Sempre na minha mente e no coração...

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quarta-feira, 4 de abril de 2012

Sexta-feira da Paixão - Pietà O mármore que fala




Sexta-Feira Santa


Sexta-Feira Santa, ou 'Sexta-Feira da Paixão', é a Sexta-Feira antes do Domingo dePáscoa. É a data em que os cristãos lembram o julgamento, paixão, crucificação, morte e sepultura de Jesus Cristo, através de diversos ritos religiosos.

Segundo a tradição cristã, a ressurreição de Cristo aconteceu no domingo seguinte ao dia 14 de Nisã, no calendário hebraico. A mesma tradição refere ser esse o terceiro dia desde a morte. Assim, contando a partir do domingo, e sabendo que o costume judaico, tal como o romano, contava o primeiro e o último dia, chega-se à sexta-feira como dia da morte de Cristo.

A Sexta-feira Santa é um feriado móvel que serve de referência para outras datas. É calculado como sendo a primeira Sexta-feira após a primeira lua cheia após o equinócio de outono no hemisfério sul ou o equinócio de primavera no hemisfério norte, podendo ocorrer entre 20 de março e 23 de abril.



Escultura
VEJA, 1° de julho de 1501


Sucesso da pietà leva Michelangelo a enfrentar


gigante desafiador

á 35 anos, um enorme bloco de mármore de Carrara jaz nas oficinas da Catedral de Florença. Estreito, com 5 metros de altura e conhecido como o Gigante, começou a ser talhado por Agostino di Duccio, em 1466, e foi logo abandonado pela dificuldade em arrancar vida de um sólido com proporções tão desfavoráveis. Sua sombra tem servido para alertar os escultores florentinos sobre os desafios de sua profissão. Dentro em breve, no entanto, o governo de Florença vai anunciar oficialmente o nome do jovem Michelangelo Buonarroti, de 26 anos, como aquele que vai tentar, por fim, dar forma à rocha desafiadora. O tema bíblico de Davi, proposto pelo artista para enfrentar o "Gigante", não pode ser mais adequado. "Davi usou uma funda para combater Golias. Eu usarei minha pua de escultor", diz o artista.

Reprodução
pietà na visão de Michelangelo: beleza física é manifestação da nobreza do espírito

Michelangelo vem sendo aclamado como o maior escultor da atualidade desde o ano passado, quando terminou uma maravilhosa pietà – imagem da Virgem com Jesus morto em seus braços, tradicional na arte de Flandres. O artista se comprometeu em contrato a realizar "o mais fino trabalho em mármore jamais visto em Roma". O resultado excedeu as expectativas. O conjunto, em forma de pirâmide, é compacto e monumental. A figura do Cristo morto ainda parece ter vida correndo nas veias. Os olhos abaixados da Virgem, ao contrário da tradição, emocionam pela dor e pela resignação. Seu manto, majestosamente drapeado, arranca do mármore uma leveza inimaginável. Na visão idealista de seu autor, a profunda beleza das duas figuras é a melhor tradução de sua nobreza de espírito.
Nos dias que passa analisando os veios e a estrutura do Gigante,Michelangelo revela hábitos espartanos: trabalha febrilmente, come apenas um pedaço de pão no meio da jornada e tem nas garrafas de vinho branco de Trebianno sua única concessão ao prazer. Dorme três horas por noite, geralmente calçado e com as roupas usadas durante o dia. Por vezes fica tanto tempo sem tirar as botas que, ao fazê-lo, arranca pedaços da pele dos pés. O promissor artista nasceu em Caprese, ingressou no ateliê de Ghirlandaio aos 13 anos e se tornou um dos protegidos de Lourenço, o Magnífico, até a queda da família Medici, em 1494. A lista de seus trabalhos anteriores à pietà não é extensa: os dramáticos relevosMadona das Escadas e Batalha dos Centauros (onde não há realmente centauros), uma estátua de Hércules com 2 metros, três figuras para a tumba de São Domingos, um Cupido vendido como falsa antiguidade ao cardeal de San Giorgio in Velabro, em Roma, e um Baco. A amostra, porém, já faz prever um Davi portentoso para Florença.


Pietà (Michelangelo)

Pieta (em português Piedade) de Michelangelo é talvez a Pietá mais conhecida e uma das mais famosas esculturas feitas pelo artista. RepresentaJesus morto nos braços da Virgem Maria. A fita que atravessa o peito da Virgem Maria traz a assinatura do autor, única que se conhece: MICHAEL ANGELUS. BONAROTUS. FLORENT. FACIEBA(T), ou seja, «Miguel Angelo Buonarotus de Florença fez.»

Fica na basílica de São Pedro, na primeira capela da alameda do lado direito. Desde que a estátua foi atacada em 1972, está protegida por um vidro a prova de bala. Tem 174 centímetros por 195 centímetros e é feita em mármore.



História

Em 21 de setembro de 1498 o cardeal francês Jean Bilhères de Lagraulas encomendou a Miguel Ângelo uma imagem da Virgem para a Capela dos Reis de França, para a antiga basílica de São Pedro.

Juntando capacidades criadoras geniais a uma técnica perfeita, o artista toscano criou então a sua mais acabada e famosa escultura: a Pietá. O tema vem da Europa do Norte, a dor de Maria sobre o corpo morto do filho, mas Michelangelo abandonou o realismo cruel típico do gênero em favor de uma visão idealizada.

Iniciara-se como artista ainda durante o Quatrocento, em Florença, onde trabalhou para os Médicis, mas a Pietá foi a sua primeira grande obra escultórica. Trata-se de um trabalho de admirável perfeição, organizado segundo um esquema em forma de pirâmide, um formato muito utilizado pelos pintores e escultores renascentistas.

Nesta obra delicada o artista encontrou a solução ideal para um problema que preocupara os escultores do Primeiro Renascimento: a colocação do Corpo de Jesus Cristo morto no regaço de Maria. Para isso alterou deliberadamente as proporções: o Cristo é menor que a Virgem, que é para dar a impressão de não esmagar a Mãe e mostrar que é seu Filho, para não “sair” do esquema triangular. A Virgem Maria foi representada muito jovem e com uma nobre resignação: a expressão dolorosa do rosto é idealizada, contrastando com a angústia que tradicionalmente os artistas lhe imprimiam. Torna-se assim evidente a influência do “pathos” dos clássicos gregos. E o autor imaginou a juventude de Maria, objeções que erguem contra ele seus críticos, como sua expressão de sua pureza incorruptível.

O requinte e esmero da modelação e o tratamento da superfície do mármore, polido como um marfim, deram-lhe a reputação de uma das mais belas esculturas de todos os tempos. Importante como o autor conseguiu harmonizar a figura horizontal do Cristo, estendido sobre os joelhos da mãe, como que inserido entre suas amplas vestes, com a figura « vertical» de Maria.

Michelangelo tinha 23 anos. Em função da pouca idade, muitos não acreditaram que fosse o autor. Assim, por isso teria inscrito o nome na faixa que atravessa o peito de Maria.



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