COMO ENCONTRAR SUA INTUIÇÃO
Diferencie pensamentos de intuição e tenha real poder pessoal
Falar em intuição é fácil, difícil é saber distingui-la de um mero pensamento. Teoricamente, todos os seres humanos são intuitivos, pois a intuição é nossa própria voz que chega direto à nossa mente e coração, sem influências e más interpretações. Ela não tem, na verdade, nada de místico.Ela é real e faz parte de nossas vidas desde sempre.
O que acontece é que vivemos numa sociedade na qual o silêncio é pouco aproveitado e valorizado. Se estamos sozinhos, nos fazemos companhia criando um diálogo sem fim dentro da mente, como se fôssemos pessoas tagarelas, pulando de um assunto a outro, sem muita conexão, apenas para preencher o vazio.
CONEXÃO CONSIGO MESMO
E, quando estamos com alguém, pensamos ser estranho ficarmos em silêncio, pois a sociedade impõe "fazermos sala", darmos atenção, etc. Então, o que realmente preenche nossas vidas são uma série de pensamentos artificiais de coisas que precisamos fazer, de situações que já se foram, de preocupações, ansiedades, justificativas internas e um monte também de besteiras com quais não precisaríamos perder nosso tempo.
Mesmo assim, de vez em quando somos brindados com um momento de grande lucidez e calma, no qual temos certeza do que precisamos fazer. Quando isso se dá, sabemos que estamos experimentando intuição. Porém, como se pensa que é algo do qual não temos controle, acreditamos que é um momento especial que somente poucas pessoas podem vivenciar e continuamos presos em nossas rotinas de dúvidas.
Por isso, aqui vão algumas dicas de como acessar a intuição todos os dias, melhorando sua qualidade de vida:
- Cultive o silêncio, mesmo quando estiver sozinho. Você não precisa pensar o tempo todo para ser eficiente;
- Pensar é diferente de ter pensamentos. Isso significa que é melhor ter qualidade do que quantidade. Se você já decidiu algo, ficar pensando e repensando se é mesmo o que devia ter feito, só irá lhe deixá-lo mais inseguro e desgastado;
- Foque mais no presente. Lembrar do passado e projetar o futuro também gasta energia e tempo precioso. Além disso, lhe impedem de prestar atenção ao que realmente é importante no seu dia-a-dia;
- Todos os dias reserve um momento para entrar em conexão consigo mesmo. Tente perceber o que realmente está sentindo e quais são os pensamentos mais frequentes. Pode ser que você esteja se enganando ou não se permitindo realizar algo e, isso só é possível de perceber quando nos aquietamos;
- Não duvide de si mesmo. Se você sentir que deve fazer algo, faça. Não se ridicularize ou se deixe vencer pelo raciocínio. Muitas vezes a intuição nos leva por caminhos improváveis que são exatamente aquilo que precisamos para sermos felizes.
Graduada em Comunicação Multimídia pela UMESP, é taróloga há mais de 15 anos. Estuda as abordagens desta prática, com o fim de decifrar a complexidade humana, abrangendo em suas consultas temas como feng shui, i ching, astrologia e numerologia. Saiba mais »
contato: vanne.furquim@gmail.com
Rabindranath Tagore conta que certa vez, passeando de barco pelas águas do rio Ganges, viu um peixe vir à superfície para apanhar alguma coisa, um inseto ou um fruto. Quando o animal girou o corpo para mergulhar novamente, suas escamas prateadas refletiram o céu límpido daquela tarde ficando totalmente azuis, espelhando o céu luminoso. Um espetáculo de beleza natural! O grande poeta indiano então concluiu: “A intuição deve ser isso, algo que emerge das profundezas da alma e que por um momento reflete o infinito…”
Essa é com certeza a mais bela afirmação sobre o processo intuitivo que eu já li em toda a minha vida! O difícil mesmo é saber como ela opera em cada pessoa, tamanha é a sua particularidade, a sua pessoalidade. O tarot é um dos instrumentos que melhor exercita e desenvolve a intuição. Uma vez aberta as portas dessa percepção elas nunca mais se fecham, a intuição passa ser a chave com a qual abrimos sempre a consciência quando precisamos de orientação, e não apenas numa consulta ao tarot!
Os tarólogos por sua vez também demonstram diferentes maneiras de lidar com a sua própria intuição, por isso conhecer seus estilos de jogo é um meio fascinante de se aproximar do modo como a sua intuição funciona, muito embora isso seja, e será sempre, um mistério!
Conheci certa vez uma taróloga que se utilizava apenas dos arcanos maiores em suas leituras, e que para iniciar uma consulta pedia que se desse um um tema para ser trabalhado, algo como amor, dinheiro, projetos, etc. Então ela pedia que se tirasse um certo número de cartas do maço com vinte e dois arcanos e as colocava sobre a mesa de modo aparentemente aleatório, desenhando formas geométricas exóticas. Conforme as perguntas evoluíam, ela mudava a disposição das cartas, nunca repetindo a sequência. Impressionava-me bastante ela revelar fatos subjacentes ao tema escolhido dos quais eu tinha conhecimento, mas que não havia revelado. Elogiei sua acurada percepção e perguntei como ela decorava tantos modos de deitar as cartas. Ela me olhou calmamente e disse que não decorava, que as cartas eram mesmo postas aleatoriamente e que cada posição não tinha um significado pré-estabelecido. Os desenhos simplesmente apareciam em sua mente e ela os colocava sobre a mesa, os significados então se abriam… Fiquei estupefato! Foi a forma mais estranha de ler as cartas do tarot que já tinha visto.
Uma amiga de muitos anos usa as cartas de um modo mais disciplinado e tradicional, combinando um arcano maior a um menor na leitura. Tem por hábito utilizar-se da mandala astrológica em suas sessões e já “trocamos figurinha” como eu costumo dizer. Intriga-me também o quanto de informação ela pode tirar da combinação de duas cartas, sem fazer outras relações com casas correspondentes, por exemplo, ao passo que em outras não saía mais do que uma frase.
Para mim foi um longo caminho de descoberta, experimentei muitos métodos de ler as cartas, tanto para mim quanto para os outros. Atualmente eu as leio com as setenta e oito cartas misturadas, arcanos maiores e menores. Lendo assim, os arcanos funcionam como letras que ao serem combinadas, formam frases claras e precisas em minha mente. A predominância de um ou outro naipe revela o elemento dominante e a direção psicológica de quem se consulta. A falta de um naipe também me é muito reveladora. Sinto assim o peixe da minha intuição emergindo das profundezas da minha alma! E é muito prazeroso e satisfatório, e não só para mim…
A chave da intuição deve ser descoberta por cada um sem interferências externas, ouvir autores e professores é um bom modo de se iniciar, mas não pode ser o fim de um processo. O que é anunciado como o melhor e mais eficiente método é, na verdade, o caminho que fez com que aquele professor ou autor encontrasse a chave da sua intuição, mas que não deve nunca invalidar a descoberta de cada um. Conhecer o meio pelo qual acessamos a sabedoria do inconsciente coletivo através da intuição é um passo importante no caminho do autoconhecimento e autodesenvolvimento. O que requer tempo, paciência e muita auto-observação.
JAIME E. CANNES
Publicado no Tarologos.com – 19 de julho de 2009
Publicado no Tarologos.com – 19 de julho de 2009
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