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terça-feira, 24 de junho de 2014

TRADIÇÕES - Festas Juninas no Rio Grande do Sul

Festas Juninas no Rio Grande do Sul


No Rio Grande do Sul as festas de junho estão ligadas ao solstício de inverno e são quatro, os santos do mês: Santo Antonio (13), São João (24) e São Pedro e São Paulo (29).


São festas importantes no calendário gaúcho e sua alegria não tira a seriedade das comemorações. O que se deve impedir e o tradicionalismo está vencendo esta batalha é a aparição de festas caipiras, que de caipiras não tem nada e visam colocar em ridículo um tipo humano de cultura tão importante como o gaúcho, que já mereceu estudos sérios de homens como Mário de Andrade, Amadeu Amaral e Alceu Maynard Araújo. 
E se dizer que houve um tempo em que sociedades importantes e escolas sérias realizavam até os famigerados "casamentos na roça" em nosso estado!

As verdadeiras festas juninas do Rio Grande do Sul são as seguintes:

SANTO ANTONIO - Comemora-se a 13 de junho e, em certos municípios - como Mostardas e Tavares - manifestam-se os Ternos, hoje com menor intensidade. Embora esses cantores ambulantes lembrem os clássicos Ternos de Reis, os versos que cantam deixam bem claro o santo que evocam.
O normal é fazer a festa de Santo Antonio no dia que lhe é consagrado no calendário gregoriano, acendendo a fogueira no entardecer do dia 13 e, a partir daí, realizando as costumeiras provas de amorjogo de prendas e salto sobre as brasas. Ultimamente, porém, está se verificando a tendência de se comemorar o dia de Santo Antonio no Dia dos Namorados (12 de junho), de inspiração comercial.

SÃO JOÃO - É a festa junina mais popular do estado, com os gaúchos acendendo fogueiras em incontáveis municípios. Ocorre, porém, frequentemente um erro: as fogueiras são acesas na véspera de São João e não, como deveria ser, à tarde do dia 24 de junho.
A roupa adequada para essa ocasião é a gauchesca de festa. A comida é a galinha frita, assada ou com arroz, a batata-doce, o pinhão (preparado de várias maneiras), o amendoim, a pipoca, a canjica, os doces campeiros. Assar churrasco, ainda mais nas brasas da fogueira, seria um desrespeito ao santo. Bebe-se cachaça, quentão, jacuba ou capilé.
Conta-se que na antiga Judeia as primas Isabel e Maria estavam grávidas e moravam em casas distantes. A primeira que ganhasse bebê deveria anunciar a boa nova à outra, acendendo uma fogueira na frente da própria casa. Santa Isabel ganhou o filho, São João Batista, primeiro e cumpriu o prometido e até hoje os gaúchos acendem fogueiras, anunciando a vinda do santo.

Tem-se, porém que "acordar" São João, por que à noite, é claro, ele dorme no céu. Por isso explodem foguetes e bombas. O secular costume de soltar balões está em desuso, no estado.
São João também tem seu terno, com versos próprios.
Em São Borja, no RS, realiza-se anualmente a festa de São Joãozinho Batista, quando,a baixo de cantos religiosos próprios, a imagem do santinho é retirada da casa da festeira e vai, em andor, até a Fonte de São João, distante várias quadras. À passagem da procissão o pátio das casas nas ruas percorridas vão se iluminando com a inflamação de fogueiras, enquanto a paizada vai soltando bombas e foguetes. Chegando à fonte, a imagem é passeada nos ombos de um devoto (sempre o mesmo) sem se molhar. Depois, todos voltam sem grandes formalidades à casa da festeira, onde se realiza um baile animado a gaita, violão e pandeiro, com comes e bebes. No outro dia, à tarde (aí sim, dia de São João), é realizada uma Mesa de Inocentes, farte e à vontade, para a gurizada do bairro.
Em muitos lugares, porém, como em São Borja e no interior de Sobradinho, ocorre o interessante fenômeno de "caminhar sobre as brasas", de pés descalços. É verdadeiramente impressionante.
Na festa de São João em várias cidades, quando realizada pelo padre, acontecem os tradicionais "leilões" (galinha, leitão), "pescaria", etc. Quando a festa é espontânea, ocorrem jogos de prenda, baile e provas de amor e saúde, algumas destas à meia-noite em ponto.

SÃO PEDRO - O santo guardião das chaves, porteiro do céu, é o padroeiro do Rio Grande do Sul. A Estância da Poesia Crioula, academia de letras do gauchismo, realiza todos os dias 29 de junho a festa máxima. Hoje quase não se acendem as fogueiras de São Pedro e raramente aparece o Terno deste santo.

AS FOGUEIRAS - As fogueiras juninas merecem uma consideração à parte. A de Santo Antonio é quadrada. A de São João, redonda. A de São Pedro, triangular.
O festeiro escolhido para comandar os festejos de qualquer um dos santos de junho deve escolher um bom Capitão de Mastro e um bom Alferes de bandeira, os quais organizarão a fogueira, tratarão da implantação do mastro para a bandeira e mandarão confeccionar (onde ainda não existir) a própria bandeira. É adequado, também, fincar-se um pau-de-sebo no local da festa, para diversão do piazedo. A fogueira centraliza a festa. Mesmo depois de extinta, os namorados, de mãos dadas, ainda pulam por cima de suas brasas.

Assim são - e assim tem que continuar comemoradas no Rio Grande do Sul as festas dos santos de junho, as festas juninas. 


http://vivendoatradicao.blogspot.com.br/2011/06/festas-juninas-no-rio-grande-do-sul.html

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