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terça-feira, 20 de maio de 2014

Viciados em celular: quem são e como vivem as pessoas que não largam seus telefones

14/05/2014


Viciados em celular: quem são e como vivem as pessoas que não largam seus telefones

Com a popularização dos smartphones, está cada vez mais comum se deparar com pesquisas que apontam a dependência dos usuários em relação a seus telefones celulares. O vício já ganhou até nome: “nomofobia”, que é a angústia relacionada à possível perda do celular ou à incapacidade de ficar sem o aparelho por mais de um dia (quem nunca?).

Os dez entrevistados abaixo com idades de 16 a 68 anos admitem que exageram no tempo gasto com a telinha, mas alguns negam o rótulo de “viciados” (apesar de amigos e parentes reclamarem do hábito). Há também quem já tenha se conscientizado desse abuso e esteja tentando deixar o aparelho por mais tempo no bolso e menos tempo nas mãos.

Conheça a seguir a história de dez pessoas que dificilmente viveriam sem seus telefones. Este teste elaborado em parceria com o Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática, da PUC-SP pode sinalizar se você também faz parte desse grupo, cada vez maior, de quem não deixa de lado o aparelho (geralmente, um smartphone cheio de funções).

Jasmine Menezes, 16, estudante

Estudante do colegial, Jasmine afirma que é proibido usar o celular nas aulas. A ordem é obedecida até porque alguns aparelhos já foram confiscados e liberados somente aos pais dos alunos, mas quando sai da classe ela sempre verifica se tem alguma notificação. “Vejo no intervalo, na troca de aulas, quando vou ao banheiro”, revela a adolescente, dona de um iPhone com tecnologia 3G.

Ela se considera viciada no aparelho “uso para tudo”, confessa e afirma que os aplicativos mais usados são Twitter, Facebook e Instagram. A relação inseparável com o iPhone, diz, deixa sua mãe brava quando a família está em um restaurante, comendo, e a garota não tira os olhos da tela.

Em junho deste ano, quando fazia um intercâmbio de um mês em Londres, Jasmine teve uma surpresa desagradável ao ficar trancada para fora da casa onde estava morando. O que para ela foi ainda pior: o telefone foi esquecido dentro da casa. Sem todos os recursos do aparelho (literalmente) à mão, a garota se virou usando uma forma bem mais antiga de socorro: pediu ajuda para a vizinha, que acabou hospedando Jasmine naquela noite.

Tudo deu certo, mas ela acredita que com o celular teria sido mais fácil. “Eu poderia ter enviado uma mensagem via Facebook para a dona da casa ou ligado para a mãe dela, que também teria me ajudado.” É para isso que servem os vizinhos, Jasmine.

Suellen Souza, 21, analista de mídias sociais

O trabalho de Suellen exige que ela fique conectada "se fico fora da internet meia hora, perco muito conteúdo”, mas ela admite que a dependência pelo celular está mais ligada à vida pessoal. “Uso da hora que acordo até quando vou dormir. Começo o dia vendo no aparelho como está o tempo, para então decidir que roupa usar”, conta a dona de um iPhone 4S.

Seus amigos não reclamam do uso (ou abuso) do celular: nas palavras de Suellen, a maioria deles é tão viciada quanto ela. Mas a família não gosta do hábito e com frequência pede para ela largar o aparelho. “Eles têm razão, entendo quando fazem isso”, reconhece. Também concordou quando, na sala de aula, o professor chamou sua atenção pelo uso do eletrônico.

A importância do aparelho ficou evidente quando roubaram seu outro celular em um assalto. Sem o portátil, Suellen passou a sair menos de casa. “Quando saio com meus amigos, nunca definimos o lugar antes: vamos combinando com ligações e mensagens de texto. Sem celular, aconteceu de eu sair e não encontrar ninguém, então acabei voltando para casa”, conta.

Para evitar esse tipo de desencontro, na época em que estava sem aparelho ela passou a sair só quando tinha a companhia de alguém com celular. Caso contrário, preferia ficava em casa, no computador.

Tiago Marques Coui, 28, coordenador de planejamento financeiro

Dono de um Samsung Galaxy S III (depois de passar pelos modelos S e S II), Coui afirma ser necessário ter autocontrole para não usar o celular ao dirigir, em reuniões e até em compromissos sociais, com amigos e familiares. E acredita que seria muito difícil voltar a usar um aparelho sem as funções de um smartphone. “Ou seja, é um vício”, conclui.

Fã de aplicativos como Twitter, Instagram, Facebook e WhatsApp, ele admite que os amigos reclamam de seu hábito. Mas defende que o aparelho funciona como ferramenta profissional e facilita a comunicação também para o trabalho. “O vício não é necessariamente ruim. Nesse caso, existem os lados positivos e negativos”, acredita.

Coui reconhece que o hábito de estar sempre de olho no aparelho pode tornar seu dono uma pessoa inconveniente – aquele que interage mais com o celular do que com as pessoas a sua volta. “Acho que até por isso começou a brincadeira de empilhar os smartphones na mesa, quando o primeiro a pegar o smartphone paga a conta”, brinca.

Caio Manhelli, 31, consultor de marketing político

Caio Manhelli mantém há muitos anos o mesmo número de telefone celular: “desde quando a Claro era BCP”. A princípio usava só para falar, mas por volta de 2006 comprou um aparelho que tinha GPS um recurso bastante útil para sua profissão da época, quando visitava lugares que desconhecia para fazer pesquisas de opinião.

Desde então, seu aparelho foi acumulando funções, como a agenda de telefone, o comunicador instantâneo, o e-mail, as redes sociais e a câmera digital. Ele afirma que o trabalho cria essa dependência pelo celular, mas reconhece que também o usa muito para fins pessoais a rede de fotos Instagram e jogos de xadrez estão na lista de entretenimento.

Avesso ao rótulo de “viciado”, Manhelli garante que depois das eleições poderá passar dias sem usar o telefone celular. Até lá, no entanto, ele faz o caminho oposto: o dono de um Motorola Atrix reforçou o time de gadgets com um tablet Galaxy, da Samsung, que também faz ligações.

Dagmar Lago, 32, gerente de produtos

Ela tem dois celulares: um iPhone 3GS e um Blackberry, sendo este último da empresa onde trabalha. Recentemente, por conta da organização de uma feira de beleza em São Paulo, Dagmar passou a usar um terceiro aparelho, também para fins profissionais.

O vício nos smartphones é assumido e recente começou com a aquisição do iPhone, no final do ano passado. Hoje, acredita que não conseguiria mais viver sem seus aparelhos. Por causa do uso excessivo, já brigou com a mãe, com o namorado e diz já ter tomado algumas buzinadas no trânsito. “Sou completamente viciada e fico tentando convencer as pessoas de que é legal”, insiste.

O principal uso é mesmo para trabalho, pois agora responde seus e-mails a toda hora, sempre. “Sei que não tenho limite e minhas amigas vivem me chamando a atenção por isso. Não me incomodo de estar sempre conectada, mas me incomodo que as pessoas à minha volta se irritem com isso”, afirma.

Lilian Rached, 32, servidora pública

Dona de um Galaxy S II, Lilian afirma que a família reclama do uso excessivo do aparelho. Também já foi repreendida pelas amigas quando conferia seu Facebook na praia, pelo celular. Ela reconhece que o hábito pode ser inconveniente e, por isso, vem tentando se controlar para não ser “escrava” do aparelho. “Já fui mais viciada”, garante.

A mudança aconteceu no início do ano, quando seu telefone caiu no chão, trincou e passou uma semana no conserto. “Durante esse tempo usei um aparelho antigo, sem conexão de dados. Tive uma pequena ‘crise de abstinência’, mas algumas pessoas comentaram que eu estava bem melhor desconectada. Percebi que aquele hábito estava virando um problema e passei a me controlar”, lembra.

Depois desse período em que ela define a ausência da internet móvel como uma espécie de “terapia”, Lilian afirma que conseguiu limitar o uso do aparelho para situações realmente necessárias. Ou naqueles momentos em que está à toa. Os amigos agradecem.

Ericson Silva, 36, analista de sistemas

O analista de sistemas não é viciado no uso de seu aparelho, um iPhone 3GS, apenas por causa dos recursos associados à internet. “Desde que comprei meu primeiro celular, há 15 anos, não consigo viver sem”, admite.

Para Silva, é difícil especificar o que usa mais “alguém viciado, como eu, utiliza tudo”, mas ultimamente tem lido bastante notícias via celular. “Já me peguei dando uma espiada na tabela do campeonato de futebol durante as pregações do pastor”, conta.

Assim como outros entrevistados, ele reconhece que se torna inconveniente quando está conversando com alguém e não consegue tirar o olho do aparelho. Sua mulher é quem mais reclama, mas Silva afirma que já professores e até médicos já reclamaram desse hábito.

Henrique Hata, 40, empresário da área de eventos

“Não largo o telefone, uso 24 horas por dia”, admite Hata, que não fica longe do aparelho nem para dormir. “Trabalho com evento, é necessário deixar o celular ligado 24 horas por dia, sete dias por semana”, continua o dono de um iPhone. Quando o trabalho dá uma trégua, no entanto, o azul do Facebook preenche a telinha de seu aparelho.

Hata afirma que seus amigos donos de smartphones não se incomodam com o uso excessivo do aparelho. Já quem tem um celular sem conexão acha um absurdo interromper o jantar para subir uma foto nas redes sociais. “É uma questão cultural, daqui a algum tempo todo mundo vai usar o tempo todo”, prevê.

Uma situação extrema do uso do celular foi durante um Carnaval em Indaiatuba (interior de São Paulo). Seu grupo de amigos todos devidamente equipados com smartphones avisava via Facebook quando chegava bebida à mesa. “A gente achava ridículo, mas era a melhor forma de reunir todo mundo rápido, sem todos terem de pegar fila”, ri.

Fernanda Flandoli, 43, vice-presidente de planejamento e novos negócios

Fernanda não se considera viciada no celular, mas admite que já abusou do aparelho: hoje, seu objetivo é usá-lo com cada vez mais inteligência para gerenciar a vida pessoal e profissional. “Sem o celular não seria possível, em hipótese alguma, orquestrar tudo. É minha principal ferramenta”, conta a executiva da Y&R, que é casada e tem três filhos: uma de 12 anos e gêmeos de 11.

Foram justamente os filhos que a fizeram perceber quando o uso do aparelho saiu do controle. Em uma viagem para Amsterdã, no ano passado, ela se pegou conferindo mensagens a cada parada durante um passeio de bicicleta. “Eles me chamaram atenção para isso, falaram para eu ficar mais com eles”, lembra. Ainda na viagem, seu celular foi furtado e ela confirmou que vivia perfeitamente bem sem o eletrônico, entrando na internet somente à noite, via computador.

Fernanda passou então a adotar truques para evitar o que chama de sobreposição de conexões (quando os amigos se encontram, mas ficam no celular, por exemplo). Nessa fase de “reabilitação”, a ex-adepta do Blackberry e agora dona de um iPhone não usa mais o aparelho como despertador porque sempre conferia alguma mensagem no meio da noite e passou a desligar o telefone em reuniões. “Se fico ofendida quando as pessoas usam o aparelho em algumas situações, não tenho o direito de fazer o mesmo”, ensina.

Tarcísio Coui, 68, aposentado

Até pouco tempo atrás, Tarcísio Coui achava que celular era para falar “assim como muita gente da minha geração”, afirma. Hoje dono de um aparelho Galaxy, da Samsung, ele define seu smartphone como o brinquedo mais completo de todos os tempos. “Eu não posso mais andar de carrinho de rolimã, soltar pipa. Mas estar plugado com o mundo me faz muito feliz”, resume.

Quando se aposentou de uma grande empresa do setor alimentício, onde trabalhou por mais de 30 anos, Coui não sabia nem mexer no e-mail: “tinha quem fizesse isso por mim”. Mas, depois de aposentado, ele passou a se interessar pela tecnologia (também nesta época formou-se em Direito). Contou com a ajuda do filho Tiago que deu depoimento a esta mesma reportagem para aprender a usar diversos recursos de seu smartphone. “Cheguei um pouco atrasado, mas já estou no encalço dele”, brinca.

Coui se empolga quando fala dos recursos do aparelho, mas reconhece que estava usando seu smartphone de forma excessiva.

“Os recursos me encantaram, entrei de cabeça e criou-se uma dependência que estou tentando administrar. Estou em um processo de reeducação, pois reconheço que não posso ficar plugado no mundo e esquecer das pessoas à minha volta. Quero criar um limite razoável, administrar a forma como uso do aparelho”, relata Coui, que garante não olhar mais seu smartphone quando está na igreja, por exemplo.

Portador do Mal de Parkinson, ele também atribui ao celular parte da autonomia que tem hoje. “Gosto da minha liberdade, de sair dirigindo. Para isso, eu levo no carro o celular e tenho tudo”, afirma o pai de quatro filhos, que usa o aparelho no carro só para ouvir música. Fora da direção, o smartphone também serve de ferramenta para buscar informações no Google, descobrir qual música está tocando no ambiente, ler notícias, ver e-mails e também acessar redes sociais. Curtiu?


Fonte: portalcw


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