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sábado, 16 de junho de 2012

Academia Brasileira de Letras - JORGE AMADO


Academia Brasileira de Letras

Academia Brasileira de Letras (Loudspeaker.svg? Pronúncia) é uma instituição fundada no Rio de Janeiro em 20 de julho de 1897 por escritores como Lúcio de MendonçaMachado de AssisInglês de SouzaOlavo BilacAfonso CelsoGraça AranhaMedeiros e AlbuquerqueJoaquim NabucoTeixeira de Melovisconde de Taunay e Rui Barbosa[1]. Composta por quarenta membros efetivos e perpétuos e por vinte sócios estrangeiros, tem, por fim, o cultivo do português brasileiro e da literatura brasileira[2]. A escritoraAna Maria Machado foi eleita para presidir a academia no biênio 2012/2013[3]. Ela é a segunda mulher a ocupar o cargo.
Símbolo oficial.

História


A instituição remonta ao final doséculo XIX, quando escritores e intelectuais brasileiros desejaram criar uma academia nacional nos moldes daAcademia Francesa.

A iniciativa foi tomada por Lúcio de Mendonça, concretizada em reuniões preparatórias que se iniciaram em 15 de dezembro de 1896 sob a presidência de Machado de Assis (eleito por aclamação) na redação da Revista Brasileira. Nessas reuniões, foram aprovados os estatutos da Academia Brasileira de Letras a 28 de janeiro de 1897, compondo-se o seu quadro de quarenta membros fundadores. A 20 de julho desse ano, era realizada a sessão inaugural, nas instalações do Pedagogium, prédio fronteiro aoPasseio Público, no centro do Rio.
Sem possuir sede própria nem recursos financeiros, as reuniões da Academia foram realizadas nas dependências do antigo Ginásio Nacional, no Salão Nobre do Ministério do Interior, no salão do Real Gabinete Português de Leitura, sobretudo para as sessões solenes. As sessões comuns sucediam-se no escritório de advocacia do Primeiro Secretário, Rodrigo Octávio, à rua da Quitanda, 47.
A partir de 1904, a Academia obteve a ala esquerda do Silogeu Brasileiro, um prédio governamental que abrigava outras instituições culturais, onde se manteve até à conquista da sua sede própria.

O Petit Trianon



O Petit Trianon.
Em 1923, graças à iniciativa de seu presidente à época, Afrânio Peixoto e do então embaixador da França, Raymond Conty, o governo francês doou à Academia o prédio do Pavilhão Francês, edificado para a Exposição do Centenário da Independência do Brasil, uma réplica do Petit Trianon deVersalhes, erguido pelo arquiteto Ange-Jacques Gabriel, entre 1762 e 1768.
Essas instalações encontram-se tombadas pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC), da Secretaria Estadual de Cultura, desde 9 de novembro de 1987. Os seus salões funcionam até aos dias de hoje abrigando as reuniões regulares, as sessões solenes comemorativas, as sessões de posse dos novos acadêmicos, assim como para o tradicional chá das quintas-feiras. Podem ser conhecidas pelo público em visitas guiadas ou em programas culturais como concertos de música de câmara, lançamento de livros dos membros, ciclos de conferências e peças de teatro.
No primeiro pavimento do edifício, no Saguão, destaca-se o piso de mármore decorado, um lustre de cristal francês, um grande vaso branco de porcelana de Sèvres e quatro baixos-relevos em pedra de coade ingleses. Entre as demais dependências, ressaltam-se:
No segundo pavimento encontra-se a Sala de Chá, onde os acadêmicos se encontram, às quintas-feiras, antes da Sessão Plenária, aSala de Sessões e a Biblioteca. Esta última atende aos acadêmicos e a pesquisadores, com destaque para a coleção de Manuel Bandeira.

O Espaço Machado de Assis

No segundo pavimento do Centro Cultural da Academia Brasileira de Letras encontra-se o Espaço Machado de Assis, que abriga o Núcleo de Informação e Referência sobre a obra de Machado de Assis, a Galeria de Exposições e a Sala de Projeções, onde se podem assistir filmes e vídeos relativos ao universo machadiano.



Características


A Academia tem por fim, segundo os seus estatutos, a "cultura da língua nacional", sendo composta por quarenta membros efetivos e perpétuos, conhecidos como "imortais", escolhidos entre os cidadãos brasileiros que tenham publicado obras de reconhecido mérito ou livros de valor literário, e vinte sócios correspondentes estrangeiros.

À semelhança da Academia francesa, o cargo de "imortal" é vitalício, o que é expresso pelo lema "Ad immortalitem", e a sucessão dá-se apenas pela morte do ocupante da cadeira. Formalizadas as candidaturas, os acadêmicos, em sessão ordinária, manifestam a vontade de receber o novo confrade, através do voto secreto.
Os eleitos tomam posse em sessão solene, nas quais todos os membros vestem o fardão da Academia, de cor verde-escura com bordados de ouro que representam os louros, complementado por chapéu de veludo preto com plumas brancas. Nesse momento, o novo membro pronuncia um discurso, onde tradicionalmente se evoca o seu antecessor e os demais ocupantes da cadeira para a qual foi eleito. Em seguida, assina o livro de posse e recebe das mãos de dois outros imortais o colar e o diploma; a espada é entregue pelo decano, o acadêmico mais antigo. A cerimônia prossegue com um discurso de recepção, proferido por um confrade, referindo os méritos do novo membro.
Instituição tradicionalmente masculina, a partir de 4 de novembro de 1977, aceitou como membro Rachel de Queiroz, para quem foi desenhada uma versão feminina do tradicional fardão: um vestido longo de crepe francês verde-escuro, com folhas de louro bordadas em fio de ouro.

Presidentes da ABL


O primeiro presidente da A.B.L. foi Machado de Assis, eleito por aclamação e também seu "presidente perpétuo".

Durante quase 34 anos consecutivos, Austregésilo de Athayde presidiu o Silogeu (1959-1993), imprimindo, na sua gestão, um caráter de vitaliciedade ao cargo que fugia aos princípios originais - e que foi abandonado por seus sucessores.
Eleito em 2009Marcos Vilaça foi presidente até 2012, sendo sucedido por Ana Maria Machado.

Patronos das cadeiras


Para cada uma das quarenta cadeiras, os fundadores escolheram os respectivos patronos, homenageando personalidades que marcaram as letras e a cultura brasileira, antes da fundação da Academia.

Foi uma inovação. A Academia Francesa, que servira de modelo, instituíra as cadeiras, mas atendendo apenas a uma numeração de um até quarenta. A escolha desses patronos deu-se de forma um tanto aleatória, com sugestões sendo feitas pelos próprios imortais.
Historiando esta escolha, em discurso proferido na casa, no ano de 1923, Afrânio Peixoto (que dela foi presidente), deixou registrado:
Cquote1.svgNovidade de nossa Academia foi, em falta de antecedentes, criarem-nos, espiritualmente, nos patronos. Machado de Assis, o primeiro da companhia, por vários títulos, quis dar a José de Alencar a primazia que tem, e deve ter, na literatura nacional. A justiça não guiou a vários dos seus companheiros. Luís Murat, por sentimento exclusivamente, entendeu honrar um amigo morto, infeliz poeta, menos poeta que infeliz, Adelino Fontoura. O mesmo, Pedro Rabelo a Pardal Mallet. A Silva Ramos, que lembrara Gonçalves Crespo, nascido no Brasil, não o permitiram, por «português», aceitando, entretanto, Gonzaga, que nascera em Portugal… Faltavam poucos acadêmicos à escolha e sobravam grandes patronos nacionais. Nabuco que, para não sair de Pernambuco, e não ter sombra, escolhera ao medíocre Maciel Monteiro, lembrou aos que faltavam, a escolha justa de grandes nomes restantes. Rui ocorreu logo como seu patrono, que não estava na lista: era Evaristo da Veiga. Ficaram muitas clamorosas exclusões, entretanto.
Recentemente, acadêmico para quem a Academia é número um de suas preocupações, entendeu obviar o defeito, dotando os sócios correspondentes de patronos. Elaborou a lista dos grandes excluídos — Alexandre de Gusmão; Alexandre Rodrigues Ferreira; A. de Morais Silva; Antônio José; Botelho de Oliveira; D. Borges de Barros; Eusébio de Matos; Dom Francisco de Sousa; Fr. Francisco de Monte Alverne; Gonçalves Ledo; José Bonifácio, o Patriarca; Matias Aires, Nuno Marques Pereira, Odorico Mendes, Rocha Pita, Santa Rita Durão, Silva Alvarenga, Sotero dos Reis, Fr. Vicente do Salvador, Visconde de Cairu — e teve a habilidade, eleitoral, de fazê-la aceita. É exato que a maioria é de baianos, o que trai a origem, mas, agora, já não se dirá que os sessenta patronos não incluem os mais consagráveis dos brasileiros escritores. A exclusão desses vinte seria escandalosa e certamente eles valem mais que vinte dos outros quarenta, escolhidos sem unidade de critério, ou, como devera ser apenas, critério de justiça.Cquote2.svg

Membros



 Lorbeerkranz.png Academia Brasileira de Letras

Jorge Amado foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 6 de abril de 1961, ocupando a cadeira 23, cujo patrono é José de Alencar. De sua experiência acadêmica, bem como para retratar os casos dos imortais da ABL, escreveu Farda, fardão, camisola de dormir, numa alusão clara ao formalismo da entidade e à senilidade de seus membros, então.

Jorge Amado: biografia, livros, frases e mais.

Jorge Amado, escritor brasileiro, natural de Ilhéus, Bahia. Um dos autores nacionais mais popular e mais lido do Brasil. Jorge Amado alcançou grande irradiação fora do Brasil, não só em tiragem, como também em número de idiomas e dialetos em que já foi traduzido: 52 países.
Jorge Amado – biografia
Nascido e criado numa fazenda de cacau, Jorge Amado fez sua educação secundária em colégios de Salvador, integrou um grupo de jovens intelectuais rebeldes em torno de Pinheiro Viegas, escrevendo para jornais e revistas, e absorvendo a cultura inconformista e revolucionária da época anterior a 1930.
Nesse ano, Jorge Amado transferiu-se para o Rio de Janeiro para estudar Direito.
Esta foi uma fase de insatisfação e de busca, característica da mocidade brasileira da época, mas que, pouco a pouco, cedeu lugar a um estágio de amadurecimento artístico e político-ideológico.
Jorge Amado – livros
Em 1961 Jorge Amado foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Sua obra inclui inúmeros romances: “O País do Carnaval” (1932), “Cacau” (1933), “Suor” (1934), “Jubiabá” (1935), “Mar Morto” (1936), “Capitães da Areia” (1937), “Terras do Sem Fim” (1942), “São Jorge dos Ilhéus” (1944), “Seara Vermelha” (1946), “Os Subterrâneos da Liberdade” (1952), “Gabriela, Cravo e Canela” (1958), “A morte e a morte de Quincas Berro d’Água” (1961), “Os Velhos Marinheiros” (1961), “Os Pastores da Noite” (1963), “O Compadre de Ogum” (1964), “Dona Flor e Seus Dois Maridos” (1966), “Tenda dos milagres” (1969), “Teresa Batista cansada de guerra” (1972), “O gato Malhado e a andorinha Sinhá” (1976), “Tieta do Agreste” (1977) e “Farda, fardão, camisola de dormir” (1979).
Jorge Amado – teatro
Jorge Amado escreveu, também, para o teatro (O Amor do Soldado), sendo ainda autor de um guia turístico-social de Salvador (Bahia de Todos os Santos), além de outras obras menores, como “O Cavaleiro da Esperança”, “O ABC de Castro Alves” (biografias romanceadas) e “O Mundo da Paz” (relato de viagem).
Jorge Amado – análise da obra
A obra de Jorge amado é uma das mais significativas da moderna ficção brasileira, tem como fundamento o quadro regional, seja pela fixação das áreas rurais ou pela captação do cenário urbano. Jorge Amado, pertence à corrente modernista da literatura nordestina, em que a questão social se apresenta sob a forma de ciclos – da seca, da cana-de-açúcar, do cangaço, do cacau associados à decadência do coronelismo latifundiário.
Jorge Amado – ideologia
Essa tendência de Jorge Amado, que emprestou um caráter político-ideológico a alguns romances da primeira fase (Jorge Amado, aliás, foi eleito deputado federal pelo P.C.B. em 1946), mostra na paisagem do Sul da Bahia o drama vivido nas plantações de cacau, ou, na cidade de Salvador, a vida da infância abandonada, do proletariado, os conflitos e injustiças sociais ligados aos desequilíbrios econômicos ou à exploração agrícola da monocultura cacaueira. Esse fundamento sociológico dá aos romances de Jorge Amado um cunho de retrato do drama brasileiro relativo à passagem da sociedade agrária para o status industrial.
Jorge Amado – estilo
Outra faceta da obra de Jorge Amado se desenvolveu à medida do progresso do romancista, da purificação do estilo e alargamento da sua visão, além da própria maturação da sua personalidade. Não se trata de uma nova fase de Jorge Amado, pois seus elementos já existiam nos primeiros livros, mas sim da consolidação de uma “maneira” do romancista, que viveu em contínuo experimentalismo estilístico. A partir de “Gabriela, Cravo e Canela”, o lirismo da alma baiana se une decisivamente ao humor legado por Gregório de Matos, produzindo as obras-primas de Jorge Amado.
Jorge Amado – frases
Sou um escritor quando estou escrevendo. Fora daí, sou um ser humano igual a qualquer outro que vive vida modesta e alegre com sua família.” (VEJA, setembro de 1969)
“A Bahia é meu tema, meu território físico e moral. Sei dela de um saber sem dúvidas, vivido e não observado do lado de fora. Estou do lado de dentro.” (VEJA, setembro de 1969)

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