fonte:Um dos túmulos mais bonitos que se encontra no Pele Lachaise é o de Pierre ...
Abelardo & Heloisa
A trágica história de amor entre o grande académico Pedro Abelardo e a sua bela estudante Heloísa, foi imortalizada num magnífico legado de cartas e poemas…
Pedro Abelardo, 1079-1142 – filósofo, teólogo, professor e amante - nasceu próximo de Nantes, Na Bretanha.
Estudou lógica na escola da Catedral de Notre-Dame, em Paris, com célebres vultos da escolástica, como Guilherme de Champeaux, mas o seu intelecto brilhante e a sua propensão para o exibicionismo tornaram-no mais o rival dos seus mestres do que propriamente um aluno.
Teve uma grande influência na vida intelectual da época e contou entre os seus discípulos, com pensadores proeminentes, como o humanista inglês John of Salisbury.
A teologia de Abelardo era influenciada pelos Evangelhos e pela tradição cristã, de santo Agostinho, bem como por Platão, Aristóteles e os pensadores clássicos gregos.
Liderou o movimento aparecido no século XII, que enfatizava a importância da intenção na moral, argumentando que o pecado não estava no facto em si, mas sim em consentir conscientemente na prática de ações lesivas.
Aos quarenta anos, professor em Notre-Dame, Abelardo apaixonou-se por uma aluna particular de 17 anos, Heloísa, sobrinha do cônego Fulbert, em casa de quem habitava.
Assim se iniciou uma história de amor que viria a ser celebrada pela literatura e pela história.
Distraído dos seus estudos, Abelardo compôs poesia e baladas que, juntamente com a correspondência do casal, viriam mais tarde a imortalizar a sua história de amor, um desafio contra tudo e contra todos.
Quando a relação foi descoberta, Heloísa foi enviada para a Bretanha, onde nasceu um filho, Astrobale.
Quando regressou a Paris, casaram-se em segredo.
Os familiares de Heloísa opuseram-se violentamente ao enlace.
Descobrindo a verdade, assaltaram a casa de Abelardo e castraram-no brutalmente.
Envergonhado, Abelardo retirou-se para a Abadia de Saint Denis, na periferia de Paris, onde se tornou beneditino, enquanto Heloísa tomava o véu em Argenteuil.
A inclinação doutrinal de Abelardo para testar a verdade através da discussão, e o rigoroso uso da razão na análise da natureza de Deus e da santíssima trindade, puseram-no na situação de poder ser acusado de heresia.
Em 1121, o Concílio eclesiástico de Soissons, condenou como herético o seu livro “Sobre a Unidade Divina e a Trindade”, o qual foi queimado.
Abelardo transformou-se num ermita em Nogent-sur-Seine, onde, em 1125, fundou uma escola monástica a que chamou Paracleto.
Algum tempo depois transferiu-se, como abade, para Saint Gildas de Rhys, na Bretanha, deixando o Paracleto entregue aos cuidados de Heloísa, que se tornara abadessa do convento. Abelardo continuou a ensinar e a escrever.
Em 1141, no Concílio de Sens, Abelardo foi novamente condenado por heresia pelo reformador cristão Bernard de Clairvaux e proibido de ensinar.
Retirou-se para Cluny, onde morreu, no Convento de Saint marcel-sur-Saône.
O seu corpo foi trasladado para o Paracleto e mais tarde transferido para o Cemitério do Père Lachaise, em paris, ficando ao lado da sua amada Heloísa, que faleceu em 1164.
A história da vida de Abelardo é contada na sua autobiografia “História Calamitatum (A História dos Meus Problemas)”
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