Quando os filhos não têm um super herói, mas uma super guerreira
Por Revista Pazes -
março 14, 2016
E esse é o seu papel principal, embora se desdobram em tantos outros papéis num curto espaço de 24 horas.
Não têm tempo para ler o guião, por isso improvisam, a intuição de que são dotadas raramente as deixa ficar mal e quando se trata dos filhos, nem o cansaço as vence.
“Enquanto sou mãe e pai, sou também cozinheira, lavadeira, faxineira, professora, educadora, amiga e companheira, conselheira, organizadora, trabalhadora num qualquer departamento ou negociante, sou filha, sou amiga, sou vizinha, sou enfermeira e médica sempre que necessário, motorista, jardineira, anjo da guarda ou polícia, por vezes até cientista, pago contas, estico dinheiro e invento tempo para ser um bocadinho eu.
Tudo isto em pose de senhora, num corpo feminino que os aconchega no colo, que se molda às cabeças no ombro e lhes deu de mamar quando eram bebés.
Um corpo e uma mente com a flexibilidade necessária para cada nova situação com que me deparo e a voz doce e meiga que os protege, com a necessidade pontual da autoridade que os alerta e coloca em sentido.”
Super Guerreiras sempre com a espada numa mão e o coração como escudo na outra.
Para elas não há dias de folga, não existe um “toma agora tu conta deles para eu descansar” ou mesmo acompanhar as amigas num final de dia.
Tudo já para não falar de privar consigo mesmas e privilegiar de uns momentos sozinhas.
São a presença feminina assídua, perante uma ausência constante da figura masculina.
Paterna dizem vocês.
Discordo.
A paterna é na maioria das vezes assumida por alguém, que nessa mesma maioria se intitula Mãe.
Aos filhos preenchem silêncios, para que estes não falem tão alto, ocupam-lhe os tempos livres para que eles não tenham tempo para sentir falta, mas também lhes ensinam que para quem realmente importa não existe ausência nem falta de tempo, que lembrar não é estar presente, que pai não é só um nome comum, nem um estatuto adquirido, mas sim um adjetivo caracterizador e complexo.
Que os direitos são para quem assume os deveres e que uma pensão de alimentos não serve para uma mãe se governar, mas sim para ajudar a suprir as necessidades de um filho.
Ensinam-lhes que o dinheiro compra bens materiais, brinquedos e objetos supérfluos, mas não compra amor, carinho, amizade e atenção.
Ensinam-lhes que sempre que o telefone não toca, nem a campainha da porta se faz ouvir, existe uma outra porta na vida que apesar de tudo não se deve fechar.
Mas que só a atravessa quem realmente quer, sem necessidade de ser convidado a fazê-lo.
Acima de tudo e de qualquer outra coisa, ensinam e demonstram todos os dias úteis, feriados e fins de semana, a tempo e horas ou fora delas, que um coração de mãe é infinito.
Texto de Rita Palma Nascimento.
http://www.revistapazes.com/maes-guerreiras/
Não têm tempo para ler o guião, por isso improvisam, a intuição de que são dotadas raramente as deixa ficar mal e quando se trata dos filhos, nem o cansaço as vence.
“Enquanto sou mãe e pai, sou também cozinheira, lavadeira, faxineira, professora, educadora, amiga e companheira, conselheira, organizadora, trabalhadora num qualquer departamento ou negociante, sou filha, sou amiga, sou vizinha, sou enfermeira e médica sempre que necessário, motorista, jardineira, anjo da guarda ou polícia, por vezes até cientista, pago contas, estico dinheiro e invento tempo para ser um bocadinho eu.
Tudo isto em pose de senhora, num corpo feminino que os aconchega no colo, que se molda às cabeças no ombro e lhes deu de mamar quando eram bebés.
Um corpo e uma mente com a flexibilidade necessária para cada nova situação com que me deparo e a voz doce e meiga que os protege, com a necessidade pontual da autoridade que os alerta e coloca em sentido.”
Super Guerreiras sempre com a espada numa mão e o coração como escudo na outra.
Para elas não há dias de folga, não existe um “toma agora tu conta deles para eu descansar” ou mesmo acompanhar as amigas num final de dia.
Tudo já para não falar de privar consigo mesmas e privilegiar de uns momentos sozinhas.
São a presença feminina assídua, perante uma ausência constante da figura masculina.
Paterna dizem vocês.
Discordo.
A paterna é na maioria das vezes assumida por alguém, que nessa mesma maioria se intitula Mãe.
Aos filhos preenchem silêncios, para que estes não falem tão alto, ocupam-lhe os tempos livres para que eles não tenham tempo para sentir falta, mas também lhes ensinam que para quem realmente importa não existe ausência nem falta de tempo, que lembrar não é estar presente, que pai não é só um nome comum, nem um estatuto adquirido, mas sim um adjetivo caracterizador e complexo.
Que os direitos são para quem assume os deveres e que uma pensão de alimentos não serve para uma mãe se governar, mas sim para ajudar a suprir as necessidades de um filho.
Ensinam-lhes que o dinheiro compra bens materiais, brinquedos e objetos supérfluos, mas não compra amor, carinho, amizade e atenção.
Ensinam-lhes que sempre que o telefone não toca, nem a campainha da porta se faz ouvir, existe uma outra porta na vida que apesar de tudo não se deve fechar.
Mas que só a atravessa quem realmente quer, sem necessidade de ser convidado a fazê-lo.
Acima de tudo e de qualquer outra coisa, ensinam e demonstram todos os dias úteis, feriados e fins de semana, a tempo e horas ou fora delas, que um coração de mãe é infinito.
Texto de Rita Palma Nascimento.
http://www.revistapazes.com/maes-guerreiras/
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