos nomes indicavam posição na sequência do calendário perdessem o sentido original. Setembro, de sétimo, outubro, de oitavo, novembro, de novo e dezembro, de décimo.
            Os dias do mês não eram identificados por números como hoje, mas divididos em três partes: calendas, nonas e idos. Daí a expressão idos de março, que corresponde a 15 de março. Calendas era o primeiro dia do mês.
            Como o calendário de 355 dias rapidamente se desalinhava das estações, passaram a ser intercalados meses para correção. Mesmo assim, foi acumulado desvio tão grande que o imperador Júlio César ao retornar do Egito, determinou sua reforma.
            O equinócio civil diferia 3 meses do astronômico, os meses de inverno caiam no outono e os do outono no verão.
            Assistido pelo astrônomo Sosísgenes, estendeu o ano para 445 dias, ultimus annus confusionis e a partir de 1° de janeiro de 45AC, calendas de Juanuaris, ou, 708 Ab Urbe Condita, Roma ganhou novo calendário.
            No calendário juliano o primeiro dia do ano passou de março para janeiro e o total de dias foi aumentado de 355 para 365, com 1 dia extra adicionado a cada 4 anos.
           Esse dia adicional caia em fevereiro. Não no final desse mês, mas antes do sexto calendas (dias 25), chamado por isso de bis-sexto calendas.
            Em honra a césares o senado romano mudou o nome do mês Quintilius para Julius (julho) e Sextilius para Augustus (agosto).
            Durante os próximos séculos coexistiram três formas de nomear os dias do mês, a romana, com calendas, nonas e idos, a numérica, 1° a 28, 29, 30 ou 31 e a mais popular, atribuindo nomes de santos e de festas a cada um.
            A Europa cristã, que sucedeu o Império Romano, adotou o calendário de Júlio César e no Concílio de Nicéia, em 325 DC determinou a data da Páscoa, o primeiro domingo depois da primeira lua cheia do equinócio da primavera.
            Apontada data inexata para o equinócio, não só a Páscoa mas várias importantes comemorações religiosas cristãs seriam celebradas em dia errado.
            Na época do Concílio de Nicéia, em 325 DC, o equinócio caia em 21 de março. Por volta de 1500 DC havia sido trazido pelo calendário para 10 ou 11 de março, um escândalo.
            Em 24 de fevereiro de 1582, 1627 anos depois de proclamado o calendário de Júlio César, o Papa Gregório XIII assina a bula que dá origem ao calendário gregoriano, de 365 dias, 5h 48m20s, em uso até hoje.
            A ocasião do equinócio foi corrigida pela eliminação de 10 dias do ano anterior, retornando o evento para 20 de março.
            No calendário gregoriano, temos três anos de 365 dias seguidos por um de 366 dias, denominado bissexto. De 400 em 400 anos, três anos bissextos são suprimidos.
            Imediatamente aceito nos países católicos, entretanto só foi aceito pela Grã-Bretanha e colônias, em 1752, Japão em 1873, Rússia em 1923 e pela China em 1949.
            Algumas nações que adotavam o calendário juliano, mantinham a comemoração do ano novo em 25 de março, estendendo a festividade até o primeiro de abril. Entre elas, a Inglaterra e a França.
            Com a adoção do calendário gregoriano, o ano novo passou oficialmente para 1° de janeiro. Como os menos avisados continuassem a festejá-lo segundo o costume antigo, 1° de abril ficou conhecido como o "dia dos tolos" - ou o "dia da mentira".
            Aprimorado e agora universal, nosso calendário ainda traz erros em relação ao ano solar verdadeiro: 25,96768 segundos por ano. Isso significa que em 4.909 DC, estaremos adiantados um dia inteiro.
            Em 1884 foi realizada em Washington, nos Estados Unidos, conferência internacional que determinou que nosso planeta haveria um único Dia Universal, com início à zero hora GMT (Greenwich Mean Time), de Greenwich, Inglaterra.
            Portanto, a passagem do milênio universal ocorreu à zero hora de Greenwich.
            Foram estabelecidas ainda 25 zonas horárias, tanto a leste quanto a oeste de Greenwich e a Linha Internacional de Data.
            Quem vive ao longo da Linha Internacional de Data, tem o relógio (e o calendário) 12 horas adiantado em relação a Greenwich, mas isso em termos locais.
            Aliás, a hora local é decisão política dos países. Eles podem estabelecer hora e zonas horárias sempre em relação a Greenwich. A China, por exemplo, imensa, só tem uma zona horária.
            O sol a pino, do meio-dia, na realidade chega a essa posição quase sempre adiantado (até 16 minutos e 18 segundos) ou atrasado (até 14 minutos e 28 segundos).
            Somente em 4 dias do ano ele é pontual realmente.
            A história da medição do tempo passa pelo relógio de sol, pela clepsidra, relógio de água, conhecida desde o antigo Egito e ganha alguma precisão quando Galileu em 1583 descobre o princípio do pêndulo, ao observar o movimento de vai e vem do lustre da Catedral de Pisa e compará-lo com a própria pulsação.
            Importante avanços surgem com o relógio a quartzo e depois com o relógio atômico.
            Em 1958, o mundo passou a contar com a Hora Atômica, baseada em um conjunto de relógios atômicos de diversos países e, a partir de 1967, no padrão de radiação do elemento césio.
            Em 1986 a hora do mundo tornou-se UTC (Hora Universal Coordenada) em substituição a GMT (Greenwich Mean Time).
            Embora os relógios atômicos tenham fantástica precisão, em última instância, é o nosso planeta quem determina a hora. Caso haja divergência entre o tempo da terra e o atômico, o relógio atômico é ajustado. Adicionam-se ou subtraem-se segundos no último dia de junho ou de dezembro de cada ano.
            Com duração aproximadamente igual a de uma fase da lua, a semana de sete dias já era conhecida pelos babilônios muitos séculos antes de Cristo. Derivada da astrologia, tinha os dias atribuídos aos planetas então conhecidos.
            A semana judaica é instituída no Gênesis, quando o Senhor trabalha por seis dias e descansa no sétimo. Para os hebreus, ela termina no sabath, nosso sábado.
            Os romanos adotaram a semana astrológica, atribuindo os dias a seus próprios deuses astros: Sol, Luna, Mars, Mercurius, Jupiter, Venus e Saturnus. Por influência judaica, mantiveram o sabath dia sagrado.
            No latim eclesiástico da Roma cristã, com o intuito de eliminar os deuses pagãos do calendário, os astros foram substituídos por feiras. Prima feria no lugar dedias Solis, secunda feria no de dies Lunestertia feria em lugar de dies Martis, e assim por diante, numa semana que se iniciava ao findar o sabath.
            O Imperador Constantino, ao efetuar alterações no calendário em 321DC, considerou que a ressurreição de Cristo teria ocorrido num domingo, determinando a transferência do equivalente cristão do sabath judaico para o domingo, Dominicum, tornado dia do Senhor, eliminando-se a prima feria.
            O nome dos dias da semana na língua portuguesa originou-se do latim eclesiástico.
            Outras línguas latinas evoluíram à partir do latim vulgar, mantendo a origem astrológica: o die Lunis, dia da lua, segunda-feira, tornou-se lundi, no francês, lunes no espanhol, lunedi no italiano.
            Na semana anglo-saxã, os deuses planetas são oriundos da mitologia nórdica, Sun, Moon, Tiw, Woden, Thor, Freya e Saturn.


1° de janeiro. Como os menos avisados continuassem a festejá-lo segundo o costume antigo, 1° de abril ficou conhecido como o "dia dos tolos" - ou o "dia da mentira".
            Aprimorado e agora universal, nosso calendário ainda traz erros em relação ao ano solar verdadeiro: 25,96768 segundos por ano. Isso significa que em 4.909 DC, estaremos adiantados um dia inteiro.
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