Depoimento Maysa
Cantora, compositora e atriz brasileira. Em 1977, um trágico acidente
automobilístico na Ponte Rio-Niterói encerrava a carreira, um dos maiores mitos da
música brasileira.
Este depoimento foi concedido em 10 de dezembro de 1976 para o programa de
rádio Domingo Sem Futebol que Aramis Millarch produzia semanalmente. Foi o
último depoimento da cantora, concedido ao jornalista um mês antes da sua morte.
Alguns trechos desta entrevista
"Meu nome é Maysa Figueira Monjardim Já houve uma época em que ele foi Maysa
Matarazzo. Pra alguns... Pra mim sempre foi Maysa só. Nasci no Rio de Janeiro,
Botafogo, em 06 de Junho de 1936."
"Para aparecer eu fazia qualquer negócio, fazia teatro no colégio... tudo que se
"Para aparecer eu fazia qualquer negócio, fazia teatro no colégio... tudo que se
organizava em termos de arte, era eu sempre que estava com o dedinho pra fora."
"(...) numa época em que a religião católica dizia que a gente tinha que dormir sem
pecado, porque senão o bicho vinha puxar a perna da gente durante a noite. E até
hoje eu durmo de perna encolhida, por causa disto."
"Em 1953, 54, meu pai me levou ao Clube da Chave (...) escrevi no diário no dia
"Em 1953, 54, meu pai me levou ao Clube da Chave (...) escrevi no diário no dia
seguinte: hoje eu conheci várias pessoas, que eu realmente fiquei fascinada. Um era
um pianista muito verde, sentado tocando um piano muito bom. Se eu não me
engano, era Jobim, Antonio Carlos Jobim. Isto está escrito, eu tenho escrito pra
você ver. Tinha uma cantora que eu achei maravilhosa, que cantava bolero. Umas
músicas muito bonitas. Com uma cara muito redonda. Dolores... Dolores Duran (...)."
"Eu acho que o Barquinho foi o 1° disco de Bossa Nova que saiu no Brasil. (...) foi
uma das maiores emoções da minha vida. Mais do que quando eu ouvi, pela primeira
vez, o Ouça orquestrado (...)."
"(...) Ronaldo Boscoli é o injustiçado da Bossa Nova. Ele foi a mola propulsora pra
tudo aquilo.
"
"Gravei um disco em Nova Iorque, que nunca chegou aqui. Foi a primeira gravação de
"Gravei um disco em Nova Iorque, que nunca chegou aqui. Foi a primeira gravação de
"Ne me quites pas". Ninguém conhecia Jacques Brel, nem « Ne me quites pas »."
"Teatro sempre foi um carinho que eu levei por toda a minha vida. Porque eu acho
que eu não sou cantora, sou mais atriz do que cantora. (...) porque eu não tem voz"
"Nunca disse isto a ninguém. Eu inflacionei o cachê dos músicos. Eu dizia pra todo
"Nunca disse isto a ninguém. Eu inflacionei o cachê dos músicos. Eu dizia pra todo
mundo o quanto ganhava. (...) Tinha produtor que não gostava. Eu ganhava muito
dinheiro, acho que por ser Matarazzo... sei lá!"
"Vendendo essa casa de Maricá (...) virei para esse determinado local e aqui
continuarei minha fuga das multinacionais da vida."
Fonte:tablóide digital.
http://www.fotolog.com/maysa_monjardim/77267063/
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