Conheça os hábitos de filósofos extremamente produtivos
Você já se perguntou de que maneira famosos filósofos do passado passaram suas muitas horas de tédio entre suas epifanias que quebraram paradigmas?
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V. S. Pritchett uma vez disse: “Mais cedo ou mais tarde, os grandes homens acabam por ser todos iguais. Eles nunca param de trabalhar. Eles nunca perdem um minuto. É muito deprimente”.
De fato, as vidas mundanas de grandes filósofos e gênios foram cheias de trabalho e disciplina, mas conforme a pequena biografia de três grandes pensadores abaixo mostra, nessa rotina é preciso ter um (pequeno) espaço para prazeres viciosos e muito tempo para se perder em pensamentos.
Friedrich Nietzsche
Enquanto a maioria de nós não poderia alcançar as grandes alturas de solidão iconoclasta que Friedrich Nietzsche (1844 – 1900) alcançou (e provavelmente nem gostaríamos), é fácil admirar o equilíbrio da rotina diária deste filósofo.
Com um rigor espartano, Nietzsche se levantava todas as manhãs quando o céu ainda estava levemente cinza e, depois de lavar-se com água fria da jarra e bacia de porcelana em seu quarto e beber um pouco quente leite, se não derrubado por dores de cabeça e vômitos, trabalhava ininterruptamente até as onze da manhã.
Ele então fazia uma caminhada de duas horas pela floresta ou ao longo da borda do Lago Silva plana (ao nordeste) ou do Lago Sils (ao sudoeste), parando de vez em quando para anotar seus pensamentos no caderno que sempre carregava consigo.
Voltando para um almoço tarde no hotel Alpenrose, Nietzsche evitava o menu fixo na grande sala de jantar e comia um almoço mais “privado”, que consistia geralmente em um bife e em uma quantidade “inacreditável” de frutas (provavelmente a principal causa de seus problemas de estômago frequentes).
Depois do almoço, geralmente vestido com um casaco marrom longo e gasto, e armado como de costume com seu caderno, lápis e uma sombrinha, ele fazia uma nova caminhada, mais longa, voltando para casa às quatro ou cinco da tarde. Recomeçava o trabalho, sustentando-se em biscoitos, pão camponês, mel, frutas e chá que ele mesmo fazia até que, cansado, apagava sua vela e ia para a cama por volta das onze.
Karl Marx
Então, como a vida diária de Marx (1818 – 1883) se compara com o isolamento regado a frutas de Nietzsche? De acordo com o filósofo britânico Isaiah Berlin, Marx também tinha seus hábitos cotidianos, embora não fossem tão regrados quanto os de Nietzsche.
Seu modo de vida consistia em visitas diárias a sala de leitura do Museu Britânico, onde ele normalmente ficava das nove da manhã até o fechamento, às sete. Em seguida, continuava trabalhando por longas horas, à noite, fumando incessantemente um luxo que afetou a sua saúde de forma permanente. Marx tinha frequentes ataques de uma doença do fígado, por vezes acompanhados de bolhas e uma inflamação dos olhos, o que interferia com o seu trabalho e o deixava exausto e irritado.
Preocupações com dinheiro contribuíram para as queixas físicas de Marx, tanto quanto a ansiedade social de Nietzsche piorou as dele. Nem todos os filósofos tiveram vidas tão emocionalmente dramáticas, no entanto.
Immanuel Kant
Vícios como fumar, para o bem ou para o mal, tem um papel importante nas vidas diárias de muitos filósofos, como teve na de Immanuel Kant (1724 -1804). Tirando isso, no entanto, Kant parece totalmente esvaziado de drama, e basicamente entediante.
Ele acordava às cinco da manhã todos os dias, graças aos esforços de seu servo Martin Lampe, que trabalhou para ele de pelo menos 1762 até 1802. O velho soldado tinha ordens para ser persistente, de modo que Kant não dormisse mais do que isso. O pensador tinha orgulho de que nunca ter levantado com sequer meia hora de atraso, mesmo tendo dificuldade em acordar cedo.
Após se levantar, Kant bebia uma ou duas xícaras de chá fraco. Com isso, fumava um cachimbo de tabaco. O tempo que ele precisava para fumar era “dedicado à meditação”. Aparentemente, Kant decidiu que iria fumar apenas um cachimbo por dia, mas é dito que sua quantidade de fumo aumentou consideravelmente com o passar dos anos.
Ele então preparava suas palestras e trabalhava em seus livros até as sete. Suas palestras começavam a essa hora, e iam até as onze. Quando as aulas terminavam, ele trabalhava novamente em seus escritos até o almoço. Depois de comer, dava um passeio e passava o resto da tarde com seu amigo Green. De volta para casa, fazia algum trabalho mais leve e lia.
Ao longo de seus anos mais produtivos, esses três escritores altamente bem-sucedidos certamente abraçaram a máxima de Gustave Flaubert: “Seja regular e ordenado em sua vida, para que você possa ser violento e original em seu trabalho”. [OpenCulture]
http://hypescience.com/conheca-os-habitos-de-filosofos-extremamente-produtivos/
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