Sempre na minha mente e no coração...

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Corcovado ou Cristo Redentor, lindo !!!

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

REFLEXÃO - AS PERDAS DO SER HUMANO!

AS PERDAS DO SER HUMANO!

Estação das perdas

Há horas em nossa vida que somos tomados por uma enorme sensação de inutilidade, de vazio. 


Questionamos o porquê de nossa existência e nada parece fazer sentido. 

Concentramos nossa atenção no lado mais cruel da vida, aquele que é implacável e a todos afeta indistintamente: 

As perdas do ser humano. 



Ao nascer, perdemos o aconchego, a segurança e a proteção do útero. 

Estamos, a partir de então, por nossa conta. 

Sozinhos. 

Começamos a vida em perda e nela continuamos. 

Paradoxalmente, no momento em que perdemos algo, outras possibilidades nos surgem. 

Ao perdermos o aconchego do útero, 
ganhamos os braços do mundo. 

Ele nos acolhe: encanta-nos e nos assusta, 
nos eleva e nos destrói. 



E continuamos a perder e seguimos a ganhar. 

Perdemos primeiro a inocência da infância. 

A confiança absoluta na mão que segura nossa mão, a coragem de andar na bicicleta sem rodinhas por que alguém ao nosso lado nos assegura que não nos deixará cair... 

E ao perdê-la, adquirimos a capacidade de questionar. 

Por que? Perguntamos a todos e de tudo. 

Abrimos portas para um novo mundo e fechamos janelas, irremediavelmente deixadas para trás. 



Estamos crescendo. 

Nascer, crescer, adolescer, madurecer,envelhecer, morrer.



Vamos perdendo aos poucos alguns 
direitos e conquistando outros. 

Perdemos o direito de poder chorar bem alto, aos gritos mesmo, quando algo nos é tomado contra a vontade.
Perdemos o direito de dizer absolutamente 
tudo que nos passa pela cabeça sem medo de causar melindres. 

Assim, se nossa tia às vezes nos parece gorda 
tememos dizer-lhe isso. 



Receamos dar risadas escandalosamente da 


bermuda ridícula do vizinho ou puxar as  
pelanquinhas do braço da vó com a 
maior naturalidade do mundo e ainda falar bem alto sobre o assunto. 


Estamos crescidos e nos ensinam que não 

devemos ser tão sinceros. E aprendemos. 



E vamos adolescendo ganhamos peso, ganhamos seios, ganhamos pelos, ganhamos altura, 

ganhamos o mundo. 

Neste ponto, vivemos em grande conflito. 

O mundo todo nos parece inadequado aos nossos sonhos, 
ah! Os sonhos! 

Ganhamos muitos sonhos. 

Sonhamos dormindo, sonhamos acordados, 
sonhamos o tempo todo. 



Aí, de repente, caímos na real! 

Estamos amadurecendo, todos nos admiram. 

Tornamo-nos equilibrados, contidos, ponderados. 

Perdemos a espontaneidade. 

Passamos a utilizar o raciocínio, a razão acima de tudo.
Mas não é justamente essa a condição que nos coloca acima dos outros animais?
A racionalidade, a capacidade de organizar nossas ações de modo lógico e racionalmente planejado? 



E continuamos amadurecendo ganhamos um carro novo, um companheiro, ganhamos um diploma. 

E desgraçadamente perdemos o direito de gargalhar, de andar descalço, tomar banho de chuva, lamber os dedos e soltar pum sem querer. 

Mas perdemos peso !!! 

Já não pulamos mais no pescoço de quem amamos e tascamos-lhe aquele beijo estalado, mas apertamos as mãos de todos, 
ganhamos novos amigos, ganhamos um bom salário, ganhamos reconhecimento, honrarias, títulos honorários e a chave da cidade. 


E assim, vamos ganhando tempo, enquanto envelhecemos. 


De repente percebemos que ganhamos algumas rugas, algumas dores nas costas (ou nas pernas), ganharam celulite, estrias, ganhamos peso e perdemos cabelos. 

Nos damos conta que perdemos também o brilho no olhar, esquecemos os nossos sonhos, 
deixamos de sorrir, perdemos a esperança. 

Estamos envelhecendo. 



Não podemos deixar pra fazer algo quando estivermos morrendo.

Afinal, quem nos garante que haverá mesmo um renascer, exceto aquele que se faz em vida, pelo perdão a si próprio, pelo compreender que as perdas fazem parte, mas que apesar delas, o sol continua brilhando e felizmente chove de vez em quando, que a primavera sempre chega após o inverno, que necessita do outono que o antecede. 



Que a gente cresça e não envelheça simplesmente. Que tenhamos dores nas costas e alguém que as massageie. 

Que tenhamos rugas e boas lembranças. 
Que tenhamos juízo, mas mantenhamos o bom humor e um pouco de ousadia. 

Que sejamos racionais, mas lutemos por n
ossos sonhos.

E, principalmente, que não diga apenas eu te ama, mas ajamos de modo que aqueles a quem amamos,
sintam-se amados mais do que se saibam amados. 



Afinal, o que é o tempo? 

Não é nada em relação a nossa grande missão.

E que missão! 

Fique em Paz! Das perdas

                           

BOA NOITE!

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