Certo e Errado - Trecho do Livro "Conversando Com Deus", Neale Donald Walsch
Contudo, o que é "certo"?
Você pode ser realmente objetivo no que diz respeito a essas questões?
Ou "certo" e "errado" são apenas descrições suas de ocorrências e circunstâncias, a partir do que decide sobre elas?
E, peço que Me diga, o que forma a base de sua decisão? Sua própria experiência? Não.
No maioria dos casos, você escolheu aceitar a decisão de outra pessoa. Alguém que veio antes de você e, presumivelmente, sabe mais. Raras de suas decisões diárias a respeito do que é "certo" e "errado" são tiradas por você, baseadas em sua interpretação.
Isso é especialmente verdadeiro quando se trata de questões importantes. De fato, quanto mais importante é o questão, menos você tenderá a prestar atenção à sua própria experiência, e mais tenderá a tornar as idéias de outros pessoas suas próprios.
Isso explica porque você renunciou a praticamente todo o controle de certas áreas de sua vida, e certas questões que surgem dentro da experiência humana.
Essas áreas e questões muito freqüentemente incluem os temas mais vitais para a sua alma: a natureza de Deus e da verdadeira moralidade; a questão da realidade máxima; os problemas da vida e da morte que cercam uma guerra, a medicina, o aborto, a eutanásia, todos os valores pessoais, todas as estruturas e julgamentos. Isso a maioria de vocês anulou, transferiu para outras pessoas. Vocês não querem tomar as suas próprias decisões a esse respeito.
"Outra pessoa que decida! Eu concordarei! Eu concordarei!", brada você. "Alguém me diga o que é certo e errado!"
A propósito, é por esse motivo que as religiões humanas são tão populares. Não importa muito qual seja o sistema de crença, desde que seja rígido, coerente e corresponda claramente à expectativa do seguidor. Devido a essas características, você pode encontrar pessoas que acreditam em quase tudo. A conduta e a crença mais estranhas podem ser - têm sido - atribuídas a Deus. É a vontade de Deus - dizem. A palavra de Deus. E há aqueles que aceitam isso. Alegremente. Porque assim eliminam a necessidade de pensar.
Agora, vamos pensar na morte. Pode haver um motivo justificável para matar? Pense nisso.
Descobrirá que não precisa de uma orientação externa, uma fonte superior para lhe dar respostas. Se pensar e descobrir como se sente em relação a isso, as respostas serão óbvias e você agirá de acordo com elas. Isso é chamado de agir sob a sua própria orientação.
É quando você age sob a orientação de outras pessoas que se mete em apuros.
Os estados e as nações deveriam usar o ato de matar para atingir os seus objetivos políticos?
As religiões deveriam usar esse mesmo ato para impor os seus ditames teológicos?
As sociedades deveriam usá-lo como uma reação àqueles que violam os códigos de comportamento?
O ato de matar é válido como solução política, persuasor religioso ou uma forma de resolver os problemas sociais?
Você pode matar se alguém está tentando matá-lo? Mataria para defender a vida de um ente querido ou alguém que não conhece?
O ato de matar é uma forma adequada de defesa contra aqueles que matariam se não fossem de algum modo impedidos?
Há uma diferença entre o ato de matar e o assassinato?
O estado gostaria de fazê-lo acreditar que matar para cumprir uma agenda política é perfeitamente justificável. De fato, o estado precisa que você aceite a sua palavra a esse respeito para existir como uma instituição de poder.
As religiões gostariam de fazê-lo acreditar que matar para revelar, difundir e impor a sua verdade particular é perfeitamente justificável. De fato, as religiões exigem que você aceite a sua palavra a esse respeito para existir como instituições de poder.
A sociedade gostaria de fazê-lo acreditar que matar para punir aqueles que cometem certas ofensas (que mudaram ao longo dos anos) é perfeitamente justificável. De fato, a sociedade precisa que você aceite a sua palavra a esse respeito para existir como uma instituição de poder.
Você considera essas posturas corretas? Aceitou a palavra de outrem a esse respeito? O que o seu Eu tem a dizer?
Não existe "certo" ou "errado" nessas questões.
Mas com suas decisões você desenha a imagem de Quem É.
De fato, com suas decisões os estados e as nações já desenharam essas imagens.
Com suas decisões as religiões criaram impressões indestrutíveis. Com elas as sociedades também produziram suas auto-imagens.
Você está satisfeito com essas imagens? São essas as impressões que deseja criar? Essas imagens representam Quem Você É?
Seja cauteloso com essas perguntas. Elas podem exigir que você pense.
Pensar e fazer julgamentos de valor é difícil. Isso o leva à pura criação, porque muitas vezes terá de dizer: "Eu não sei. Simplesmente não sei." Ainda assim, terá de decidir, e portanto de escolher. Terá de fazer uma escolha arbitrária.
A escolha - uma decisão que não surge de um conhecimento pessoal anterior - é chamada de pura criação. E o indivíduo está muito consciente de que tomando essas decisões o Eu é criado.
A maioria de vocês não se interessa por esse trabalho tão importante. Prefere deixá-lo para outras pessoas. E por isso vocês não criam a si próprios, mas são criaturas caracterizadas por hábito - criadas por outras pessoas.
Então, quando as outras pessoas lhe dizem como deveria sentir-se, e isso vai totalmente contra o que sente - você experimenta um grande conflito interior. Algo em seu íntimo lhe diz que aquilo que as outras pessoas disseram não corresponde a Quem Você É. E agora?
O que deve fazer? Sua primeira atitude é procurar os seus beatos - as pessoas que o colocaram nessa situação. Procura padres, rabinos, pastores e mestres e eles lhe dizem para parar de ouvir o seu Eu. Os piores deles tentarão assustá-lo para que negue o que sabe intuitivamente. Eles lhe falarão sobre o demônio, Satanás, os maus espíritos, o inferno, a condenação e todos os temores em que possam pensar para fazê-lo ver que aquilo que sentia e sabia intuitivamente era errado, e que o único modo de encontrar algum conforto é aceitar a teologia deles, os pensamentos, as idéias, as definições de certo e errado e o conceito deles a respeito de Quem Você É. A sedução aqui é que tudo que você tem de fazer para obter aprovação imediata é concordar. Concorde e a obterá. Alguns até mesmo irão cantar, dançar, erguer os braços e gritar aleluia!
É difícil resistir a isso. Tanta aprovação, tanto júbilo porque você viu a luz; foi salvo.
A aprovação raramente acompanha as decisões interiores. As celebrações raramente se seguem à escolha de aceitar a verdade pessoal. De fato, ocorre exatamente o contrário.
As outras pessoas podem não só deixar de celebrar a sua decisão de aceitar a sua verdade pessoal, como também expô-lo ao ridículo. O quê? Você está pensando e decidindo por si mesmo? Está seguindo os seus próprios padrões, fazendo os seus próprios julgamentos de valor? Afinal de contas, quem pensa que é?
E é exatamente a essa pergunta que você está respondendo.
Mas você deve fazer o trabalho sozinho. Sem recompensa ou aprovação, talvez até mesmo sem que seja notado.
E então você faz uma pergunta muito boa. Por que continuar? Por que começar a trilhar esse caminho? Que benefício isso trará? Qual é o incentivo? Qual é o motivo?
O motivo é ridiculamente simples.
NÃO HÁ OUTRA SAÍDA.
O que o Senhor quer dizer?
Quero dizer que você não tem outra escolha. De fato, há outra atitude que possa ter. Fará o que está fazendo pelo restante da sua vida - como fez desde que nasceu. A única dúvida é se o fará consciente ou inconscientemente.
Veja bem, você não pode desistir da jornada. Começou-a antes mesmo de nascer. Seu nascimento é apenas um sinal de que a jornada começou.
Portanto, a pergunta não é: "Por que começar a seguir esse caminho?" Você já começou a segui-lo. Fez isso com o primeiro batimento do seu coração. A pergunta é: "Desejo seguir esse caminho consciente ou inconscientemente? Como a causa de minha experiência, ou o seu efeito?"
Durante a maior parte de sua vida você viveu sob o efeito de suas experiências. Agora está sendo convidado a ser a causa delas. Isso é conhecido como viver com consciência, caminhar com consciência.
Trecho do Livro "Conversando com Deus - Volume 1", Neale Donald Walsch
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