JORGE AMADO - 100 ANOS DE RIQUEZA LITERÁRIA
JORGE AMADO – 100 ANOS DE RIQUEZA LITERÁRIA
“Na Europa, chamam-me de mestre, mas é caminhando pelas ruas de Salvador que eu me sinto à vontade” (Jorge Amado)
“Pobres dos escritores que não se derem conta disso: escrever é transmitir vida, emoção, o que conheço e sei, minha experiência e forma de ver a vida.” (Jorge Amado)
Nasceu no PAÍS DO CARNAVAL (1930), terra do CACAU (1933), extraído com muito SUOR. Viveu a infância em SÃO JORGE DOS ILHÉUS (1944). Em JUBIABÁ (1935) conta a historia do negro Antonio Balduino para mostrar a semelhança na exploração dos trabalhadores do cacau e da zona fumageira, preocupação desde aquela época. Atravessa O MAR MORTO (1936), depondo sobre rixas e amores de marinheiros e vai até OS CAPITÃES DE AREIA (1937), contando a triste vida de meninos de rua. No ABC DE CASTRO ALVES (1941) ele o denomina “pai da poesia negra da América” e inspirado por um amigo, publica um livro de poesias - ESTRADA DO MAR (1938). Referencia a dignidade e o heroísmo de Luis Carlos Prestes em O CAVALEIRO DA ESPERANÇA (1942). Com a sede pelo ouro do cacau acontecem muitos atos de violência no sul da Bahia que o leva a chamar de TERRAS DO SEM – FIM (1943). Em SEARA VERMELHA (1946) descreve a luta dos retirantes por condições de vida dignas e por um lugar decente para a sua sobrevivência. Protagonizada por Castro Alves, escreve O AMOR DO SOLDADO (1947), uma peça de teatro. Em os SUBTERRÂNEOS DA LIBERDADE (1954) narra OS ÁSPEROS TEMPOS da instauração do regime ditatorial do Estado Novo, mostrando a AGONIA DA NOITE de militantes contrários à ditadura até a esperança de UMA LUZ NO TÚNEL. Com GABRIELA, CRAVO E CANELA (1958), desencantado com o regime soviético, inicia uma nova fase, dando mais ênfase à mistura racial, ao erotismo, ao sensualismo e destaca as personagens femininas. Um velho debochado e vagabundo das ruas da Bahia amanhece morto num quarto imundo e a A MOTE E MORTE DE QUINCAS BERRO D’ÁGUA (1961) é motivo de uma luta entre a família que quer preservar a memória de Quincas e dos companheiros de boêmia, OS VELHOS MARINHEIROS (1961). DONA FLOR E SEUS DOIS MARIDOS (1966) uma das mais hilariantes histórias contadas por esse brilhante escritor baiano, retrata o conflito de uma mulher viúva que se casa novamente, mas não consegue esquecer o finado com o qual viveu um amor selvagem e, mesmo casada com um homem recatado, ela, em seus delírios, fica vadiando com os dois maridos ao mesmo tempo. A TENDA DOS MILAGRES (1969) é um enredo cheio de personagens os mais diversos e interessantes como mestres de capoeira, gente do candomblé, professores, doutores, boêmios, ressaltando a figura de um bedel da faculdade de medicina que se torna um estudioso da mestiçagem genética e dos sincretismos do povo baiano. TEREZA BATISTA CANSADA DE GUERRA (1972) é o exemplo da luta de milhões de mulheres do mundo inteiro que, para marcar sua presença na sociedade usa o poder de sedução e sensualidade para dar resposta ao mundo de opressão em que vive e o escritor torna-se reconhecido internacionalmente com esta obra. O GATO MALHADO E A ANDORINHA SINHÁ ( 1976), uma linda história de amor...TIETA DO AGRESTE ( 1977)”a cabrita do sertão” é o produto dos costumes, dos modos de ser e agir, da religiosidade e da sobrevivência de um povo.A repressão e a tortura tornam-se prática no Estado Novo e o escritor repassa isso para o povo através de uma fábula – FARDA, FARDÃO, CAMISOLA DE DORMIR ( 1979) e O MENINO GRAPIÚNA ( 1982) com sua veia literária rememora sua infância, fazendo a defesa da liberdade, da imaginação e do sonho. Em um livro infantil A BOLA E O GOLEIRO (1984) conta uma inusitada história com personagens não menos interessantes no momento máximo do futebol brasileiro. Com a prosa cheia de humor, TOCAIA GRANDE (1984) conta a disputa de terras com a fundação de uma grande cidade no sul da Bahia, “época em que “as plantações de cacau são adubadas com sangue.” O SUMIÇO DA SANTA: UMA HISTÓRIA DE FEITIÇARIA (1988) narra os dois dias que se seguem ao misterioso sumiço de uma santa às vésperas de uma grande exposição de arte sacra, causando grande tumulto entre a policia, autoridades e a imprensa. Reúne sem organização cronológica suas memórias em NAVEGAÇÃO DE CABOTAGEM, (1992). Escrito com humor desbocado, em A DESCOBERTA DA AMÉRICA PELOS TURCOS (1994) elogia a mestiçagem dos sangues árabe e baiano, com alegria e erotismo. O MILAGRE DOS PÁSSAROS (1997), com o senso de humor tão peculiar nas suas obras, narra um episódio de traição e desonra típico da tradição popular do sertão nordestino do Brasil e, ao mesmo tempo recupera esse caso que caiu na boca do povo e correu sertão afora. HORA DE GUERRA (2008) reúne as 103 melhores crônicas escritas no período da segunda guerra mundial vista da Bahia; são artigos que elogiam o papel humanista dos artistas e intelectuais, o papel das mulheres na difícil tarefa de sobreviver a uma guerra, associado ao humor desse brilhante e inesquecível escritor brasileiro JORGE, AMADO, 1912 – 2001). Suas obras são uma das mais significativas da literatura brasileira e através da ficção retrata os problemas e injustiças sociais, o folclore, a política, crenças, tradições e a sensualidade do povo brasileiro, propondo uma literatura voltada para as raízes nacionais. Seus livros foram traduzidos em 55 países, em 49 idiomas, alguns exemplares em Braille, livros transformados em peças teatrais, cinema e televisão. E salve JORGE AMADO, JORGE em comemoração aos 100 anos de seu nascimento.
Em 07 de fevereiro de 2012
GSpínola
“Na Europa, chamam-me de mestre, mas é caminhando pelas ruas de Salvador que eu me sinto à vontade” (Jorge Amado)
“Pobres dos escritores que não se derem conta disso: escrever é transmitir vida, emoção, o que conheço e sei, minha experiência e forma de ver a vida.” (Jorge Amado)
Nasceu no PAÍS DO CARNAVAL (1930), terra do CACAU (1933), extraído com muito SUOR. Viveu a infância em SÃO JORGE DOS ILHÉUS (1944). Em JUBIABÁ (1935) conta a historia do negro Antonio Balduino para mostrar a semelhança na exploração dos trabalhadores do cacau e da zona fumageira, preocupação desde aquela época. Atravessa O MAR MORTO (1936), depondo sobre rixas e amores de marinheiros e vai até OS CAPITÃES DE AREIA (1937), contando a triste vida de meninos de rua. No ABC DE CASTRO ALVES (1941) ele o denomina “pai da poesia negra da América” e inspirado por um amigo, publica um livro de poesias - ESTRADA DO MAR (1938). Referencia a dignidade e o heroísmo de Luis Carlos Prestes em O CAVALEIRO DA ESPERANÇA (1942). Com a sede pelo ouro do cacau acontecem muitos atos de violência no sul da Bahia que o leva a chamar de TERRAS DO SEM – FIM (1943). Em SEARA VERMELHA (1946) descreve a luta dos retirantes por condições de vida dignas e por um lugar decente para a sua sobrevivência. Protagonizada por Castro Alves, escreve O AMOR DO SOLDADO (1947), uma peça de teatro. Em os SUBTERRÂNEOS DA LIBERDADE (1954) narra OS ÁSPEROS TEMPOS da instauração do regime ditatorial do Estado Novo, mostrando a AGONIA DA NOITE de militantes contrários à ditadura até a esperança de UMA LUZ NO TÚNEL. Com GABRIELA, CRAVO E CANELA (1958), desencantado com o regime soviético, inicia uma nova fase, dando mais ênfase à mistura racial, ao erotismo, ao sensualismo e destaca as personagens femininas. Um velho debochado e vagabundo das ruas da Bahia amanhece morto num quarto imundo e a A MOTE E MORTE DE QUINCAS BERRO D’ÁGUA (1961) é motivo de uma luta entre a família que quer preservar a memória de Quincas e dos companheiros de boêmia, OS VELHOS MARINHEIROS (1961). DONA FLOR E SEUS DOIS MARIDOS (1966) uma das mais hilariantes histórias contadas por esse brilhante escritor baiano, retrata o conflito de uma mulher viúva que se casa novamente, mas não consegue esquecer o finado com o qual viveu um amor selvagem e, mesmo casada com um homem recatado, ela, em seus delírios, fica vadiando com os dois maridos ao mesmo tempo. A TENDA DOS MILAGRES (1969) é um enredo cheio de personagens os mais diversos e interessantes como mestres de capoeira, gente do candomblé, professores, doutores, boêmios, ressaltando a figura de um bedel da faculdade de medicina que se torna um estudioso da mestiçagem genética e dos sincretismos do povo baiano. TEREZA BATISTA CANSADA DE GUERRA (1972) é o exemplo da luta de milhões de mulheres do mundo inteiro que, para marcar sua presença na sociedade usa o poder de sedução e sensualidade para dar resposta ao mundo de opressão em que vive e o escritor torna-se reconhecido internacionalmente com esta obra. O GATO MALHADO E A ANDORINHA SINHÁ ( 1976), uma linda história de amor...TIETA DO AGRESTE ( 1977)”a cabrita do sertão” é o produto dos costumes, dos modos de ser e agir, da religiosidade e da sobrevivência de um povo.A repressão e a tortura tornam-se prática no Estado Novo e o escritor repassa isso para o povo através de uma fábula – FARDA, FARDÃO, CAMISOLA DE DORMIR ( 1979) e O MENINO GRAPIÚNA ( 1982) com sua veia literária rememora sua infância, fazendo a defesa da liberdade, da imaginação e do sonho. Em um livro infantil A BOLA E O GOLEIRO (1984) conta uma inusitada história com personagens não menos interessantes no momento máximo do futebol brasileiro. Com a prosa cheia de humor, TOCAIA GRANDE (1984) conta a disputa de terras com a fundação de uma grande cidade no sul da Bahia, “época em que “as plantações de cacau são adubadas com sangue.” O SUMIÇO DA SANTA: UMA HISTÓRIA DE FEITIÇARIA (1988) narra os dois dias que se seguem ao misterioso sumiço de uma santa às vésperas de uma grande exposição de arte sacra, causando grande tumulto entre a policia, autoridades e a imprensa. Reúne sem organização cronológica suas memórias em NAVEGAÇÃO DE CABOTAGEM, (1992). Escrito com humor desbocado, em A DESCOBERTA DA AMÉRICA PELOS TURCOS (1994) elogia a mestiçagem dos sangues árabe e baiano, com alegria e erotismo. O MILAGRE DOS PÁSSAROS (1997), com o senso de humor tão peculiar nas suas obras, narra um episódio de traição e desonra típico da tradição popular do sertão nordestino do Brasil e, ao mesmo tempo recupera esse caso que caiu na boca do povo e correu sertão afora. HORA DE GUERRA (2008) reúne as 103 melhores crônicas escritas no período da segunda guerra mundial vista da Bahia; são artigos que elogiam o papel humanista dos artistas e intelectuais, o papel das mulheres na difícil tarefa de sobreviver a uma guerra, associado ao humor desse brilhante e inesquecível escritor brasileiro JORGE, AMADO, 1912 – 2001). Suas obras são uma das mais significativas da literatura brasileira e através da ficção retrata os problemas e injustiças sociais, o folclore, a política, crenças, tradições e a sensualidade do povo brasileiro, propondo uma literatura voltada para as raízes nacionais. Seus livros foram traduzidos em 55 países, em 49 idiomas, alguns exemplares em Braille, livros transformados em peças teatrais, cinema e televisão. E salve JORGE AMADO, JORGE em comemoração aos 100 anos de seu nascimento.
Em 07 de fevereiro de 2012
GSpínola
Fonte: Academia Brasileira de Letras ( algumas citações de resumos das obras do escritor)
GSpinola
Enviado por GSpinola em 23/02/2012
Código do texto: T3515628
Código do texto: T3515628
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